Desenhos na LUME

01/abr

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, exibe “Noite Clara, Dia Escuro”, exposição individual do artista plástico Kilian Glasner, com curadoria de Paulo Kassab Jr. Ao apresentar 11 trabalhos da nova série, feita com carvão, nanquim e pastel, o artista constrói paisagens e aborda sua relação com a natureza, retratando locais que fazem parte do seu ambiente – alguns próximos ao olhar, outros que habitam sua imaginação.

 

Saturadas de perplexidade e encantamento, as paisagens de Kilian Glasner se encontram entre a realidade e a ficção, propondo formas distintas de interpretação. “Assim, o artista vai apoderando-se paulatinamente das coisas que pinta, roubando-as do mundo.”, comenta o curador da mostra.

 

Entre as obras em exibição, destaca-se um políptico com dez peças mostrando a escala de cinzas, brancos e negros, sendo que cada uma contém um detalhe sutil de uma cena – um galho, uma estrela etc. Em outros desenhos, o artista deixa a monocromia e trabalha com uma tonalidade vermelha, ou toma como base um fundo negro e imprime os traços com matéria branca, pastel e tinta. Em mais uma obra, o artista reproduz a região onde reside – Gravataí, PE -, a partir de uma vista aérea. “A paisagem, nessa exposição, aparecerá de múltiplas formas e ângulos, variando ao máximo a perspectiva, o ponto de vista, a nitidez.”, comenta Kilian Glasner.

 

Em “Noite Clara, Dia Escuro”, a Galeria Lume surpreende com mais uma mostra inédita, repleta de desenhos realistas e com atmosferas diferentes, criadas em escalas distintas – sejam grandes panoramas ou pequenos detalhes de uma vista. Desta forma, os desenhos de Kilian Glasner devolvem ao observador realidades potencializadas por sua inventividade, permitindo que novos significados sejam criados na relação das obras com os visitantes. A coordenação é de Felipe Hegg.

 

 

De 07 de abril a 11 de maio.

Volpi, uma homenagem

31/mar

O pintor Alfredo Volpi é o tema de uma exposição panorâmica que leva seu sobrenome: “Volpi, uma homenagem”. A mostra é composta de 23 obras, sendo cinco delas inéditas, cartaz do Paulo Kuczynski Escritório de Arte, Cerqueira César, São Paulo, SP. A exibição apresenta – com seleção de trabalhos feita pelo marchand Paulo Kuczynski -, abriga paisagens, fachadas, figuras de santos e composições abstratas produzidas entre os anos 1930 e 1960. Obras que nunca foram exibidas poderão ser vistas na exposição, fazem parte de três fases do artista: uma marinha de Itanhaém do final da década de 30, uma fachada de casas da década de 50, os santos São Benedito e Santa Luzia do início dos anos 60, e uma composição de bandeirinhas do final dos 1960. A curadoria é de Paulo Venâncio Filho e o projeto expográfico traz a assinatura de Pedro Mendes da Rocha.

 

 

 

A palavra de Paulo Kuczynski

 

 

“Há anos planejo esta mostra. Foquei minha procura por obras que revelassem a linha evolutiva de Volpi, naquele que é considerado o melhor período do artista, que abrange o início dos anos 1930 a 1940, quando ele se concentra em suas notáveis marinhas e paisagens, passando pela década de 1950, com suas famosas fachadas e início do abandono da perspectiva, e os anos 1960, quando, com tão poucos elementos, ele cria uma abstração única na pintura.”.

 

 
Até 08 de maio.

Manzoni em São Paulo

O MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque Ibirapuera, Portão 3, São Paulo, SP, apresenta exposição significativa de Piero Manzoni, provavelmente o mais importante artista da Itália, e também da Europa, do pós-guerra.

 
Em sua breve trajetória artística de pouco mais de seis anos – Manzoni morreu em Milão em 1963 aos 29 anos -, produziu uma obra radical que ainda continua a surpreender e influenciar a arte e os artistas contemporâneos. Foi também um artista que procurou contatos e conexões com outros artistas e grupos, em especial o Grupo ZERO, buscando rearticular as vanguardas europeias do final dos anos 1950.

 
Fundou revista e galeria, e sua influente presença agiu, na época, além da Itália, na Alemanha, Dinamarca, Holanda e França. Seu agudo conceitualismo irônico que se revela em um trabalho – hoje icônico – como “Merda de Artista”, renovou uma tradição derivada de Marcel Duchamp e do Dadaísmo.

 
O artista foi considerado um pioneiro pesquisador de novos materiais sintéticos que utilizou na sua importante série de trabalhos monocromáticos intitulada de “Achromes”. Manzoni, mais que qualquer outro artista, representa a jovem vitalidade que buscava novas direções para a arte numa Itália e Europa culturalmente traumatizadas pela Segunda Guerra Mundial.

 
Esta breve mostra no Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta um resumo compreensivo da fase “clássica” de sua obra; desde os primeiros “Achromes” até suas últimas obras, passando por aquelas que hoje são consideradas exemplos do espírito radical das vanguardas europeias dos anos 1950/60.

 

 

 

De 08 de abril a 21 de junho.

Rodrigo Matheus : Atração

27/mar

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresentar “Atração”, a nova exposição de Rodrigo Matheus, com esculturas inéditas construídas a partir da associação entre objetos domésticos e peças industriais encontrados em diversas lojas da cidade de São Paulo. Ao unir em um só corpo materiais de natureza genérica, as obras invertem a lógica industrial da produção em massa, assim como as noções primárias sobre forma e função.

 
Rodrigo Matheus ativa o espaço da galeria de diversas maneiras: com  obras se erguendo do chão, penduradas no teto, suspensas, ou correndo ao longo das paredes − o que confere à mostra um caráter “instalativo”. Um exemplo é a obra “Abraço”, onde folhas e galhos de plantas artificiais são organizados em linha reta nas paredes. Esta instalação leva ao limite as relações entre construção e natureza ao atribuir qualidades arquitetônicas a elementos supostamente orgânicos.

 
Flauta reforça a ideia de ritmo com o qual cada peça se insere no espaço. Trata-se de uma pilha de objetos que se ergue até o teto, composta por uma mesa Saarinen, um barril, uma lâmina circular, um prato de bateria, um trompete, entre outros elementos. Sua construção depende de coincidências industriais entre medidas, resistência e forma. Através dela, o artista discute o caráter distópico do design moderno − hoje amplamente copiado e vendido no mundo inteiro em lojas como Ikea ou Tok&Stok. Os objetos que compõe Terra à Vista, por sua vez, são cabos, elásticos, âncoras e roldanas fixadas no teto. Peso e tensão configuram um desenho no espaço e alteram de maneira bem humorada a personalidade das peças que compõe o arranjo.

 
Com “Brise”, o artista cria uma espécie de  monumento com pequenos módulos de vidro e plástico. Em sua função original, essas estruturas seriam usadas como mostruários para exposição de produtos em lojas, mas no trabalho de Matheus tornam-se o próprio assunto. Evidencia-se aí o interesse do artista em dar destaque a elementos que, na tradição da arte e do design, são pensados para serem apenas suportes. Na inversão da lógica presente no trabalho de Matheus, a base já é a escultura.

 
As esculturas de “Atração” reafirmam o interesse do artista por temas como a natureza da representação, design, artificialidade. O arranjo preciso entre as partes que compõe cada trabalho provoca um jogo de relações inesperadas, que levam em conta suas qualidades inerentes, o circuito social e as relações de poder presentes  em cada componente da mostra. Através dessas articulações, Rodrigo Matheus aponta para o potencial poético e estético de objetos banais que, uma vez livres de função, revelam novas possibilidades de sentido e compreensão para além do que foram concebidos.

 

 
Sobre o artista

 
Rodrigo Matheus nasceu em São Paulo em 1974 e atualmente vive e trabalha em Paris, França. Suas exposições individuais recentes incluem: Coqueiro Chorão, Ibid Projects (Londres, Reino Unido, 2014); Do Rio e para é to Rio and from, Galeria Silvia Cintra + Box 4, (Rio de Janeiro, 2014); Colisão de Sonhos Reais em Universos Paralelos, Fundação Manuel António da Mota (Porto, Portugal, 2013). Suas exposições coletivas incluem: Imagine Brazil, Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2015) − mostra itinerante originalmente exibida no Astrup Fearnley Museet (Oslo, Noruega, 2013); 3ª Bienal da Bahia, MAM-Bahia (Salvador, 2014); Champs Elyseés, Palais de Tokyo (Paris, França, 2013); 32ª Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (São Paulo, 2011); The Spiral and the Square, Bonniers Kontshall (Estocolmo, Suécia, 2011). Sua obra está presente em importantes coleções, como: Instituto Inhotim (Brumadinho); MAM Rio de Janeiro; MAM São Paulo. Um livro sobre o trabalho de Rodrigo Matheus está previsto para ser lançado no segundo semestre deste ano.

 

 
De 06 de abril a 09 de maio.

Retratos na Galeria Bergamin

A Galeria Bergamin, Jardins, São Paulo, SP, inaugura a exposição coletiva temática “Retratos: the last headline”. A curadoria é de Ricardo Sardenberg e entre os artistas participantes encontram-se obras assinadas por Nan Goldin, Pancetti, Di Cavalcanti, Lorenzato, Monvoisin, Leonilson, Marcos Chaves, Joaquín Torres-García, Alex Katz, Portinari e Guignard. De acordo com o curador, a mostra apresenta “…aproximadamente 50 obras de mais de 40 artistas do século XIX – época do apogeu do retrato como projeção do poder (no caso, a projeção do Império de D. Pedro II) – até os dias atuais..”

 

 

Retratos: the last headline
Texto de Ricardo Sardenberg

 

Não estamos vivendo a extinção das espécies, mas a extinção da espécie humana. A extinção da história, do prazer, do amor e do tempo. O fim de tudo o que somos por dentro: o ser humano vive um processo de extinção interior, antes mesmo de sua extinção no mundo. Também por isso, esse processo é irrefreável. A partir de agora, devemos prestar homenagens a uma era em que se acreditava que o mundo seria eternamente melhor. Não será.

 

O retrato, hoje, é o mausoléu de si. O museu das coisas mortas e passadas. Parece que estamos esperando o último retrato, a última pose, o último olhar antes da extinção. Nossa transitoriedade torna-se evidente quando olhamos qualquer retrato. Já não existe mais o personagem do retratado, aquele que projeta o que acredita ser por meio do olhar, da pose, da indumentária. Assim como o personagem do retratista, tantas vezes afirmado como quem coloca tudo de si em uma obra, também se tornou, no fluxo de tempo, aquele que busca apenas o prazer instantâneo no registro de uma humanidade que, simplesmente, foi esvaziada pela obsessão do consumo. Hoje, ao observarmos um retrato, notamos que ele pode apenas estar despertando a nostalgia de um tempo em que se acreditava na existência de uma cultura. Cultura, no sentido de permanência das experiências em sociedade. Hoje, sabemos que as pessoas se vão. Outrora, guardávamos imagens para nos recordarmos das pessoas; atualmente, por outro lado, o retrato pode revelar uma autoafirmação, confirmando nossa existência vazia, como um corpo extinto por dentro.

 

Retratos: the last headline não é um exposição milenarista em busca do apocalipse. Mas sim uma homenagem em forma de instalação ao instituto do retrato, que cada vez mais passa a ter um sentido de presente fugaz. A instalação consiste na exposição de aproximadamente 50 obras de mais de 40 artistas do século XIX – época do apogeu do retrato como projeção do poder (no caso, a projeção do Império de D. Pedro II) – até os dias atuais, quando sua existência é irônica e efêmera. Nesse processo de passagem do tempo, percebemos senão um rastro das imagens passadas, das tradições dos álbuns fotográficos, e uma certa projeção de nostalgia por aquilo que as próximas gerações deixarão de reconhecer. O retrato é como um repositório da memória de pessoas e momentos especiais no fluxo da vida.

 

Talvez estejamos entronando a abstração conceitual, provando a vitória dos conceitos diante dos sentimentos. Trata-se de um mundo desromantizado no qual até aqueles que amamos são transformados em representações do presente, ou seja, estão ausentes de imagens passadas que devem ser recordadas. Os arquivos digitais de imagens de nossas pessoas mais queridas logo se transformam em arquivos descomunais compostos por milhares de fotos similares. Tais arquivos assemelham-se ao depósito de fotos policiais provindas dos porões de uma ditadura ou dos desaparecidos na guerra.

 

Guardamos uma vaga lembrança do momento em que registramos essas fotos, mas, ao mesmo tempo, são dezenas de imagens cuja pose é a mesma: uma pequena variação da direção do olhar ou um borrão na imagem, resultado da pressa em registrar o instante que depois ficaria esquecido nos porões de um HD externo. O HD externo, e aqui também acho que a “nuvem” é a sua realização em escala global, é o monumento ao esquecimento. E espero que a montagem dessa exposição faça jus ao que está esquecido dentro da caixinha digital, ou pelo menos torne-o visível. Nesse sentido, o retrato deixou de ser um memento.

 

 
Até 30 de abril.

Rubens Mano na Millan

25/mar

Em sua nova individual na Galeria Millan, Pinheiros, São Paulo, SP,  denominada “contrato social”, o artista Rubens Mano expõe 17 trabalhos inéditos – entre fotografias, instalações, vídeo e objetos – que informam como certas tensões culturais, políticas e sociais materializam-se no espaço e “naturalizam” determinados processos de fixação territorial.

 
A exposição desdobra uma pesquisa iniciada em outras duas individuais do artista: let’s play (Galeria Casa Triângulo, 2008) e incessante – incurável (Galeria Millan, 2011). Enquanto na primeira a abordagem recaiu sobre implicações decorrentes da inscrição do artista e da obra de arte no espaço expositivo, na segunda, Rubens Mano se debruçou sobre distintos aspectos definidores da superfície visível do universo artístico. Agora, o artista expande a investigação para os processos de apropriação de territórios e suas implicações e expressões na constituição de espaços. Como ele próprio diz: “É no território do instável que se moldam as formas do aparentemente estável”.

 
A individual ocupa todo o espaço da Galeria Millan. No andar térreo, além de fotografias (como as da série natureza privada) e objetos, o artista exibe uma instalação na área externa, que recebe o mesmo título da exposição. O andar superior será ocupado por fotografias e também um vídeo, intitulado análise de sistemas.

 
Em contrato social, Rubens Mano explora certas complexidades constitutivas do espaço e como estas se desdobram em múltiplas dimensões da vida privada e pública, individual e coletiva, natural e cultural.

 

 
Até 17 de abril.

Catálogo de Sidney Amaral

18/mar

Em cartaz no Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, o artista plástico Sidney Amaral lança catálogo da exposição “O Banzo, o Amor, e a Cozinha de Casa” e participa do projeto “Encontro com Artista”, no próximo dia 21 de março, a partir das 14h.

 

Ao longo do encontro com o público, Sidney Amaral falará sobre sua trajetória, concepção de arte, obra e processo de trabalho, o diálogo ocorrerá no Teatro Ruth de Souza. “Quero falar um pouco sobre minha presença no mundo, como homem negro e cidadão brasileiro, mas também como busco no meu trabalho, através dos afetos, falar de amor, de frustrações e de reencontros possíveis”, afirma o artista plástico.

 

“O projeto Encontro com Artista promove uma interlocução entre os visitantes e o convidado, com o objetivo de ampliar as possibilidades de apreciação estética do participante, a partir do contato com a obra e com a história do artista”, explica Neide de Almeida, coordenadora do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.

 

Logo após, Sidney Amaral lança o livro-catálogo da exposição “O Banzo, o Amor, e a Cozinha de Casa”., em cartaz no Museu Afro Brasil, da qual fazem parte cinquenta pinturas, desenhos e esculturas. O livro tem prefácio do diretor curatorial Emanoel Araújo e texto crítico do professor e artista plástico Claudinei Roberto.

 

“A grande exposição de Sidney Amaral no Museu Afro Brasil traz surpreendentes apelos “no bom sentido da palavra”, por conta dos muitos caminhos propostos por ele”, afirma Emanoel Araujo.

 

“O livro é resultado de 15 anos de meu trabalho em escultura, pintura e desenho e foi realizado com patrocínio do Prêmio Funarte de Arte Negra 2012, do qual eu fui vencedor”, explica Sidney Amaral.

 

 

A exposição permanecerá em cartaz até 26 de abril.

Registro

17/mar

O dia 16 de março constituiu-se num dia muito importante para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP:  foi assinado o contrato de comodato de 178 trabalhos da coleção Roger Wright, conhecida pela qualidade de obras dos anos 1960 e 1970.

 

“É para mim uma grande homenagem à memória de meu irmão e de seus filhos, entregar a coleção à Pinacoteca do Estado de São Paulo”, disse Christopher Mouravieff-Apostol, irmão do colecionador Roger Wright. A primeira exposição do conjunto está prevista para maio de 2016.

 

A foto é de Rômulo Fialdini.

Lançamento de Claudia Jaguaribe

A Casa Nova, Jardim Paulista, São Paulo, SP, – em parceria com a Editora Madalena, lança dia 22 de março a edição exclusiva (com tiragem de 60 unidades) do “box São Paulo” da artista Claudia Jaguaribe. O box contém os ultimos dois livros da artista, “SobreSãoPaulo” e o recente “Entre Vistas” juntamente com um print especial assinado pela artista. Durante o dia do evento serão exibidas obras da mesma série produzida pela artista nos últimos anos. A instalação de caixas de luz, “Céu”, recentemente exposta no Itau Cultural, ocupará o espaço central da Casa. Nas outras salas estarão expostas esculturas  e  imagens que utilizam a fotografia num processo de documentação e na criação de visões poéticas sobre a cidade.

 

 

Em Entre Vistas

 

Fotografando no Jaguaré, no Morumbi, passando pelo Brás, Água Funda e Jardins, entre outros bairros da metrópole, a fotógrafa visitou a casa de mais de 70 moradores de São Paulo para produzir esta série. “É a continuação do trabalho que começou com “Sobre São Paulo”, só que agora fotografei a cidade, com seus contrastes, de dentro das casas, além de mostrar os próprios ambientes e os moradores”, conta Claudia. “Em ‘Entrevistas’, temos uma espécie de inversão da visão que se tem no primeiro livro, contrapondo a colossal massa construída da cidade observada de longe, das fotos aéreas e de coberturas, a uma dimensão mais íntima, observada de dentro das casas, daí o título”.

 

 

Sobre a editora

 

Fundada em 2002, a Editora Madalena é uma produtora cultural que tem a criação e a difusão fotográfica como temas centrais de trabalho. “Trabalhar com fotografias é trabalhar para a sociedade. Acreditamos nelas como forma de entender a realidade, como maneira de compreender o próprio mundo através das imagens.”

 

 

Endereço e hora: Domingo, das 15:30 as 19:00, Rua Chabad, 61. Jardim Paulista 

Lançamento: Líris #1

16/mar

O “Mundo Líris”, plataforma de desenvolvimento artístico e desdobramento de projetos, promoveu o lançamento da publicação impressa Líris #1. Formado por 10 fotógrafos – Beatriz Pontes, Bernardo Dorf, Daniele Queiroz, Flávia Tojal, Helena Rios, Luciana Mendonça, Marcelo Guarnieri, Márcio Távora, Marina Piedade e Renata Angerami -, além de Marcelo Greco, que atua no projeto também como orientador, o grupo propõe a Identidade como tema para esta primeira edição, que traz, além do trabalho individual de cada participante, textos, artigos e entrevistas.

 

Em 2004, Marcelo Greco uniu-se a outros artistas para semanalmente discutir e pensar a fotografia como forma de expressão. Nascia assim o “Mundo Líris”, um grupo de estudos que, ao longo de 10 anos, cresceu e transformou-se em realizador de publicações eletrônicas, exposições coletivas e individuais, imersões fotográficas, ações educativas, intercâmbios internacionais etc. Agora, o momento é de lançar outro projeto de longo prazo, com um novo tema a cada edição, sobre o qual os participantes realizam ensaios fotográficos, preparam textos e entrevistas. Identidade é o mote da Líris #1, onde encontramos trabalhos diversificados como o de Flavia Tojal, que, além de seu ensaio, faz uma entrevista com o fotógrafo holandês Leo Divendal; Bernardo Dorf, cujo autorretrato é repetido em vários cliques, mostrando alterações físicas em sua aparência, como barba, bigode, cavanhaque, cabelos, uso ou não de óculos; Renata Angerami, que, por sua vez, apresenta fotografias coloridas e desfocadas, feitas num ambiente de praia e mar; entre vários outros.

 

A publicação Líris foi concretizada por meio de um financiamento coletivo, como os chamados crownd fundings, e não possui periodicidade fixa, já que os projetos do “Mundo Líris” são sempre desenvolvidos de modo livre, autônomo e independente. Acerca disso, Marcelo Greco comenta: “Não temos patrocínio, e nenhum outro tipo de demanda que imponha uma periodicidade às nossas criações. Somos comprometidos com a qualidade dos projetos, nos empenhamos em aprofundar as questões escolhidas para discussão e a partir delas geramos, no nosso tempo, no tempo da obra, um resultado artístico a ser compartilhado”.

 

Ao longo de duas semanas, o público poderá visitar o Estúdio Távora, Rua Valois de Castro, 50, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, onde uma parte dos trabalhos da Líris #1 será exposta, juntamente com uma mostra individual com fotografias de Márcio Távora.

 

 

Exposição: de 16 a 27 de março.