A dramaticidade de Iberê

09/mai

A retrospectiva de Iberê Camargo, “Um trágico nos trópicos”, atualmente em cartaz no CCBB, Centro, São Paulo, SP, é a primeira exposição nacional em comemoração ao centenário do celebrado artista. O total de quase 150 obras da mostra foram produzidas entre a década de 1940 e sua morte em 1994. A curadoria é de Luiz Camillo Osório. A dramaticidade da pintura de Iberê encontra-se bastante evidenciada no conjunto de obras selecionadas pela curadoria. As tonalidades sombrias, o diálogo com a morte, encontram guarida numa uma obra de denúncia e muita solidão onde a tonalidade roxa predomina em suas trágicas figuras. Os carretéis ganham especial destaque pois são os signos que trouxeram a memória do artista pedaços de sua infância na cidade de Restinga Seca, no Rio Grande do Sul, sua terra de nascimento. O pintor sobrepunha camadas e mais camadas de tinta sobre a tela conseguindo através de sua gestualidade e no emprego de tons cinzas, marrons, e negros, um vigor absoluto mesmo quando se encontrava em plena maturidade já na casa dos 80 anos. Ainda na exposição uma seleta de gravuras e esboços, registros de seu isolamento criativo.

 

 

Até 07 de julho.

Barro paulista, arte sacra

23/abr

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, Luz, São Paulo, SP, exibe “Barro Paulista”, com curadoria de Dalton Sala e expografia de Maria Alice Milliet. A mostra conta com cerca de 50 esculturas e tem como intenção reapresentar a arte colonial paulista do século XVII, a partir do acervo do MAS/SP, estudando e mostrando as imagens em terracota (ou barro cozido) feitas na Capitania de São Vicente, e depois na de São Paulo.

 

Em uma sociedade onde o poder emanava de ordens religiosas – especialmente jesuítas, franciscanos e beneditinos -, a produção de imagens sacras acompanhava a evolução dos costumes, as oscilações econômicas e as transformações sociais vividas pelos vicentinos e, posteriormente, pelos paulistas. A exposição “Barro Paulista” traz uma série dessas imagens – com especial enfoque para a produção do período em que as expedições armadas (conhecidas como bandeiras paulistas) reconheceram, expandiram e defenderam o território colonial português -, tendo como destaques cinco esculturas: São Francisco Xavier, São Francisco de Paula, Nossa Senhora da Purificação, Santo Amaro e São Francisco das Chagas. O projeto expográfico integrará à mostra alguns altares, caracterizando o culto doméstico em que estas imagens eram utilizadas, paralelamente à sua presença em igrejas e conventos.

 

Para Dalton Sala, a escolha dos objetos a serem expostos ocorreu em função de uma tripla perspectiva: pelo valor histórico das peças, enquanto documentos significativos de um passado importante para a formação do Brasil; Pela importância do acervo do MAS/SP; E, por último, pelos valores estético e artístico conferidos em cada obra. Em suas palavras: “(…) essas imagens são a fina flor da arte paulista e muitas delas foram feitas entre os séculos XVI e XVII: ou seja, 100 ou 150 anos antes das imagens em madeira que caracterizam o período do ouro de Minas Gerais, conhecido vulgarmente como barroco mineiro. Além dessa antiguidade, deve-se ressaltar a raridade, pois as terracotas são bem menos numerosas que as imagens entalhadas em madeira”. Assim, a proposta é reunir esta imaginária cotidiana da sociedade colonial, evidenciando não apenas seu valor como objetos estéticos e de culto, mas enfatizando os itens como documentos que nos permitem compreender tal época em seus múltiplos aspectos.

 

De 29 de abril a 08 de junho.

Adriana Varejão em nova série

12/abr

Há cinco anos sem realizar uma exposição com apenas trabalho inéditos, Adriana Varejão apresenta a recém-criada série “Polvo” no Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda, São Paulo, SP. O “Polvo” é fruto de uma pesquisa de forte caráter conceitual, desenvolvida ao longo de 15 anos, sobre a representação das cores de pele dos brasileiros e a ambivalência das definições de raça no país.

 

O ponto de partida foi o resultado da pesquisa do IBGE de 1976, que deixou em aberto a pergunta Qual é a sua cor?. O resultado foram 136 diferentes termos, alguns inusitados e muitos deles, figurativos, em contraponto aos cinco grupos estabelecidos: branco, preto, vermelho, amarelo e pardo. Adriana escolheu os 33 mais exóticos, poéticos e significativos e, a partir deles, criou as suas próprias tintas a óleo baseadas em tons de pele. Assim, surgiram as cores Fogoió?, Enxofrada, Café com leite, Branquinha, Burro quando foge, Cor firme, Morenão, Encerada e Queimada de sol, entre outras.

 

O resultado deste processo é um objeto de arte: uma caixa com 33 tubos de tinta (com tiragem de 200 exemplares), além da série de pinturas elaboradas a partir destas tintas, que criam um imenso painel. As telas são retratos de Adriana, executadas por outros pintores retratistas, com intervenções da artista. A cor da pele é neutra, acinzentada, com pinceladas geométricas e de inspiração indígena, realizadas com os tons das tintas Polvo. Acompanhando os retratos, pinturas circulares abstratas trazem a escala destas mesmas tintas. E todo o conjunto mantém a estreita relação com seus trabalhos anteriores, sempre lidando com questões como a miscigenação, o colonialismo e a cor da pele.

 

No dia 24 de abril, ela abre outra mostra “Polvo”, na Lehmann Maupin Gallery, em Nova York, com 12 retratos.

 

Panorâmica: Pela primeira vez, a artista ganhará uma panorâmica numa grande instituição pública americana. A mostra, ainda sem titulação, será aberta no dia 18 de novembro no Institute of Contemporary Art, em Boston.

 

 

Até 17 de maio.

Antonio Sobral e o desenho expandido

O dconcept escritório de arte, Vila Flávio de Carvalho – Jardins, São Paulo, SP, abre a mostra “Força Latente” do artista plástico, desenhista e cineasta Antonio Sobral com 25 obras entre desenhos, colagens, pinturas, backlights e fotografias  que se pretendem anti-ilustrativas buscando a liberdade anterior a um conceito formal: “a experiencia do mundo e a da linguagem no devenir”. Antonio Sobral cloca-se na posição de experimentar e ousar constantemente. Sua abordagem em técnicas previamente utilizadas como a colagem e o desenho, mostra-se distinta em trabalhos recentes onde procura atingir metas de intimismo de forma direta. Ao optar pelos pequenos formatos busca uma escala não sublime e sim humana. “Formas simples e símbolos primeiros balizam a espontaneidade num universo frágil e colorido” define o artista.

 

Seus desenhos se desvincularam de temas permitindo a seu instinto, na repetição dos gestos, criar novos padrões estéticos unindo formas e cores. Nas palavras do artista, “trata-se de mimeticamente desenhar como o cérebro pensa: associativamente, contraditoriamente, auto-referencialmente, e relativamente”. Seu pensamento crítico acerca do mundo que habita faz com que seus recentes trabalhos exibam questionamentos face o inconformismo da padronização do ser humano e busque o instinto e a consciência de sua própria vontade.

 

Nesta exposição individual, “Força Latente” Sobral reúne trabalhos nos quais se mostra “à margem de códigos sociais que condicionam a produção de imagens” mas também remete ao expressionismo abstrato dos anos 1980, sempre mantendo sua abordagem intimista.

 

 

De 23 de abril a 24 de maio.

Arte Chinesa

11/abr

Inaugura na Oca, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP, a exposição “ChinaArteBrasil”. A mostra apresenta mais de 110 obras distribuídas entre pinturas, esculturas, instalações, fotografias, vídeos, site specifics, todas inéditas em São Paulo, criações de 62 artistas chineses contemporâneos. “ChinaArteBrasil” propõe intensificar o diálogo cultural entre Brasil e China. Assim, duas curadoras, historiadoras de arte, foram convidadas para selecionar o acervo da mostra: a brasileira residente em Berlim Tereza de Arruda e a chinesa Ma Lin, que vive e trabalha em Shangai.

 

Tereza reuniu obras de artistas pertencentes à primeira geração dos grandes expoentes que demarcaram o cenário chinês e internacional a partir da década de 1990. São eles: Ai Weiwei, Cao Fei, Chen Qiulin, Cui Xiuwen, Feng Zhengjie, He Sen, Huang Yan, Jin Jiangbo, Li Dafang, Li Wei, Liu Jin, Lu Song, Luo Brothers, Ma Liuming, Miao Xiaochun, Rong Rong & Inri, Shi Xinning, Wang Chengyun, Wang Qingsong, Wang Shugang, Weng Fen, Xiao Ping, Xiong Yu, Xu Ruotao, Yang Fudong, Yang Qian, Yang Shaobin, Yin Xiuzhen, Yu Hong, Yuan Gong, Zhang Hui e Zhou Tiehai.

 

Em “A Arte Chinesa Intervém na Sociedade”, o foco são as conversas sobre como os artistas apresentam os problemas sociais e como rompem os limites da arte.

No segmento “História, Memória e Futuro”?, Ma Lin mostra artistas que, por meio de diferentes temas e suportes, exploram diferentes problemas que as pessoas alguma vez já imaginaram ou negligenciaram. A terceira e última parte, “Imagem e Forma”, discute o desenvolvimento da pintura no pós-modernismo, que destaca o relacionamento entre imagem e forma.

 

 

Até 18 de maio.

José Guedes na Galeria Lume

04/abr

Galeria Lume, Itaim Bibi, São Paulo, SP, abriu a exposição “Amarcord”, individual de José Guedes, com curadoria de Paulo Kassab Jr. Composta por 10 obras entre esculturas, vídeos e uma intervenção, o artista mostra trabalhos de diferentes períodos de sua carreira, expondo uma história quase autobiográfica.

 

A obra de José Guedes se comunica pelo não dizer, no qual os acontecimentos persistem pela insinuação, e não a especificidade. Entre algumas obras expostas: balões de diálogos pintados em têmpera (sobre PVC) – onde a pintura oculta a linguagem e nos conta uma história diversa, no intuito de falar sentimentos ou expressar a imaginação do espectador -, um relógio – que marca as horas em uma ordem nunca vista, trazendo ao público o universo de Guedes, no qual as coisas seguem padrões distintos daqueles aos quais nos acostumamos -, um livro – que não se deixa abrir, encerrando-se em si mesmo e fazendo referência aos livros soltos em nossas prateleiras, à espera por serem lidos -, além da obra “Fábula de um Arquiteto” – por meio de uma estrutura de quadros, espaços geométricos pintados com tinta acrílica vermelha escondem frases do poema homônimo de João Cabral de Melo Neto.

 

“Amarcord” revela e reconstrói a realidade do artista, ajustando-a a seus critérios estéticos e criando novos significados, os quais são, comumente, críticas à nossa sociedade. Em toda sua obra, José Guedes nos propõe uma infinidade de possibilidades, em um mundo onde o tempo no relógio é outro, as formas de enxergar são diferentes, e as cores versam – sincronia entre a tinta e o verso. “Foram-se os sons, restaram as cores e as formas, das letras ficaram as referências, o tempo mudou de lugar. Mesmo onde não há a palavra, pode haver poesia.”, conceitua Paulo Kassab Jr. A coordenação é de Felipe Hegg.

 

Até 1º de junho.

Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos

03/abr

Presente na arte nos últimos 40 anos, período em que o circuito foi se profissionalizando, a marchand Raquel Arnaud foi uma das pioneiras na descoberta e promoção de nomes e movimentos hoje icônicos na cena artística. Ela soube usar sua atuação no então tradicional mercado de arte para construir as transições da arte moderna, passando pelos seus descendentes, até vigorosa atividade com os contemporâneos. A exposição retrospectiva, no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, que comemora os 40 anos de trabalho de Raquel Arnaud, conta com 116 obras de 45 artistas diferentes que estiveram com a marchand nesses anos. Paralelamente, Raquel Arnaud abriu exposição “Trajetória” em sua galeria.

 

A mostra busca apresentar o seu percurso, por meio de obras provenientes de várias coleções capturadas por seu olhar afinado ao longo deste período, que se constituem hoje em trabalhos históricos e referências da produção atual. Muitas histórias estão contidas nestas obras, como a de Lygia Clarck, que até a sua morte trabalhou com Raquel. Em uma exposição da artista realizada em 1982 na galeria então situada na Av.9 de julho, Lygia apesar de elogiar a montagem, disse a Raquel que não se considerava mais artista, mas psicoterapeuta e, portanto, não iria nem à abertura. “Eu insisti, ela veio, entusiasmou-se e se esqueceu de que “não era mais artista”, lembra com humor a marchand.

 

Ainda neste mesmo endereço, Raquel fez, em 1981, a primeira exposição de jóias da “Marquesa de Sade “do Tunga e, em 1985, a “Xifópagas Capilares”, com as marcantes “tranças”, esculturas em cobre e latão que imitam cabelos. A localização da galeria permitia que as tranças conectadas, saíssem do espaço da exposição pela Avenida 9 de Julho, passassem pela Rua João Cachoeira e voltassem pela Joaquim Floriano. Foi um acontecimento tanto para os visitantes como para os transeuntes.

 

Assim muitas histórias saborosas se passaram desde quando Raquel começou, ao dirigir a Galeria Global, na década de 70, depois de trabalhar no MASP junto ao Professor Bardi. Nesta época, a marchand já celebrava a geração seguinte ao modernismo. Assim nomes como Mira Schendel, Ligia Pape e Amilcar de Castro, além de Lygia Clark, formavam o universo das exposições por ela aí organizadas, ou em seu Gabinete de Artes Gráficas, fundado em parceria com Mônica Filgueiras. Nesta época também obras como as de Sergio Camargo, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, Willys de Castro, Hercules Barsotti, Arthur Luz Piza, Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Julio Le Parc e Leon Ferrari figuravam na programação dos dois espaços.

 

Já no final dos 70 e começo dos 1980 as suas apostas em jovens como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende e tantos outros são bons exemplos de sua sensibilidade em vislumbrar novas potências na arte. Uma resposta de Raquel a Rodrigo Naves em seu livro editado pela Cosacnaify já demonstra este seu olhar para o futuro: “O que conta para mim, é poder defender amanhã aquilo que vendi ontem”. A declarada admiração de Raquel pela marchand Denise René, fez com que ela estivesse muito ligada a esta última, precursora da difusão da arte cinética. Ao envolver artistas europeus e latino-americanos, este movimento fortificou a afinidade entre as duas, até a morte de René em 2012, trazendo para a galeria brasileira alguns nomes referenciais do cinetismo, como Cruz-Diez e Jesus Soto.

 

Raquel tinha a obstinação pela qualidade da arte, e na forma de atuação de um galerista – influir nas coleções e difundir os artistas. Foi com esta prática que colaborou para ampliar a gama de colecionadores brasileiros, inclusive se orgulha de ter colaborado com a formação de muitas coleções nacionais e internacionais.

 

A exposição será acompanhada de um catálogo bilíngue editado pela Cosacnaify. Com textos e imagens, tem tiragem de 3.000 exemplares.

 

 

Exposição: “Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos”.

Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.

Até 04 de maio.

 

Exposição: “Trajetória”

Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP.

Até 03 de maio.

Sala Permanente Tomie Ohtake

01/abr

O Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, passará a contar com uma sala constantemente dedicada a recortes da produção da artista que o empresta o nome. A série de exposições buscará renovadas análises, interpretações e possíveis arranjos expositivos das obras desses 60 anos de produção de Tomie Ohtake.

 

Para dar início a esse projeto, “Tomie Ohtake – Litogravuras”, curada por Agnaldo Farias e Paulo Miyada (Núcleo de Pesquisa e Curadoria), destaca o trabalho da artista na técnica que ela explorou durante poucos anos de sua carreira, no início da década de 1970, intercalando com a experimentação em serigrafia.

 

Ainda que na trajetória de Tomie a pintura tenha lugar de destaque por sua grande produção e constante renovação, a gravura tem sido uma constante na pesquisa da artista, que, com litogravuras, participou de duas importantes mostras que discutiram a técnica e seus métodos de impressão. Grafica D’Oggi, 1972, na ocasião da 36ª Bienal de Veneza e Bienal de Gravura de Tóquio, 1974/1978 contaram com conjuntos de gravura notáveis pela riqueza gráfica, pelo emprego inusual das cores e pela combinação de formas e texturas idiossincráticas.

 

Na presente exposição, essas gravuras foram reunidas e apresentadas junto aos estudos feitos pela artista para desenvolvê-las. Assim, alarga-se o campo de reflexão aberto na exposição “Influxos da Forma”, de 2013, primeira mostra pública dos processos criativos da artista. Entre estudos, projetos e resultados, estão a materialidade bruta da pedra de gravação e a contribuição do técnico gravador. Além desses resultados, estão os aprendizados e provocações que Tomie Ohtake leva da prática com a gravura para suas pinturas. Fica claro o compromisso com o projeto, a apropriação sutil de texturas e cores selecionadas em revistas e papéis coloridos e a delicadeza necessária para transpor para o papel da gravura as composições encontradas nas colagens de forma fluida e orgânica.

 

O público notará que a litogravura de Tomie Ohtake aproveita-se de todo o repertório gráfico disponível nessa técnica, que durante décadas foi vastamente explorada como método de reprodução em larga escala – criando soluções para abrandar as marcas das pedras, afinar acertos de registro e preparações cromáticas.

 

 

Até 11 de maio.

Krajcberg

Às vésperas de completar 93  anos de idade, Krajcberg continua criando e inovando sempre.  Tendência nas feiras de arte internacionais de levar apenas um artista para as feiras, ou seja, fazer uma individual, a Galeria Marcia Barrozo do Amaral levará para a SP Arte, obras impactantes de Frans Krajcberg, artista que a galerista representa com exclusividade. Entre eles, os relevos de parede da série “Sombra”, e esculturas que foram produzidas recentemente, entre os anos de 2012 e 2013. Marcia também apresentará papéis de diversas épocas, inclusive dos trabalhos produzidos em  Ibiza, nos anos 70, que receberam o Prêmio de pintura da Bienal de São Paulo, e, no ano seguinte, o grande prêmio da Bienal de Veneza.

 

 

De 03 a 06 de abril.

A NY de Ivan Pinheiro Machado

Ivan Pinheiro Machado, pintor, arquiteto e fotógrafo, abre a exposição “O Mundo Como Ele Não É”, no Espaço Cultural Citi, Avenida Paulista, São Paulo, SP, com curadoria de Jacob Klintowitz. A mostra conta com 28 telas que reproduzem cenas da cidade de Nova York com exatidão e realismo.

 

A precisão da fotografia e o fascínio pessoal por grandes centros urbanos representam as maiores inspirações de Ivan, levando-o a recriar, em suas pinturas, todos os “cacos” cotidianos que se manifestam em placas, avenidas, becos, sinais, etc. “É tão forte o realismo das cenas urbanas de Ivan Pinheiro Machado que podemos não sentir que se trata de ficção. A sua obra tem a particularidade de uma delicada luz que a percorre e é quase despercebida.”, comenta o curador da exposição. Com o tema urbano, o artista registra uma existência visível em detalhes da megacidade: “Gosto dos contrastes, como dos “yellow cab” novaiorquinos contra o cinza da cidade. Curto os outdoors, as pontes, os edifícios, os engarrafamentos, os semáforos agrupados…”, nas palavras do artista.

 

Resultado de um desenvolvimento técnico que vive há quase 40 anos, Ivan Pinheiro Machado usa fotografias como ponto de partida para suas pinturas, seguindo uma estética realista, pautada em grafismos, e demonstrando domínio técnico singular. A temática de seu trabalho pode variar, mas sempre possui uma grande cidade como fundo, evidenciando as surpresas que as ruas e esquinas lhe oferecem. O essencial, para ele, são os detalhes da metrópole: a cor, a luz, o estranho, o inusitado, onde o ser humano atua como “presença ausente” na maioria das telas. “Eu gosto de partir de uma foto e transformá-la, propondo um ângulo intrigante, curioso e até dramático. Aí então o pintor é gratificado, pois as pessoas olham com espanto, como se fosse a primeira vez que estivessem vendo aquilo.”, conclui.

 

 

De 07 de abril a 06 de junho.