Exposição de Arjan Martins

26/abr

 

 

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, tem o prazer de apresentar Descompasso Atlântico, de Arjan Martins, a segunda individual do artista na galeria, virtualmente integrada ao Galleries Curate: RHE, que envolve um grupo de galerias contemporâneas de todo o mundo que se reuniram para discutir como navegar pelos novos desafios da atualidade. Como primeiro capítulo desta colaboração, trazemos a exposição que tem como ponto de partida um tema universal e unificador: a água.

 

 

Provocados pelo tema, que a todos une, em Descompasso Atlântico, chegamos a uma seleção de obras que reiteram a navegação do artista por uma história de resistências e refluxos simbólicos, políticos, culturais e existenciais dos negros de ascendência Africana transplantados pela escravidão colonial. Não por acaso, a data de lançamento da exposição, 22 de abril, é a mesma data da chegada dos colonizadores portugueses a Pindorama, ao Monte Pascoal, na Ilha de Vera Cruz, que veio a se tornar o Brasil.

 

 

Paralelamente ao espaço presencial da galeria, como ação externa e pública da mostra, com o apoio da Orla Rio e parceria do Alalaô (uma mobilização artística-política-afetiva, que leva às praias do Rio de Janeiro intervenções, performances e diversas ações artísticas), Arjan Martins transporta para Ipanema as instalações de birutas, expondo aparelhos destinados a indicar a direção dos ventos, que fundem-se as bandeiras marítimas e seus códigos internacionais para transmitir mensagens entre embarcações e portos, que revelam significados específicos e possibilitam ao espectador uma leitura sensível de termos técnicos.

 

 

Em sua poética, Martins prevê a ampla navegação das águas do oceano negro, seja transitando entre períodos históricos, seja viajando entre diferentes latitudes e longitudes. Em suas Birutas, ele relaciona símbolos marítimos com o tráfico de pessoas escravizadas, revelando no nosso dia-a-dia as questões sociais não resolvidas da nossa história.

 

 

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Panorama da arte contemporânea brasileira

15/abr

 

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro apresenta, a partir do dia 14 de abril de 2021, a exposição inédita “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na coleção Andrea e José Olympio Pereira”, com 119 obras de 68 artistas, pertencentes à magnífica coleção do casal carioca, radicado em São Paulo há mais de 30 anos. Nos últimos anos, Andrea e José Olympio constam na lista publicada anualmente pela prestigiosa revista ARTnews como um dos 200 maiores colecionadores de arte do mundo. O CCBB RJ está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento on-line (eventim.com.br), controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

O conceito desta mostra chama a atenção para a importância do colecionismo no Brasil. “Arte é o alimento da alma, ela amplia o mundo, te leva para lugares, te leva a sonhar. O colecionismo é fundamental, além de sustentar a produção artística, é também uma forma de cuidar das obras, uma grande responsabilidade”, diz o casal, que começou a coleção na década de 1980 de forma despretensiosa, estudando e visitando exposições e leilões de arte. Hoje, possuem cerca de 2.500 obras. “Temos na coleção somente trabalhos com os quais estabelecemos alguma relação. Pode ser uma obra que nos toca ou nos perturba, mas que mexe de alguma forma conosco. Poder expor a coleção é um privilégio para nós. É uma oportunidade de dividir a coleção com o grande público, de rever algumas obras e de vê-las em diálogo com outras, ganhando um novo significado”. O curador Raphael Fonseca foi convidado a pensar uma narrativa para a exposição a partir da coleção. A mostra ocupará as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ a partir de núcleos temáticos, com obras de importantes artistas, de diferentes gerações, cobrindo um arco de 40 anos de arte contemporânea brasileira. A exposição conta com obras em diferentes linguagens, como pintura, instalação, escultura, vídeo e fotografia. “A ideia é que o público veja cada sala como uma exposição diferente e que tenha uma experiência distinta em cada uma delas. Os contrastes e a diversidade da arte brasileira serão visíveis a partir da experiência do espectador”, afirma Raphael Fonseca.

Sem seguir uma ordem cronológica, a exposição traz desde trabalhos produzidos em 1981, como a escultura “Aquário completamente cheio”, de Waltercio Caldas, e a fotografia “Maloca”, de Claudia Andujar, até a pintura “De onde surgem os sonhos” (2021), de Jaider Esbell, mais recente aquisição da coleção. Obras raras, como pinturas de Mira Schendel (1919 -1988), produzidas em 1985, também integram a mostra, que apresenta, ainda, obras pouco vistas publicamente, dos artistas Jorge Guinle, Laura Lima, Marcos Chaves e da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

A exposição será dividida em oito salas, intituladas a partir do nome de obras presentes em cada um dos espaços. “Os trabalhos que dão título às salas norteiam o tema e os demais, criam um diálogo ao redor, sendo alguns mais literais e outros nem tanto”, diz o curador Raphael Fonseca.

Na primeira sala, intitulada “A Coleção”, estará uma única obra: a instalação homônima do artista paulistano Pazé. Feita em adesivo vinilico, ela cobrirá todas as paredes do espaço com a imagem de uma coleção de pinturas, onde, nos diversos quadros, há personagens que olham para os visitantes. A instalação, de 2009, é apresentada de forma inédita na exposição, com novos elementos. “É um trabalho que pensa a coleção, assim como a exposição”, afirma o curador.

A segunda sala, “Coluna de Cinzas”, parte da escultura de Nuno Ramos, de 2010, em madeira e cinzas, medindo 1,87m de altura, para falar sobre o tempo, sobre a morte e sobre a brevidade da vida. Desta forma, no cofre estará o vídeo “O peixe” (2016), de Jonathas de Andrade, sobre uma vila de pescadores onde há o ritual de abraçar os peixes após a pesca, como um rito de passagem. Nesta mesma sala estarão as obras “Isto é uma droga” (1971/2004), de Paulo Bruscky, uma assemblage de caixas de remédio; “Stereodeath” (2002), de Marcos Chaves, composta por fotografia e relógio, e o vídeo “Nanofania” (2003), de Cao Guimarães, em Super 8, onde, cadenciados por uma pianola de brinquedo, pequenos fenômenos acontecem, como a explosão de bolhas de sabão e o salto de moscas.

A terceira sala da exposição é a maior de todas, com 42 obras, e chama-se “Costela de Adão”, inspirada na pintura de Marina Rheingantz, de 2013. “É um núcleo basicamente sobre paisagem, tema que tem bastante destaque na coleção”, afirma o curador Raphael Fonseca. Nesta sala, estão obras de Amelia Toledo, Ana Prata, Brigida Baltar, Claudia Andujar, Daniel Acosta, Daniel Steegmann Mangrané, Efrain de Almeida, Fabio Morais, Jaider Esbell, Janaina Tschape, Jorge Guinle, Leonilson, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Mauro Restife, Paulo Nazareth, Paulo Pasta, Paulo Nimer Pjota, Rodrigo Andrade, Rosana Ricalde, Sandra Cinto, Vania Mignone e Waltercio Caldas.

“War” é a quarta sala, cujo nome vem da obra do artista Rodrigo Matheus, que faz uma alusão ao clássico jogo de estratégia. Esse núcleo traz obras com o tema da violência e conflito, como as pinturas em óleo sobre tela “Azulejaria com incisura vertical” (1999), de Adriana Varejão, e “Caveira” (2007), de Antonio Malta Campos, além da fotografia “Sem título (for sale)”, de 2011, de Paulo Nazareth, do neón “Sex,War & Dance” (2006), de Carmela Gross, da obra “Batalha naval” (2004), também de Rodrigo Matheus, e o “Painel de ferramentas grandes” (2013), de Afonso Tostes.

Seguindo, chega-se à quinta sala, intitulada “Saramandaia”, que é uma escultura em bronze policromado da artista Erika Verzutti, de 2006. “Neste núcleo, é pensando o corpo estranho nas artes visuais, ou seja, o monstro, a mistura entre humano e animal, com um caráter mais surrealista, que podemos encontrar nos desenhos do Cabelo e nas obras da Laura Lima e do Véio”, explica o curador. Nesta sala, estarão 34 obras dos artistas Adriano Costa, Alex Cerveny, Anna Israel, Bruno Novelli, Cabelo, Eduardo Berliner, Erika Verzutti, Gilvan Samico, Ivens Machado, José Bezerra, Laura Lima, Odires Mlázsho, Paulo Monteiro, Tunga, Véio (Cícero Alves dos Santos) e Walmor Corrêa.

Trabalhos que pensam a relação entre documento e ficção, verdade e mentira, estão na sexta sala, “Como se fosse verdade”, cujo nome veio da instalação da dupla Bárbara Wagner e Benjamim de Burca, de 2017, onde retratos de pessoas que passavam por um terminal de ônibus foram transformados em capas de CDs, partindo de um questionário onde esses personagens definiram os cenários, os temas e as expressões que melhor os representariam. Além da instalação, nesta sala também estão obras de Fábio Morais, Iran do Espírito Santo, Laura Lima, Leda Catunda, Leonilson, Maureen Bisilliat, além do trabalho “Carmen Miranda – uma ópera da imagem” (2010), do artista paranaense radicado na Suécia e no Rio de Janeiro, Laércio Redondo, que aborda os problemas da representação do corpo performático de Carmen Miranda, através da obra composta por ripas de madeira, com objetos diversos, e alto-falantes, que transmitem um texto sobre a cantora.

A série de fotos “Blue Tango” (1984/2003), de Miguel Rio Branco, que retrata crianças jogando capoeira, dá nome à sétima sala, cujo tema é o movimento, a dança, “tanto em obras que trazem o corpo quanto na abstração”, ressalta o curador. Neste núcleo também estão obras de Carla Chaim, Emmanuel Nassar, Enrica Bernadelli, Ernesto Neto, Iole de Freitas, Jarbas Lopes, Luciano Figueiredo, Luiz Braga, Dias & Riedweg, Miguel Rio Branco, Mira Schendel e Rodrigo Matheus.

Na oitava e última sala estará a obra “Menos-valia” (2005-2007), da artista Rosângela Rennó, composta por objetos adquiridos na feira Troca-troca, na Praça XV, no Rio de Janeiro. Os objetos foram seccionados de acordo com os respectivos níveis de depreciação no ato da negociação. Desta forma, os objetos mais negociados aparecem multiplicados na obra. “É um trabalho que também pensa o colecionismo, mas de forma oposta da obra de Pazé, que está na primeira sala. Se ali o olhar dele se voltou para o fantasma da tradição da pintura ocidental, o de Rennó se volta para aquilo que é visto como algo a ser reciclado e, talvez, nunca reutilizado. São formas diferentes de se pensar criticamente uma coleção”, diz o curador Raphael Fonseca. A exposição será acompanhada de um catálogo, que será lançado ao longo da mostra.

SOBRE A COLEÇÃO

Com cerca de 2.500 obras, com foco na produção brasileira a partir dos anos 1940 até o momento atual, a coleção Andrea e José Olympio Pereira é uma das mais destacadas do mundo. A visão cultural que o casal tem de sua coleção vai muito além de ceder obras para mostras individuais e coletivas em museus no Brasil e no exterior. Em 2018, com o intuito de não só acondicionar e guardar parte das obras, mas de dar acesso a pessoas, artistas e estudantes de arte, eles alugaram um antigo armazém de café do século XIX e o converteram em um espaço expositivo – o Galpão da Lapa. A proposta é convidar, a cada dois anos, um curador para montar uma exposição a partir das obras da coleção. O casal não costuma adquirir uma só obra de cada artista. “Quando nos interessamos por um artista, gostamos de ter profundidade. Conseguimos entendê-lo melhor desta forma, pois um único trabalho não mostra tudo. É como um livro, no qual não é possível entender a história só com uma página”. José Olympio Pereira contribui para vários museus no Brasil e no exterior, participando dos conselhos dessas instituições. No Brasil, é presidente da Fundação Bienal de São Paulo e participa do conselho do Museu de Arte de Sâo Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Em Nova York, participa do The International Council of The Museum of Modern Art (MoMA); em Londres, do International Council da Tate Modern e, em Paris, do Conselho da Fundação Cartier para a Arte Contemporânea (Fondation Cartier pour l’Art Contemporain). José Olympio também faz parte do Conselho da ONG SOS Mata Atlântica. Andrea participa do conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e é presidente da ONG Americas Amigas, que luta contra o câncer de mama.

SOBRE O CURADOR

Raphael Fonseca é pesquisador da interseção entre curadoria, história da arte, crítica e educação. Doutor em Crítica e História da Arte pela UERJ. Mestre em História da Arte pela UNICAMP. Graduado e licenciado em História da Arte pela UERJ. Trabalhou como curador do MAC Niterói entre 2017 e 2020. Entre suas exposições, destaque para “Vaivém” (CCBB SP, DF, RJ e MG, 2019-2020); “Lost and found” (ICA Singapore, 2019); “Riposatevi – Lucio Costa” (MAC Niterói, 2018); “A vida renasce, sempre – Sonia Gomes” (MAC Niterói, 2018); “Dorminhocos – Pierre Verger” (Caixa Cultural Rio de Janeiro, 2018); “Regina Vater – Oxalá que dê bom tempo” (MAC Niterói, 2017); “Bestiário” (Centro Cultural São Paulo, 2017); “Dura lex sed lex” (Centro Cultural Parque de España, Rosario, Argentina, 2017); “Mais do que araras” (SESC Palladium, Belo Horizonte, 2017), “Quando o tempo aperta” (Palácio das Artes – Belo Horizonte e Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro, 2016); “Reply all” (Grosvenor Gallery, Manchester, Inglaterra, 2016); “Deslize” (Museu de Arte do Rio, 2014), “Água mole, pedra dura” (1a Bienal do Barro, Caruaru, 2014) e “City as a process” (Ural Federal University, II Ural Industrial Biennial, Ekaterinburgo, Rússia, 2012). Recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça de curadoria (2015) e o prêmio de curadoria do Centro Cultural São Paulo (2017). Curador residente do Institute Contemporary Arts Singapore (2019) e da Manchester School of Art (2016). Integrante do comitê curatorial de seleção da Bienal Videobrasil (2019). Jurado do Prêmio Pipa (Brasil, 2019) e do Prêmio Mariano Aguilera (Quito, Equador, 2017). Participante do comitê de indicação do Prêmio Prima (2018 e 2020). Autor convidado para o catálogo da 32ª Bienal de São Paulo (2016).

 

 

Até 26 de Julho.

Angelo Venosa na Galeria Nara Roesler, Rio

 

A Galeria Nara Roesler tem o prazer de anunciar a individual “Quasi”, de Angelo Venosa, em sua sede carioca. A mostra comemora a longa trajetória do artista paulistano radicado no Rio de Janeiro, cujo compromisso com a experimentação não deixa de lado o rigor técnico.

Nessa ocasião, Venosa apresenta trabalhos recentes, criados desde 2018, que expressam e desdobram as principais características de sua prática, entrelaçando formas, materiais e procedimentos do início de sua carreira com preocupações atuais. A grande maioria dos trabalhos foi desenvolvida com madeira, tecido e fibra de vidro. A partir desses materiais, Venosa elabora formas que apontam para a tensão entre o orgânico e o abstrato. Essas peças nos remetem a fósseis, fragmentos ou corpos inteiros de criaturas desconhecidas, fazendo-nos refletir sobre as diferentes temporalidades presentes no mundo, o passado, o presente e o futuro; assim como nos oferece uma reflexão sobre morte e sobrevivência. De fato, suas figuras sempre trazem algo de familiar e de estranho, de palpável, pela sua fisicalidade, e de mistério, por não nos permitir identificar um referente exato.

Radicado no Rio de Janeiro desde meados da década de 1970, Angelo Venosa participou da cena efervescente que ficou conhecida como “Geração 80”. Venosa é um exemplo de que o grupo de criadores que despontou nessa época não desenvolveu trabalhos apenas voltados para a linguagem da pintura, mas que, segundo a crítica de arte e curadora Daniela Name, “tinham em comum o desejo de recuperar a conexão afetiva com a representação e com as imagens, migrando seus interesses políticos para uma esfera subjetiva e íntima, o que coincide com uma ampliação da liberdade narrativa conquistada no período de redemocratização do país.”

A importante trajetória de Angelo Venosa pode ainda ser verificada pela sua presença em coleções privadas e institucionais, como Museu de Arte do Rio (MAR), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), em Madrid; mas também por ocupar o espaço público. A escultura “Baleia” (1989), na praia do Leme, é apenas uma das inúmeras esculturas do artista espalhadas pelo país, dialogando e transformando o ambiente em que se instaura.

O Feminino na Arte Popular

14/abr

 

O Museu do Pontal, Rio de Janeiro, RJ, no próximo dia 19 de abril, às 17h, promove em seus canais no Youtube e Facebook o encontro virtual “Artes e Saberes Femininos na Tradição Popular”, com a presença das ceramistas Ducarmo Barbosa (Minas Novas e Turmalina, Minas) e Socorro Rodrigues (Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco), a ativista cultural e congadeira Sanete Esteves de Sousa (Quilombo Mocó dos Pretos, Berilo, Minas) e o fotógrafo Lori Figueiró (São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro, Minas). A conversa terá mediação da antropóloga e gestora cultural Joana Corrêa (Milho Verde, Serro, Minas).

O evento celebra ainda o lançamento da segunda edição do livro “Mulheres do Vale, substantivo feminino”, de Lori Figueiró, pelo Centro de Cultura Memorial do Vale, no Serro, Minas.

A conversa abordará as vivências das mulheres e os atravessamentos de gênero em contextos de cultura e tradição popular. No Alto do Moura, a arte popular começa como uma tradição masculina a partir da obra do Mestre Vitalino, seguido por nomes como Zé Caboclo – pai de Socorro Rodrigues – e Manuel Eudócio e Manuel Galdino, entre tantos outros. Somente nas gerações seguintes as mulheres passaram a atuar e serem reconhecidas como artistas e ceramistas. Já na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas, a tradição de arte cerâmica nasceu pelas mãos de artistas mulheres, como Dona Isabel Mendes da Cunha, da comunidade Santana do Araçuaí, Ponto dos Volantes, e de Noemisa, de Caraí, entre tantas outras. Lá, ao contrário de Alto do Mouro, foram os homens que se inseriram posteriormente no campo da arte e do artesanato popular. Sanete Esteves de Souza, quilombola, congadeira e gestora de cultura, abordará também os aspectos interseccionais e raciais que perpassam os desafios de ser liderança e artista no campo da cultura popular.

As lives do Museu do Pontal contam com o patrocínio do Instituto Vale, do Itaú e do BNDES por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Dois artistas baianos

12/abr

 

Vírus, cantor e Moxca, artista plástico, lançam single e clipe de “Eu não quero a sua cruz”, “Ira” serve de instrumento de revolução e caminho na faixa que os artistas apresentam pelo selo 999.

Uma espécie de mantra com beats e versos que batem no fundo da alma. O encontro de dois artistas baianos cansados das imposições coloniais. Um videoclipe de pura arte e beleza. Tudo isso tem em “Eu não quero a sua cruz”, single que o cantor Vírus e o artista plástico Moxca, lançam, através do selo 999 em parceria com a Altafonte.

O filme, dirigido pelos dois, nos coloca dentro da mata, vivendo imagens, pinturas e estrofes que sugerem um caminho de cura através da revolução. A música tem instrumental produzido por JLZ trazendo uma mistura dos estilos Jungle e Footwork. “Porém, a estética traz muitas outras influências. Eu ouço e sinto algo bem erudito, algo mais espacial, por isso prefiro denominar como música experimental”, afirma Vírus.

E nessa experiência, a ira tem papel fundamental. “Ela é um subvertido sentimento elevado a dimensões que nos afasta de senti-la e usá-la. Na música enunciamos a ira como reação, revolução e uma das entradas ao processo de cura. Não é sobre ser a melhor aposta, mas a aposta mais forte, já que este sentimento é inegavelmente transformador”, acredita.

Em “Eu não quero ser a sua cruz”, o artista plástico, Moxca experimenta mais de perto uma outra vertente das artes. Ele pensa que fazer música vai além das intenções de expressão. “Imagens e som impressionam e sugerem inúmeras interpretações, principalmente conosco que somos corpos políticos hoje no Brasil. A vontade de fazer música fez dessa arte algo forte, bonito e poderoso”, afirma.”

 

Registro: Fayga Ostrower  

29/mar

 

O MAM Rio como as demais entidades culturais do Rio de Janeiro encontra-se com suas atividades paralisadas. Registre-se a inauguração da mostra panorâmica “Fayga Ostrower: formações do avesso”, ocorrida em 20 de março. Com cerca de 60 trabalhos – entre gravuras, aquarelas, desenhos, tecidos e jóias – a exposição explora a pluralidade da produção da artista. O conjunto possibilita um estudo apurado sobre o abstracionismo informal na arte brasileira e o uso das cores na técnica da gravura.

A atuação de Fayga como teórica e educadora também é destacada. A artista conduziu o curso de composição e análise crítica no MAM Rio, onde lecionou entre 1953 e 1969; escreveu diversos livros e artigos sobre criatividade, processo de criação e arte. Trechos de seus textos, publicações e arquivo documental são apresentados no espaço expositivo, estabelecendo correlações entre a prática em educação e sua criação artística.

A curadoria da exposição “Fayga Ostrower: formações do avesso” é um projeto conjunto da equipe curatorial do museu, com Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, e da gerência de Educação e Participação, com Gilson Plano, Daniel Bruno e Shion Lucas. Saiba mais em www.mam.rio

Sobre a artista

Nascida em Lodz, Polônia, em 1920, Fayga Ostrower emigrou para o Brasil em 1934. Estudou artes gráficas na FGV, foi bolsista da Fullbright em Nova York e recebeu numerosos prêmios, inclusive das bienais de São Paulo e de Veneza. Fayga experimentou quase todas as mídias gráficas, incluindo a estamparia. Foi professora no MAM Rio, entre 1953 e 1969; no Spellman College, em Atlanta, nos EUA; na Slade School da Universidade de Londres; em cursos de pós-graduação em várias universidades brasileiras; e lecionou para operários e em centros comunitários. Fayga foi também uma importante pensadora do abstracionismo informal brasileiro e autora de ensaios e livros. A artista faleceu no Rio de Janeiro em 2001. Obras suas integram coleções de museus no Brasil e no exterior.

Atenção Aviso

25/mar

 

Devido ao decreto da Prefeitura do Rio, a abertura da exposição “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira”, no CCBB RJ, será adiada.

A Opulência da Arte Popular Brasileira

 

A Galeria Evandro Carneiro, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, anuncia a exposição “A Opulência de Arte Popular Brasileira” de 25 de março até 08 maio.

Em virtude das medidas restritivas anunciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro para conter a pandemia de Coronavírus, a exposição estará online enquanto a galeria estiver fechada ao público. O catálogo com as 140 obras da mostra, bem como o vídeo da visita virtual se encontram disponíveis

no link: http://evandrocarneiroarte.com.br/exposicoes/13464/exposicao-a-opulencia-da-arte-popular-brasileira 

Estaremos atendendo em home office a partir do email contato@evandrocarneiroarte.com.br
e dos telefones: (21) 996620115 / (21) 965943056 e (21) 996290659.

Mostra em tour virtual

 

O Centro Cultural Oi Futuro, no Rio de Janeiro, lança a partir de 25 de março, o tour virtual 360 graus da exposição “Una(S)+”, que reúne cerca de 80 obras de 15 artistas mulheres da Argentina e Brasil, com curadoria de Maria Arlete Gonçalves. Com tecnologia de fotografia digital 360º, o tour virtual permite um passeio completo pela mostra coletiva, como se o visitante estivesse caminhando pelas várias galerias do centro cultural, sem sair de casa, e com acesso às instalações artísticas, aos vídeos, aos registros de performances da mostra, e ainda às informações sobre as obras. A visita virtual pode ser acessada gratuitamente no site do Oi Futuro: https://tourvirtual-exp.institutooifuturo.org.br/virtualtour.html

A exposição “Una(S)+” foi inaugurada em 13 de janeiro último, seguindo todos os protocolos de segurança, com agendamento prévio da visitação. Entretanto, desde 23 de março, o Oi Futuro está fechado ao público, por tempo indeterminado, em função do agravamento da pandemia da Covid-19. O objetivo da medida é reforçar o isolamento social preventivo.

“Una(S)+” traz dois momentos dos trabalhos das artistas: os selecionados por serem emblemáticos de suas trajetórias e os criados durante o confinamento – obrigatório, na Argentina, e voluntário, no Brasil – em suas casas, em que não dispunham da estrutura do ateliê. Nesta condição, “ampliaram seus campos de trabalho e ousaram lançar mão de novas linguagens, materiais, tecnologias e redes para romper o isolamento e avançar por territórios tão pessoais quanto universais: a casa, o corpo e o profundo feminino”, explica Maria Arlete Gonçalves. “São obras de artistas de gerações distintas e diferentes vozes, a romperem as fronteiras geográficas, físicas, temporais e afetivas para somar potências em uma grande e inédita ocupação feminina latino-americana”, assinala a curadora. Prevista inicialmente para maio de 2020, e adiada duas vezes por conta do coronavírus, a exposição “ganhou um caráter mais amplo, ao incorporar o estado quarentena da arte”.

Maria Arlete complementa: “Poderíamos classificá-la como antes e durante a pandemia, AP e DP, não fosse este um tempo de suspensão, onde tudo se encontra em um eterno agora”. “A exposição é o desdobramento expandido da mostra de mesmo nome realizada em 2019 em Buenos Aires pela artista portenha/carioca Ileana Hochmann, a partir de sua instalação “Fiz das Tripas, Corazón”.

As artistas que integram a exposição são, da Argentina: Fabiana Larrea (Puerto Tirol, Chaco), Ileana Hochmann (Buenos Aires), Marisol San Jorge (Córdoba), MilagroTorreblanca (Santiago do Chile, radicada em Buenos Aires), Patricia Ackerman (Buenos Aires), Silvia Hilário (Buenos Aires); do Brasil: Ana Carolina Albernaz (Rio de Janeiro), Bete Bullara (São Paulo, radicada no Rio), Bia Junqueira (Rio de Janeiro), Carmen Luz (Rio de Janeiro), Denise Cathilina(Rio de Janeiro), Evany Cardoso (vive no Rio de Janeiro), Nina Alexandrisky(Rio de Janeiro), Regina de Paula (Curitiba; radicada no Rio de Janeiro) e Tina Velho (Rio de Janeiro).

Maria Arlete Gonçalves destaca que esta exposição “não trata apenas de mostrar obras de mulheres, mas de afirmar na força desse conjunto a potência feminina na arte contemporânea”. “Ao longo dos séculos houve um apagamento da mulher na arte, e agora não estamos mais no tempo de pedir licença, de reivindicar, mas de afirmar algo que já é. As mulheres nunca produziram tanto! Durante a pandemia, a mulher se aproximou mais ainda da tecnologia, se apropriou das ferramentas, novas linguagens”, afirma. A curadora diz que buscou a “interseção do feminino dentro do trabalho dessas artísticas”. “Faltam mais referências femininas na história da arte, e a mostra busca preencher lacunas”, diz. “Una em espanhol é alguma, aquela uma, e também nos dá a ideia de unir, juntar”.

Bonomi, publicação inédita

18/mar

 

 Uma das mais importantes gravadoras da atualidade, Maria Bonomi, de 85 anos, terá sua trajetória explicitada no livro “Maria Bonomi com a Gravura: do meio como fim ao meio como princípio” (Editora Rio Books), de Patrícia Pedrosa. A publicação inédita será lançada no dia 23 de março, às 18h, através de uma live no canal de Youtube da Editora Rio Books, com a participação da artista, da autora Patrícia Pedrosa, da editora Denise Corrêa e da professora, crítica e historiadora de arte Maria Luísa Távora. Com 140 páginas, o livro parte de obras emblemáticas da artista para discutir a gravura de forma expandida, mostrando o pioneirismo de Maria Bonomi em diversos aspectos.

“O livro fala da forma diferenciada como esta artista lida com a gravura, inserida em seu tempo e, também, como um dos agentes propulsionadores da vanguarda brasileira rumo ao contemporâneo, uma atitude nova em relação a como a gravura tem sido pensada e praticada até agora no Brasil”, afirma a autora Patrícia Pedrosa, cujo livro resulta de sua dissertação de mestrado em Artes Visuais, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referência como gravadora e muito atuante até hoje, Maria Bonomi aprovou o livro: “Nada ficou para ser acrescentado. Nunca me senti tão despida, mas motivada no passado presente e futuro. Até minhas experiências e indecisões foram promovidas a matéria prima para todos os leitores”, diz a artista, que não parou de trabalhar mesmo durante a pandemia, tendo participado, no ano passado, da Bienal de Xangai de Gravura, na China, com a xilogravura em grandes dimensões “Lena”, medindo 3mX1,20m, e da primeira Trienal Internacional de Artes Gráficas de Livno, na Bósnia-Herzegovina. Além disso, mesmo em isolamento, participou de diversos eventos ligados ao centenário de Clarice Lispector, sua amiga e comadre.

A artista nascida na Itália e radicada no Brasil desde criança transgrediu diversas tradições estabelecidas nas artes, como o aumento das dimensões da gravura, criando obras em tamanhos monumentais. Além disso, ela desloca a função original da matriz da gravura, transformando-a em objeto, colocando-a no centro de suas reflexões. Este mesmo pensamento está em suas criações de obras públicas e instalações, que partem da lógica da gravura. Sempre à frente do seu tempo, utilizou a informática a seu favor e, no início da década de 1970, já afirmava que dois pontos eram imprescindíveis para a atualização de sentidos na arte: a integração com a tecnologia e a integração no sentido social de reprodução.

O nome do livro “Maria Bonomi com a gravura: do meio como fim ao meio como princípio” foi escolhido pelo fato de a artista não usar a gravura apenas como fim, como sendo a arte final. Ao contrário do entendimento moderno, a artista utiliza a gravura também como meio para todas as suas criações. “Bonomi entra de cabeça no informalismo e a gravura é seu grande trampolim no salto para o desconhecido contemporâneo, no qual a pauta é a impureza, o híbrido, o não limite, e para ela o meio é o princípio de todas as suas experimentações e ousadias. A gravura é o princípio para instalações, esculturas, murais, relevos, ilustrações, monumentos públicos, intervenções e até mesmo… gravura!”, conta a autora.

No livro, sem obedecer a uma ordem cronológica, Patrícia Pedrosa parte de 18 trabalhos emblemáticos de Maria Bonomi para discutir questões relacionadas à gravura. As obras foram escolhidas a dedo e cobrem um arco de 1957 a 2016.  “A autora identifica as tensões conceituais provocadas por Maria Bonomi, aspectos históricos, rupturas com a tradição moderna, uma artista sempre afinada com seus tempos existenciais, integrando-se à produção artística contemporânea”, escreve a professora, historiadora e crítica de arte Maria Luísa Távora no prefácio do livro.

A íntegra da entrevista de Maria Bonomi concedida à autora também está no livro, mostrando um olhar reflexivo sobre sua produção e sobre o mundo da arte, revelando uma artista muito antenada com as questões da cena contemporânea. Com uma linguagem simples, a publicação é interessante não só para estudantes de arte e história da arte, mas também para todos que tenham interesse pelo assunto e que desejem ampliar seus conhecimentos sobre a arte brasileira.

Obras em destaque no livro

Na capa do livro está a instalação “Sobre a Essência: Os Sete Horizontes do Homem” (1998). “Esta obra é um tratado histórico sobre a gravura que a atualiza na contemporaneidade”, afirma a autora. A instalação é inspirada na sobreposição dos materiais necessários para se produzir uma gravura, como suporte, matriz, tinta e papel. No caminho entre o conceitual e o simbólico, a artista traz, em camadas, areia, sal, vidro, carvão, argila, cimento e terra, sobre espelho, por cima de uma base coberta por textos, como uma página gigante de um livro.

Dentro do livro, a primeira obra com a qual o leitor se depara é “Circumstantian” (2014), uma instalação escultórica efêmera, pendente, composta de 15 xilogravuras inscritas em 21 quadrantes de 4mX4m entre cabos e espelhos, feitas em papéis recicláveis e alumínio degradável, suspensa a 30 m do solo. As imagens impressas pelo processo digital resultam do escaneamento de xilogravuras feitas segundo o método tradicional, impressas em papel japonês. “Para Maria Bonomi, o salto do artístico-manual para o digital é um voo para o infinito das possibilidades gráficas. Esta obra reúne diversas questões cruciais para o entendimento da gravura como ideia praticada no presente”, ressalta a autora.

A primeira obra de arte pública da artista, “Ascensão” (1974), em concreto, que fica na Igreja Mãe do Salvador (Cruz Torta), São Paulo, também ganha destaque. Com essa obra, Bonomi inicia a transposição do pensamento gravador para um mural de concreto, um imenso plano vertical com traços, sulcos e relevos, em estreita relação com a arquitetura. Outras obras públicas, como “Etnias: do Primeiro e Sempre Brasil” (2008), em argila, bronze e alumínio, localizada no Memorial da América Latina, em São Paulo, também ganham destaque no livro. Nesta obra, a artista contesta o conceito de obra prima. Para esta instalação, ela requisitou a ajuda de índios das aldeias Krukutu e Tenonde Porã. Os painéis de argila, alumínio e bronze foram moldadas em barro e as imagens trabalhadas em relevos, entre a escultura e a gravura. “Esta obra discute o Brasil como nosso lugar de fala, em que somos todos estrangeiros, e os primeiros habitantes, os indígenas, excluídos”, ressalta a autora.

Outra obra pública que ganha destaque no livro é “A Construção de São Paulo” (1998), uma homenagem ao colega e também gravador Evandro Jardim, na Estação de metrô Jardim São Paulo, onde ela transpõe o ideário gráfico para o concreto, evocando a ideia da xilogravura. Na instalação, dois imensos cubos com quatro faces cada, de concreto armado, pairam sobre as cabeças dos passantes. Os sulcos e relevos de sua superfície dialogam com os planos de concreto liso das paredes e estrutura dos túneis do metrô.

Com quase 3 metros de largura, a xilogravura “A Ponte” (2011) também ganha espaço no livro. “Para Bonomi a arte tem que alcançar o maior número de pessoas, e ‘A Ponte’ pode ser considerada esse acesso para o outro, e a gravura, no aspecto de sua reprodução em múltiplos originais tem este sentido”, conta Patrícia Pedrosa.

“Popessuara” (2016), uma xilogravura feita de forma tradicional também está no livro. “Para a transgressora Maria Bonomi, a arte é o território da liberdade humana por excelência e, nesse espaço, se permite fazer até a arcaica, artesanal, rudimentar, atemporal e analógica xilogravura, pura e simplesmente”, justifica a autora.

Além dessas, outras onze obras são ressaltadas no livro, por apresentarem aspectos inovadores, que promovem uma discussão sobre a gravura e o fazer artístico. “Para mim o conteúdo de meu trabalho foi tão sentido e não apenas analisado que habilita o leitor, seja ele leigo ou não, a viajar seguramente pelos caminhos da Arte. Mastiga até os detritos e os restitui como meios para desvendar o sagrado”, afirma Maria Bonomi.

Sobre a artista

Maria Bonomi nasceu em 1935 em Meina, nas proximidades de Milão, Itália, de mãe brasileira e pai italiano, mudando-se em 1944 para o Brasil com sua família em decorrência das turbulências da II Guerra. Inicialmente, estuda pintura e desenho. Em 1953, a artista visita uma exposição do gravador Lívio Abramo (1903-1992), torna-se sua aluna e em 1960 era sua assistente no Estúdio Gravura. Esse intervalo de tempo é um período intenso de estudos e trabalho no exterior e no Brasil: em 1955, em sua primeira exposição fora do Brasil, expõe gravura. Realiza a sua primeira individual em São Paulo, em 1956. Em 1958 recebe bolsa de estudos da Ingram-Merrill Foundation e estuda no Pratt Institute Graphics Center, em Nova York, com o pintor Seong Moy (1921-2013). Em paralelo, cursa gravura com Hans Müller e teoria da arte com Meyer Schapiro (1904-1996), na Columbia University, também em Nova York. De volta ao Brasil, frequenta a Oficina de Gravura em Metal com Johnny Friedlaender (1912-1992), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1959. Sua carreira revela uma artista plural: pintora, gravadora, ilustradora, cenógrafa, figurinista, muralista, professora, curadora. Doutora pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Dentre muitas exposições no Brasil e no exterior, foi a artista convidada na Printmaking Base de Guanlan, na China, participando da Bienal Internacional de Guanlan em 2014.

Sobre a autora

Patrícia Pedrosa é artista visual e pesquisadora. Formou-se em Gravura em 1994 e fez Mestrado em Artes Visuais em 2016, ambos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou o livro “Oficina de litografia”, em coautoria com Kazuo Iha, pela Rio Books, em 2020. Atualmente, dá prosseguimento às suas pesquisas que tratam de gravura no doutorado em curso na mesma instituição. Dentre os resultados desses estudos destaca a participação no livro Histórias da Escola de Belas Artes: Revisão Crítica de sua História (2017), com o texto “A Oficina de Litografia e a EBA”. Foi Professora Substituta na EBA – UFRJ de 2016 a 2018 e é Professora Docente I – Secretaria de Estado de Educação – RJ desde 2008. Realiza individuais e participa de coletivas desde 1992, dedicando-se a ministrar cursos, workshops e oficinas, atuando principalmente com gravura, desenho e história da arte. Tem obras nos acervos do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (Niterói, RJ), Museu Casa da Xilogravura (Campos do Jordão, SP), Museu Florestal (São Paulo, SP) e no Museu do Trabalho (Porto Alegre, RS). Seu ateliê fica em Petrópolis, RJ, onde reside e trabalha.

Serviço: Lançamento do livro “Maria Bonomi com a Gravura: do meio como fim ao meio como princípio”, de Patrícia Pedrosa.

Lançamento: 23 de março de 2021, às 18h.

Preço: R$ 75

140 páginas

Formato: 16cmX23cm

Venda on-line com preço promocional de lançamento: R$65,00 www.riobooks.com.br