Gustavo Speridião no CCJF

16/jan

 

Um dos mais destacados e engajados artistas brasileiros da atualidade, Gustavo Speridião apresenta um panorama de sua obra recente na mostra “Gustavo Speridião -Manifestação contra a viagem no tempo”, no Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Evandro Salles, são apresentadas cerca de 150 obras, entre pinturas, desenhos, colagens, fotografias, filmes, objetos e faixa-poema, produzidos entre 2006 e 2022, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Paris. Desde 2016 o artista não realiza uma exposição institucional no Rio de Janeiro.

“É uma mostra antológica, que revela um artista denso e profícuo, que se inscreve fortemente nas raízes construtivas da arte”, afirma o curador Evandro Salles.

A mostra tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2. Tendo todo o seu trabalho perpassado pela palavra e pelo poema, Speridião apresenta obras impactantes, sejam pelo seu tamanho, por suas formas ou por suas frases-poemas, em trabalhos que mostram o amplo campo de linguagens exploradas pelo artista.

Cerca de 50 pinturas em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 6 metros de comprimento, estão na exposição ao lado de mais de 80 desenhos de menor formato e pequenos objetos em gesso. Faixas-poemas, que participaram de manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, fotografias e dois filmes produzidos pelo artista – um curta e um média-metragem – completam a exposição.

Os trabalhos trazem em sua temática questões políticas, existenciais, filosóficas e em defesa da liberdade de expressão, mas sempre dentro de uma narrativa poética. Trazendo o universo das ruas, muitas obras incorporam durante o processo de trabalho manchas, respingos, eventuais rasgos e sujeiras e que acabam se integrando à obra. “O pincel ou o lápis agem como uma faca. Cortando a superfície do plano em gravações definitivas, irretocadas. Suas referências históricas são explicitadas. Suas apropriações reveladas. Suas palavras são ditas (e escritas). Seus erros são incorporados ao lado de seus acertos. Nada há a esconder. Revela-se o aparecimento das verdades cruas, das ilusões vãs ou das realidades cruéis”, diz o curador.

Em trabalho inédito, seis grandes telas são dispostas em hastes fincadas em blocos de concreto urbano, semelhantes aos que encontramos nas ruas, feitos com britas. Formam um círculo por onde o público poderá caminhar e imergir, vendo a tela e seu avesso. “Sempre trabalhei com arte urbana. Os blocos de concreto me interessam como objeto e fazem a tela se tornar mais espacial, caminhando mais para a escultura. É uma fórmula que me interessa”, afirma o artista. Mesmo sendo uma quase escultura ou instalação, Speridião diz que “…tudo é parte da pintura, de um plano pictórico que está em várias dimensões”. Esses mesmos blocos de concreto aparecem em outras obras, com madeiras e pequenas faixas com textos como “A arte da revolução” ou “Tudo insuportável”.

Se elementos das ruas, como os blocos de concreto, são utilizados nas obras, o contrário também acontece e obras criadas no ateliê do artista na Gamboa, na zona portuária do Rio de Janeiro, vão para as ruas, como a faixa-poema, em grandes dimensões, medindo 2,5m X 4,5m, realizada em colaboração com Leandro Barboza, que participou de manifestações no Rio de Janeiro, e na exposição estará presa por cabos de madeira, apoiadas em blocos de concreto.

Para mostrar a ampla produção do artista, que transita por diversas linguagens, também são apresentadas fotografias, que mostram construções de imagens, e dois filmes: o média-metragem “Estudos Superficiais” (2013), ganhador do prêmio Funarte de Arte Contemporânea, em 2014, que registra lugares, imagens urbanas, momentos e pessoas, que cruzaram o caminho do artista, e curta-metragem “Time Color” (2020), que fala sobre a existência da humanidade, superação da natureza, geometria e formação da gravidade.

O título da exposição foi retirado de uma colagem de 2009 na qual, sobre uma imagem de manifestação publicada em um jornal, o artista escreve com tinta a frase que dá nome à mostra: “Manifestação contra a viagem no tempo”, em uma referência a situações recentes da nossa história. “Para enfrentar a desmemória de um falso passado, propõe e nos remete em poema ao real do aqui e agora. Imagem e palavra se articulam na construção de um terceiro sistema: POEMA”, afirma o curador.

 

Sobre o artista

Gustavo Speridião trabalha em uma grande variedade de mídias, incluindo fotografia, filmes, colagens e desenhos. De simples piadas visuais a esboços que convidam a interpretações complexas. Em sua obra, Gustavo Speridião não tem medo de parafrasear e citar coisas que o cercam, desde os discursos de trabalhadores até assuntos políticos globais ou filmes de vanguarda modernistas à história da arte. Há uma espécie de energia crítica que consegue mostrar uma atitude em relação ao que ele considera que deve ser discutido, reavaliado e recriado. O mundo inteiro pode ser o tema de seu trabalho. Tudo o que existe no mundo contemporâneo constitui sua gramática visual. O artista assimila a velocidade do mundo contemporâneo, mas recusa todos os discursos oficiais que tentam nos convencer de que a luta de classes já está completamente perdida. Speridião examina os problemas universais enfrentados pelo homem e os transforma em arte visual. Com sua criação e interpretação de imagens e a forma de editá-las, sua poesia reivindica o direito de ter voz contra o capitalismo.

 

Sobre o curador

Artista e curador. Notório Saber em Arte reconhecido pela Universidade de Brasília – UnB. Mestre em Arte e Tecnologia pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília – UnB. Profissionalmente, atuou dirigindo diversas instituições culturais: criador e diretor Executivo da Fundação Athos Bulcão – Brasília; Secretário Adjunto de Cultura do Distrito Federal (1997-1998); Diretor Cultural do Museu de Arte do Rio – MAR (2016-2019). Um dos fundadores no Rio de Janeiro do Instituto CASA – Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura. Diretor da empresa cultural Lumen Argo Arte e Projeto. Idealizou e realizou nos últimos anos inúmeras exposições de artes visuais em museus e centros culturais, das quais destacam-se: O Rio do Samba – Resistência e Reinvenção – Museu de Arte do Rio-MAR, 2018; Tunga, o rigor da distração, 2017, Museu de Arte do Rio-MAR; Claudio Paiva – O colecionador de Linhas, MAR, 2018; O Poema Infinito de Wlademir Dias-Pino – Museu de Arte do Rio-MAR, 2016; Casa • Cidade • Mundo – sobre arte e arquitetura – Centro Cultural Hélio Oiticica. Rio de Janeiro. 2015.; A Experiência da Arte – com obras de Cildo Meireles, Eduardo Coimbra, Ernesto Neto, Paula Trope, Vik Muniz, Waltercio Caldas e Wlademir Dias Pino – CCBB-Brasília – 2014, SESC Santo André – São Paulo 2015; Amilcar de Castro – Repetição e Síntese – panorama da obra do artista mineiro – CCBB-Belo Horizonte 2014; Arte para Crianças – Museu da Vale, Vila Velha – ES; Museu de Arte Moderna do RJ; Casa das Onze Janelas, Belém; CCBB Brasília; SESC Pompéia, São Paulo; Itinerância de 2006 a 2010; Curador Geral do Espaço Brasil no Carreau du Temple, Paris – Ano do Brasil na França; 2005.

 

 

Conjunto de obras Poéticas

11/jan

Encerra no dia 15 de janeiro a exposição “Dar Bandeira”, que teve abertura no dia 07 deste mês abrindo a programação de exposições de 2023 na Villa da Ladeira, Cosme Velho, espaço de extensão da Galeria Le Salon H, de Paris, no Rio de Janeiro.

A exposição “Dar Bandeira”, com curadoria de Shannon Botelho e a participação de 18 artistas contemporâneos, que “…apresentam um conjunto de obras de poéticas, estéticas e suportes diferentes para legitimar bandeiras”.

Com trajetórias conhecidas no circuito da arte, os artistas Ana Coutinho, André Vargas, Benoit Fournier, Beto Fame, Carolina Bezerra, Cibele Nogueira, Cibelle Arcanjo, Cristina Suzuki, Gabriela Noujaim, Guilherme Kid, Ivar Rocha, a dupla Leandro Barboza e Gustavo Speridião, Maria Raeder, Mariana Guimarães, Matheus Ribs, Os Bandeiras – Renato Bezerra de Mello, Mayra Rodrigues e Rogério Reis -, Pedro Carneiro e Sandra Lapage assinam bandeiras emblemáticas para a atual história do Brasil.

“Dar Bandeira” reúne diversas propostas de bandeiras, desde o símbolo nacional à possíveis interseções de linguagens de bandeiras. “A expressão “dar bandeira” possui muitas conotações, porém uma define melhor o conjunto de obras apresentados na Vila da Ladeira, que é a entrega de uma mensagem codificada em gestos artísticos. O projeto nasce de uma necessidade de celebrar a possibilidade de tecer recomeços políticos num país fraturado pela conjuntura social, econômica e política vividas nos últimos anos”, explica Shannon Botelho.

“Em Dar Bandeira, propomos que cada bandeira afirme a pluralidade na unidade. Cada artista é um indivíduo pensante e atuante, marcado por sua poética, mas que compõe a beleza da pluralidade no desejo de uma realidade mais democrática, justa e possível”, afirma o curador.

A mostra ocupa todo o espaço expositivo da Villa da Ladeira, casa principal do arquiteto José Zanini Caldas, no bairro do Cosme Velho, com construção datada de 1977. O espaço é um lugar dedicado a eventos artísticos em sinergia com a atividade da Galeria Le Salon H. Segundo Yaël Halberthal e Philippe Zagouri, diretores da Le Salon H, “este projeto de apresentar bandeiras é uma maneira de celebrar este novo espaço e ratificar a nossa ligação com a cena artística brasileira”.

 

Despedida de curadoria

 

Com a abertura da exposição “M’Kumba”, que reúne fotografias de Gui Christ, no dia 14 de janeiro, às 10h, deixa o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, o pesquisador, jornalista, curador e ativista social Marco Antonio Teobaldo, que esteve à frente da instituição desde 2010.

Desde então, o IPN se tornou referência em escravidão no Brasil, se consolidando em um importante pólo de resistência cultural, afirmação da Negritude, da arte e da memória. Ao todo, sob sua curadoria, foram realizadas três exposições permanentes – no Museu Memorial Pretos Novos, criado em 2011 – 37 exposições na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, instituída em 2012, e uma exposição no Espaço Tia Lúcia, aberto em 2019 em homenagem à artista local, com o objetivo de ser um espaço exclusivo para exibição de arte bruta, design e artesanato.

Marco Antonio Teobaldo deixa a instituição a que é tão ligado para se dedicar ao mestrado em Museologia na UniRio, onde já está mergulhado em um tema que ainda não foi estudado: Museologia de Terreiro. Ele vai também colaborar mais intensivamente com o Museu de Imagens do Inconsciente, onde faz parte do Conselho Consultivo da Sociedade Amigos do Museu; continuar o seu trabalho no Comitê de Gestão Compartilhada da Coleção Nosso Sagrado, do Museu da República; partilhar suas experiências na Rede de Museologia Social, da qual faz parte e a representa na Comissão Consultiva do Sistema Estadual de Museus, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro; e seguir a curadoria do Museu Memorial Iyá Davina, onde vem desenvolvendo o seu trabalho desde 2018.

A curadora Evangelina Seiler comenta que Marco Antonio Teobaldo é “um pesquisador que sempre apoiou e investigou a produção artística contemporânea, principalmente no que se refere à arte de terreiro, indígena e das raízes africanas da nossa história. Seu trabalho como curador no Instituto Pretos Novos foi pioneiro, se iniciou muito antes deste segmento artístico ganhar a atenção que recentemente se vê nas instituições no Brasil e no mundo. Sua contribuição para a cultura ficou registrada como de excelência”.

Clara Gerchman, cofundadora e gestora do acervo do Instituto Tunga e fundadora e diretora do Instituto Rubens Gerchman, diz: “O que vale destacar entre as muitas conquistas e feitos, muitas primeiras vezes, ações inaugurais, é que Marco Antonio Teobaldo musealizou aquele espaço, conseguindo com sua equipe e com Mercedes Guimarães mostrar e formar a apropriação daquele local. É claro que qualquer instituto, sua missão e visão, pode mudar com o passar do tempo, se redimensionar, mas foi muito importante nessa primeira grande fase, durante mais de uma década, esse papel dessa consciência, de fincar essa bandeira territorial, de existência. Isso aqui existe. Vamos botar no mapa, na cidade, no entorno, no país, vamos dar uma noção de pertencimento, vamos estruturar. Outras fases virão, e o IPN irá amadurecer, mas essa primeira etapa de vida foi muito fecunda por sua existência, como um legado, um lugar de memória, de pensamento, de exposições. A questão de musealização passa por aí. Tenho muito orgulho de ter acompanhado essa belíssima trajetória”.

Sobre ele, conta Heloisa Buarque de Hollanda – escritora e diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (Letras/UFRJ): “Desde 2010 sou testemunha do trabalho de Teobaldo para criar e transformar o IPN em uma referência nacional sobre a escravidão no Brasil. Em 2011, Teobaldo prosseguiu, criando o Museu Memorial Pretos Novos, com janelas arqueológicas e vestígios das escavações. Em 2012, criou a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, tudo isso no período de três anos. A galeria atraiu novos artistas ligados às questões daquele histórico território preto e da escravidão e da diáspora africana enquanto constituintes da nossa sociedade e da persistência estrutural do racismo entre nós. A galeria apresentou uma programação diversificada e libertária, oferecendo aos artistas possibilidades de desenvolver trabalhos inéditos e desafiadores. Simultaneamente, era criado um fluxo de visitação entre os dois espaços expositivos, ou seja, o Museu Memorial Pretos Novos e a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, atraindo e formando um público novo para a arte e para a memória do Brasil. Alguns artistas que se apresentaram no espaço da Galeria foram Rosana Paulino, Lidia Lisboa, No Martins, Heberth Sobral, Moisés Patrício, Tia Lúcia e Mel Duarte. Hoje, todos conhecidos no circuito de arte, talvez pelo gosto do novo e do emergente na cultura,  que define o trabalho e o sonho de Teobaldo. Um amigo, um parceiro e um profissional competente e criador”.

Para Mario Chagas, diretor do Museu da República, Marco Antonio Teobaldo “fez uma diferença significativa à frente do IPN porque aportou um conhecimento especializado, técnico, e, para além de tudo, isso um saber sensível, delicado, dinâmico. Ele conseguiu ao longo do tempo fazer coisas notáveis. Colocou o IPN na pauta da cultura do Rio de Janeiro, realizou exposições, promoveu debates, inseriu o IPN no âmbito da rede da museologia social do Rio de Janeiro, o que não é pouca coisa, onde tem dado contribuições notáveis. E tudo isso associado ao fato de que ele é uma pessoa de axé. É também vinculado ao Ilê Omolu Oxum, e conseguiu fazer uma articulação para raros: o IPN, Museu Memorial Iyá Davina, do Ilê Omolu Oxum, e o Museu de Imagens do Inconsciente. Ele articulou essas áreas diversas com delicadeza, sabedoria, amorosidade, aspectos importantíssimos que caracterizam Teobaldo”.

 

Espiritualidade na pintura

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Shopping Gávea Trade Center, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 02 de fevereiro a “Exposição JMS – Julio Martins da Silva”. Considerado um dos mais importantes artistas Naïf, a mostra individual exibirá 23 pinturas à óleo do artista niteroiense. Entre os destaques estão as obras “A chegada da família”, “Na praia”, “Barco à espera”, “Jardim com estátua de guerreiro”, “Jardim com casa e riacho” e “Serenata”.

 

Exposição JMS – Julio Martins da Silva

Julio Martins da Silva – JMS, como assinava seus trabalhos – nasceu em 1893, na cidade de Niterói, RJ. De família pobre, era neto de negros escravizados e filho de trabalhador rural. Aos 29 anos, trabalhava como cozinheiro em um hotel, quando começou a pintar “porque tinha aquela inclinação, gostava (…) via os outros desenhando e ficava interessado”, disse em entrevista à Lélia Coelho Frota (1975, p. 39).

Boêmio e devoto, residia no centro do Rio quando conheceu a tinta a óleo e começou a usar sobre papelão, material que encontrava facilmente à sua volta. Apenas ao se aposentar, com 71 anos de idade, Julio passou a viver exclusivamente da pintura e, então, pode aperfeiçoar seu estilo.

O artista tinha predileção pela cor verde, muito representada em seus jardins harmoniosos. Neles, caminhos floridos, animais pacatos e fontes d’água são o cenário perfeito para casais apaixonados e criancinhas felizes, refletindo uma ordem espiritual que ele buscava por meio de sua arte. Tudo em sua obra é delicadeza, apesar de não ter negado a angústia histórica de seu tempo, conforme Lélia (2005, p.268). Favelado e negro, não poderia deixar de notar a marca da desigualdade, mas não a expressava. Transcendia-a ao compor em jardins a espiritualidade de sua fé, a arte como purificação da vida.

Realizou exposições individuais em galerias de São Paulo e Rio de Janeiro, bem como no MNBA – RJ (1975). Participou da Bienal de Veneza em 1978, ano de sua morte e expôs em Washington (EUA) no ano de 1984.

 

Laura Olivieri Carneiro

Janeiro 2023

Visitação: de segunda a sábado, das 10h às 19h.

 

 

Mul.ti.plo exibe José Resende

16/dez

 

“Rotação e Translação” traz esculturas inéditas de um dos nomes de maior destaque da arte contemporânea brasileira. É a primeira mostra do artista paulista no Rio de Janeiro após mais de uma década, quando expôs no MAM, em 2011. Com texto crítico de Ronaldo Brito, exposição vai até 24 de fevereiro de 2023, com obras que conversam com o espaço da galeria.

Aos 77 anos e com mais de 50 anos de uma sólida e exitosa carreira, o artista paulista volta a expor na capital carioca depois de uma década. Em sua última exposição na cidade, em 2011, ele ocupou o saguão monumental do MAM. Dessa vez, o desafio foi criar obras que conversassem com o espaço da galeria no Leblon. Assinando o texto da mostra está um dos mais relevantes pensadores do país, o crítico de arte e professor Ronaldo Brito, que também participou do projeto no MAM. Na Mul.ti.plo, José Resende apresenta 14 obras inéditas em materiais como latão, mola latonada, cobre e cabo de aço. A exposição de José Resende na Mul.ti.plo abre-se em dois tempos. No primeiro, estão obras maiores, que se desdobram delas mesmas, como numa experiência de multiplicação. São cinco esculturas de parede (de cerca de 260 x 80 x 40 cm) e duas de chão (de aproximadamente 45 x 42 x 115 cm), elaboradas a partir de tubos de latão articulados com cabo de aço. “Uma peça sai da outra, mas cada uma tem uma unidade diferente e uma relação de mobilidade com o espaço da galeria”, explica o artista. Em contraponto, estão seis esculturas menores, de cerca de 45 x 42 x 115 cm, que trabalham a questão da tensão e também do movimento a partir de hastes e molas.

O nome da exposição, “Rotação e translação”, partiu do texto crítico de Ronaldo Brito e se refere a uma frase do artista norte-americano Carl Andre. “Em resposta à perplexidade diante de suas peças literais, o escultor minimalista insistia que elas tinham, sim, base: a terra. José Resende pontuaria – a terra, em movimento de rotação e translação”, escreve Ronaldo, que também assinou o texto da exposição no MAM-RJ em 2011. Os dois têm uma parceria profissional de longa data.

Conhecido por suas obras em grande escala, como a monumental instalação com vagões pendurados com cabo de aço, em São Paulo, em 2011, José Resende tem várias obras em locais públicos do Rio. Uma delas é a escultura apelidada de “O passante”, no Largo da Carioca, e “A negona”, no corredor cultural do Centro. “O convite da Mul.ti.plo para expor novamente no Rio me deu muito prazer. Essa ausência de 11 anos estava para ser cortada. Eu estava me cobrando isso e achando que não cabia ficar tão ausente numa cidade onde fui sempre tão bem recebido e também tenho essa presença em espaços públicos que me envaidece muito”, diz o artista, que expõe pela primeira vez na galeria. “José Resende é um criador de exceções. Sua poética, sempre renovada, traz uma potência que se revela a cada novo trabalho”, diz Maneco Müller, que comanda a Mul.ti.plo em parceria com Stella Ramos.

 

Sobre o artista

José Resende nasce em São Paulo, 1945. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Formado em arquitetura pela Universidade Mackenzie, São Paulo, cursa gravura na FAAP. Em 1963 estuda com Wesley Duke Lee e, entre 1964 e 1967, é estagiário no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, funda com Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo e Frederico Nasser a Rex Gallery and Sons. Em 1967, ganha o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal de São Paulo. Em 1970, realiza uma individual no MAM-RJ e no MAC-USP. No mesmo ano, funda com Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Luís Baravelli o centro de experimentação artística Escola Brasil, onde leciona por quatro anos. Em 1974, realiza exposição individual no MASP, São Paulo. Em 1980, recebe menção honrosa na representação do Brasil na 11ª Biennale de Paris. No mesmo ano, edita a publicação sobre arte “A Parte do Fogo” junto com um grupo de críticos e artistas. Em 1984, recebe bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, residindo em NY até 1985. Em 1988, participa da 43° Bienal de Veneza. Em 1992, Participa da Documenta 9, Kassel, Alemanha. José Resende desenvolveu ao longo de sua carreira uma atuação pungente dentro do debate da arte e da cultura no Brasil, sobretudo entre 1960 e 1980, época da ditadura militar. A partir da década de 1990, desenvolve inúmeros projetos, permanentes e temporários, especialmente para espaços urbanos. Além de expor diversas vezes na Bienal Internacional de São Paulo (9°, 17°, 20ª e 24ª) e em importantes instituições nacionais e internacionais ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira. Seus trabalhos figuram em importantes coleções públicas como MoMA (Museum of Modern Art), Museu de Arte Moderna de São Paulo e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua última exposição foi na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

 

Exposição na Casa Roberto Marinho

15/dez

 

A mostra “Alegria aqui é mato – 10 olhares sobre a Coleção Roberto Marinho” conta com dez salas e ficará aberta até março de 2023. Fernanda Montenegro, Adriana Calcanhotto e Glauco Campello estão entre os nomes convidados a organizarem as salas com peças selecionadas.

Ao longo de seis décadas, a Casa Roberto Marinho, como residência do jornalista carioca, foi palco de manifestações de diversos setores da criação: peças de teatro, apresentações musicais, saraus literários e projeções de filmes. Ao seguir esta tradição festiva, o instituto cultural localizado no Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, apresenta a exposição “Alegria aqui é mato – 10 olhares sobre a Coleção Roberto Marinho”, com curadoria geral de Lauro Cavalcanti.

Reunindo cerca de 200 obras, a mostra é composta pelo olhar atento de dez personalidades de vertentes variadas, que se dedicaram por meses ao estudo da Coleção Roberto Marinho. A atriz Fernanda Montenegro, os músicos Adriana Calcanhotto e Paulinho da Viola, o cineasta Antonio Carlos da Fontoura, o fotógrafo Walter Carvalho, o arquiteto Glauco Campello, o designer Victor Burton e os artistas plásticos Gabriela Machado, José Damasceno e Marcos Chaves foram convidados a organizar suas salas com peças selecionadas a partir do acervo – que reúne cerca de 1.400 itens – dialogando, por vezes, com trabalhos de sua autoria e/ou de outras coleções particulares.

Lauro Cavalcanti, diretor da Casa, explicou que o título da mostra surgiu no processo de sua feitura. “Na seleção inicial da sala a cargo de Victor Burton, constava uma fotografia do norte-americano Hart Preston: um flagrante do carnaval carioca de 1942 em que um folião exibe um cartaz com a frase “Tristeza aqui é mato”. Ambíguo, ainda que festivo, sobressaía-se nele a palavra “tristeza'”, disse o diretor. “No lugar de “tristeza”, escrevemos “alegria”. Alegria de viver e de criar. “Mato”, na gíria antiga, significava abundância. Pois nesta exposição, pautada pela pluralidade e fortaleza da cultura brasileira, arte é mato”, ele afirma.

A mostra ficará aberta para visitação até o dia 19 de março de 2023.

 

Márcia Falcão ilustra Machado de Assis

13/dez

 

Um dos textos mais brilhantes de Machado de Assis, “Pai contra mãe”, de 1906, faz um duro retrato da sociedade brasileira de sua época, expondo com crueza a escravização, a miséria e a violência vivida por negros e pobres no Brasil. O conto desenha a história de sujeitos que vivem na engrenagem da opressão de um sistema capitalista escravocrata, com as violências racial e de gênero que persistem em pleno século XXI.

 

Esta edição ilustrada por uma série de pinturas inéditas da artista carioca Márcia Falcão, criadas especialmente para o livro, conta com um ensaio crítico inédito do professor e pesquisador José Fernando Peixoto de Azevedo e outro da jornalista e escritora Bianca Santana, além de texto assinado pelo jornalista Tiago Rogero, criador do projeto Querino, para quem “Machado escancara não só as muitas formas de tortura naturalizadas pela “boa gente brasileira”, mas especialmente o fato de que, naqueles tempos – e até hoje – a pessoa africana ou afrodescendente era – e é – uma cidadã de segunda classe no Brasil. Uma vida que vale menos e que, muitas vezes, não tem nem o direito de nascer.”

 

Sobre o autor

Machado de Assis, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 1908. Publicou seu primeiro livro de poemas, “Crisálidas”, em 1864 e seu primeiro romance, “Ressurreição”, em 1872. Mantinha forte colaboração com jornais e revistas da época, como O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira, nos quais publicava crônicas, contos, romances e poemas, que vinham a público em forma de folhetim antes de serem publicados em livros. Assim, saíram as primeiras versões de “A mão e a luva” (1874), “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1880), “Quincas Borba” (1886-1891), entre outros. Em 1881, publicou em livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”, inaugurando assim sua fase realista, a qual inclui suas obras mais conhecidas: “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”. Em 1897, foi eleito presidente da Academia Brasileira de Letras, cargo que ocupou por mais de dez anos. A instituição que ajudara a fundar no ano anterior ficou conhecida como Casa de Machado de Assis. Em 1906, publicou o livro de contos e peças teatrais “Relíquias da casa velha”, no qual se encontra “Pai contra mãe”. Em 2020, a Cobogó publicou uma edição especial de seu livro “O alienista”, ilustrada por obras da artista Rivane Neuenschwander.

 

Sobre a artista

Márcia Falcão nasceu no Rio de Janeiro em 1985, foi criada no bairro de Irajá e vive e trabalha no subúrbio carioca. Partindo da própria experiência, as pinturas figurativas da artista apresentam expressivas representações do corpo feminino, sublinhando a complexidade do contexto social em que este se encontra inserido, atravessado por uma paisagem dubiamente bela e violenta. O feminino, a maternidade, os padrões de beleza e a violência de gênero são temas recorrentes que perpassam suas telas, marcadas pelo gesto e pela fisicalidade. Em 2022, a artista apresentou sua primeira exposição individual em São Paulo, na Fortes D’Aloia & Gabriel, um desdobramento da mostra ocorrida na Carpintaria, no Rio de Janeiro, em 2021. Entre suas principais exposições coletivas destacam-se: “Parábola do Progresso” (2022), Sesc Pompeia, São Paulo; “MAR + Enciclopédia Negra” (2022), Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro; “Crônicas Cariocas” (2021), Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro; “Engraved into the Body” (2021), Tanya Bonakdar Gallery, Nova York, entre outras. A série de pinturas que ilustrou este livro foi executada especialmente para esta edição de “Pai contra mãe”.

 

Sobre Bianca Santana

Bianca Santana é doutora em Ciência da Informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), escritora e jornalista. É autora dos livros “Quando me descobri negra” (2015), “Continuo preta: A vida de Sueli Carneiro” (2021) e “Arruda e guiné: Resistência negra no Brasil contemporâneo” (2022).

 

Sobre José Fernando Peixoto de Azevedo

Dramaturgo, roteirista, diretor de teatro e cinema, curador e professor da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/ECA-USP). É coordenador da “Coleção Encruzilhada da Cobogó”, que publica autores que refletem o presente lançando luz sobre o antirracismo, os feminismos e o pensamento em perspectiva crítica negra.

 

Sobre Tiago Rogero

Nascido em 1988 em Belo Horizonte, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Jornalista, é um dos diretores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e trabalhou em jornais como O Globo, O Estado de S.Paulo e a rádio Band News FM. É idealizador do “Projeto Querino” – podcast que mostra como a História explica o Brasil de hoje – e de “Vidas negras e Negra voz”. Atualmente atua como gerente de criação na Rádio Novelo. Pelo 5º episódio de “Negra voz”, recebeu o 42º Prêmio Vladimir Herzog na categoria Produção Jornalística em Áudio.

 

Ficha Técnica

Autor Machado de Assis

Textos complementares Bianca Santana e José Fernando Peixoto de Azevedo

Texto de orelha Tiago Rogero

Ilustração Márcia Falcão

Idioma Português

Número de páginas 72

ISBN 978-65-5691-088-8

Capa Bloco Gráfico

Encadernação Brochura

Formato 13,8 x 19 cm

Ano de publicação 2022

 

 

Premiação para Elizabeth de Portzamparc

12/dez

 

O Prêmio IAB-RJ – “Arquiteta do Ano: Elizabeth de Portzamparc A visão inovadora e comprometida com o meio ambiente” e a inclusão de Elizabeth de Portzamparc, em projetos na França e na China

Elizabeth de Portzamparc, carioca radicada em Paris há muitos anos, tem ganhado muitos prêmios na Europa por sua atividade destacada em arquitetura e urbanismo, principalmente à frente de projetos de grande porte, na França e na China – em que constrói bairros inteiros, centros de ciência, museus, e uma monumental torre de 262 metros de altura em Taiwan, entre muitos outros. Ela estará no Brasil para receber, a convite de Igor de Vetyemy, na segunda-feira dia 12, do IAB-RJ o prêmio de Arquiteto do Ano. No dia 15, às 17h, fará a palestra magna em uma solenidade no MAR (Museu de Arte do Rio) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, em homenagem ao dia do Arquiteto e Urbanista. Após sua fala, haverá um debate com Sérgio Magalhães e mediação de Nádia Somekh.

O que tem destacado Elizabeth de Portzamparc no cenário atual da arquitetura, e talvez seja a chave do sucesso para vencer tantos concursos internacionais – em que os participantes são identificados por números, e não nomes – é sua ousadia e a profunda conexão com a natureza. No projeto vencedor em 2021 na China, “Living in the leaves”, em Huizhou, uma região de árvores milenares do distrito de Guangdong, para a construção de casas, cabanas, e um SPA, em uma área de 43 mil metros, ela faz um “manifesto contra o desflorestamento”. Além de todo o desenho que se mimetiza com a natureza, serão usados materiais locais como madeira, pedra e terra. “Ao lidar com uma zona virgem, precisamos fazer como os povos indígenas, e em vez de construir coisas que podem agredir, devemos propor um modo de viver completamente integrado, em respeito total à floresta, co-habitando, inserindo um novo elemento no ecossistema, enriquecendo este ecossistema sem agredir. Nós temos que conviver com a natureza, com delicadeza, e fazer parte dela”, afirma.

No recentemente concluído Palácio da Ciência em Pudong, Xangai – Science Hall of Zhangjiang – com área de 120 mil metros quadrados, o parque urbano se integra à construção ascendendo suavemente, em um plano inclinado até o teto, onde além da área verde estão barzinhos e espaços para exposições e eventos.

Elizabeth de Portzamparc é casada com o prêmio Pritzker Christian de Portzamparc, com quem tem dois filhos e três netos, e não perde sua ligação com o Brasil.

 

Inserções na Galeria Patrícia Costa

08/dez

 

Adriano Mangiavacchi completa mais de 40 anos de trajetória e exibe novas obras. Em 1982, o artista italiano Adriano Mangiavacchi fazia sua primeira individual no Parque Lage. Quatro décadas depois, ele apresenta obras recentes e inéditas na mostra “Inserções”, na Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Av. Atlântica, 4.240/lojas 224 e 225 e no dia 17, na Casa de Petrópolis, na Serra Fluminense. Sob a curadoria de Claudia Saldanha, a exposição reúne mais de 18 trabalhos produzidos entre 2018 e 2022. Utilizando o processo de “seripintura” – termo concebido pelo artista que reúne as qualidades da pintura e da serigrafia -, ele produz telas de formatos diversos aglutinadas, como se fossem peças de outdoors, compondo uma única obra.

“Porque ‘Inserções’? Inserir é incluir! Inclusão de várias partes diferentes para criar uma união harmoniosa. Inserir é entrar, é pertencer, é entregar-se, é mergulhar, é aprofundar. Enfim, In-ser-ção é o ato de “ser” in!”, define o artista.

São inserções casuais, que resgatam paisagens com o colorido de amarelos, laranjas e verdes, presentes na natureza brasileira que Mangiavacchi tanto admira. As cores resultam da mistura de tintas acrílicas, depois numeradas, meticulosamente, para dar origem à sua própria paleta. Em alguns quadros, usa tintas iridescentes, resultando em reflexos metalizados.

“Adriano apropria-se da paisagem do Rio como alguém que conhece profundamente a cidade. Um observador assíduo, que de tanto testemunhar a vida de seus habitantes e a própria paisagem, acaba por apaixonar-se por seu objeto de desejo”, diz a curadora, Claudia Saldanha.

 

O fascínio que a arte urbana exerceu sobre Mangiavacchi

Aos sete anos de idade, Adriano Mangiavacchi já reproduzia a textura aveludada das flores com seus lápis de cor. Na década de 1970, vem para o Brasil e conhece Luiz Aquila, quando passa a frequentar o seu curso de pintura, em Petrópolis. Em 1980, Adriano assume de fato a vocação pela arte, ingressando no grupo de Paulo Garcez, com quem aprende a disciplina de trabalho, a procura da linguagem, a postura crítica. Retoma seu fascínio pela poesia urbana. Em 1986, véspera de eleições, documentou os restos de propagandas que cobriam os muros da cidade. A dramaticidade e espontaneidade dessas intervenções acabaram por influenciar uma fase marcante de sua carreira, em um momento de grande potencial pictórico. “A cidade é uma fonte de inspiração extraordinária”, afirma.

 

Até 14 de janeiro de 2023.

 

Lançamento da Coleção PHTBX

06/dez

 

 

A palavra dos editores

O que têm em comum a maestria da cor de Walter Firmo;  a abordagem híbrida e conceitual no olhar de Claudia Jaguaribe; o registro histórico e intimista do Clube da Esquina pelas lentes de Cafi; a dramaticidade de luz e cores nos movimentos femininos de Ana Quintella; o noir enigmático construído por Milton Montenegro e a aridez e o alumbramento da paisagem de Walter Carvalho? A participação na Coleção Phtbx (PHOTOBOX), uma proposta inovadora de colecionismo, difusão e memória da arte fotográfica. Um time de estreia dos sonhos para amantes da fotografia, experientes ou iniciantes na arte de colecionar. As primeiras edições já estão disponíveis para pré-venda em nosso site e com desconto de 15% para compras realizadas até o dia 07/12/22.

Angela Magalhães, Nadja Peregrino e Gabriela Toledo, curadoras e pesquisadoras da fotografia, traçam um recorte sobre a trajetória artística de fotógrafos consagrados e trazem, em edição personalizada, caixas individuais contendo 12 obras em impressão fine art. Compõem a edição um texto curatorial sobre cada artista e o selo do impressor – Estúdio Lupa. As caixas, desenvolvidas com exclusividade pela Ipsis, terão tiragem limitada, numerada e certificada, com projeto gráfico assinado por Mariana Jaguaribe. Caso tenha interesse em obter mais informações sobre a Coleção Phtbx (Photobox), entre em contato e enviaremos um catálogo com mais detalhes sobre o conteúdo de cada caixa. Entre luzes e sombras, entre o visível e o invisível, o desafio é adentrar num mundo onde o imaginário é a mola mestra da vida.

Ana Chafir, Gabriela Toledo e Sergio Cohn.