“Ficções, curadoria de Daniela Name

07/jul

A mostra “Ficções” reúne obras em várias linguagens e contará com performances na abertura na Caixa Cultural, Galeria 3, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exposição “Ficções”, mergulha no universo da narrativa de alguns dos maiores artistas contemporâneos em atividade no país tomando como ponto de partida o livro homônimo publicado pelo mestre argentino Jorge Luis Borges, em 1944. Com curadoria da crítica Daniela Name, a mostra reúne mais de 40 obras entre pinturas, instalações, vídeos e outras linguagens de 33 artistas brasileiros.

 

 

Durante a abertura, o artista Jozias Benedicto apresentará a performance “Escrita automática”, e Delson Uchôa percorrerá as ruas do Centro do Rio em direção à CAIXA Cultural com a ação performática “Bicho-da-seda urbano”. “Ficções” também assinala a pluralidade da arte brasileira. Além de apostar na força da cena carioca, a mostra reúne obras de artistas de outras cidades e, também, de alguns que moram há muito tempo no Rio.

 

 

“Recursos narrativos como a alegoria são muito importantes quando o assunto é arte brasileira. Esta é uma mostra formada a partir das encruzilhadas entre a arte contemporânea e a literatura, o cinema, o teatro e a música, entre outras linguagens. Em nenhum momento estamos ilustrando o livro de contos”, afirma Daniela Name.

 

 

 

Criatividade e imaginação

 

 

Ficções propõe ao espectador uma viagem pela narrativa por meio das obras dos artistas e começa no foyer da CAIXA Cultural Rio de Janeiro com a exposição de uma kombi batizada de “Catarina”. A instalação integra o trabalho “Fala dos confins”, de Virginia de Medeiros, uma das artistas vencedoras do Prêmio CNI Sesi Senai Marcantonio Vilaça. As esculturas “Bichos-da-seda”, de Delson Uchôa, pontuarão o caminho do visitante até o segundo piso, onde ele será recebido pelo trabalho “Lista de coisas brancas”, de Raquel Stolf, além de uma instalação de Andrey Zignnatto feita com tijolos, e um conjunto de trabalhos de Vitor Mizael.

 

 

O público também apreciará as pinturas inspiradas em viagens de Julia Debasse e a obra “Satélite”, de Ismael Monticelli. Fotos de Delson Uchôa serão vizinhas dos trabalhos de Marilá Dardot. O público verá, ainda, as pranchetas de Reginaldo Pereira e Marcelo Moscheta. Já Guilherme Dable apresentará aquarelas. Rosângela Rennó produziu o vídeo “Vera Cruz” – só com falas e nenhuma imagem – sobre a chegada de Pedro Álvares Cabral à Ilha de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil. O artista paulistano Luiz Zerbini apresenta sua pintura monumental “A onda”, seguida de três fotos de Adriana Varejão: “Canibal e nostálgica”, “Castelo da sereia” e “Castelinho de areia”.

 

 

A curadoria recupera um trabalho do início da carreira de Marcos Chaves, o hoje histórico “Não falo duas vezes”, e o aproxima de “I love you”, colchão e jardim de tecido criado por Ana Miguel. A obra de Lourival Cuquinha propõe uma reflexão sobre capital e utopia e a figura do dinheiro como uma grande ficção. Na última ala, “Ficções” apresenta pinturas de Daniel Lannes, o vídeo “Buruburu”, de Ayrton Heráclito, “Escoras”, de Alessandro Sartore, conjuntos de trabalhos de Pedro Varela e Marcone Moreira, e o perfil “@Desdicionário”, no qual Daniela Belmiro reinventa definições de palavras nas redes sociais.

 

 

 

Artistas participantes

 

 

Adriana Varejão, Alessandro Sartore, Ana Miguel, Andrey Zignnatto, Ayrson Heráclito, Barrão, Daniel Lannes, Delson Uchôa, Elisa Castro, Guilherme Dable, Ismael Monticelli, Jozias Benedicto, José Rufino, Julia Debasse, Lia Chaia, Lourival Cuquinha, Luiz Zerbini, Marcelo Moscheta, Marilá Dardot, Mayana Redin, Marcone Moreira, Marcos Chaves, Mario Grisolli, Nazareno, @Desdicionário(Daniela Belmiro), Nino Cais, Pedro Varela, Raquel Stolf, Reginaldo Pereira, Rosana Ricalde, Rosângela Rennó, Virginia de Medeiros e Vitor Mizael.

 

 

 

De 11 de julho a 06 de setembro.

A influência de Picasso

A exposição “Picasso e a Modernidade Espanhola”, que reúne obras de Pablo Picasso e de outros artistas espanhóis, chegou ao Rio de Janeiro. A exposição, com aproximadamente 90 obras de 37 autores, aborda a contribuição de Pablo Picasso ao cenário espanhol e internacional da arte e a influência do fundador do cubismo e de seus contemporâneos. A maioria das obras de Picasso e dos demais artistas pertencem ao Museu Rainha Sofía de Madri.

 

 

Entre as obras de Picasso presentes na mostra destacam-se Cabeza de Mujer (1910), Busto y Paleta (1932), Retrato de Dora Maar (1939), El Pintor e la Modelo (1963) e Mujer Sentada Apoyada Sobre los Codos (1939). Entre as pinturas, esculturas, desenhos e gravuras da mostra também destacam-se as obras Siurana, el Camino, de Miró; El Violín, de Juan Gris e Composición Cósmica, de Óscar Domínguez.

 

 

A mostra está dividida em oito salas, entre as quais “Picasso: O Trabalho do Artista” e “Picasso, Variações”, que mostram a relação do artista com a modernidade e sua diversidade criativa. Uma terceira sala entra no imaginário do artista para tentar descrever como ele concebeu “Guernica” e inclui estudos da obra sobre o bombardeio nazista sofrido por essa cidade. Os outros espaços mostram de forma transversal a relação do pintor malaguenho e dos demais modernistas espanhóis.

 

 

 

Até 07 de setembro.

Rio setecentista

02/jul

Com a abertura da exposição “Rio Setecentista, quando o Rio virou capital”, o MAR, Museu de

Arte do Rio, comemora os 450 anos de fundação da cidade “…propondo um trajeto visual para

adentrar esse século de sua história” com obras de José Leandro de Carvalho, Mestre

Valentim, Johann Moritz Rugendas, Carlos Julião, Nicolas Taunay, Agostinho de Santa Maria,

André Thevet, Joaquim José da Silva Xavier, René Duguay-Trouin e Jean Baptiste Debret. A

curadoria do evento é de Miryan Andrade Ribeiro, Ana Maria Monteiro de Carvalho,

Margareth Pereira e Paulo Herkenhoff.

 

 

Rio Setecentista, quando o Rio virou capital

 

No século XVIII, o Rio de Janeiro torna-se capital do Vice-reino do Brasil e efetivamente se

transforma na grande cidade que conhecemos: área de encontro entre cultura e comércio,

polo de urbanidade e símbolo privilegiado de brasilidade frente ao mundo. Com a exposição

Rio Setecentista, quando o Rio virou capital, o MAR comemora os 450 anos de fundação da

cidade propondo um trajeto visual para adentrar esse século de sua história.

 

Do Rio setecentista, do Rio do ouro, do barroco e rococó, dos escravos do Valongo e do Paço

dos Vice-reis restam sobrevivências. O que desse Rio foi destruído, o que é herança ingrata?

Certamente foi no século XVIII que o Rio assegurou sua fama estética. A cidade maravilhosa

une beleza natural a beleza urbana, ideia recorrente em propagandas, propostas políticas ou

mesmo críticas. Também naquele momento, a população negra expandiu-se, ainda que

sempre à margem, e os índios, tão importantes na luta pela posse e fundação da cidade junto

aos portugueses, simplesmente desapareceram do registro do desenvolvimento carioca.

 

O encontro da cidade com o poder público é um dos aspectos mais fortes de sua história

setecentista: capital por quase 200 anos, o Rio percebeu o envolvimento do poder com o

dinheiro, com a religião, com a cultura e com a exclusão social. Deixamos de ter vice-reis ou

eles apenas mudaram de nome? Mais de um século após a abolição, estamos livres das

sombras da escravidão? Essas são perguntas que esta exposição não permite calar,

questionando qualquer pretensão a uma ordem natural das coisas. O Rio de Janeiro é um lugar

privilegiado por natureza, mas é também reflexo de sua complexa e contraditória história.

 

Carlos Antônio Gradim (Diretor-Presidente do Instituto Odeon)

 

 

A partir de 07 de julho.

Rossini Perez no MAR

Entrará em cartaz no térreo do pavilhão de exposições do MAR, Museu de Arte do Rio, Zona

Portuária, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a

África”. Rossini Perez é um dos principais artistas a difundir a prática da gravura na Região

Portuária do Rio de Janeiro, onde vive, e no mundo. Ao longo dos últimos 50 anos, Rossini

também tem utilizado a gravura como disparador fundamental de processos educacionais,

alguns deles coordenados pelo artista no Senegal nos anos 1970.

A exposição percorre sua trajetória por meio de núcleos definidos pelos curadores Maria de

Lourdes Parreiras Horta, Marcelo Campos, Márcia Mello e Paulo Herkenhoff.

 

 

A partir de 28 de julho.

Meton Joffily : street art

O artista Meton Joffily foi convidado para participar do júri oficial do Anima Mundi (Entre 10 e 15 de julho, no Rio de Janeiro). Além disso participa da exposição no Espaço GaleRio, primeira galeria municipal de arte urbana da cidade, em Botafogo, com outros 16 representantes da arte urbana, apresentando suas famosas placas de rua, e nos dias 24 e 26 de julho mostrará suas obras em um espaço reservado à arte urbana, no Jockey, com outros artistas como Marcelo Ment. O artista também está à frente do projeto “Tá ligado no movimento?”, uma série de animação produzida em parceria com o Antônio Sodré Scheiber, que apresenta uma narrativa de temáticas sociais e urbanas complexas, como a pobreza, abandono e violência infantil. Neste trabalho estão refletidas várias questões sociais através do personagem principal e seus coadjuvantes. Eles embarcam em uma jornada de aventuras, questionamentos e transformações que geram material suficiente para o desenvolvimento de mais de uma temporada, vislumbrando um segmento que carece de bons trabalhos de animação: o público adulto.

 

 

Sobre o artista

 

Formado em desenho industrial pela PUC – Rio, Meton, 30 anos, ingressou cedo no cenário da arte urbana carioca e na carreira da animação gráfica. Aos 19 anos, seu curta “Ratos de Rua” foi exibido em mais de 40 países e venceu prêmios de melhor animação em alguns festivais. Conhecido como um reinventor da animação e da arte urbana, por criar novas técnicas como a Monitopia e a Sticker-Animation, e seus traços também são conhecidos nas ruas através dos graffitis dos mesmos personagens que desenvolve no desenho animado, como o moleque de rua Zinho e o Ratones. Em 2014 apresentou sua primeira exposição individual “ATENÇÃO OBRAS”, utilizando placas de trânsito como suporte para a arte.

 

 

A história com o Anima Mundi

 

Quando criança, já animava flip-books nos livros escolares. “Depois eu passei a usar o negatoscópio do meu pai, que era um excelente ortopedista, esse equipamento nada mais é do que é uma mesa de luz usada para para analisar radiografias”, conta. Fez os primeiros experimentos animados quando entrou para a Puc (design) e estagiava na Verdesign (onde foi sócio, hoje a Verdesing se dividiu entre soul filmes e zen filmes), onde ganhou uma mesa de luz para animação e teve ferramentas digitais e o suporte para realizar seus primeiros curtas de animação. Os três primeiros foram exibidos no Anima Mundi e tiveram grande destaque no festival. Em especial o primeiro “Ratos de Rua” que ganhou o prêmio dos melhores filmes do festival do ano de 2003. “Sinal Vermelho” em 2004 chegou a ser exibido no Fantástico. “Monitopia” era impróprio para menores e apresentava uma técnica que inventou combinando a monotipia com a rotoscopia, usando uma TV de segurança. Este ano, 2015, Meton foi escalado para o juri oficial.

Efrain Almeida no Paço Imperial

25/jun

Uma pausa em pleno voo é a individual que Efrain Almeida apresenta no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com abertura no dia 02 de julho, sob curadoria do professor-doutor Marcelo Campos. O artista exibe pela primeira vez no Rio de Janeiro, trabalhos em bronze, ao invés da madeira, matéria-prima marcante na sua produção anterior. Agora, a madeira é usada como molde para a fundição em metal. Um conjunto de esculturas em instalação ou isoladas, aquarelas, porcelana e bordado, datados de 2012 a 2015, compõem esta mostra do artista cearense, radicado no Rio de Janeiro, onde não expõe há seis anos.

 

 

 

Uma pausa em pleno voo

 

 

A exposição marca ainda dez anos de encontro de Efrain com o curador Marcelo Campos. “Uma pausa em pleno voo” era o título do texto que Campos escreveu à época. Segundo Efrain, esta pausa é o momento em que o olhar congela um acontecimento frágil, efêmero. Este foi o ponto de partida para esta mostra, que começou a ser planejada há cinco anos: como o artista potencializa o pequeno gesto em algo poético que é a obra.

 

 

A instalação “Uma coisa linda” tem 150 pássaros [galos-de-campina] em bronze policromado [preto, branco e vermelho], distribuídos pelo piso da galeria em grupos de unidades variáveis, formando uma cartografia determinada pelo artista. Cada peça tem sua singularidade. O conjunto rememora a cena do pouso de um bando desses pássaros, que haviam sumido da região, no quintal da casa dos pais de Efrain, no sertão do Ceará. Eles voltaram, assim como o artista, que retorna com frequência à sua cidade natal.

 

 

“10 Hummingbirds”, outra instalação, é composta por dez beija-flores, também em bronze policromado, com tonalidades diferentes, fincados na parede pelo longo bico.

 

 

Os beija-flores aparecem ainda no bordado e nas quatro aquarelas. O bordado é feito sobre duas camadas de organza de seda, compostas de tiras de cores como se fossem camadas de tinta. As aquarelas têm a mesma lógica do bordado, em tons vermelhos e azuis do entardecer.

 

 

Na escultura de um cisne negro, em bronze pintado com tinta acrílica, Efrain foi buscar na memória fabular dos contos de Andersen o simbolismo do cisne que se transforma em princesa. Em “Platano Bordallo”, o artista reproduz em porcelana um segmento de galho com insetos, que fica perpendicular à parede.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Efrain Almeida nasceu em Boa Viagem, Ceará, 1964, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna, no RJ.  Começou a expor em 1987, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, tem mostrado seu trabalho em centenas de cidades brasileiras, da Ásia, Europa e dos EUA. Entre as diversas exposições do seu currículo, destaca-se Marcas, retrospectiva sobre seu trabalho realizada em 2007 na Estação Pinacoteca, em São Paulo, e sua participação na Bienal de São Paulo de 2010. Efrain Almeida faz parte do elenco da Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, e da CRG Gallery, Nova York. Sua obra está em importantes coleções públicas, como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM [Recife]; Museu de Arte Contemporânea do Ceará; Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Espanha; ASU Art Museu, Universidade do Arizona, EUA; Museum of Modern Art – MoMa [Nova York, EUA] e Toyota Municipal Museum of Art, Japão.

 

 

 

Até 13 de setembro.

A Tradição clássica

22/jun

A Fundação Eva Klabin, Lagoa (esquina do Corte do Cantagalo, próximo ao Metrô Cantagalo), Rio de Janeiro, RJ, realiza, no próximo dia 27 de junho, às 15h30, o encontro da programação mensal gratuita “A tradição clássica na Fundação Eva Klabin”, que abordará a arte produzida na antiguidade tendo como ponto de partida uma obra do vasto acervo da instituição. O encontro deste mês terá como tema “Classicismo e anticlassicismo”, com palestra de Fernanda Marinho, doutora pela UNICAMP, historiadora da arte no âmbito do Renascimento italiano e suas decorrências iconográficas e historiográficas.

 

 

A iconografia mariana será abordada nesta palestra através dos divergentes contextos artísticos de Flandres e da Itália do século XVI. A partir das madonas associadas aos círculos de Mabuse e Andrea del Sarto, serão analisadas as repercussões da crise político-religiosa do Renascimento e suas decorrências formais anticlássicas.

 

 

A retirada de senha será a partir das 15h, e inscrições prévias podem ser feitas pelo email cultura@evaklabin.org.br. Organização de Marcio Doctors, com patrocínio da Klabin S/A, com Lei Federal de Incentivo à Cultura, do MinC. A entrada é gratuita.

 

 

 

 

Sobre a palestrante

 

 

Fernanda Marinho, doutora pela UNICAMP, é historiadora da arte no âmbito do Renascimento italiano e suas decorrências iconográficas e historiográficas. Trabalhou na Fundação Eva Klabin, no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e lecionou no Instituto de Artes da UERJ, no IFCH da UNICAMP e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Atualmente é pós-doutoranda pela UNIFESP e dedica-se às diversas formas de primitivismo durante o início do século XX entre França, Itália e Brasil.

Na LZ Arte

18/jun

Os artistas plásticos Ani Cuenca, Bruno Big, Fernanda Ladeira, Denise Perez, Felipe Guga, Herberth Sobral, João César de Melo, Marcelo Catalano, Raquel Vannucci e Smael Vagner, participam no próximo dia 20 de junho, da quarta edição do LZ Arte, projeto cultural da LZ Studio, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Anny Meisler cuida da inauguração e na atual edição, a mostra exibe obras escolhidas especialmente para o evento. A exposição fica em cartaz pelos próximos seis meses. Participação especial de Thalita Carvalho (Blog de Casa de Colorir/GNT).

 

 

 

Até dezembro de 2015.

Rogério Duarte no MAM-Rio

17/jun

O MAM-Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, através do Edital de Fomento à Cultura Carioca, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, apresenta, a partir do próximo dia 20 de junho, a exposição “Marginália 1”, uma retrospectiva da obra do artista gráfico, músico, compositor e poeta Rogério Duarte, um dos mentores do Tropicalismo. Rogério Duarte criou capas dos principais discos do período tropicalista, e foi parceiro de Gilberto Gil e Caetano Veloso em algumas músicas. Criou ainda cartazes de filmes emblemáticos do Cinema Novo, como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, do diretor Glauber Rocha, de quem era amigo. Produziu também capas para álbuns de artistas da MPB, como Gal Costa, Gilberto Gil e Jorge Ben Jor. Como compositor, fez a trilha de “A Idade da Terra”, filme de Glauber Rocha. A mostra terá cerca de 70 obras, dentre capas de discos, publicações e cartazes, incluindo trabalhos inéditos e objetos pessoais, como notas, esboços, rabiscos, fotos, vídeos, estudos, poemas e pedras, para que o público aprecie de perto o rico universo criativo do artista.

 

 

Em 2009, foi realizada uma grande exposição sobre a obra de Rogério Duarte no The Narrows, na Austrália. A partir disso, outras mostras sobre o trabalho do artista foram realizadas em Frankfurt, na Alemanha, em 2013, e na III Bienal da Bahia, em 2014. A exposição do MAM é uma síntese dessas duas últimas mostras. Para a exposição, que tem curadoria de Manuel Raeder e do próprio artista, com a colaboração de seu filho Diogo Duarte, será reeditado o livro “Marginália 1 – Rogério Duarte” (2ª Edição), que reúne diversos trechos da sua obra literária que, em grande parte, permanece inédita. Além disso, no dia 12 de agosto, haverá o evento especial “Musicúpula”, no qual composições musicais de autoria de Rogério Duarte serão apresentadas em uma escultura poliédrica de alumínio que ele chama de “neodésica”.

 

 

 

 

A palavra do curador do MAM-Rio

 

 

“Desde meados da década de 1960, por suas parcerias definitivas em momentos cruciais das carreiras de Glauber, Oiticica e os tropicalistas, a trajetória de Rogério Duarte vem sendo protagonista em nossa história e, ao mesmo tempo, menos valorizada do que deveria. Indo muito além da experimentação marginal dos anos 1960, o design, a inteligência visual e o vigor plástico de sua obra são uma contribuição definitiva para a história da arte no Brasil”, afirma Luiz Camillo Osorio.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Rogério Duarte nasceu em Ubaíra, interior da Bahia, em 1939. Intelectual multimédia, é artista gráfico, músico, compositor, poeta, tradutor e professor. No início dos anos 1960, ele, sobrinho do sociólogo Anísio Teixeira, é enviado ao Rio de Janeiro para estudar arte industrial, tendo sido aluno de Max Bense (fundador de uma nova estética, de base semiótica e teórico-informacional). Militante político de esquerda nos anos 1960, Rogério Duarte aderiu ao movimento HareKrishna na década seguinte. Nos últimos anos, tem se dedicado à tradução de clássicos da literatura da Índia, à luteria (construção de violões), à geologia, à numismática, ao estudo do xadrez, à literatura, tendo criada prolífica obra, e à música. No disco “Abraçaço” (2014), de Caetano Veloso, está uma das canções inéditas de Rogério Duarte, “Gayana”. Além disso, ele vem, há décadas, se dedicando ao seu projeto rural ecológico no interior da Bahia.

 

 

 

Até de 16 de agosto.

Dominique Gonzalez-Foerster no MAM-Rio

Artista francesa que irá expor no Centre Pompidou, em Paris, ganha exposição com obras emblemáticas e um trabalho recente (inédito) no Museu de Arte Moderna, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Chama-se “Temporama”, a exposição com doze obras da artista Dominique Gonzalez-Foerster, francesa nascida em Strasbourg, que se divide entre Paris e o Rio de Janeiro. A mostra, que tem curadoria de Pablo Léon de la Barra, ocupará uma área de 1.800 metros quadrados no segundo andar do MAM, e traz obras emblemáticas da artista produzidas entre 1985 e 1991, que serão reconstruídas pela primeira vez para a exposição. Estará ainda em “Temporama” um único trabalho produzido este ano “uma piscina abstrata” com aparições fotográficas da artista caracterizada como Marilyn Monroe. Dominique Gonzalez-Foerster, que integrou a Documenta XI, em Kassel, 2002, ganhará em setembro deste ano mostra no Centre Pompidou, em Paris, e em abril do ano que vem no prestigioso espaço K20, em Düsseldorf, Alemanha. Dominique Gonzalez-Foerster é uma das mais importantes artistas de sua geração, com obras históricas na produção artística internacional dos últimos vinte anos, que sempre integram importantes exposições. Esta será a primeira exposição individual da artista em uma instituição brasileira.

 
O curador Pablo León de la Barra ressalta que “Gonzalez-Foerster tem uma forte relação com o Brasil e com o Rio de Janeiro desde 1998”. “Ela mora parte do tempo no Rio, e isso tem uma importante influência em seu trabalho”. A artista complementa lembrando que realizou “várias apresentações com o grupo Capacete no Rio de Janeiro”, e fez “quatro pequenos filmes no Brasil: ‘Plages’, inspirado no grande desenho de Burle Marx na praia de Copacabana, ‘Marquise’, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ‘Gloria’, na Praça Paris, no Rio de Janeiro, e ‘Brasília’, no Parque da Cidade, que integra a coleção do Moderna Museet, em Estocolmo”. “Em meu trabalho uso muitas referências de Lina Bo Bardi, Burle Marx, Sérgio Bernardes, entre outros”, afirma.

 
“Temporama” foi pensada especificamente para o MAM e no “modernismo tropical” de Affonso Reidy (1909 – 1964), arquiteto que concebeu o museu em estreito diálogo com o Parque do Flamengo. A exposição busca expandir a noção da retrospectiva tradicional para uma escala de tempo maior, avançando para o futuro e retrocedendo no tempo.

 
A artista explica que “Temporama” “se configura como uma máquina do tempo, um parque, uma praia, uma vista, e um panorama. Um lugar onde podemos parar o tempo e experimentar diferentes tempos-espaços”, diz.

 

 
Filtros vermelhos e turquesas

 
Filtros vermelhos e turquesas, colocados em toda a extensão da exposição transportarão o público às primeiras obras de Dominique Gonzalez-Foerster criadas na década de 1980, mas também ao MAM do século 20. “As fachadas de vidro permitem que a paisagem entre no Museu. Dentro e fora se confundem no espaço de exposição, que se torna uma continuação da paisagem. O vidro também cria um jogo de reflexos e miragens, onde as diferentes imagens do Rio, juntamente com as lembranças e os desejos do visitante, se sobrepõem. Da mesma forma, a arte exposta no MAM não só é exibida dentro do museu, mas também flutua na paisagem, tornando-se parte dela”, afirma o curador Pablo Léon de la Barra.

 
A exposição será acompanhada de uma publicação, com textos do curador Pablo León de la Barra, de Tristan Bera e da própria artista, a ser lançado ao longo do período. As fotos que farão parte do livro serão feitas na exposição, incluindo também as etapas de montagem.

 
O trabalho da artista integra as coleções da Tate Modern, em Londres; do Centre Pompidou, do Musee d’Art Moderne de la ville de Paris e do Fonds National d’Art Contemporain, em Paris; do Guggenheim Museum e Dia Art Foundation, em Nova York; do MUSAC e da La Caixa Foundation, ambos na Espanha; do Moderna Museet, na Suécia; do 21st Museum of Contemporary Art, no Japão, e do Van Abbemuseum, na Holanda. O Instituto Inhotim exibe, em sua coleção permanente, sua instalação “Desert Park” (2010).

 

 
Sobre a artista

 
Nascida em Estrasburgo em 1965, Dominique Gonzalez-Foerster estudou na École des Beaux-Arts de Grenoble, onde se formou em 1987, e na École du Magasin do Centre National d’Art Contemporain de Grenoble, antes de concluir seus estudos em 1989 no Institut des Hautes Études en Arts Plastiques, em Paris. Morando em Paris e no Rio de Janeiro, Gonzalez-Foerster é celebrada por sua prática interdisciplinar e, ao lado de contemporâneos como Philippe Parreno e Pierre Huyghe, é considerada uma das figuras proeminentes da estética relacional, termo proposto pelo crítico e curador Nicholas Bourriaud para descrever práticas surgidas na década de 1990 que exploravam os relacionamentos humanos e os contextos sociais em que eles ocorrem. Com seu interesse especial pela arquitetura, interiores e espaços e seu fascínio pela literatura, cinematografia, mídia e tecnologia, seu trabalho assumiu primordialmente a forma de instalações, com frequência site-specific, embora muitas vezes utilize também o filme como suporte. Entre a série de obras dos anos 1990 em torno da ideia de quartos estão RWF (Rainer Werner Fassbinder) (1993), a recriação do apartamento do falecido cineasta alemão, e Une Chambre en Ville (1996), que apresentou um quarto parcamente decorado, porém acarpetado, contendo um pequeno número de objetos para comunicação de informações e mídia, tais como um rádio-relógio, uma TV portátil, telefone e jornais diários. Entre 1998 e 2003, produziu uma série de 11 filmes apresentados como a compilação Parc Central (2006), contendo filmagens de parques, praias, desertos e paisagens urbanas de diversos locais, de Kyoto a Buenos Aires, de Paris a Taipei. Em 2002, ganhou o Prix Marcel Duchamp, Paris. Entre suas principais obras e projetos desde a virada do milênio estão Roman de Münster (2007), em que criou réplicas em escala 1:4 de esculturas selecionadas de outros artistas apresentadas antes no Skulptur Projekte Münster; TH.2058 (2008), encomendada para o Turbine Hall da Tate Modern como parte da série Unilever, que consistia de 200 estruturas de metal de camas-beliche dispostas em fileiras, com livros espalhados por cima e enormes réplicas de esculturas de artistas como Louise Bourgeois e Bruce Nauman elevando-se sobre elas; e “Desert Park”, nos trópicos de Inhotim (2010), para a qual construiu pontos de ônibus de concreto inspirados na arquitetura modernista brasileira, que instalou num campo próximo a uma floresta tropical. Sua prática transdisciplinar e muitas vezes colaborativa também se estendeu ao âmbito da música e do teatro, com peças como NY.2022 (2008), com Ari Benjamin-Meyers e a Richmond County Orchestra de Staten Island, no Peter B. Lewis Theater do Guggenheim Museum, Nova York; K.62 (2009), no Abrons Art Center, Nova York, como parte da Performa 09; e T.1912 (2011), em homenagem do 99º aniversário do naufrágio do Titanic, no Guggenheim Museum, Nova York. Aperformance M.2062 começou na Memory Marathon da Serpentine Gallery em 2012 e foi apresentada em diversas versões desde então, inclusive com o título Lola Montez in Berlin (2014). Em 2006, a artista participou da 27ª Bienal de São Paulo, com curadoria de Lisette Lagnado. Entre suas mostras individuais estão “Chronotopes & Dioramas” na Dia Art Foundation, Nova York (2009), “Splendide Hotel” na Reina Sofia, Madri (2014), e exposições em desenvolvimento para o Centre Pompidou de Paris (2015) e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2015).

 

 
De 20 de junho a 09 de agosto.