Carlos Zilio na Anita Schwartz

19/jul

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 19 de julho, a exposição “Carlos Zilio – Pinturas, desenhos e objetos”, com trabalhos inéditos do artista. Presença constante em exposições no Brasil e no exterior, como “Transmissions: Art in Central Europe and Latin America, 1960-1980”, no MoMA de Nova York, em 2015. Zilio vai mostrar cerca de quinze trabalhos recentes, dentre pinturas, desenhos e objetos, todos desenvolvidos a partir de um tema básico: o tamanduá.

 

A imagem do tamanduá surgiu pontualmente na produção de Carlos Zilio em meados dos anos 1980, com a morte de seu pai. Na época, Zilio se lembrou de uma história restrita ao ambiente familiar. Quando pequeno, seu pai tinha um tamanduá de estimação, no interior do Rio Grande do Sul. Para onde ia, o tamanduá ia junto, como animal doméstico. Em uma viagem, o menino não pode levar seu bicho de estimação, e a volta à casa foi retardada por um forte temporal. O tamanduá ficou triste com a ausência de seu dono, a ponto de morrer. O garoto, claro, ficou arrasado quando chegou em casa e soube do ocorrido. Com a morte do pai, esta história ressurgiu, e Zilio chegou a fazer alguns trabalhos usando a figura de um tamanduá. Mas somente vinte anos depois, em 2008, retomou o tema, e como formato básico para representar o animal usou uma figura encontrada por acaso no piso manchado do corredor de acesso ao ateliê em que trabalhou por 25 anos, em Botafogo, que pertenceu ao pintor Iberê Camargo, do qual foi aluno. “Tem a ver com perdas, indagações e questionamentos em torno das ausências. A materialização de uma ausência”, comenta o artista.

 

Para essa exposição na Anita Schwartz , o artista criou três formatos semelhantes de tamanduá, que são usados como máscaras nas pinturas e nos desenhos.  Os trabalhos recebem várias camadas de tinta – óleo e color jet nas pinturas sobre tela,  e color jet sobre papel e acetato nos desenhos – em um longo processo, e trazem variadas texturas e transparências. Os tamanhos variam de 110cm a 330cm.

 

Os trabalhos fazem referência à memória do artista, como a repetição de elementos que utilizou em produções anteriores – as linhas onduladas, presentes em obras dos anos 1980, ou as setas da pintura “Cerco e Morte” (1974), adquirida em 2014 pelo MoMA de Nova York. Da mesma forma, utensílios e ferramentas que convivem com o artista em seu ateliê – agora instalado em Laranjeiras – e acabaram “ganhando intimidade com o tempo”, se transformaram em objetos que serão expostos. É o caso da chaleira usada por Iberê Camargo, potes que trazem no fundo as inscrições “ontem”, “hoje” e “amanhã”, dispostos em degraus de uma escada, ou ainda “Ryman’s pie”, como uma homenagem irônica ao artista que só usa branco (Robert Ryman, 1930), criada com restos de camadas de tinta branca, que aludem a um glacê de torta.

 

Em 2008, quando Anita Schwartz construiu o prédio de três andares com 700 metros quadrados que abriga sua galeria no Baixo Gávea, inaugurando então um novo patamar para espaços de arte na cidade, escolheu Carlos Zilio para sua mostra inaugural.

 

 

Sobre o artista

 

Carlos Zilio nasceu em 1944 no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha. Estudou pintura com Iberê Camargo. Participou de algumas das principais exposições brasileiras da década de 1960 – “Opinião 66” e “Nova Objetividade Brasileira”, por exemplo, ambas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro -, e de mostras com repercussão internacional, como as edições de 1967, 1989 e 2010 da Bienal de São Paulo (9ª, 20ª e a 29ª), a 10ª Bienal de Paris (1977), a Bienal do Mercosul e a exposição “Tropicália”, apresentada em Chicago, Londres, Nova York e Rio de Janeiro, em 2005. Na década de 1970 morou na França. Desde seu retorno ao Brasil, em 1980, participou de diversas mostras coletivas e individuais, entre as quais “Arte e Política 1966-1976”, nos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Bahia (1996 e 1997), “Carlos Zilio”, no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2000), que abrangeu sua produção dos anos 1990, e “Pinturas sobre papel”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2005) e na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2006). Possui trabalhos em acervos de prestigiosas instituições como MAC/USP, MAC/Paraná, MAC Niterói, MAM Rio de Janeiro, MAM São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e MoMA de Nova York. No ano passado, o MAM Rio de Janeiro remontou exatamente no mesmo local sua histórica exposição “Atensão”, realizada em 1976, dentro do programa Área Experimental, que o Museu manteve até 1978. Em 2011, o artista fez também no MAM Rio uma individual com trabalhos recentes. Também se destacam dentre suas  recentes exposições as realizadas em 2010 no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo) e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba). As mais recentes exposições coletivas que integrou foram: “60/70: Um panorama-mostra do acervo”, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, este ano; “Em Polvorosa”, no MAM Rio, “Uma História da Pinacoteca de São Paulo, Galeria Roger Wright, anos 60”, na Pinacoteca de São Paulo, “A cor do Brasil”, no Museu de Arte do Rio (MAR), em 2016; “Transmissions: Art in Central Europe and Latin America, 1960-1980”, no Museum of Modern Art NY (MoMA), em 2015; “Brazil Imagine”, no Astrup Fearnley Museet, Oslo, MAC Lyon, na França, Qatar Museum, em Doha, e DHC/Art, Montreal, no Canadá, em 2014; e  “Possibilities of the object – Experiments in modern and Contemporary Brazilian art”, na The Fruit Market Gallery, em Edinburgh. Carlos Zilio foi professor na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2008, a editora Cosac Naify publicou o livro “Carlos Zilio”, organizado por Paulo Venâncio Filho, sobre a sua produção.

 

 

Até 26 de agosto.

Débora Bolsoni – Pra Aquietar

Artista exibe na Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, obras inéditas, que fazem uma reflexão sobre o movimento e a quietude. A exposição foi pensada em conjunto com a mostra que Débora Bolsoni apresenta no Drawing Lab, em Paris. A mostra “Débora Bolsoni – Pra Aquietar”, reúne cerca de 30 obras inéditas, dentre desenhos e esculturas. Radicada em São Paulo, a carioca Débora Bolsoni acaba de voltar de Paris, onde realizou uma residência na Cité Internacionale des Arts e exposição individual no Drawing Lab, o primeiro centro de arte contemporânea da França dedicado ao desenho. Com curadoria de Claudia Rodriguez-Ponga o projeto surgiu há mais de um ano. Muitas obras da exposição no Rio foram concebidas em Paris e alguns elementos que compõem essas obras foram encontrados na cidade francesa, tanto na rua quanto em lojas de material de construção.

 

Débora Bolsoni é conhecida por seus trabalhos com formas tridimensionais e que se relacionam com a arquitetura dos espaços e o urbanismo das cidades. Nesse projeto, no entanto, a curadora quis focar na relação da artista com o desenho, com a sua poética. “Mesmo nas esculturas, há o desenho. Os trabalhos fazem uma reflexão sobre a quietude e o movimento. O movimento que fica contido nas obras, que a qualquer momento podem se mexer, podem mudar”, afirma a curadora.

 

Tanto em Paris quanto no Rio, há obras da série “No names, but names”, que é composta por “carrinhos” usados para transporte de mochilas infantis e venda ambulante. No lugar deles, a artista coloca caixas feitas por ela em papel cartão, que são banhadas de parafina, onde a artista faz desenhos usando pastel oleoso. “Os carrinhos são suportes para os desenhos, é um desenho-escultura ou uma escultura-desenho. É uma ideia sobre circulação, sobre algo que passeia entre as coisas. Há uma tensão de que um movimento que está prestes a acontecer”, diz a artista. “Os carrinhos são um movimento interrompido, assim como os desenhos”, ressalta a curadora.

 

Na exposição “Pra Aquietar” haverá um “carrinho” menor chamado “Sônia a Paquetá”, que faz referência à época em que Sônia Braga foi morar em Paquetá. Os desenhos dessa obra representam pegadas no chão. Para Débora, a cidade de Paris é muito feminina e ela passou a observar como as mulheres experimentam o espaço público. Com isso, lembrou de atrizes que representam essa feminilidade e lhe veio à cabeça a atriz Sônia Braga recebendo o prêmio no Festival de Cannes, no ano passado, e do tempo em que ela foi morar em Paquetá, “um lugar mágico”, segundo Débora.

 

Com isso, também surgiu o título da exposição “Pra Aquietar”, que foi retirado da música homônima de Luiz Melodia, de 1973, em que ele também faz referência a Paquetá e à calma das coisas. “Como nas paradinhas da música de Luiz Melodia que dá título à exposição, estes cortes no tempo são, na verdade, a chave de qualquer movimento, sua essência inesgotável”, diz a curadora. “Para criar minhas obras, trago outras expressões artísticas, como a música, e não só as artes visuais”, conta a artista.

 

A exposição terá, ainda, outros trabalhos que possuem elementos urbanos como referência, como “Shelf with Poteau”, que foi inspirada nas barras de ferro que impedem que os carros estacionem nas calçadas de Paris, e “Veneziana”, que é composta por um capacho preto, que imita ferro, que foi achado pela artista na capital francesa. Na obra, que será colocada no chão da galeria, ela fez intervenções com tinta branca.

 

Em uma das paredes da galeria estará uma roda vermelha, criada com carpete e parafina. “Ela estará representando a roda, um ícone do movimento”, afirma a curadora. Também na parede estará a obra “Inutile d’ajouter” onde, em uma pequena barra de ferro a artista apoia uma placa de linho e um azulejo verde com trechos do “manifesto surrealista”, de André Breton (França, 1896 – 1966). Haverá, ainda, uma caixa com textos e azulejos que a artista compra em lojas de materiais de construção usados. “São objetos que já tem uma história”, diz. Ainda em exposição, desenhos feitos em grafite, ecoline e lápis de cor sobre papel, de 2012, que se relacionam com a questão do movimento e com as demais obras. Os desenhos são muito sutis, com pequenos elementos e, às vezes, algumas frases. “Eles trazem silhuetas, que na verdade é uma presença e determina algo que já foi”, explica a curadora.

 

 

Sobre a artista

 

Débora Bolsoni nasceu no Rio de Janeiro em 1975. Vive e trabalha em São Paulo. Mestre em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo e Bacharel em Gravura pela Universidade de São Paulo. Estudou, ainda, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Saint Martin School of Art, Londres. Possui obras em importantes coleções, como Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte da Pampulha; Museu de Arte de Ribeirão Preto; Instituto Figueiredo Ferraz; Pinacoteca Municipal de São Paulo e Remisen-Brande Art Collection. Dentre suas principais exposições individuais estão “No names, but names” (2017), no Drawing Lab, em Paris; “Urbanismo Geral” (2015), na Athena Contemporânea; “Fazer Crer” (2007), no MAMAM, em Recife; “Gruta Pampulha” (2006), no Museu de Arte da Pampulha; “Débora Bolsoni, Programa de Exposições do CCSP’’ (2005), no Centro Cultural São Paulo; “Individual e simultânea” (2001), no Centro Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo, entre outras. Dentre suas exposições coletivas destacam-se: “Miniatures, Models, Voodoo and Other Political Projections” (2017), no Blau Project, em São Paulo; “A spear a spike a point a nail a drip a drop the end of the tale” (2016), na Ellen de Brujine Projects, em Amsterdan; “Aparição” (2016), na Caixa Cultural Rio de Janeiro; “Condor Project” (2015), na The Sunday Painter Gallery, em Londres; “Tout Doit Disparaître” (2015), na La Maudite, em Paris; “Southern Panoramas-19 Art Festival SESC Videobrasil” (2015), no SESC Pompéia; “Alimentário” (2014), no MAM Rio e na OCA, São Paulo; “Imagine Brazil, artist’s books” (2013), na Astrup Fearnley Museet, em Oslo; “Betão à Vista” (2013), no MuBe, em São Paulo; “O Retorno da Coleção Tamagnini” (2012), no MAM São Paulo; “Dublê” (2012), no CCSP;  “Mostra Paralela – A Contemplação do Mundo” (2010), no Liceu de Artes e Ofício, em São Paulo; “Corsário Cassino Museu” (2010),no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte; “Absurdo” – 7ª Bienal do Mercosul (2009); “Quase Liquido” (2008), no Itaú Cultural, em São Paulo; “Cover – Reencenação + Repetição” (2008), no  MAM São Paulo; ‘’Contraditório – Panorama da arte brasileira’’ (2007), no MAM São Paulo, entre outras.

 

 

 

De 20 de julho a 19 de agosto.

“Urbanizia”

10/jul

“Urbanizia” foi o termo criado por sete artistas visuais atuantes no cenário artístico contemporâneo carioca, a partir de leituras e debates. Focando na poética urbana dos sintomas do mundo contemporâneo, eles apresentam cerca de 40 trabalhos inéditos, ocupando as galerias do 2º andar do Centro Cultural da Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com abertura no dia 18 de julho. Sob a curadoria de Isabel Sanson Portella e Jozias Benedicto, os artistas Benjamin Rothstein, Danielle Cukierman, Flávio Santoro, Henrique Kalckmann, Luciana Gaspar, Milena Soares e Rosana Diuana (ex-alunas de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage). Está prevista uma visita guiada e lançamento do catálogo no dia 02 de setembro.

 

Para o enfrentamento da temática urbana, alguns deles optaram por extrapolar os limites da pintura, do suporte ou da escala, enquanto outros ousaram em outras mídias, e todos aqui mostram suas pinturas, instalações, vídeos e objetos – como o painel multifacetado que se tem ao percorrer as vitrines de um centro urbano. “A mostra “Urbanizia” traz um olhar contemporâneo sobre quem vive nas cidades e é afetado, envolvido e modificado pelas questões do cotidiano e do convívio social em suas mais diversas nuances e sutilezas. Em um mundo em rápida mutação, vivemos e captamos o tempo todo flagrantes da vida onde a velocidade e a fragmentação dos fenômenos, a “erraticidade”, o voyerismo, a solidão urbana, o frenesi do consumo nos afeta, envolve e modifica”, diz Isabel Sanson Portella, curadora.

 

A ideia dos artistas é envolver o espectador nesta teia e levá-lo a viver com eles a experiência urbana através da arte: “Desafiados a pensar em um projeto comum para esta exposição, os artistas levaram seu foco para a urbanidade contemporânea, chegando a criar neologismos como ‘Urbanizia’ – que ficou como o título da mostra – e “urbanêur”, que seriam os homens e mulheres imersos na vida das metrópoles. A partir deste núcleo comum os artistas expressaram, com suas poéticas, interpretações do tema urbano, visões particulares mas ao mesmo tempo partes do plano coletivo da exposição, falando desta realidade que nos marca profundamente, quando as promessas do iluminismo e do moderno se revelaram armadilhas”, afirma Jozias Benedicto, que também assina a curadoria da mostra.

 

 

OS ARTISTAS E SUAS PROPOSTAS

 

Em seu trabalho atual, Benjamin Rothstein procura, principalmente, falar do tempo, do nosso tempo e de um outro tempo, com novas roupagens, através de uma conjugação de imagens históricas ou não, mas colocadas para incomodar o observador. Em suas últimas criações, mais ligadas às cidades, o artista mostra um pouco das relações humanas sob a égide urbana atual e suas pressões.

 

Danielle Cukierman estuda os excessos do mundo, como tecnologia, consumo, lixo… Fósseis de um tempo de urgência. Seus trabalhos são compostos de diferentes planos e suportes, que originalmente envolvem, embalam ou carregam coisas, mas que agora estão esvaziados e obsoletos. Usa também materiais populares e de uso cotidiano. Danielle apresenta o objeto original transformado, dando a ele nova oportunidade de existir e/ou novo significado.

 

Flávio Santoro pretende demonstrar, através dessa exposição, as impressões emocionais e racionais, conscientes ou não, da condição de Ser Urbano. Utilizando colagens e pintura, o artista busca imprimir a urgência, a efemeridade, e por que não, a beleza da capacidade de mutação e adaptação do homem em seu desafio atual no mundo.

 

Nos trabalhos de Henrique Kalckmann a figura serve de suporte para uma proposta plástica, reflexo de sensações. A ideia para a produção dos trabalhos se inicia, preferencialmente, com fotos captadas nas ruas, em qualquer cidade que ele esteja. Na seleção da foto, o artista busca a escolha do que pode ser a síntese de uma cena que está acontecendo. A dimensão das telas é parte importante da composição e construção de um significado.

 

Luciana Gaspar tem obras que remetem a construção, estrutura e urbanidade – um universo onde as formas se relacionam. Trabalhando com uma geometria inquieta, construindo uma arquitetura aleatória de fragmentos, traz uma estruturação num clima essencialmente urbano, através de um jogo de encaixes numa abstração de formas partidas. São espaços labirínticos que querem envolver, mas que também permitem o escape. Nessa trama de formas, nesse labirinto de redes neurais, a artista explora relações da parte e do todo e de continuidade e descontinuidade.

 

Milena Soaraes parte de fotos da internet e fotos da performance “Puxar Pele”, da artista Juliana Ribeiro Wähner, inserindo fragmentos dessas imagens no contexto da sua pesquisa sobre relacionamentos na era das redes sociais, levantando algumas questões da contemporaneidade. A artista indica que no meio de tanta complexidade, os prazeres mais simples e primitivos acabam por se revelar uma forma de epifania. Suas pinturas trazem pouco espaço para o corpo humano (ou o que resta dele) se expressar, insinuando a existência de várias neuroses.

 

Rosana Diuana parte de um processo investigativo sobre o universo intimo de cada individuo. A artista retrata o mundo do “ser” sexual ao invés do “dever ser”, separando-o do que cotidiano impõe por meio das limitações morais, religiosas e éticas. Através da pintura e de outros meios, a artista apresenta algumas experiências sensoriais e sexuais vividas de forma oculta por parte significativa da sociedade. Da deglutição do fruto proibido, da cegueira que se descortinou para um mundo repleto de estímulos, a essência da libido, a busca pelo prazer sexual fora do que é moralmente aceito é o foco de seu trabalho.

 

“Urbanizia”

 

Artistas visuais atuantes no cenário artístico contemporâneo apresentam obras inéditas a partir da temática urbana.

 

 

De 18 de julho a 03 de setembro

Relações de afeto

30/jun


Será inaugurada no dia 08 de Julho, sábado, às 18 horas, a exposição “AFÉTO”, de Roger Cipó, curadoria de Marco Antonio Teobaldo, na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Rua Pedro Ernesto, 32, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ. Em sua primeira exposição individual, o fotógrafo volta toda a sua atenção para as relações de afeto constituídas dentro dos terreiros de Candomblé, a partir de sua experiência como iniciado na religião.

 

Depois de percorrer dezenas de terreiros no estado de São Paulo, Cipó foca sua pesquisa no Asè Iya G’unté, localizado em Juquitiba, onde percorreu pelas rotinas mais comuns de seus adeptos, até às mais complexas. As imagens reveladas apresentam a interação dos fiéis entre si, como uma família ao redor de suas obrigações, e, durante as cerimônias, quando os orixás manifestam seu afeto por meio de seus sacerdotes.

 

De acordo com o artista, mais que um registro documental sobre um aspecto específico do Candomblé, o trabalho reitera a importância das relações interpessoais como forma de resistência da cultura afro-brasileira. O resultado da mostra se amplifica quando exibida sobre o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, dentro da programação do festival de fotografia FotoRio.

 

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea tem acolhido dentro de sua programação, diversas temáticas de exposições de artes visuais, realizadas por artistas do Rio de Janeiro e de outras localidades. A partir de pesquisa realizada pelo curador do espaço, Marco Antonio Teobaldo, os artistas convidados apresentam livremente suas propostas, tendo como ponto de partida as suas percepções acerca do ambiente expositivo e a importante história que ele abriga. Esta experiência tem superado expectativas e trazido excelentes resultados, que se refletem na crescente visitação que o espaço vem recebendo, desde a sua inauguração e o Prêmio Ações Locais, concedido pela prefeitura.

 

A coordenação geral é de Merced Guimarães dos Anjos. A exposição é uma produção da Quimera Empreendimentos Culturais, impressão do Estúdio Print em paraceria com a FotoRio. Uma realização do IPN.

 

 

De 11 de julho a 02 de setembro.

5 artisti brasiliani geometrici

28/jun

A Um Galeria, da marchand Cassia Bomeny, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “5 artisti brasiliani geometrici”, com cerca de 20 obras recentes e inéditas, dentre esculturas e pinturas, dos artistas Luiz Dolino, Manfredo de Souzanetto, Maria-Carmen Perlingeiro, Rodrigo de Castro e Suzana Queiroga. Com curadoria de Luiz Dolino, a mostra traz uma seleção de obras de artistas ligados à linguagem geométrica e seguirá ampliada para Roma, Lisboa, Basel e Bolonha.
“O eixo central do argumento se sustenta na vontade de exibir cinco artistas que se aproximam e se tornam íntimos, sem prejuízo da singularidade de suas escolhas diante do ilimitado da expressão. A Geometria – geom, tudo aquilo que em Matemática se ocupa do estudo do espaço e das figuras que podem ocupa-lo – é, na largada, o polo que nos une. O rigor formal permeia o sonho, constrói e desconstrói. Há uma arquitetura que se impõe, que edifica; mas há também uma ordem que deforma, implode, desmonta”, afirma o curador Luiz Dolino.
Rodrigo de Castro e Luiz Dolino apresentarão pinturas inéditas. Esses dois artistas “…perseguem mais de perto a rota euclidiana – exploramos figuras que não possuem volume”, explica o artista e curador Luiz Dolino, que ressalta uma diferença: “Rodrigo ousa dizer que está sempre em busca da cor que melhor se ajuste ao seu propósito. Do meu lado, sou mais direto, cético. Preciso tão somente de quatro cores”, diz.
Manfredo de Souzanetto apresentará obras “…onde a fragmentação do suporte, os pigmentos naturais de terras brasileiras e a construção da forma determinam o dinamismo da obra no espaço”, conta o artista. Para o curador, vem da obra de Manfredo “…o privilégio atribuído à presença do objeto que, antes de tudo, nos surpreende. Mais ainda talvez, nos assusta e perturba com sua arritmia. Extasiamo-nos diante da permanente proposta que visa a recomposição de um imponderável puzzle. Leva e traz. Diz e contradiz. Dialeticamente se impõe: cheios e vazios. O impasse enganoso conduz o nosso olhar para periferia irregular. A percepção sofre reveses. A catedral se estrutura e abriga uma arquitetura arquetípica”.
Maria-Carmen Perlingeiro apresentará uma série de esculturas composta por pedras Mica, colocadas em painéis de acrílico, que parecem flutuar no espaço.  “Prismas, cones, segredos, luz e pedra, ouro, são palavras de ordem na compulsão criativa dessa artista que, por meio de delicada magia, impõe expansões da própria forma”, afirma o curador.
Suzana Queiroga também apresentará esculturas. “A experiência proposta ao espectador modifica a sua percepção e promove a expansão dos sentidos, do espaço e do tempo”, diz o curador.
Itinerância Internacional 
A partir do dia 02 de novembro no Palazzo Pamphilj, em Roma, em parceria com a produtora italiana ATRIVM. A itinerância da mostra seguirá no próximo ano para a Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, Portugal, para a Brasilea Stiftung, em Basel, na Suiça, e para Bolonha, na Itália.
Sobre os artistas
Luiz Dolino nasceu em Macaé, RJ, 1945. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dentre suas exposições mais recentes estão a mostra no Espaço Cultural da UFF (2016); no Centro Cultural de Montes Claros (2015); na Galeria Marcantonio Vilaça, em Bruxelas, no ARTMARK, em Viena e na Casa-museu Medeiros e Almeida, em Lisboa (2014). Destacam-se, ainda, as mostras na Jordania Cultural Center (2013); no CCBB Rio e Brasília (2012); no Museum of Young Art, em Viena, no SEGIB, em Madri, no Palácio Maldonado, em Salamanca, no Museu Nacional da Costa Rica e no CCBB Rio, ambas em 2008. Em 2007, expôs na Caixa Cultural de Curitiba e no CCBB Rio, entre muitas outras.
Manfredo de Souzanetto nasceu em Jacinto, MG, 1947. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou arquitetura no Brasil e artes plásticas no Brasil na França. Dentre suas exposições individuais destacam-se a retrospectiva no Paço Imperial (2016), as mostras na Stiftung  Brasilea (2013), na Suíça, no Museu Nacional de Belas Artes (2010), no Centro de Arte l’Espal em Le Mans, na França, Kulturtorget em Stavanger, na Noruega (2007), a panorâmica de sua obra no Centro Cultural Correios, na Caixa Cultural em Brasília e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (2006), a mostra no Instituto Moreira Salles (2005/2006), no Musée National de la Porcelaine Adrien-Dubouché (2000), no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian (1994), no MAM Rio (1982), entre outras.
Maria-Carmen Perlingeiro nasceu no Rio de Janeiro, 1952. Vive e trabalha em Genebra. É escultora e seu material de predileção ė o alabastro. Dentre suas exposições individuais destacam-se “Sculpture et rayonnnement”, na Simon Studer Art, em Genebra (2016), as realizadas em Basel (2015), no MAM Rio (2012), na Pinacoteca Cívica de Volterra (2008), na Itália, no Espace Topographie de l’art, em Paris (2007), na França, no Museu da Chácara do Céu (2007), no Paço Imperial (2006) e no CCBB (1999), ambas no Rio de Janeiro, entre outras.
Rodrigo de Castro nasceu em Belo Horizonte, MG, 1953. Vive e trabalha em São Paulo. Filho do escultor Amilcar de Castro, iniciou sua carreira na década de 1980. Premiado no 11º Salão Nacional de Artes Plásticas, Funarte, no Rio de Janeiro e agraciado com o Prêmio Principal, no 13º Salão de Arte de Ribeirão Preto, Rodrigo de Castro participou de diversas mostras individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, entre elas, uma exposição no MAM Rio, na década de 1990. Sua mais recente exposição foi na Um Galeria, em maio deste ano.
Suzana Queiroga nasceu no Rio de Janeiro, 1961. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no MAM Rio. Em 2002, concluiu o Mestrado em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, na UFRJ. Atualmente, expõe no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e é uma das finalistas do Prêmio Marcantonio Vilaça. Recebeu o Prêmio Aquisição na XVIII Bienal da Cerveira, Portugal (2015), o 5º Prêmio Marco Antônio Villaça (2012) e o 1º Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea da Funarte (2005). Participou da exposição Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984).
Sobre a galeria
Fundada pela colecionadora Cassia Bomeny, a Um Galeria foi inaugurada em dezembro de 2015, com o objetivo de apresentar arte contemporânea, expondo artistas brasileiros e internacionais. Trabalha em parceria com curadores convidados, procurando elaborar um programa de exposições diversificado. Tendo como característica principal oferecer obras únicas, associadas a obras múltiplas, sobretudo quando reforçarem seu sentido e sua compreensão. Explorando vários suportes – gravura, objetos tridimensionais, escultura, fotografia e videoarte. Com esse princípio, a Um Galeria estimula a expansão do colecionismo, com base em condições de aquisição, bastante favoráveis ao público. Viabilizando o acesso às obras de artistas consagrados, aproximando-se e alcançando um novo público de colecionadores em potencial. A galeria também abre suas portas para parcerias internacionais, com o desejo de expandir seu público, atingindo um novo apreciador de arte contemporânea, estimulando o intercâmbio artístico do Brasil com o mundo.
Até 09 de agosto.

Suportes originais

21/jun

Com bem-humorados trabalhos que têm pratos de papelão como suporte, mostra questiona o consumismo e o valor da obra de arte. Um liquidificador que mistura ícones da história da arte nacional e internacional, com uma generosa dose de bom humor, passando por nomes como Keith Haring, Basquiat e Roy Lichtenstein, obras famosas como “O Grito” e a “Mona Lisa”, personagens da Disney, Coca-Cola, figuras religiosas, tudo isso tendo como suporte singelos pratos de papelão.

 

Assim é a exposição “Louça fina”, de Fernando Ribeiro, com cerca de 30 obras que chegam ao Rio de Janeiro dia 27 de junho, na Tramas Arte Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com a mostra, o artista aborda questões diversas, do consumismo ao valor da obra de arte como memória e parte da história. Fernando Ribeiro aponta como sua princípal influência o francês Marcel Duchamp.

 

A pop art também é outra influência grande para o artista plástico, com homenagens a artistas desse estilo e o uso de grandes marcas do mercado publicitário em suas obras.

 

“Fernando é um pintor surpreendente, suas obras sempre discutem com um certo tom de ironia as grandes obras icônicas da arte internacional. Ele deve ver algum prazer nesse tipo de procura em decodificar essas obras, até porque há ali um mistério desses trabalhos incorporados no universo popular ou ainda no inconsciente coletivo.” Emanoel Araujo, diretor curatorial do Museu Afro Brasil, em São Paulo.

 

A abertura da exposição marca também o lançamento do novo site da Tramas Arte Contemporânea e na mesma noite, duas outras exposições serão abertas no Shopping Cassino Atlântico: “Extração”, individual de Ramon Martins, na Galeria Movimento, e o “8º Salão dos Artistas Sem Galeria”, na Galeria Patricia Costa, numa verdadeira maratona artística.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em São Paulo e interessado pelo universo dos gibis, iniciou sua carreira ainda jovem, como cartunista e roteirista de HQ. Aluno de Nelson Leirner, tornou-se produtor do artista nos anos seguintes e também seu assistente em exposições nacionais e internacionais. Desenvolve seu trabalho através de pinturas, assemblage, ready-made e tridimensional, usando o humor como ferramenta.

 

 

De 27 de junho a 29 de julho.

Na Silvia Cintra + Box 4

20/jun

Renata Har expõe na Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. “alabastro” é uma formação natural calcária que foi tomada como ponto de partida pela artista para sua primeira individual na galeria. Na mostra, que conta com curadoria de Caique Tizzi, a artista desvenda através de alegorias visuais e poéticas a relação do alabastro com a sua materialidade geológica e as suas múltiplas interpretações.

 

A exposição é uma grande instalação composta de mídias variadas. Uma grande pintura sobre carpete com tinta spray, pigmento, tinta e colagem de objetos; outra pintura em tela com betume, lantejoulas, farinha e goma damar; esculturas em gesso com purpurina, vidro e neon e ainda uma série de monotipias sobre papel.

 

Uma grande banheira de ferro com pintura preta naval e óleo e outra escultura feita com tecido e balões prateados vazios também fazem parte da mostra e serão usados por Renata em uma ação performática na noite de abertura.

 

“alabastro” também conta com o vídeo Guerra e Esbórnia feito em parceria com o cineasta Karim Aïnouz a partir de imagens de arquivo encontradas na internet que mostram a formação geológica do alabastro. Esse vídeo funciona como texto curatorial e descreve um mundo onde a água se transformou em calcário. Esta mostra é assinalada como a primeira exposição da artista no Brasil.

 

 

Sobre a artista

 

Renata Har deixou o país para estudar na França, na École des Beaux-Arts, em Paris sob a tutela de Christian Boltanski. Vive desde 2012 em Berlim, onde também atua, junto com Caique Tizzi, em um coletivo de artistas chamado Agora.

 

 

De 08 de julho a 04 de agosto.

Ernani, celebra 111 anos

Para celebrar os 111 anos da Ernani Leiloeiro – uma das mais tradicionais casas de leilão do Brasil – Horácio Ernani Rodrigues de Mello (quinta geração da família de leiloeiros) criou um evento especial. Obras de parte dos acervos do Comendador Osvaldo Riso, da Sulamérica Seguros, do Acervo da Galeria TAC e de outros comitentes serão expostas entre até 23 de junho,  na Vila Riso, São Conrado, Rio de Janeiro, RJ. Este formato permitirá apreciar obras de artistas renomados como – entre os destaques -, as “Bandeirinhas”, de Alfredo Volpi, um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo brasileiro.

 

No conjunto apresentado, o “Buraco para jogar políticos desonestos”, de Cildo Meireles, é uma das obras mais impactantes. Nela, o artista propõe uma solução inusitada para a corrupção endêmica na política brasileira.  A obra criada em 2011 serviu de inspiração para a confecção de um grande painel que participou da Bienal de Istambul.

 

Os demais destaques são: as cores vibrantes da pintura “Alegria”, de Jorge Guinle, com seus traços intensos; “Pão de Açúcar”, pintura de Glauco Rodrigues; “Gibi”, de Raymundo Colares, confeccionado nos anos 1960 em papel colorido; “Retrato de Maria Portugal Milward”, peça rara de Alberto da Veiga Guignard.  No total, a exposição e o leilão vão apresentar aproximadamente 1000 peças, entre objetos de arte e antiguidades, do século XVIII ao XXI.

 

 

5ª geração

 

À frente da tradicional casa de leilões desde 2001, Horácio Ernani de Rodrigues de Mello, 43 anos, estreou em grande estilo no leilão da famosa “Coleção Noronha Santos”, com manuscritos de Olavo Bilac, Machado de Assis, Manuel Bandeira e até os originais de uma pauta musical assinada por Richard Wagner. Ernani representa a 5ª geração da família, que desde 1906 atua no mercado leiloeiro carioca. A sede da Ernani Leiloeiro está localizada no Palácio dos Leilões – mansão na Rua São Clemente, em Botafogo.

Embarca-Ações virtuosas

Intervenção urbana na Praça XV tem o objetivo de fazer as pessoas desacelerarem, com uma série de atividades, que incluem instalações artísticas, performances, música, dança, teatro, etc. Nesta terça-feira, dia 20 de junho, a Praça XV será ocupada das 15h às 20h, por uma grande intervenção urbana gratuita, que tem o objetivo de fazer as pessoas desacelerarem. Para isso, haverá instalações artísticas, performances, shows de música, dança, palestras, medição de pressão arterial, bike truck, etc. “O objetivo geral do projeto é realizar uma intervenção artística coletiva transformando um cenário urbano de passagens e correrias diárias em um campo imantado de ações virtuosas. Lançando o dia internacional do “decrescimento sereno” inspirado nas teorias de Serge Latouche (filósofo-economista francês) conclamamos os transeuntes – trabalhadores em seu retorno para casa a desacelerar as rotinas de angústias, des-Atenção e des-Afetos do dia-a-dia”, explica o curador Luiz Guilherme Vergara.  

 

Dentre os trabalhos apresentados estará a instalação “Fome”, de Carlos Vergara, composta por feijões que formam a palavra fome, a obra “Ambientes infláveis”, de Hugo Richard, a instalação “Faixa Democrática”, de Martha Niklaus, Suely Farhi e Adriana Maciel, a “Mandala de Sal Grosso”, de Jacira JL, entre outros. Haverá, ainda, o “coletor de angústias”, onde a artista Clarice Rosadas desenhará as angústias dos transeuntes.  Também haverá dança, teatro, massagens, medição de pressão arterial e muitas outras atividades gratuitas.  

 

O projeto nasceu da ideia das artistas – pesquisadoras, Lívia Moura (Mestrado Estudos Contemporâneos da Arte – UFF) e Gabriela Bandeira (Graduação em Artes – UFF), com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, trazendo para dentro da sala de aula dos cursos de Graduação em Artes e Produção Cultural da UFF um convite para agir no mundo. Assim formou-se esta rede de ações coletivas de transfigurações de afetos no cotidiano. Inspirada também nas teorias de Serge Latouche do Decrescimento Sereno / Feliz, Lívia Moura traz a proposta de ação coletiva – “Vendo Ações Virtuosas” – ativando intervenções urbanas e iniciações humanas para uma alfabetização emocional”; Gabriela Bandeira, propõe um ativismo poético e afetivo, “Em-Barca”, coletando múltiplas respostas para a questão “Você já viu o mar hoje?”.

 

Propositalmente, o evento será realizado na Praça XV, com o objetivo de atingir as milhares de pessoas que entram e saem diariamente da estação das barcas.

 

Programação:

15h- Início da intervenção

– Venda de produtos e alimentos no triciclo Imantado da Vendo Ações Virtuosas

– Sessão “Lange-rir” com Leticia Mattoso (venda de langerie e bate- papo com drinks)

-Escultura de Suco Verde com Priscila Piantanida

 

Nuvens:

Ações que acontecerão entre, a favor e contra os fluxos dos transeuntes em direção às barcas

– Você já viu o mar hoje? com Gabi Bandeira

– Ambientes Infláveis com Hugo Richard

– Faça sua Fé: distribução gratuita de Santinhos com Carol Cortes

– Peça para Viver: Joana M Caetano e Ana Resende

– Sinapses: Grupo Icó, Dasha Lavrennikov e Nora Nóra Barna com grupo de graduação de artes e produção da UFF: mestrandos do Curso de Pós Graduação da UFF: Estudos Contemporâneos da Arte e Cultura e Territorialidade

– Conectores: Diana Koler e Rafa Éis

– Faixa DEMOCRÁTICA – Martha Niklaus, Suely Farhi e Adriana Maciel.

-Entrevistas com os transeuntes sobre o “Lançamento do Dia Internacional do Decrescimento Sereno” com estudantes de graduação da UFF. Sobre a pressa nossa de cada dia?

 

15h às 18h

Atividades sobre as “Mesas Baldias” de Nuno Sacramento:

-Tire sua pressão- Tempo é Vida! (Enfermeiros despressionando)

-Massagem Nativa com Niara do Sol

-Portal de limpeza (laboratório de mandalas e amuletos com as artistas Jacira JL, Sondra Santos e Jeniffer)

– Coletor de Angustias (a artista Clarice Rosadas desenha as angustias dos transeuntes)

-Bate- papo sobre novas economias com Gabriela Valente (Sistema B), Niara do Sol (hortas/hospitais comunitários), Livia Moura ( VAV) e Luiz Guilherme Vergara (UFF)

 

18h:

Danças circulares do fogo com Carol Cortes em torno da mandala de sal grosso

e Tupife (bloco de pífanos e tambores)

 

Ambiente:

-Cartazes do colaboratório da ESDI (UERJ)

-Triciclo Imantado do VAV

– Mesas baldias do Nuno Sacramento

-Cadeiras de Marcia Brandão

-Feijões de Carlos Vergara

-Mandala de sal grosso de Jacira JL

-Estandartes Gabrila Macena e Mariana Monteiro

 

Local, dia e hora: Praça XV, Centro, Rio de Janeiro, RJ, terça-feira, dia 20 de junho, das 15h às 20hs, curadoria de Luiz Guilherme Vergara – Entrada franca

Gautherot no Paço

A exposição “Marcel Gautherot – Brasil: tradição, invenção” é a maior mostra das obras do fotógrafo francês já exibida no Brasil. Com curadoria de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles, e Samuel Titan Jr., coordenador executivo cultural do IMS. A exposição está em cartaz no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A mostra revela a profundidade com que Marcel Gautherot documentou as especificidades geográficas e culturais brasileiras.

 

As fotografias fazem parte do acervo do IMS e a realização da exposição é uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Cultural Paço Imperial. A exposição apresenta mais de 300 imagens, representativas da diversidade temática e da qualidade estética desenvolvida por Marcel Gautherot ao longo de sua carreira no Brasil.

 

A atividade integra as comemorações dos 80 anos de criação do Iphan e da institucionalização da política de proteção do patrimônio cultural brasileiro.

 

 

Até 20 de agosto.