Manifestações divinas e profanas

14/fev

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta de 02 de março até 15 de abril, a exposição “Dialetos do Firmamento”. A artista belga de origem turca Shen Özdemir traz em sua primeira viagem ao Brasil seu universo particular de carnaval, em que cria esculturas que nos lembram os bonecos de Olinda. Para abrir a mostra coletiva em que estará junto com os artistas Bonikta, Ivan Grilo, Jeane Terra, Rochelle Costi, Thiago Costa, e Zé Tepedino.

Shen Özdemir fará um cortejo com seus estandartes, e seis músicos integrantes do Céu na Terra, que percorrerá as ruas do bairro da Gávea até a Anita Schwartz. A exposição discute as diferentes cosmovisões, mundos inventados, o encantamento e os mistérios que transitam entre o céu e a terra.

A exposição será aberta por um cortejo/performance com oito bandeiras desenhadas e confeccionadas pela artista belga de origem turca Shen Özdemir, em sua primeira visita ao Brasil, e a participação de seis músicos integrantes do tradicional Céu na Terra. A concentração será a partir das 18h30, na Praça Santos Dumont, na Gávea, e o cortejo percorrerá algumas ruas do bairro até a Anita Schwartz, na Rua José Roberto Macedo Soares, 30. Por meio de suas linguagens e modos sensíveis de compreensão, os trabalhos dos artistas de “Dialetos do Firmamento” constelam imaginários, desenhando novas direções para modos plurais da existência, integrada à imensidão dos poderes ocultos do universo.

A exposição inaugura o programa de 2023 da galeria e convida o público a imaginar novas possibilidades de cuidar de um futuro ancestral, em conexão com o campo da arte e da espiritualidade, construindo percursos e diálogos entre manifestações divinas e profanas. O projeto de um Brasil inventado é revisto pelas potências do intangível, as expressões primárias e as subjetividades da memória, atravessando o tempo e o espaço visível/invisível do mundo moderno organizado pela racionalidade.

Bonikta (Caio Aguiar), nascido em 1996, em Ourém, Pará, e radicado em Salvador, estará na exposição com as fotografias “Kurumins do Rio” (2023) e “Ygarapé das Bestas” (2023), cada um medindo 45 x 60 cm. Sua produção que desenha um universo encantado inspirado no imaginário ribeirinho amazônico, reflexos de vivências que traçam travessias entre o interior e a cidade, entre a rua e a floresta. Bonitka se dedica a processos de criações e encantarias em diversas linguagens e tecnologias, do grafite, lambe-lambe, ilustrações, pinturas, fotografias, vídeos, animações, tatuagens, máscaras a desenhos digitais, entre outros. Bonikta é bicho que vira gente e gente que vira bicho. Atualmente ele é estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Artes na UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia).

Ivan Grilo (1986, São Paulo) mora em Itatiba, São Paulo, e tem sua produção reconhecida no circuito da arte a partir de seu interesse em investigar tradições orais, ou pesquisar história brasileira a partir de arquivos públicos. A escrita é um elemento importante em seu trabalho, de várias maneiras, e na exposição a obra “Fazer juntos um trecho de céu no chão” (2022) traz a frase entre linhas, em bronze, medindo 8cm x116cm.

O tríptico “Santuário do Sertão” (2022), uma monotipia feita sobre pele de tinta – material desenvolvido pela própria artista – foi criado a partir da vivência de Jeane Terra no final de 2021 nas cidades baianas inundadas pelo Rio São Francisco em 1970, para a criação da represa de Sobradinho. A obra retrata, a partir de um registro fotográfico feito pela artista, a Igreja de Santo Antônio, do século XVIII, na margem do rio em Pilão Arcado. Jeane Terra nasceu em 1975 em Minas, e é radicada no Rio de Janeiro.

Rochelle Costi (1961-2022), artista atuante em exposições no Brasil e no exterior, deixou um legado poético de sua coleção amorosa de registros do que a cercava – objetos, paisagens, cenas do cotidiano. Sua obra que integra a exposição “Escada Palavrada – Céu” (2014), em jato de tinta sobre papel de algodão, de 105cm x 70cm, é também uma homenagem a ela.

A artista belga de origem turca Shen Özdemir (1996) criou um universo de carnaval a partir das lendas de gigantes, na Bélgica, e das marionetes da Turquia. Na série de trabalhos Karnavalo, sua intenção é criar uma comunidade humana internacional através do sincretismo cultural. Seu carnaval é composto por uma multidão de trupes, concebidas como núcleos familiares, ressaltando a ideia de parentalidade, e seguindo a tradição das alegorias dos desfiles de carnaval. Suas “cabeças” nos lembram, entre outros personagens de festas populares, os tradicionais Bonecos de Olinda. Criadas com espuma, papel, tinta acrílica, gesso e tecido, e medindo aproximadamente 90cm x 90cm, duas obras “Cabeças” (2023), que representam metaforicamente dois membros de uma mesma família, sem definição de gênero ou faixa etária. Com a participação de integrantes do Céu da Terra, será a primeira vez que os desfiles feitos por Shen Özdemir com seu carnaval imaginário terão música. O conjunto de bandeiras do cortejo integrará a exposição.

As esculturas-ferramentas “Exercícios para suspensão” (2022) – solda sobre vergalhão, com 50cm x 20cm cada – do paraibano Thiago Costa (1994, Bananeiras, residente em João Pessoa), faz parte de sua pesquisa da escrita em relação com a imagem a partir das filosofias Bantu e Yorubá. “O gesto de assentar e seus métodos fazem parte de saberes milenares onde se acessa as temporalidades do que é intencionado, que possibilita comunicação e relação da forma com o corpo”, diz. Ele investiga a relação das formas com as corporações e incorporações.

Na instalação “Sem título” (2023), em madeira, nylon, tecido, areia e pedra, o artista carioca Zé Tepedino (1990) dá seguimento à sua série “Vários verões”, em que objetos de praia são destituídos de sua função original, e ao serem desmembrados e rearranjados são pensados a partir de cor e forma.

 

Sobre a Coleção Sophia Jobim

13/fev

 

O Museu Histórico Nacional promoverá a Live “Restauração de peças da coleção Sophia Jobim do MHN”, com a participação de Jeane Mautoni (museóloga do MHN), Márcia Cerqueira (museóloga e restauradora) e Madson Oliveira (professor da EBA/UFRJ). Eles abordarão o processo de tratamento das peças, detalhando a coleção e os critérios de escolha de cada item, entre outros assuntos.

 

Jornalista, figurinista, museóloga, indumentarista – como gostava de ser chamada -, professora e colecionadora, Sophia Jobim legou ao Museu Histórico Nacional a coleção de objetos artísticos e peças de indumentária que reuniu ao longo de 30 anos. A doação aconteceu postumamente em 1968, por seu irmão Danton Jobim, introduzindo uma temática nova à política de aquisição do museu. Toda a conservação e captação de imagens de peças etnográficas desta coleção, sob guarda da Reserva Técnica do MHN, foi um dos destaques de uma série de ações contempladas pelo Plano Anual 2021, idealizado e desenvolvido pelo Museu Histórico Nacional, com o apoio da Associação de Amigos do MHN, e patrocínio do Instituto Cultural Vale (por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura).

 

Sobre a coleção

A Coleção Sophia Jobim é composta por peças variadas – histórica e etnográfica, principalmente -, de origens distintas, como México, Alemanha, Grécia, União Soviética, Panamá, Tchecoslováquia, União Soviética, Coréia do Norte, Sudão, Israel, França, Hungria e Mauritânia. Esse legado possui um valor inestimável para pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que destinam tempo e esforço para preservar a memória dessa coleção, produzindo artigos, dissertações, teses e livros. Atualmente, é uma das mais pesquisadas no museu, o que justificou o projeto de conservação, sobretudo considerando-se os 53 anos de permanência no MHN.

 

Sobre o processo de restauração

A conservação de têxteis envolve uma série de ações que visam aumentar a resistência do objeto aos agentes físicos (danos e perda de valor devido ao armazenamento, manuseio e transporte inadequados), químicos (acidificação, amarelecimento) e biológicos (ataque de pragas e fungos). Entre essas ações realizadas, vale destacar a higienização, pequenos reparos, contenção de rasgos, isolamento de elementos metálicos para evitar a corrosão, estabilização dos objetos e o acondicionamento de maneira correta.

Já que se trata de um projeto grandioso, cada etapa foi documentada em fotos e vídeo, podendo futuramente se desdobrar em catálogos, exposições ou mesmo ser utilizada para o estudo de técnicas de conservação que poderão ser aplicados em outras coleções de têxteis, ou servir de referência a intervenções futuras, caso seja necessário.

 

Live “Restauração de peças da coleção Sophia Jobim do MHN”

 

Dia 15 de fevereiro, às 15h

Link de acesso: https://www.youtube.com/museuhistoriconacional_rio.

 

Participantes: Jeane Mautoni (museóloga do MHN), Márcia Cerqueira (museóloga e restauradora) e Madson Oliveira (professor da EBA/UFRJ).

Aconteceu

 

A Gentil Carioca convidou a todes para o “Abre Alas 18″, exposição que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, abrindo o calendário da galeria para o ano de 2023. A comissão de seleção e a curadoria são compostas por Bruna Costa, Lia Letícia e Vivian Caccuri, que selecionaram 29 artistas através do edital 2022/2023. Artistas: Aline Brant, Ana Bia Silva, Ana Mohallem, Andy Villela, Anna Menezes, Alexandre Paes, Ariel Ferreira, Augusto Braz, Benedito Ferreira, Camila Proto, Celo, Clara Luz, Cyshimi, Daiane Lucio, Dariane Martiól, Denis Moreira, Érica Storer, Genietta Varsi, Luiz Sisinno, Mapô, Marina Lattuca, Mônica Coster, Newton Santanna, Rafael Vilarouca, Raphael Medeiros, Rebeca Miguel, Rose Afefé, Vulcanica Pokaropa e Yanaki Herrera.

“Diante do que emerge num recorte de tantas inscrições, enxergamos confluências que criam um corpo comum. Memória e aceleracionismos; ecologias, trabalho e capital; cosmologias; e o reencantamento pela arte. Que a atmosfera proporcionada por estes artistas do Abre Alas 2023 reforce esses bons ventos de retomada.”

“Com mais de 500 inscrições, vemos que a arte resiste mais uma vez, atenta, em vários Brasis. Agradecemos a todes inscrites e ao nosso trio mágico, feminino e plural, composto por Bruna Costa, Lia Letícia e Vivian Caccuri, que reuniu forças e construiu o enredo para esse desfile. Com os olhos bem abertos, amarrou em laços sutis o que hoje apresentamos a vocês. No Rio ou em Sampa, tá bonito de ver!”

 

Encruzilhada Gentil | Rua Gonçalves Ledo, 17 – Centro

Progamação de abertura:

DJ Galo Preto (@brunobalth) DJ Tata Ogan (@tataogan)

Performances de artistas selecionades do Abre Alas 18

Concurso de Fantasias Gentil valendo uma noite no Hotel Meu Cantinho

Como parte da programação do CIGA de Verão da ArtRio, em uma parceria entre A Gentil Carioca e o Solar dos Abacaxis, o Abre Alas 18 vai ter Cortejo com Reviravolta de Gaia do coletivo #florestadecristal e a Bateria Balança Mas Não Cai! A concentração aconteceu no Solar dos Abacaxis (Rua do Senado, 48), com saída para A Gentil Carioca (Rua Gonçalves Ledo, 17).

 

O evento teve apoio Beck’s

 

A GENTIL CARIOCA | RIO DE JANEIRO

Rua Gonçalves Lêdo, 11 e 17 sobrado – Centro

 

A GENTIL CARIOCA | SÃO PAULO

Travessa Dona Paula, 108, Higienópolis

Povos originários brasileiros

07/fev

 

A partir do dia 09 de fevereiro, às 14h30, o Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, RJ,  abre ao público sua nova exposição de longa duração: “Îandé – aqui estávamos, aqui estamos”, que traz um novo olhar sobre a trajetória dos povos originários brasileiros desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais. A exposição, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, será inaugurada com a roda de conversa “Memórias e museus indígenas”, com representantes dos povos Kanindé (CE) e Yawanawá (AC), seguida de apresentação cultural. Na ocasião será realizada, ainda, uma feira de arte indígena no pátio de Minerva (térreo).

Dividida em dois eixos temáticos – “Arqueologia” e “Povos originários” -, a exposição apresenta importantes objetos etnográficos – desde o tacape (arma de madeira), que pertenceu ao líder indígena Tibiriçá, no século XVI, até um colar usado em rituais contemporâneos dos Yawanawá. Obras recentes de artistas indígenas, como Denilson Baniwa, Diakara Desana, Mayra Karvalho e Tapixi Guajajara, completam a mostra, que faz uma reformulação conceitual e expográfica, após 16 anos, da exposição de longa duração sobre os povos originários brasileiros, alinhada ao tema do centenário do MHN – “Escuta, conexões e outras histórias” – e às perspectivas atuais dos povos originários.

“O discurso do museu sobre a História do Brasil tem sido alvo de uma reflexão crítica, especialmente neste momento em que celebramos 100 anos de existência”, diz Pedro Colares Heringer, diretor substituto do Museu Histórico Nacional. “Isso tem gerado uma revisão conceitual de nossas perspectivas. Îandé é fruto desse esforço e da necessidade de dar protagonismo às histórias que durante muito tempo foram invisibilizadas”.

Realizada por representantes dos núcleos técnicos do museu, consultores e curadores externos, a exposição convida à reflexão sobre a nossa própria história sem deixar de lembrar que, a todo tempo, muitas outras estão sendo escritas. Somos um conjunto de experiências diversas que percorre tempos e espaços, conectados por uma teia, muitas vezes invisível, que liga ideias e sentimentos e gera conceitos e tradições. “Îandé”, em tupi, significa “nós e vocês”.

 

Eixos temáticos

A exposição será dividida em dois grandes eixos. O primeiro, “Arqueologia”, traz parte dos vestígios e do legado dos povos originários no Brasil. Com a colaboração de especialistas da arqueologia brasileira, o MHN se propõe a reescrever a história, iluminando e evidenciando os indígenas, suas perspectivas e discursos, por muito tempo ausentes e à margem da história oficial.

O segundo eixo, “Povos originários”, apresenta um panorama dos povos indígenas, mostrando sua diversidade, sua cultura material e objetos, como vivem hoje, os museus dedicados à causa, além de um espaço para as vozes e as lutas indígenas e a arte contemporânea.

Nesse eixo, destacam-se alguns núcleos. “Os povos originários hoje” reflete sobre a diversidade de identidades, sistemas sociais e culturais, modos de viver e visões de mundo que marcam a vida contemporânea destes povos – cada vez mais protagonistas nos mais variados âmbitos da sociedade brasileira.

Nessa perspectiva, “Waapówa: nosso caminho, nossa história” faz uma introdução à produção artística indígena atual, com curadoria do artista e curador indígena Denilson Baniwa. “Neste pequeno recorte vemos uma perspectiva de povos do norte-nordeste sobre sua própria trajetória. Ambos os trabalhos, a partir da visão de seus povos, afirmam uma única história: este lugar que pisamos sempre foi terra indígena”, explica.

A diversidade dos povos originários no Brasil está presente também em objetos que compõem o acervo do Museu Histórico Nacional, evidenciando usos, costumes e hábitos integrados ao cotidiano brasileiro, e questionando sobre o que estes itens dizem sobre a contemporaneidade e a história dos mais de 250 povos que vivem hoje no país.

Outra novidade é o “Espaço da meia-lua”, pensado para ser um local de promoção das vozes e das lutas indígenas, que contará com mini exposições temporárias. A primeira delas, com peças do próprio MHN, homenageia o povo Ianomâmi.

Os museus indígenas também têm lugar em Îandé. Em um espécie de “museu dentro do museu”, Alexandre Gomes, Antônia Kanindé e Suzenalson Kanindé apresentam a história do Museu Kanindé, do Ceará, e as memórias de lutas, resistências, afirmação e valorização da identidade e das suas práticas culturais.

 

 

Encontro de escultor e crítico

 

A Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ,  promove no dia 14 de fevereiro um encontro entre o escultor José Resende, um dos maiores nomes da arte contemporânea brasileira, e o crítico e professor Ronaldo Brito, um dos mais respeitados pensadores do país. O bate-papo gira em torno da exposição “Rotação e translação”, que apresenta 14 obras inéditas em latão, mola latonada, cobre e cabo de aço de Resende. Ronaldo Brito, que possui uma parceria profissional de longa data com o artista, é quem assina o texto da mostra, que termina no dia 24 de fevereiro, na Mul.ti.plo.

A entrada é franca e o encontro acontece em 14 de fevereiro, uma terça-feira, às 18h30, como desdobramento da mostra na galeria.

Aos 77 anos de idade e com mais de 50 de uma sólida e exitosa carreira, José Resende está de volta à capital carioca depois de uma década. Em sua última exposição na cidade, em 2011, ele ocupou o saguão monumental do MAM. Dessa vez, o desafio foi criar obras que conversassem com o espaço da galeria no Leblon.

A exposição abre-se em dois tempos. No primeiro, estão obras maiores, que se desdobram delas mesmas, como uma experiência de multiplicação. São cinco esculturas de parede (de cerca de 260 x 80 x 40 cm) e duas de chão (de aproximadamente 45 x 42 x 115 cm), elaboradas a partir de tubos de latão articulados com cabo de aço. “Uma peça sai da outra, mas cada uma tem uma unidade diferente e uma relação de mobilidade com o espaço da galeria”, explica o artista. Em contraponto, estão seis esculturas menores, de cerca de 45 x 42 x 115 cm, que trabalham a questão da tensão e também do movimento a partir de hastes e molas.

O nome da exposição, “Rotação e translação”, partiu do texto crítico de Ronaldo Brito e se refere a uma frase do artista norte-americano Carl Andre. “Em resposta à perplexidade diante de suas peças literais, o escultor minimalista insistia que elas tinham, sim, base: a terra. José Resende pontuaria – a terra, em movimento de rotação e translação”, escreve Ronaldo, que também assinou o texto da exposição no MAM-RJ em 2011.

Conhecido por suas obras em grande escala, como a monumental instalação com vagões pendurados com cabo de aço, em São Paulo, em 2011, José Resende tem várias obras em locais públicos no Rio de Janeiro. Uma delas é a escultura apelidada de “O passante”, no Largo da Carioca, e “A Negona”, no corredor cultural do Centro. “José Resende é um criador de exceções. Sua poética, sempre renovada, traz uma potência que se revela a cada novo trabalho”, diz Maneco Müller, que comanda a Mul.ti.plo em parceria com Stella Ramos.

 

Sobre o artista

José Resende nasceu em São Paulo, SP, em 1945. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Formado em Arquitetura pela Universidade Mackenzie, São Paulo, cursou gravura na FAAP. Em 1963 estudou com Wesley Duke Lee e, entre 1964 e 1967, foi estagiário no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, fundou com Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo e Frederico Nasser a Rex Gallery and Sons. Em 1967, ganha o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal de São Paulo. Em 1970, realiza exposição individual no MAM-RJ e no MAC-USP. No mesmo ano, funda com Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Luís Baravelli o centro de experimentação artística Escola Brasil, onde lecionou por quatro anos. Em 1974, realiza exposição individual no MASP, São Paulo. Em 1980, recebe menção honrosa na representação do Brasil na 11ª Biennale de Paris. No mesmo ano, edita a publicação sobre arte “A Parte do Fogo” junto com um grupo de críticos e artistas. Em 1984, recebe bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, residindo em NY até 1985. Em 1988, participa da 43ª Bienal de Veneza. Em 1992, Participa da Documenta 9, Kassel, Alemanha. José Resende desenvolveu ao longo de sua carreira uma atuação pungente dentro do debate da arte e da cultura no Brasil, sobretudo entre 1960 e 1980, época da Ditadura militar. A partir da década de 1990, desenvolve inúmeros projetos, permanentes e temporários, especialmente para espaços urbanos. Além de expor diversas vezes na Bienal Internacional de São Paulo (9ª, 17ª, 20ª e 24ª) e em importantes instituições nacionais e internacionais ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira. Seus trabalhos figuram em importantes coleções públicas como o MoMA (Museum of Modern Art), Museu de Arte Moderna de São Paulo e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua última exposição foi na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, em dezembro de 2021.

 

Respirando a Natureza

06/fev

 

Artista “radicada” em Teresópolis, Bianca Land apresenta individual no Centro Cultural Correios RJ.  Depois de trabalhar durante anos em ritmo frenético no Departamento de Criação de uma grande agência de publicidade, Bianca Land decidiu mudar de ares e respirar. E se inspirar. No início dos anos 1990, quando foi morar na Serra, a artista passou a se dedicar essencialmente à pintura. O resultado poderá ser visto a partir do dia 09 de fevereiro, data de abertura da sua individual “Respirando a Natureza”, sob curadoria de Beatriz Padilla e produção de Francisco Menescal. Foram selecionados trabalhos que flertam com o movimento impressionista, em tons que vão dos azuis aos alaranjados, a maioria em médios e grandes formatos.

 

A palavra da curadora

Bianca Land Farah é uma artista inspirada pela natureza. Nascida no Rio de Janeiro, viveu a infância numa Chácara em Petrópolis, em conexão com a floresta e com os animais. Livre, muito expressiva e espontânea, sempre teve a arte como seu meio de comunicação. E foi justo Comunicação Social, que decidiu cursar na PUC do Rio de Janeiro. Já adulta, escolheu se embrenhar ainda mais na mata, indo morar em um pequeno sítio com uma cachoeira no terreno, em Teresópolis. Foi lá que Bianca formou sua família com Eduardo Small, trazendo ao mundo suas grandes paixões, os filhos Arthur e Raphael. E também, foi nesse seu pequeno paraíso, que iniciou sua carreira de artista plástica, pintando inicialmente quadros à óleo e atualmente tinta acrílica. Naturalmente, a identidade de sua pintura, traz a força de sua comunhão com a Terra e, mais que isso, nos convida a compartilhar do seu respirar a natureza. Nas telas da belíssima exposição “Respirando a Natureza”, estão expressas a escolha de vida de Bianca, a sua identificação com a explosão de cores, formas, vida, amor e energia. São telas que contam muito mais que um olhar pouco atento possa imaginar. Telas que contam da sensível experiência de imersão na alma da natureza, em pinceladas firmes e fortes pela vibração das cores e, ao mesmo tempo delicadas e suaves, por conta do doce olhar dessa grande artista”. Beatriz Padilha, janeiro de 2023.

 

 Sobre a artista

A artista Bianca Land é formada em Comunicação pela PUC e após ter trabalhado no Departamento de Criação da agência McCann Erickson, se dedica exclusivamente à pintura. Entre suas realizações destacamos exposições em diferentes cidades, a participação no circuito das artes no Rio de Janeiro, a atuação no projeto Morar Mais Por Menos, o recebimento de menção honrosa pela Só Arte Teresópolis, a criação dos afrescos decorativos do SENAC Petrópolis, e a colaboração como arte educadora do SESC Teresópolis e no lar Tia Anastácia. Seu trabalho mais recente é como cenógrafa no Centro Cultural FESO Pro Arte.

Até 02 de abril.

 

 

O Pequeno Grande Mundo de Flavio Papi

 

“O Pequeno Grande Mundo de Flavio Papi” começou a ser construído muito cedo, ainda na infância, quando já produzia maquetes e mini esculturas. Aos seis anos de idade, começou a desenhar com Augusto Rodrigues, na “Escolinha de Artes do Brasil”, e logo em seguida com Ivan Serpa, no MAM, dos 7 aos 12 anos. Seu know-how em arquitetura, já que além de artista plástico e maquetista é também arquiteto, favoreceu bastante seus projetos em menor escala; hoje, Flavio Papi é considerado o maior maquetista brasileiro, elencando uma extensa e respeitável lista de trabalhos para publicidade, cinema e televisão (TV Globo, a extinta Manchete e Record). No dia 09 de fevereiro, “O Pequeno Grande Mundo de Flavio Papi”, faz uma retrospectiva sobre sua trajetória de mais de 60 anos -, reunindo desenhos, pinturas, esculturas e maquetes, sob curadoria de Dinah Guimarães, no Centro Cultural CorreiosRJ.

 Entre as maquetes mais curiosas, estão a do “Teatro” da novela Mandala (TV Globo), a do “Banheiro”, criada para o clipe do grupo “Paralamas do Sucesso”, dirigido por Andrucha Wadington e vencedor na MTV Awards Brasil, em 1996. São destaques também na exposição a maquete oficial da “Rio 2016″ e a recente série “Floresta” (bastante oportuna no momento atual de devastação da Amazônia), criada para uma peça publicitária sobre o Dia do Meio Ambiente.

 

A palavra da curadora

“Será a arte capaz de transportar imaginariamente o espectador para um universo paralelo? A obra de Flávio Papi se insere, inegavelmente, em uma criatividade transcendental, que logra decodificar informações novas ao introduzir elementos estranhos (“ruídos”) em dados cotidianos. É aqui possível perceber uma distinção capital entre “arte formalizada” (arte criada pelos artistas) e “arte em estado bruto” (capacidade humana de fruir esteticamente objetos ou fenômenos naturais como crepúsculos)? A atual retrospectiva revela artefatos ecléticos, que mesclam valores artesanais da arte do passado com uma ruptura estética radical. Peças artísticas criadas a partir de maquetes com técnica mista (madeira, mdf, acrílico, plastique, papel, arame, pvc, plástico, poliuretano, resina, gesso, pintura acrílica ou automotiva) simbolizam obras intuitivas, espontâneas, sem projeto prévio. Fugindo da premissa ingênua de obras cuja facilidade se disfarça sob a ideia do difícil, a exposição revela desenhos, pinturas, esculturas e maquetes produzidos desde a infância do artista até a atualidade, em mais de 60 anos de trabalho ininterrupto. Começou Flávio Papi a desenhar com Augusto Rodrigues na Escolinha de Artes do Brasil e, em seguida, com Ivan Serpa no MAM-Rio. Maquetes, mini esculturas e desenhos originais dos anos 1960 constam da exposição, ao lado de esculturas recentes com temática ecológica, destruição e renascimento do planeta, assim como temas ligados à violência humana. Sua mão artística, em um gesto surrealista, expressa a criação/destruição humana do planeta e a esperança de retomada do bem comum verde, com a presença maciça de uma ecologia que possa nos redimir nesse terrível momento de crise ambiental brasileira na Amazônia. Enfatizam-se maquetes para publicidade, cinema e televisão, como aquelas feitas para novelas: “Teatro”, da novela “Mandala”, ao lado de obras para a TV GLOBO, Record e a extinta Manchete, além de filmes como “Outras estórias”, de Pedro Bial e “Lili Carabina”, de Lui Farias. Juntam-se maquetes usadas em vídeoclipes para bandas de rock e shows musicais para o programa “Fantástico”, com artistas como Djavan, Martinho da Vila, Zizi Possi, Ângela Maria e o programa “Os Trapalhões”. Destaca-se a maquete do “Banheiro” para o grupo “Paralamas do Sucesso”, vencedor do melhor vídeoclipe do ano (1996) na MTV Awards Brasil e dirigido por Andrucha Waddington. Derivando de uma família de artistas plásticos como Luiz Alphonsus e Domingos Guimaraens, foi sua obra influenciada pela poesia de Alphonsus de Guimaraens Filho, Afonso Henriques Neto e Augusto de Guimaraens Cavalcanti, devendo sua estética de connoisseurship à exímia modista Sônia Papi, sua mãe, ao bom gosto e escritos da tia Hymirene Papi de Guimaraens, às esculturas e poemas do tio Luiz Papi e ao apoio imprescindível do irmão Pedro Papi. Trata-se de ter olho e gosto, pois o bom gosto é um juiz intemporal perante o qual as obras comparecem, à espera de julgamento…”.

 

Sobre o artista

Flavio Papi nasceu no Rio de Janeiro em junho de 1954, Formado em Arquitetura pela FAU-UFRJ. Em seu currículo, há cursos de maquetes ministrados na década de 1980 no MAM. Em 1982, trabalhou por dois anos em Nova York na Maloof Architectural Models. Retornando ao Rio de Janeiro, voltou  a ministrar cursos no  IAB, E.A.V. (Parque Lage) e em seu Ateliê, na Lapa. Desde então, produz e faz maquetes para Arquitetura, Cinema, Televisão, Fotografia, Publicidade, Engenharia, Música, Artes Gráficas. Entre os seus principais projetos, “Os 100 anos de Oscar Niemeyer”, a exposição sobre os 50 anos de Brasília com a obra de Lúcio Costa, Burle Marx, Petrobrás, comerciais para Skol e Motorolla, e projetos para TV Globo e TV Record (maquetes de novelas e seriados).

Até 02 de abril.

 

 

 

Obras de Ivens Machado na Carpintaria

26/jan

 

“Tucci Russo, Torino, 1983″ apresenta pela primeira vez no Brasil, na Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, cinco esculturas de Ivens Machado que foram expostas originalmente na Galleria Tucci Russo, em Turim.

Tucci Russo foi um antológico marchand italiano dedicado a promover expoentes da Arte Povera, e as obras de Ivens Machado compartilham com o movimento a fusão da fatura manual com procedimentos industriais, a reabilitação de materiais da construção civil, e a reintrodução de uma fisiologia corporal e carga libidinal nos espaços de arte. Após a exposição na Tucci Russo, Ivens Machado expõe na Nouvelle Biennale de Paris a convite do crítico e curador italiano Achille Bonito Oliva.

As quatro esculturas de chão são como livros abertos de concreto sobre finas pernas de metal. As “páginas” são abas espessas que se abrem em três ou quatro facetas. Cada faceta exibe uma determinada consistência, estabelecendo um contraste tanto cromático quanto textural entre o concreto cru e aquele pigmentado com óxido em tons terrosos, avermelhados. As variações em dimensões, tratamentos e distribuições de informação sobre a escultura dá a cada uma um caráter específico, como se fossem criaturas de uma mesma matriz que ganham autonomia própria.

A única escultura de parede da presente exposição traz a primeira incorporação de Ivens Machado das telas de arame que se tornaram recorrentes em seu trabalho. A variedade cromática das esculturas de chão passa a uma paleta ascética de preto e cinza. O concreto e o óxido reaparecem como o material principal, mas a tela de arame de onde pendem pedaços de concreto dá à obra uma mobilidade e leveza contraditórias com o seu peso.

O uso que Machado fez de materiais da construção civil – a tela de arame, o aço, o concreto, fragmentos de azulejo e cacos de vidro – e o caráter estrutural-arquitetônico que as esculturas apresentam, aproxima a exposição de uma casa suspensa entre a construção e a demolição. À época, a crítica italiana Luciana Rogozinski descreveu os trabalhos como “flores da ruína”, expressão que encerra bem a coexistência sempre contraditória, frequentemente violenta, entre a fluência orgânica das formas de Ivens e o seu material bruto, os escombros de onde parte sua elaboração plástica.

 

Palestra e e-book no Paço Imperial

24/jan

 

Nesta sexta-feira, dia 27 de janeiro, às 16h, será realizada uma palestra gratuita com o artista Daniel Feingold, o curador Paulo Venancio Filho e o arquiteto e museólogo Giacomo Pirazzoli na exposição “Pequenos Formatos”, que comemora os 30 anos de trajetória do artista Daniel Feingold, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Na ocasião também será lançado o e-book da exposição, editado pela AREA27 e Tamanduá, com visualização gratuita, 112 páginas, bilíngue, texto do curador Paulo Venancio Filho e imagens da exposição e das séries “Pintura Espacial”, “Oval Orgânica” e “Pinturinhas”.

A exposição pode ser vista até o dia 12 de fevereiro de 2023, no Paço Imperial. Com curadoria de Paulo Venancio Filho, são apresentadas cerca de 60 pinturas recentes e inéditas, em pequenos formatos, em óleo e bastão oleoso sobre tela, que marcam uma nova fase na obra do artista, com cores mais vivas e campos cromáticos inéditos. Como um desdobramento dessas novas obras, também são apresentadas oito pinturas inéditas, em grandes dimensões, produzidas este ano em óleo sobre tela, que dialogam com as obras de menor formato. A mostra tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.

“São planos cromáticos, linhas e situações de encontros plásticos que geram uma suposta dobradura do espaço, a partir de uma cor, na maioria das vezes plana, na superfície bidimensional da pintura”, diz o artista. “Faiscantes, elétricas, ácidas, como uma dança de centelhas que, entre si, disputam o espaço total da tela – um all over da era digital. Oriundas de um estilhaçamento prévio, em curso, que impossibilita toda e qualquer possibilidade e insiste em se conter nos limites da tela, que a custo o corpo procura controlar – o élan vital pintura”, completa o curador Paulo Venancio Filho.

Conhecido por suas pinturas monumentais, nas quais escorria o esmalte sintético pela tela, criando tramas, Feingold não só mudou o material, mas também as formas e a paleta, com cores mais vivas, muitas delas em neon, além da introdução do prata, trazendo mais luz e vitalidade para as telas.

 

 Sobre o artista

Daniel Feingold nasceu no Rio de Janeiro, em 1954. Formou-se em Arquitetura na FAUSS, RJ, em 1983. Estudou História da Arte e Filosofia na UNIRIO/PUC, de 1988-1992; Teoria da Arte & Pintura e Núcleo de Aprofundamento, na EAV Parque Lage, de1988-1991 e fez mestrado no Pratt Institute, Nova York, em 1997. Dentre suas mais recentes exposições individuais estão “UrbanoChroma” (2019) – Projeto Tech_Nô, no Oi Futuro Flamengo; “Acaso Controlado” (2017), no Museu Vale do Rio Doce – Vitória, ES; “Fotografia em 3 séries” (2016), no Paço Imperial do Rio de Janeiro; ” Acaso Controlado” (2016), no Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, PR.

 

 

Visita guiada e conversa com Nadam Guerra

16/jan

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a visita guiada da artista Liana Nigri em sua exposição “Gestos de Contato”, no dia 18 de janeiro, quarta-feira, às 18 horas.

A exposição reúne um conjunto de obras inéditas e recentes, em torno do gesto de modelar como ato escultórico, em que o corpo feminino é utilizado em contato direto com a matéria. “Gestos de Contato” abrange esculturas – em porcelana, terracota, metal, granito, mármore, desenhos a carvão, vídeo e fotografia.

Após a visita, Liana Nigri vai conversar com o artista e professor Nadam Guerra, que coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UNA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, onde ela criou a série “Ovo-Mundo”, em 2019, que resultou em esculturas de terracota e um vídeo com 2’10, presentes na exposição.

A mostra “Gestos de Contato” fica em cartaz até 28 de janeiro.

 

Sobre a artista

Liana Nigri nasceu em 1984, no Rio de Janeiro. É artista visual baseada no Rio de Janeiro. Sua pesquisa chama a atenção para a presença do corpo da mulher, uma observação íntima de marcas que evidenciam traços de tempo, experiências, contatos ou traumas. Encontrando voz dentro do espaço vazio de dobras da pele. Anualmente participa de residências artísticas, como LabVerde na Amazônia, “From the Laboratory to the Studio”, em Nova York, “In Context”, na Romênia, Terra Una, na Serra da Mantiqueira, e Despina, no Rio de Janeiro. Em breve será mestre do curso de “Estudos Contemporâneos das Artes” pela UFF, onde investiga a ideia de “Gestos de contato: corpo-matéria”.

 

Sobre Nadam Guerra

Artista e doutor em artes com a tese “Como tornar-se um Artista Mago”, Nadam Guerra é professor na EAV Parque Lage e no Instituto de Artes da UERJ. Coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UMA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, que desde 2007 já recebeu mais de 200 artistas para imersão em contexto rural e florestal. Fez as exposições individuais: Pintura da Lua (2020), Galeria Archidy Picado, em João Pessoa (2018); Paço Imperial, no Rio de Janeiro (2016); Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro (2015); Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (2015); e Galeria do IBEU, Rio de Janeiro (2013). Tem obras em parceria com outros artistas como Michel Groisman (coletivo DESMAPAS) e Domingos Guimaraens, com quem criou em 2003 o Grupo UM, e o coletivo Opavivará!. Tem trabalhos nas coleções MAM Rio e Museu de Arte do Rio. Entre as exposições coletivas recentes, participou: SIART Bienal da Bolívia Literatura exposta, e Casa França Brasil, no Rio de Janeiro (2018); Alucinações à beira mar, MAM Rio (2017-19); Trust in Fiction, no CRAC Alsace (Centre art contemporain), em Altkirch, França, e Das Virgem em cardumes, no Museu Bispo do Rosário, Rio de Janeiro (2016); 1ª. Bienal do Barro, em Caruaru, Pernambuco; Colloque international Performances, no Musée d’Art Contemporain, Marselha, França; Arte Actual, México (2014). Foi curador de festivais e eventos de performance como Cinema Manual Convida (Espaço Sesc, 2003), Visor (vários locais, 2004 – 2005), V::E::R, (2005 – Parque Lage, 2011 – Terra UNA), Sara-há (Saracura, 2016), Panorama de Dança (2017) e Corpos Críticos (2018, 2019).