Fotos de Guilherme Licurgo

10/abr

A Luste Editores lança no dia 14 de abril na galeria LUME, Jardim Europa, São Paulo, SP, “Guilherme Licurgo – Desert Flower – Martha Graham”, um registro feito pelo fotógrafo brasileiro Guilherme Licurgo, durante o período de quatro anos (2010 – 2014), ao acompanhar a Martha Graham Dance Company em turnês ao redor do mundo. A publicação chega às livrarias em uma caixa composta pelo livro principal “Desert Flower”, bilíngue, com imagens e textos sobre a coreógrafa e sua Companhia, um segundo livro intitulado “Body Seeds”, com fotografias (em lâminas) soltas, além de um pôster e um flip book.

 
Guilherme Licurgo teve o contato inicial com os característicos movimentos angulosos da dança de Martha Graham em 2010, quando conheceu Tadej Brdnik, primeiro bailarino e gerente de projetos especiais da Companhia. Juntos, realizaram alguns ensaios fotográficos em um cenário desértico, com figurinos de obras de Martha Graham – os quais já foram assinados por grandes nomes da moda, como Oscar de la Renta, Halston, Donna Karan e Calvin Klein. O resultado dos primeiros registros surpreendeu a todos pela qualidade das imagens e abriu as portas da Martha Graham Dance Company para o fotógrafo, que se deixou seduzir pelas inúmeras formas de registrar os bailarinos em ação. “Fiquei impactado, descobri uma dança extremamente visual, com infinitas possibilidades para um fotógrafo.”, relembra.

 
No ano seguinte, Guilherme Licurgo começa a acompanhar o grupo em turnês, interagindo com os bailarinos após assistir às apresentações e descobrir nuances de movimentos. Quando a Companhia passa pela Itália e pela Espanha, Licurgo tem o insight de sair por locais ao ar livre, com uma mala cheia de figurinos e com bailarinos dispostos a posar para suas lentes, capturando detalhes da técnica de Martha Graham e transformando-os com seu olhar. Nascia, assim, a série de fotografias batizada de “Desert Flower”, um olhar inusitado sobre a obra de Martha Graham, unindo o uso de sua técnica ao desejo de criar imagens novas, livres, que celebrassem sua dança. Em seguida, para mais uma imersão, Guilherme Licurgo viaja a Nova York, de onde segue em outra turnê com a Companhia, passando por outras cidades da Itália e pela Grécia, a fim de incrementar o projeto. Viajando sozinho, mergulhado no mundo de Martha Graham, o processo criativo já se desenvolvia naturalmente, de forma até visceral.

 
Agora, através da Luste Editores, chega o momento de dar mais um importante passo nessa trajetória, com o lançamento de “Guilherme Licurgo – Desert Flower – Martha Graham”. Direcionada não apenas a admiradores da dança e da fotografia, a publicação transita entre livro e item de colecionador; um registro de arte, cultura e beleza. Nas palavras de Janet Eilber, diretora artística da Companhia: “Com estas imagens notáveis, Guilherme Licurgo conseguiu captar as convicções essenciais de Martha Graham e elevá-las ao futuro. Sei que Martha ficaria intrigada e fascinada por estas imagens, e sentiria uma profunda conexão com suas próprias descobertas criativas.”.

 

 
* Entre os dias 15 e 21 de abril, algumas fotografias que compõem o livro estarão em exposição na Galeria Lume.

Livro de Verena Smit

A fotógrafa Verena Smit lança seu livro “Lovely”, na Livraria Freebook, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, com 22 imagens em preto e branco. Após residir em Nova York, Estados Unidos, durante dois anos e meio, a artista ocupou seu último ano na cidade com este projeto, cuja proposta nos leva a um imaginário poético onde o sentimento de despedida é o fio condutor. A despedida não da cidade ou simplesmente das pessoas com quem se relacionou, mas de um sonho concretizado. Ao se mudar para Nova York para uma graduação em fotografia, Verena Smit se deparou com momentos difíceis mas, ao mesmo tempo, com os melhores e mais intensos de sua vida. Se envolveu de forma mais experimental e artística, reafirmando sua paixão pela fotografia.

 

Um ano antes de retornar a São Paulo, a artista viu a necessidade de reunir imagens para a criação de seu primeiro livro – algo autoral, livre, pessoal, como uma dedicatória ao tempo que morou naquela cidade. Adquiriu, então, uma pequena câmera, e passou a levá-la para todos os lugares. “Queria guardar as memórias de uma outra forma e, ao mesmo tempo, incentivar meu instinto de fotografar constantemente cada detalhe que eu via ao longo dos dias.”, comenta. Surge, então, o projeto “Lovely”, não como um diário fotográfico, mas como uma narrativa poética que expõe a relação entre uma experiência vivida e o ideal sonhado. Carregadas de espontaneidade e despretensão, as fotografias revelam uma atmosfera de sonho, de fantasia, transportadas de seu inconsciente para os negativos.

 

De volta ao Brasil, Verena Smit chegou a deixar este projeto de lado, talvez por tamanha nostalgia que o trabalho lhe causava. Agora, com o lançamento de “Lovely”, a fotógrafa considera este como o fim de um ciclo, deixando claro que Nova York não ficou apenas na lembrança e no coração. Nas palavras da artista: “Queria fazer algo maior, além de apenas ter sentido e vivido tudo aquilo. Com o lançamento deste meu primeiro livro, declaro minha conciliação e meu retorno à fotografia.”.

 

 

Data: 16 de abril de 2015, quinta-feira, das 18 às 22h.

Inhotim no Itaú Cultural/SP

08/abr

O Inhotim, em parceria com o Banco Itaú e o Itaú Cultural, realiza pela primeira vez a itinerância de parte do acervo do instituto. “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”, exposição que estreou em Belo Horizonte no ano passado, está em cartaz e pode ser visitada gratuitamente no Itaú Cultural, Paulista, São Paulo, SP. A mostra celebra cinco anos de apoio mútuo entre as instituições.

 
A mostra itinerante “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”- deixou sua sede, em MG – e chegou a SP para ocupar três andares do Itaú Cultural. A obra “Seção Diagonal”, de Marcius Galan, instalada em Inhotim desde 2010, foi readequada para o espaço da exposição. Dividida em seis núcleos temáticos, a coletiva possibilita ao público conhecer como a arte neoconcreta influenciou decisivamente as técnicas contemporâneas.

 
Localizado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o instituto oferece a seus visitantes uma experiência única, na medida em que propõe uma relação espacial entre a arte e a natureza, caracterizando-se como o maior complexo museológico do país.

 
Parte desse acervo, em “Do Objeto para o Mundo” investiga quatro momentos de formação da arte contemporânea – o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 1960, o grupo de vanguarda japonesa Gutai e as práticas de acionismo e de performance dos anos 1970 – e exibe obras produzidas entre 1950 e as primeiras décadas dos anos 2000. O título da exposição faz menção ao movimento de aproximação do objeto de arte à experiência cotidiana do espectador.

 
Com curadoria de Rodrigo Moura e Inês Grosso, o percurso da mostra contempla várias mídias e suportes, apresentando obras de artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Rivane Neuenschwander, Channa Horwitz, Décio Noviello, Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Melanie Smith. No dia 02 de maio aconteceu um bate-papo com os artistas David Lamelas e Michael Smith, com mediação dos curadores.

 

 
Até 31 de maio.

RIEN exibe “Origem”

A mulher é a origem da vida e do amor. Este é o principal mote da nova série de RIEN, artista multidisciplinar que tem mostra aberta na Galeria Crivo, Vila Madalena, São Paulo, SP. A exposição, intitulada “ORIGEM”, reúne dez peças inéditas que buscam discutir questões muito mais fundamentais do que simplesmente a sensualidade e o sexy.

 

De acordo com o curador, Douglas Negrisolli, na série produzida por RIEN é possível identificar aspectos que vão além do trivial. “Há tópicos importantes, como a violência à mulher, como elas são subjugadas, maltratadas, mutiladas e humilhadas. Por isso, ele as retrata também para contemplá-las, como se, com isso, pudesse livrá-las da dor”.

 

O artista, de apenas 24 anos, revela que se baseia muito no controverso artista francês Gustave Courbet (1819 – 1877), autor de “A origem do mundo” (1866), obra que causa ainda hoje sentimentos diversos mundo afora. “Todos nós viemos de um ventre. É algo natural e deveria ser encarado como tal”, completa.

 

“ORIGEM” traz, além das imagens- pinturas e gravuras digitais – com certo grau explícito, uma outra curiosidade: a captação de sons. Durante toda a mostra, os visitantes são convidados a uma imersão no assunto, já que terão a percepção e interpretação visual e serão acompanhados de áudios provocantes e inspiradores, como a música que o artista ouviu durante dias a fio para pintar alguns quadros da exposição.

 

Devido à composição dos trabalhos, o curador Douglas Negrisolli sugere classificação etária de 12 anos para a visitação, disponível até o próximo dia 22 de maio.

 

 

Parceria

 

RIEN é representado de forma exclusiva pela OMA | Galeria, que cede seus trabalhos para a Galeria Crivo, em forma de parceria, com intuito de ampliar a visibilidade e criar novas oportunidades para que seguidores de outras regiões possam acompanhar o artista.

 

 

De 07 de abril a 22 de maio.

Schoeler Editions na SP-ARTE

07/abr

A Schoeler Editions participa da edição 2015 da SP-Arte, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, e apresenta uma novidade em seu stand: a aplicação do conceito de edição limitada (editions) para prints individuais das publicações “24×36″, de Bob Wolfenson; “Croix du Sud”, de Cristiano Mascaro; “Urban Landscapes”, de Michael Grecco;” Falling Beauty”, de Christian Maldonado; “Internal Affair”, de Marcelo Greco; e “Diário da Viagem”, de Peter Scheier.

 

Após se estabelecer no mercado com portfólios e projetos editoriais de luxo, confeccionados com materiais de primeira qualidade, a Schoeler Editions inova e lança prints selecionados de suas séries exclusivas, sob o mesmo conceito de edição limitada, o qual determina rígidos padrões de produção, por exemplo: todos os prints da edição são idênticos, limitados e assinados, com comprovação de origem. Os prints são produzidos em uma tiragem de 11 por imagem, impressos em papel de algodão, com chancela Shoeler Editions e assinatura do artista.

 

A Schoeler Editions promove também o pré-lançamento do livro “Sombras Secas”, de Marcelo Greco, que virá acompanhado de um print assinado e numerado, em caixa exclusiva. Somente 15 exemplares serão comercializados. Neste trabalho, o fotógrafo busca construir, através de paisagens escuras e pouco definidas, uma experiência sensorial e emocional com o ambiente onde vive. Propõe ao leitor/espectador um mergulho na geografia interna da vida. Apresenta uma visão avassaladora das relações humanas. Nas palavras do fotógrafo: “São imagens que tratam da dissolução, do desaparecimento do homem em seu ambiente construído: às vezes a partir de uma abstração, outras vezes São Paulo sendo desvendada aos poucos, (…).”

 

Por sua vez, Verena Smit lança o livro “Lovely”, que nos coloca diante de um imaginário poético onde o sentimento de despedida é o fio condutor. Não a despedida da cidade ou simplesmente das pessoas com quem nos relacionamos, mas a despedida de um sonho concretizado. “Lovely” relata uma narrativa poética que expõe a intersecção entre a experiência vivida e o ideal sonhado.

 

Após ser convidada a fazer parte do catálogo da Library of Congress (Estados Unidos) com três de seus títulos, a Schoeler Editions, com sua primeira participação na SP-Arte, dá continuidade a seu cronograma de importantes lançamentos, seguindo a proposta de elaborar projetos editoriais em tiragens limitadas, com materiais da mais alta qualidade. Todas estas edições poderão ser adquiridas durante a feira e, posteriormente, pelo site da Schoeler Editions.

 

 

 De 09 a 12 de abril.

Sergio Gonçalves na SP- Arte

A Sergio Gonçalves Galeria, Rio de Janeiro, RJ, participa pelo quarto ano consecutivo da SP-Arte, Feira Internacional de Arte de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. A galeria de arte carioca ocupará o stand A 02 e levará um projeto inédito: a “Nonada!”, uma instalação feita com obras de Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, artistas cujas obras e trajetórias dialogam, uma vez que ambos viveram, conhecem e traduzem como poucos o rico universo da cultura popular. Jorge inicia o trajeto a partir de um amontoado de livros esculpidos em madeira de várias espécies. São centenas de livros que aparecem “desassossegados” em estantes e mesas caindo pelo chão. Em certo momento começam a formar um turbilhão, cujo interior começa a brotar seres, objetos e fragmentos.

 

Também será apresentada a instalação “Pode entrar, fique à vontade, a casa é sua”, onde tudo que fará parte da obra será assinado por algum artista plástico e estará à venda, desde as cadeiras e a mesa de atendimento até estante, banco, tapete, livros, etc. Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, – artistas unidos pelos sertões brasileiros e cada um deles com uma linguagem bem peculiar -,  desenvolveram a instalação especialmente para a SP-Arte 2015.

 

Além disso, também serão apresentadas obras de Rosana Ricalde, Felipe Barbosa (que assina alguns móveis), Carlos Vergara (e seu famoso banco feijão), Eduardo Ventura, Ana Durães, Bernard Pras, Carlos Aires, Andrea Facchini, Nelson Leiner, Cildo Meirelles, Iole de Freitas, Regina Silveira, Daniel Senise, Rubens Gerchman, entre outros.

 

Este é o mais importante evento do mercado de artes do hemisfério sul e contará com um texto da crítica de arte Renata Gesomino sobre as instalações.

 

 

Sobre a SP-Arte

 

A mostra reúne mais de 100 galerias de arte de nove estados do Brasil e 16 outros países e apresenta uma oportunidade única para se travar contato com obras, artistas, curadores e outros profissionais do sistema das artes. A feira é enriquecida, ainda, por atividades culturais, como o Programa Educativo de palestras e encontros e o Núcleo Editorial, com a presença de revistas, editoras de livros de artista, lançamentos de livros e uma exposição especial dedicada ao tema. O reflexo da realização desse evento pode ser visto em toda a cidade, com a programação dos museus, centros culturais, galerias e visitas especiais a essas instituições, coleções privadas e ateliês de artistas.

Ascânio MMM na SP Arte

A galeria Marcia Barrozo do Amaral, Rio de Janeiro, RJ, apresenta trabalhos Ascânio MMM para SP Arte, Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. A marchande Marcia investe no trabalho deste grande artista que criou peças exclusivas para a feira. O escultor Ascânio MMM, conhecido também por seus trabalhos em madeira, participará com 12 obras em alumínio, material que o encanta e vem trabalhando nos últimos anos. Os trabalhos carregam um movimento inédito, por conta de um estudo feito pelo artista com os parafusos que prendem as peças de alumínio, que, desta vez, também recebem o espelho. Ascânio Maria Martins Monteiro, nasceu em Fão, Portugal, em 1941, mas é naturalizado brasileiro.

 

 

Entre 09 e 12 de abril.

Poemas Visuais

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, São Paulo, SP, apresenta a mostra “Poemas Multimídia” de Paulo Aquarone. A exposição composta de poemas multimídia criados entre os anos de 1997 e 2014, através de objetos, vídeos e instalações, nos quais se destaca o lado lúdico de cada poesia, instigando o espectador a interagir com as obras.

 

Paulo Aquarone é poeta multimídia brasileiro, produz desde a década de 1990, trabalhos poéticos com apelo visual, buscando diversas mídias para concluí-los, entre elas o computador e internet que utiliza para divulgação e produção. Nesse período realizou exposições em diversos espaços como: Centro Cultural São Paulo, Casa das Rosas-Espaço Haroldo de Campos, FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) no prédio da FIESP, Biblioteca Nacional de Lisboa (comemoração aos 500 anos do Brasil), Caixa Econômica Federal, Biblioteca Central do Rio de Janeiro e São Paulo, Conexões Tecnológicas – Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho – Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, e VídeoBardo na Argentina. Também publicou seu trabalho em diversas revistas como em Boek 861 (Espanha), Celuzlose (Brasil), Expoesia visual experimental (México), L’eiffel terrible (Espanha), Texto Digital (Brasil), Literatas (Moçambique), ffooom (Brasil), entre outras.

 

 

A partir de 07 de abril.

Baravelli, a retrospectiva

02/abr

A partir de 11 de abril, a retrospectiva de Luiz Paulo Baravelli pode ser conferida na Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP.

 
Aos 72 anos de idade e cinco décadas de intensa produção, Luiz Paulo Baravelli é um artista que opta pelo método distinto do caminho da sensibilidade. Suas obras feitas de idas e vindas, como em “emaranhados”, dialogam com a arquitetura – seu campo de formação – com a figura do corpo feminino, a poesia de W. H. Auden, e, sobretudo, com o espírito de contestação – poética – que compõe o cenário de um possível pós-modernismo

 
Foi na cidade de São Paulo, como aluno e parceiro de Weslley Duke Lee, que formou, ao lado de nomes proeminentes como Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Jose Rezende, a Escola Brasil. Além da crítica à produção da época, destacavam a produção artística como experiência de ensino, reavaliando movimentos importantes e contemporâneos como a Pop Art e o Tropicalismo.

 
“Analisar os cinquenta anos de produção nos leva a reflexão sobre as mudanças globais ocorridas ao longo desse período, e, também, nos faz refletir sobre como esse conjunto de obras dialoga conosco no tempo presente”, conta o curador e marchand Marcelo Guarnieri.

 
A ênfase da retrospectiva de São Paulo recai sobre o trabalho de pintura do mestre. Autoafirmando-se como um pintor, mesmo no trabalho das peças tridimensionais, a abordagem concilia as três dimensões com o pictórico.

 
Para a individual de São Paulo, serão apresentadas 60 obras, entre 10 pinturas/recortes e 50 croquis e desenhos dos anos 60 até os dias atuais, que serviram de base para as respectivas obras expostas. Trabalhando de madrugada em seu atelier – parando, apenas, quando o dia começa – o recorte faz jus à fama de incansável artista que Baravelli carrega. Antes de produzir qualquer obra em relevo, executa vários esboços, croquis, e faz extensa pesquisa de materiais. Sua sensibilidade é a do tempo, incluindo aí a paciência de se “perder”, horas a fio, no labirinto da criação, no qual a forma e a vida não se separam. Sua obra é um testemunho que ultrapassa um começo e um fim, uma narrativa linear, para que possamos enxergar sinais de dentro, como a luz da noite.

 
“Para um visitante que não conheça meu trabalho esta exposição pode trazer uma perplexidade. A variedade do trabalho é enorme e, sem consultar as etiquetas, é difícil adivinhar as datas em que as obras foram feitas. Penso uma explicação que pode ser redutiva, mas serve para começar: lá atrás, no começo da década de 60 me propus a ter uma sensibilidade em vez de ter um método. Naquela época predominava aqui o concretismo, com suas regras, rigores e tabus. Visitando as exposições deles eu pensava: o que estas artistas fazem quando não estão pintando? Será que andam na rua, olham para as pessoas e as coisas? Por que isso não aparece no trabalho? Porque não enfrentam o mundo em sua riqueza e complexidade em vez de se confinar a uma clausura árida e metódica?”, reflete Baravelli sobre o seu trabalho.

 

 
De 11 de abril a 09 de maio.

Catunda no Galpão Fortes Vilaça

01/abr

A nova exposição de Leda Catunda no Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta pinturas, gravuras, aquarelas, colagens e esculturas, além de um papel de parede estampado desenvolvido especialmente para a mostra. Com o título “Leda Catunda e o gosto dos outros”, a artista traz para o corpo de suas obras um apanhado de referências pop em que questiona conceitos de beleza, exotismo, o bom e o mau gosto.

 

 
Catunda frequentemente analisa o poder exercido pela cultura pop de converter imagens e objetos em signos de status social e pertencimento. Debruça-se, portanto, sobre o gosto das pessoas e suas relações com conforto, identificação e consumo. Ela se apropria de objetos do cotidiano (em geral toalhas, cobertores e roupas), separando-os por temas ou semelhanças, e então realiza interferências que lhes atribuem novas cores, volumes e texturas. Não escapam ao seu olhar a morbidade das camisetas de rock (presentes nas pinturas Botão e Botão II), a objetificação da mulher na publicidade (em MG – Mulheres Gostosas), a profusão das selfies de férias (em Indonésia), os locais exóticos idealizados pelo universo do surfe (na série Ásia).

 

 
Os conceitos de bom gosto e de belo, tão rígidos outrora, são assumidos  pela artista como parâmetros dinâmicos na sociedade contemporânea, diluídos em valores que eventualmente englobam o kitsch e o cafona. Leda Catunda, sensível a essas mutações, procura reconhecer esse novo belo presente no gosto dos outros e assim identificar a ânsia desenfreada do indivíduo de ver-se representado em uma imagem.

 

 
Todas as obras da exposição foram realizadas tomando por base a estrutura dos desenhos no papel de parede. São padrões que, na prática da artista, geralmente surgem nas aquarelas, multiplicam-se nas gravuras e ganham corpo em pinturas e esculturas. O papel de parede, por sua vez, age como síntese do seu vocabulário particular, marcado por contornos arredondados e macios. A exposição contempla todos esses suportes, sendo possível observar, por exemplo, a gravura Drops transfigurar-se nas pinturas da série Borboleta. Com esse diálogo, Catunda explicita o sentido de unidade entre as diversas linguagens desenvolvidas ao longo de sua trajetória.

 

 

 

 
Sobre a artista

 

 
Leda Catunda nasceu em São Paulo em 1961, cidade onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destaca-se a mostra Pinturas Recentes, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013) e que itinerou também para o MAM Rio (Rio de Janeiro, 2013); além de Leda Catunda: 1983-2008, mostra retrospectiva realizada na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2009). Uma das expoentes da chamada Geração 80, a artista esteve nas antológicas Como Vai Você, Geração 80?, Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); e Pintura como Meio, MAC-USP (São Paulo, 1983). Sua carreira inclui ainda participações em três Bienais de São Paulo (1994, 1985 e 1983), além da Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2001) e da Bienal de Havana (Cuba, 1984). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, como: Instituto Inhotim (Brumadinho); MAM Rio de Janeiro; Fundação ARCO (Madrid, Espanha); Stedelijk Museum (Amsterdã, Holanda); além de Pinacoteca do Estado, MAC-USP, MASP, MAM (todas de São Paulo).

 

 

 

 

 
De 11 de abril a 23 de maio.