ArtRio 2018

29/jan

Estão abertas as inscrições para a oitava edição da ArtRio, que acontecerá de 26 a 30 de setembro, na Marina da Glória. Todas as informações estão disponíveis no portal www.artrio.art.br/applications, assim como os formulários de inscrição.

 

Os formulários de inscrição serão avaliados pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como relevância em seu mercado de atuação, artistas que representa – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2018 é formado pelos galeristas Alexandre Gabriel (Fortes D’Aloia & Gabriel/ SP e RJ); Anita Schwartz (Anita Schwartz Galeria de Arte / RJ); Elsa Ravazzolo (A Gentil Carioca / RJ); Eduardo Brandão (Galeria Vermelho / SP) e Max Perlingeiro (Pinakotheke / RJ, SP e FOR).

 

As inscrições podem ser feitas até o dia 28 de fevereiro. Para outras informações pode ser enviado e-mail para application@artrio.art.br.

 

 

Programas

 

  • PANORAMA

Participam galerias nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de arte moderna e contemporânea.

 

  • VISTA

Programa dedicado às galerias jovens, com projeto de curadoria experimental. Com foco em arte contemporânea emergente, as galerias desenvolvem projetos artísticos inovadores especialmente para feira.

 

 

Programas com curadoria

 

A seleção de galerias e obras para os programas curados da ArtRio será definida pelos respectivos curadores nos próximos meses.

 

  • SOLO

O programa, existente desde a primeira edição da ArtRio, em 2011, traz a cada ano uma temática diferente. O curador selecionará um artista por galeria, de acordo com sua temática curatorial.

 

  • MIRA

Projeto dedicado a vídeo arte, apresentando projeções em um espaço outdoor.

 

  • PALAVRA

O programa traz a importância da palavra – escrita e falada – nos diferentes processos de criação da arte.

 

 

ArtRio 2018

 

Reconhecida como uma das mais importantes feiras internacionais de arte, a ArtRio se destaca pelos bons resultados alcançados pelos galeristas que participam no evento. Além de receber importantes colecionadores e curadores brasileiros e internacionais, a feira desenvolve um importante trabalho de estimular o crescimento de um novo público através do acesso à cultura. O evento faz parte do calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

 

Além da presença dos nomes de forte relevância já estabelecidos no segmento, a ArtRio possui como foco também apresentar novas galerias e jovens artistas, grandes apostas para o mercado de arte, trazendo frescor e inovação à feira.

 

A ArtRio é apresentada pelo Bradesco, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

 

Exposição coletiva na Cavalo

No dia 01 de fevereiro inaugura “Jardim das delícia com juízo final” [sic] na Cavalo, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, exibição coletiva com curadoria do artista Pedro Caetano.  A primeira exposição de 2018 na galeria carioca conta com trabalhos de 18 artistas de diversas gerações, além de reproduzir o disco homônimo de Nelson Cavaquinho e exibir o documentário de Leon Hirszman sobre o cantor.

 

O título da exposição, que faz referência a duas obras do pintor medieval Hieronymus Bosch sobre o inferno e o paraíso, reflete também “a visão estereotipada de um paulista sobre a cidade do Rio de Janeiro e suas linguagens – por isso a falta do plural no “delícia(s)” do nome da mostra” conta o curador Pedro Caetano. Para ilustrar simbolicamente a imagem de cidade romântica e trágica, o artista/curador escolhe trabalhos menos explícitos de mentores como Jac Leirner, Paulo Monteiro, Leda Catunda e Marcelo Cipis, assim como os artistas de gerações seguintes como Erika Verzutti, Tiago Carneiro da Cunha, Adriano Costa e Marina Perez Simão.

 

Pedro Caetano encontra no álbum “Nelson Cavaquinho” de 1973 e no curta metragem de mesmo nome lançado por Leon Hirszman em 1969 a ligação entre o Rio de Janeiro histórico, o Rio estereotipado e o Rio atual. Para a mostra na Cavalo, decidiu criar cenários antagônicos nas duas salas expositivas da galeria. A serenidade das obras na sala de entrada se contrapõe à montagem conturbada da seguinte.

 

Na sua pesquisa como artista, Pedro Caetano confronta humoradamente a linguagem da cultura de massa com as concepções comuns de “bom-gosto”. Encontra-se com frequência em sua obra referências ao hedonismo, tanto em suas esculturas com bustos de manequins ou cinzeiros quanto em suas pinturas de picolés e de personagens lisérgicos. A obra de Pedro Caetano costuma ter um caráter ambíguo, preocupado em mostrar os lados prazerosos e melancólicos da vida. Acostumado a exercer várias funções, geralmente se apresenta também como curador e ex-galerista, pelo seu tempo na galeria Polinésia, inaugurada em 2007. Durante os três anos em que esteve aberta, Pedro exibiu no espaço em São Paulo uma cena intensa de artistas de sua geração.

 

“Jardim das delícia com juízo final” conta também com trabalhos de Marcius Galan, Alberto Simon, Alexandre da Cunha, Tiago Tebet, do venezuelano Ricardo Alcaide, do português Tiago Mestre, uma parceria entre Laura Lima e Jarbas Lopes além de uma obra do próprio Pedro. Em suas palavras, é uma exposição que presta homenagem à cidade, “essa que fica entre as duas pinturas do Bosch, entre a beleza e a violência, o Rio da Anitta e um outro Rio, o do Nelson, do Cartola, do Noel Rosa e etc.”

 

 

Até 21 de abril.

 

Coletiva na Luciana Caravello

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, no dia 29 de janeiro, exposição coletiva com obras de seu acervo. Serão apresentas seis obras, dentre pinturas, esculturas e objetos dos artistas Daniel Lannes, Fernando Lindote, Gisele Camargo, Igor Vidor, Ivan Grilo e Lucas Simões.

 

De Daniel Lannes, será apresentada a pintura “Totem &Tabu”, de 2017, em óleo sobre linho. Fernando Lindote também apresentará uma pintura em óleo sobre tela de 2017. De Gisele Camargo será apresentada a obra “brutos” Cipó, de 2017, em acrílica e óleo sobre algodão esticado em madeira. Igor Vidor estará com a obra “Esquemas #1”, de 2017, composta por madeira e cartucho de bala. A obra “Não é um muro. É um abismo”, de Ivan Grilo, feita em bronze, em 2017, também integra a coletiva. A obra “White Lies 16”, de Lucas Simões, feita em papel, concreto e metal, também fará parte da exposição.

 

      

Sobre a galeria

 

O principal objetivo da Luciana Caravello Arte Contemporânea, fundada em 2011, é reunir artistas com trajetórias, conceitos e poéticas variadas, refletindo assim o poder da diversidade na Arte Contemporânea. Evidenciando tanto artistas emergentes quanto estabelecidos desde seu período como marchand, Luciana Caravello procura agregar experimentações e técnicas em suportes diversos, sempre em busca do talento, sem discriminações de idade, nacionalidade ou gênero.

 

 

Até 24 de fevereiro.

Individual de Daniel Feingold

Foi prorrogada até o dia 16 de fevereiro a exposição do artista plástico Daniel Feingold, na Cassia Bomeny Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra traz 24 obras inéditas, produzidas este ano pelo artista, que tem 30 anos de trajetória. Para fazer suas pinturas, Feingold não utiliza o tradicional pincel. Em uma técnica desenvolvida por ele, a pintura é feita entornando as tintas sobre a tela. Ele a coloca na vertical e, através de latas que ele mesmo retorce, criando bicos de diversos tamanhos, derrama a tinta, que escorre verticalmente por toda a tela, formando linhas retas. Ao secar, o artista vira o quadro e repete o procedimento, resultando em diversas linhas coloridas, com espessuras variadas, que se cruzam, se sobrepõem e se entrelaçam. A exposição apresenta oito pinturas em esmalte sintético sobre tela desta série, que apresentam sua pesquisa sobre trama e estrutura, e dezesseis pinturas em bastão oleoso sobre papel, onde a estrutura desconstruída dá lugar a um novo espaço de investigação, numa potente expansão de sua pesquisa construtiva. 

Rugendas, imagens do Brasil

24/jan

A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Rugendas, um cronista viajante”, que exibe 50 obras do pintor, desenhista, ilustrador, aquarelista e litógrafo alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858). A curadoria é de Angela Ancora da Luz e o projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e o Governo Federal.

 

Rugendas foi um dos mais conhecidos artistas viajantes e, ao lado do francês Jean Baptiste Debret, foi responsável pela divulgação das primeiras imagens do Brasil no exterior. Em sua trajetória, retratou o país durante os anos 1820 com toda a exuberância da natureza e os costumes da população. Era como se Rugendas fosse, dois séculos atrás, um fotógrafo antes da invenção da fotografia.

 

A exposição apresenta um panorama de sua obra com desenhos, aquarelas, litografias e pinturas, divididos em três núcleos: Olhar a terra, com paisagens do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas; Olhar o homem, na qual apresenta cenas da vida cotidiana da população brasileira; e Plantas da terra, que traz estudos da fauna e flora brasileira. Entre as obras reunidas estão presentes 36 originais do famoso álbum Viagem pitoresca através do Brasil (Voyage Pittoresque dans le Brésil), considerado um dos mais importantes documentos iconográficos sobre o Brasil do século 19.

 

Segundo a curadora Angela Ancora da Luz, a importância de se revisitar as obras de Rugendas se dá pela oportunidade de um encontro com o documentarista, que é um dos principais ilustradores do Novo Mundo. “Ele que, possivelmente foi impactado pela natureza exuberante e pela luminosidade de lenta acomodação aos olhos de um europeu, quando participou da Expedição Langsdorff, retorna a partir de suas obras. A exposição objetiva apresentá-las com o olhar de hoje, comprovando que a arte se recria a cada novo olhar, e que nesta dinâmica ela terá sempre propostas e observações atuais a nos acrescentar, como as que serão apresentadas”, comenta Angela.

 

 

Sobre o artista

 

Rugendas chegou ao Brasil em 1821 como documentarista e desenhista da Expedição Langsdorff, que percorreu 16 mil km pelo interior do país com objetivo de constituir um inventário completo do Brasil. Capitaneada pelo barão Georg Heinrich von Langsdorff, médico alemão naturalizado russo, e patrocinada pelo Czar Alexandre I, por D. Pedro I e José Bonifácio, a caravana visava estreitar as relações comerciais com a Rússia.

 

O artista abandonou a expedição em 1824, mas continuou sozinho o registro de tipos, costumes, paisagens, fauna e flora brasileiros. Retornou à Europa no ano seguinte para dedicar-se a produção do luxuoso álbum Voyage Pittoresque dans le Brésil, editado em Paris, 1835, em francês e alemão. A publicação continha 100 obras acompanhadas por textos explicativos.

 

Rugendas ainda retornou Brasil em 1845 e, no Rio de Janeiro, participou das Exposições Gerais de Belas Artes, realizadas pela Academia Imperial de Belas Artes, tornando-se o artista preferido da família Imperial e realizando retratos de seus integrantes.

 

De 28 de janeiro a 11 de março.

Mestre dos Sonhos

09/jan

A CAIXA Cultural, Galeria 1, Centro, Rio de Janeiro, RJ, recebe, de 13 de janeiro a 11 de março, a exposição inédita “Francisco Brennand – Mestre dos Sonhos”, que reúne cerâmicas, pinturas e desenhos criados pelo artista pernambucano aclamado mundialmente por sua arte sincrética, ancestral e extremamente peculiar. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

 

Com curadoria e projeto expográfico assinados por Rose Lima, a exposição conta com 31 obras do acervo original do artista, criadas em diversas fases da sua carreira. Seus trabalhos evidenciam temas como reprodução, mitologia, sexualidade, fauna e flora, personagens históricos e divindades, tudo permeado por signos da tradição popular do Nordeste, bastante valorizados em suas criações. A mostra reflete parte do universo místico e fantástico criado pelo artista na Oficina Cerâmica Francisco Brennand e no Parque das Esculturas, dois importantes espaços culturais mantidos em Recife (PE) e que reúnem mais de duas mil obras de arte.

 

“O público vai conhecer o homem Brennand e a riqueza da sua arte. A exposição pontuará seu timbre nordestino com referências diversas à sua família, à literatura, às vivências adquiridas e interações com outros artistas como Abelardo da Hora e Cícero Dias, seus tutores, e os amigos de sua geração que se influenciavam mutuamente, como Ariano Suassuna e Lina Bo Bardi”, destaca Rose Lima.

 

Com realização da Via Press Comunicação, a exposição estreou em Salvador, passou pela CAIXA Cultural São Paulo e agora chega ao Rio de Janeiro. Além de oportunizar o público a conhecer a arte de Brennand, a mostra presta homenagem ao trabalho de um dos artistas plásticos mais importantes do país na atualidade.

 

 

Arte Superlativa

 

Dispostas em quatro alas, as obras em exposição são organizadas cronológica e criativamente, costuradas por uma linha do tempo que perpassa os 90 anos de vida de Brennand. Em cada visita, o público será convidado a uma viagem centenária que começa em 1927, no bairro da Várzea, subúrbio de Recife (PE), no local onde hoje está a Oficina Cerâmica Francisco BrennandSerão exibidas peças representativas que vão desde o começo de sua carreira, a exemplo do quadro “Autorretrato aos 19 anos“, de 1947, até outras mais recentes, como a pintura “Toques”, da série “O Castigo”, de 2013. Além dos quadros e desenhos, a mostra dá destaque às cerâmicas, obras que o notabilizaram internacionalmente. Entre elas, as cerâmicas vitrificadas “La tour de Babel“, de 1975, “Antígona“, de 1978) e “Pelicano“, de 1988.

 

Na ambientação da galeria, a proposta busca uma experiência de imersão visual e sonora que remete o público à Oficina, onde está a maior parte do acervo monumental de Brennand. Grandes painéis fotográficos – reproduções em profundidade de ambientes do local – são somados à sonorização de cantos gregorianos, som marcante do museu-ateliê em Pernambuco e, juntos, transportam o público por um passeio sensorial. A curadora mescla aos trabalhos de Brennand fotos do arquivo pessoal do artista em que aparece com seus pais, esposa e amigos, como Abelardo da Hora e Ariano Suassuna. A mostra apresenta ainda conteúdo audiovisual composto pela exibição do filme documentário “Francisco Brennand“, de 2012, dirigido por Mariana Brennand Fortes, sobrinha-neta do artista. Em outro espaço, a combinação entre tela e “parabólica” sonora, uma instalação de áudio, apresentam as suas intervenções artísticas na Bahia.

 

 

Mestre dos Sonhos

 

Há mais de 45 anos em reclusão artística, o pernambucano Francisco Brennand é pintor, ceramista, escultor, desenhista, tapeceiro e ilustrador. Começou na arte em 1942, durante a juventude, ao conhecer o artista plástico Abelardo da Hora. Durante viagens à Europa, conheceu as obras em cerâmica de artistas consagrados como: Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, Miró e Antoni Gaudí, artista que o influenciou fortemente. De volta ao Brasil, passou a se dedicar verdadeiramente à cerâmica produzindo diversos painéis em cidades daqui e dos Estados Unidos (EUA). No ano de 1971, reformou a antiga fábrica de cerâmica de sua família, antigo Engenho São João, na Várzea, em Recife, transformando-a na Oficina Cerâmica. Juntamente com o Parque das Esculturasconstruído há 17 anos sobre um arrecife natural em frente à Praça do Marco Zero, a Oficina concentra permanentemente grande parte das obras do artista. Em 75 anos de trabalho artístico, Brennand soma mais de 90 exposições entre Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Uruguai, EUA, Portugal, Espanha, além de diversas cidades brasileiras. Hoje, aos 90 anos, se dedica exclusivamente à pintura, atividade que iniciou a sua carreira como artista.

Exposição do Acervo 2018 

Como ocorre todos os anos, a Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no mês de janeiro a “Exposição de Acervo 2018”. A ideia é traçar um panorama diversificado da arte contemporânea brasileira através das obras dos artistas da galeria. Entre eles, vamos apresentar Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Marcius Galan, Miguel Rio Branco e Nelson Leirner, entre outros.

 

De 13 de janeiro a 28 de fevereiro.

 

 

Exposição no MNBA

Uma prévia do cenário da nova Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, que em breve vai ser reformulada, é o que se antecipa na exposição “O Espaço da Arte”, que o Museu Nacional de Belas Artes, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, vai abrir – com entrada franca – no dia 13 de janeiro.

 

O público vai poder descortinar, dentro das salas Flamengo-Holandesa, Boudin e Lúcio Costa, cerca de 51 obras da coleção do MNBA, incluindo nomes como Iberê Camargo,  Maria Leontina,  Guignard, Ivan Serpa, Candido Portinari,  Flávio de Carvalho, Djanira e Fayga Ostrower, entre outras.

 

Através destes trabalhos, que tiveram impacto na trajetória da arte visual brasileira,  a exposição  se volta para  as transformações da espacialidade da obra de arte, elemento  fundamental para a compreensão da transição da passagem do mundo visual moderno para o contemporâneo.

 

Optando pela abordagem da espacialidade na obra de arte os curadores da exposição “O espaço da Arte” lembram que suas transformações ao longo do século XX são essenciais para se entender as mudanças visuais e conceituais que ocorreram ao longo de mais de cem anos de história, gerando conseqüências no fazer de hoje.

 

No primeiro dos três módulos  nos quais se estrutura a mostra, aborda-se o contato com novos tratamentos da superfície,  ou de características óticas e materiais das obras, anunciando as transformações que viriam depois, com mais radicalidade, ênfase e segurança. Trata-se de um estágio no qual os artistas parecem exibir uma postura de timidez e incerteza sobre os rumos que se abraçariam pelos anos subseqüentes.

 

Posteriormente,  o segundo módulo exibe  algumas experiências artísticas onde as obras assumem a postura investigativa frente o problema histórico que enfrentam diante do espaço da obra, pesquisando soluções diferentes, mas que, de algum modo, ainda estão presos a certos paradigmas, principalmente relacionados à figuração. Neste segmento,  podemos  observar o entre-lugar,  ou seja,  o artista está  abrindo uma campo entre o antes e o depois;

 

Deixando para trás o impasse das fases iniciais, no ultimo módulo, as obras expostas, sem vacilação, assumem seu lugar no mundo real.   Caminham para além  da representação, buscando  se apresentar enquanto si mesmas no espaço real,  construindo uma ponte entre dois mundos, antes separados.  Nesta fase,  a obra de arte não evoca, está presente,  ganhou vida própria,  emerge como um ente tal qual seu observador e, a partir disso, se põe a modificar as relações em seu entorno.

 

Os curadores da exposição “O Espaço da Arte” ressaltam, “ainda que se desenhe no tempo, a história da espacialidade,  enquanto percurso,  está  repleta de fraturas, desvios, descontinuidades”.  Isso explica,  porque dentro da dinâmica da história da arte,  “o passado pode conter distantes anúncios de um porvir a ser trabalhado como a também permanência de certos modelos criados dentro da sua trajetória,  fazendo com que as noções de espacialidade reverberem continuamente,  umas sobre as outras, num fluxo contínuo do fazer e refazer”.

 

 

Até 27 de maio.

Claudio Paiva no MAR

08/jan

A exposição “Claudio Paiva – O colecionador de linhas” em cartaz no MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe pela primeira vez ao público, o corpus da sua obra. Foram selecionados trabalhos dos diversos momentos de sua trajetória – dos anos 60 até seu falecimento em 2011.

Claudio Paiva participou de um importante momento da arte brasileira, ao lado Cildo Meireles, Umberto Costa Barros, Antonio Manuel, Artur Barrio, Luiz Alphonsus entre outros. Mesmo com a produção ininterrupta desde seu surgimento, seu trabalho, entretanto, tem sido esporadicamente mostrado. Desde o final dos anos 60, estabelece seu campo de criação visual através da articulação de três esferas: o desenho, a palavra e o objeto.

 

Na atual exposição constam mais de 200 obras entre desenhos com suportes e técnicas variadas, instalações e vídeos, entre eles uma série de entrevistas inéditas com depoimentos sobre o artista, lembranças afetivas por parte dos amigos que lhe acompanharam ao longo de sua vida.

 
Para o artista desenho é um projeto em si:

 

“Há um pacto entre os meios, entre a linha e a cor; se por um lado, o desenho quer ser cor, quer ser pintura; por outro lado o desenho não quer ser nada além da linha.” (PAIVA, Claudio, Niterói, 2001).

 

“A relação entre a palavra e o desenho cria uma nova imagem onde os papeis de deslocam. A palavra participa da elaboração da imagem e a imagem pretende desenhar a palavra: Desenho de uma palavra, é também o título de um de seus desenhos. Cria-se, então, um espaço topológico entre palavra e imagem, configuração de um singular espaço poético.” (BOMPUIS, Catherine, Rio de Janeiro, 2002, Catálogo da Exposição Armadilha para tempestade, pag. 2).

 

Desde o início de sua produção, Claudio realizou também diversas instalações, que posteriormente se transformaram em instalações de bolso. Cordões, velas, caixas de fósforo, fazem lembrar, de uma maneira leve, lúcida, e que é ainda possível a tudo transgredir, tudo renomear e recolocar instantaneamente com nada ou quase nada. Esses objetos híbridos: “O descanso do paralelepípedo”, “O Colecionador de nada”, “Guerra fria”, “Lúcifer”, “O princípio do prazer”, formam uma coleção de pequenos paradoxos.

 

A curadoria é de Evandro Salles e Catherine

 

 

Até 03 de junho

Intervenção de Heleno Bernardi

A exposição “Cassino”, do artista Heleno Bernardi, ganhou mais uma temporada no IED Rio, Urca, Rio de Janeiro, RJ. O artista aplicou uma tonelada de purpurina dourada nas paredes, palco e fosso da orquestra do lendário teatro do Cassino da Urca (1933-1946), onde se apresentaram estrelas como Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Grande Otelo e Josephine Baker. Com curadoria de Renato Rezende, a intervenção propõe uma “alusão metafórica aos dias gloriosos, à riqueza que atraía os jogadores, ao brilho dos artistas e também à efemeridade da sorte que girava pelas roletas”.
De 10 a 28 de janeiro.