Dois em Ribeirão Preto

09/nov

José Carlos Machado

A Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP, apresenta as exposições de José Carlos Machado e Guto Lacaz. Os dois projetos são divididos em salas distintas: na sala 01 as esculturas produzidas desde a década de 80 por José Carlos Machado, cujos trabalhos são construídos em madeira, ferro, metal, imã e água. Em seus trabalhos há “… uma busca pela instabilidade do objeto, seja construindo peças onde o ponto de equilíbrio é a sutil ação de repulsa entre duas peças, seja pelo momento onde a água quase transborda de um espaço de contenção. As peças mantêm uma perspectiva formal que é desestabilizada pelos possíveis campos de energia”. Na sala 02, a galeria apresenta o recente trabalho de Guto Lacaz, que consiste em livros de sua biblioteca pessoal abertos em páginas onde aparecem personagens que são ícones das artes visuais e da ciência como Marcel Duchamp, Nam June Paik, Tesla e Rodchenko; neles são construídos mecanismos analógicos que ativam ações específicas em cada obra.

 

Sobre os artistas

 

José Carlos Machado vive e trabalha em São Paulo, SP. Graduado em arquitetura pela FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP. Participou de diversas exposições coletivas a partir da década de 80 como o Projeto Macunaína, 19ª Bienal Internacional de São Paulo e outras.

 

Guto Lacaz vive e trabalha em São Paulo, SP. Graduado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José dos Campos. Desde os anos 70 participa de exposição e bienais em diversas partes do mundo.

 

De 09 de novembro a 01 de dezembro.

 

Jaildo Marinho na Pinakotheke Cultural

29/out

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique”, com obras produzidas nos últimos dez anos pelo artista nascido em Pernambuco, em 1970, e radicado na França desde 1993. A curadoria é de Max Perlingeiro. “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique” foi apresentada em Paris, de março a junho deste ano, na Maison da América Latina, com curadoria do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do diretor da Pinakotheke Cultural, Max Perlingeiro.

 

Serão apresentadas 39 obras, dentre pinturas e esculturas, produzidas entre 2002 e 2012, algumas inéditas. Jaildo Marinho faz um permanente diálogo com o construtivismo. Suas esculturas, em mármore branco de Carrara e de Thassos, têm formas geométricas, algumas com a utilização da cor em tinta acrílica. As pinturas são em tinta acrílica sobre madeira e fio de algodão.

 

Na abertura da exposição será lançado um livro com a qualidade que marca a Editora Pinakotheke, com 157 páginas, trilíngue (português/inglês/francês), com textos do poeta Lêdo Ivo, do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do jornalista e escritor Mario Hélio Gomes, além do registro fotográfico das esculturas e pinturas realizadas nos últimos quinze anos.

 

Sobre o artista

 

Jaildo Marinho teve sua formação artística na Universidade Federal de Pernambuco.Viajou para Paris em 1993, onde trabalha e vive com a família. Em 1999, iniciou um trabalho como professor no ateliê de escultura e fundição da ADAC Ville de Paris. Na França, conheceu Carmelo ArdenQuin e passou a fazer parte do Grupo MADI. O reconhecimento pelo seu trabalho veio com o titulo de cidadão parisiense concedido pelo Governo francês em 2008.

 

Realizou exposições individuais nos seguintes espaços: Hungarian Academy of Sciences – Centre for Regional Studies, 2010; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Galeria Manuel Bandeira – ABL, Rio de Janeiro, 2008; Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, DF, 2007; Palais Omnisports de Paris Bercy, Paris, 2006; Casa do Brasil,  Espanha, Bibliothèque Historique de la Ville de Paris, ambas em 2004; Centre Culturel Franco-Brésilien, 1999 e 2003 e Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, 2002, entre outras.

 

As principais exposições coletivas foram no Musée d’Art et d’Histoire de la Ville de Cholet, França, Palais de Glacê, Buenos Aires, em 2011; Castel  dell’Ovo, Itália, 2010;  Conservatoire des Arts Plastiques de Montigny-le-Bretonneux e no Grand Palais, Maison de L’Amérique Latine, França; Spazio Arte Pisanello, Itália, 2008; Satoru Sato Art Museum, Japão, 2007; Moscow Museum of Contemporary Art, Moscou; Ludwig Museum,  Alemanha, Fondation Nationale des Arts Graphiques et Plastiques, França, em 2001, entre outros.

 

Recebeu os seguintes prêmios: Medalha de Ouro do Festival Internacional de Mahares, Tunísa, em 1995, e 3º Prêmio em escultura da Bienal de Malta, em 1999.

 

De 30 de outubro a 08 de dezembro.

Itabirito na Kunsthalle

Dando continuidade à série “Processos”, a KUNSTHALLE São Paulo, Pinheiros, São Paulo, SP, apresenta a primeira exposição individual de Ricardo Itabirito, com curadoria de Marina Coelho. Numa trajetória que se iniciou com o desenho industrial, o artista desenvolve seu trabalho dando ênfase ao processo de execução das obras, à relação com a matéria, ao ato de pintar, à gestualidade de cada pincelada e à escolha da paleta de cores. Tais questões são, para Itabirito, mais importantes do que a busca de um possível tema ou conteúdo conceitual. A KUNSTHALLE São Paulo, é um espaço dedicado à arte contemporânea. Abrigando exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais, o espaço é caracterizado pela experimentação, formação de comunidade e criação de discussões em torno de temas atuais da sociedade e da arte contemporânea. Este conceito democrático busca proporcionar um ambiente informal, na tentativa de eliminar as hierarquias existentes nas relações entre artista, curador e público.

 

As obras de Itabirito apresentam figuras sem fundo, que rompem com o raciocínio renascentista, no qual se desenha delimitando com contornos, demarcando volumes, pensando na perspectiva e no fundo. Fundamental para o artista alcançar essa primitividade foi encontrar no suporte do papel a solução para a inexistência do fundo, pois, diferentemente de uma tela não pintada, que talvez tenha a conotação de uma obra inacabada, o papel em branco é um signo diferente que possibilita essa experiência. Os papéis estão fixados em bases de madeira apoiadas diretamente no chão, o que confere às obras uma presença volumétrica equivalente à de um corpo humano.

 

Para Itabirito o pintar e o repintar, com centenas de pinceladas, imprimem em suas obras uma força, uma presença energética, que podem ser visualizadas em cada uma de suas figuras. Apresentadas em escala humana, estas não têm rostos, olhos nem bocas, pois não estão ali para representar alguém, uma identidade, mas para tocar em questões universais da condição humana, questionar a representação do ser e, principalmente, criar uma comunicação que se dá através da sensação, e não pela palavra.

 

Até 07 de novembro de 2012.

Nove no CCBB-SP

26/out

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, São Paulo, SP, apresenta “Planos de Fuga – uma exposição em obras”. Com curadoria de Rodrigo Moura, de Inhotim, e Jochen Volz, de Inhotim e curador-chefe da Serpentine Gallery, de Londres, a mostra apresenta trabalhos que dialogam com a arquitetura do prédio do CCBB-SP, incluindo instalações site-specific.

A mostra reúne trabalhos de nove artistas contemporâneos: Carla Zaccagnini, Cildo Meireles, Cristiano Rennó, Gabriel Sierra, Marcius Galan, Mauro Restiffe, Renata Lucas, Rivane Neuenschwander e Sara Ramo. Também estão na exposição obras de três artistas históricos: a suíça radicada no Brasil Claudia Andujar  e os americanos Gordon Matta-Clark e Robert Kinmont. As obras de Cildo Meireles e Rivane Neuenschwander são inéditas no Brasil.

 

Segundo os curadores “Planos de fuga é uma tentativa de se imaginar uma exposição como ato coletivo, no sentido que esta ocupação temporária específica do edifício gera uma co-habitação planejada, composta de múltiplas combinações. As obras do núcleo histórico entram como notas de referência, aludindo a estados de ânimo, lugares e operações distantes fisica e temporalmente do nosso contexto, mas a fins a ele por espírito”.

 

Sobre as obras

 

Entre os trabalhos apresentados em “Planos de Fuga” estão seis instalações site-specific criadas especialmente para o CCBB-SP. É o caso de “Cortina”, de Cristiano Rennó, que ocupará o vão central do edifício com centenas de faixas de plástico translúcido, vermelhas e amarelas, afixadas no terceiro andar do prédio e suspensas no vão. Também a instalação de Sara Ramo, montada no antigo cofre do banco, no piso subsolo. A artista desenvolveu um labirinto – mental, físico e emocional – tendo entre as referências a caixa forte do Tio Patinhas, os canteiros de obras da construção civil e a mineração de metais preciosos.  O fotógrafo Mauro Restiffe foi convidado para documentar o processo de criação da mostra, assim como o momento anterior à sua chegada ao espaço e o entorno do CCBB-SP. O resultado será fixado em um livro finalizado logo após a abertura da mostra e lançado com a exposição já inaugurada, sendo ao mesmo tempo obra e catálogo.  Entre os destaques da exposição, “Ocasião”, de Cildo Meireles, projeto de 1974 que foi construído em 2004,  na Alemanha. Um grande espelho espião conecta dois quartos independentes. No primeiro, há uma bacia cheia de dinheiro e espelhos nas paredes, fazendo o espectador se confrontar com sua imagem e o monte acessível de dinheiro. A segunda sala está vazia e escura, com o espelho espião funcionando como uma janela para a primeira sala. “A Conversação”, de Rivane Neuenschwander, foi exibida em 2010 no New Museum, de Nova York. É inspirada no filme homônimo de Francis Ford Coppola, de 1974, no qual um especialista em escutas acredita que está sendo observado, e traz dispositivos de vigilância instalados em pontos estratégicos de um museu. No núcleo histórico de “Planos de Fuga”, um conjunto de obras de artistas que ajudaram a criar referência nas relações entre arte e lugar. De Gordon Matta-Clark veremos “Coat Closet”, obra de 1973, que pertence à coleção de Inhotim e será exibida pela primeira vez no Brasil. Repórter fotográfica nos anos 1960, Claudia Andujar apresenta o trabalho inédito “São Paulo Através do Carro”, no qual fotografou a cidade enquanto uma amiga dirigia. E do experimentalista Robert Kinmont, as séries “My Favorite Dirt Roads”, de 1969, uma seleção das estradas de terra favoritas do artista, e “8 Natural Handstands”, de 1969/2009, que combina fotografia, escultura e performance e fala da  relação romântica do artista com o meio e sua presença na paisagem da Califórnia, onde ele nasceu, cresceu e trabalha até hoje.

 

De 27 de outubro de 2012 a 6 de janeiro de 2013.

Miro no século XVII

25/out

A FASS, Vila Madalena, São Paulo, SP, galeria especializada em fotografias do início do século XX, além de cópias de época, ou vintage, apresenta “Miro – Um fotógrafo no século XVII”, exposição composta por onze trabalhos de Miro, releituras de  pinturas do século XVII, entre as quais, telas de Caravaggio.

 

São onze imagens que capturam por linguagem fotográfica obras renascentistas italianas, flamengas, francesas e espanholas, uma seleção que Miro utilizou como referência, para admirar a semelhança, atingida sem qualquer tipo de intervenção ou manipulação digital. As fotos, com tiragem de cinco, foram feitas em estúdio, apenas com os recursos à mão do fotógrafo na década de 1980: câmeras de grande formato e filmes positivos em placas de 4×5 polegadas.

 

As fotografias reunidas na mostra refletem um momento de introspecção do autor, às voltas com questões existenciais como a finitude e transitoriedade da vida, temas caros aos mestres daquele período.  Na versão de Miro, obas como “São Jerônimo”, de 1606, “São João Batista”, de 1604, e “Flagelação de Cristo”, de 1607, encantam e emocionam pela sensação de presença que exalam os personagens, os corpos que, vindos da pintura, parecem avançar em nossa direção reivindicando humanidade.

 

Nas naturezas mortas, essa procura obsessiva por um vislumbre da verossimilhança representada em telas de 400 anos atrás alcança um grau de expressividade que transcende a mera reprodução e gera uma nova mensagem.  Exemplos desse estilo recriados por Miro são as telas “Bodegon de Cocina”, de 1665, de Mateo Cerezo e “Bodegon e Paisagem”, atribuída a Juan Van Der Hamen y Léon.

 

Sobre o artista

 

Azemiro de Souza, o Miro, nasceu em 1949, na cidade de Bebedouro, SP. Foi laboratorista, assistente e nos anos 70 e 80 tornou-se um dos fotógrafos de publicidade e moda mais influentes do Brasil. Com um estilo influenciado pelas artes cênicas, pintura e cinema, Miro criou não só belos trabalhos fotográficos, mas tendências, além de dar cara a várias marcas. Sua busca quase obsessiva pela imagem precisa e fiel à sua imaginação moldou o mito criado em torno de sua obra. Em 2010 lançou o livro “Artesão da Luz”, pela Luste Editores.

 

 

Até 22 de dezembro.

Objetos de Manuela Ribadeneira

A exposição “Objects of certitude objects of doubt” (Objetos de certeza, objetos de dúvida), da artista equatoriana Manuela Ribadeneira – uma das mais destacadas artistas contemporâneas latinas é o cartaz da Casa Triângulo, Itaim, São Paulo, SP. A artista já representou seu país na Bienal de Veneza, em 2007, e foi, por diversas vezes, destaque nas mais importantes publicações de arte do mundo. Radicada na Europa há mais de uma década, Manuela Ribadeneira soube aproveitar a distância geográfica com seu país para refletir sobre questões de índole pós-colonial e construção de identidade.

 

A mostra reúne uma coleção de objetos que fazem referências diretas “às viagens dos europeus e ao Descobrimento das Américas, e também ao direito que cada pessoa tem de definir seu território e nacionalidade, além de relacionar o processo de colonização ao desenvolvimento científico”.

 

Alguns dos objetos apresentados referem-se a instrumentos de navegação utilizados nas viagens de europeus que desembarcaram nas costas das Américas, outros remetem a desenvolvimentos científicos mais tardios, peças de aviões e submarinos, e objetos diversos que tenham relação ao ato de navegar.

 

Mariana Ribadeneira sempre constrói seu trabalho com base em alguns temas centrais, como a relação de um povo com o território que habita, a incongruência entre os desejos das pessoas e os interesses do Estado, ou a fragilidade e a natureza efêmera das barreiras supostamente intransponíveis e fronteiras.

 

Para a artista, o que está sempre no centro dos debates sejam de cunho territorial, político ou relacionado à identidade, áreas que constituem seu campo de ação e pesquisa, é sempre o homem: suas aspirações e sonhos, seus desejos e suas verdadeiras convicções.

 

De 27 de outubro a 24 de novembro.

Em busca do essencial

17/out

A LUME Photos, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, inaugura “Naïve”, a primeira exposição individual do fotógrafo Gabriel Wickbold com 14 imagens da série homônima. Em sua busca pela essência do homem, registrou imagens de rostos de modelos pintados com guache e efeitos craquelados, sobrepostos por insetos ou plantas. Para Gabriel Wickbold, este ser humano ingênuo (tradução da palavra francesa naïve), fossilizado, atua “adubando algo novo, gerando vida através de sua carcaça pura”. O título da série faz alusão ao sentimento de superioridade do homem em relação à Natureza.

 

Sempre estiveram presentes no trabalho do fotógrafo a figura humana e a criação de interferências em seus personagens com o emprego da tinta. Em “Naïve”, a novidade fica por conta da interação com outros elementos da natureza, acessórios dispostos com a intenção de questionar a posição do homem no mundo. Apesar de forte relação com a temática do impacto ambiental provocado pela ação humana, as questões fundamentais nas obras de Gabriel Wickbold são filosóficas, interiores. Nesses trabalhos, o fotógrafo foca-se na natureza do homem, arrogante devido a sua falta de conhecimento acerca da vida que o cerca, da vida que está além de sua própria vida.

 

Em “Naïve”, Gabriel Wickbold optou por fotografar apenas as cabeças dos modelos, já que é a parte do corpo onde se concentram as ideias e emoções. Antes do clique, o inseto ou planta é posicionado sobre a face. Todos os elementos que compõem as obras do artista estão presentes no momento da fotografia. Tão importante quanto a técnica do manuseio da câmera é esse processo de transformação dos modelos em homens-instalação. O artista trata a fotografia como instrumento para representar sua estética, que é utilizada como um impulso para o conteúdo, um meio de exprimir sua visão de mundo. “A arte é reflexo do homem e suas questões. Essa série veio como uma transpiração desse meu momento”, diz. A curadoria é de Paulo Kassab Jr e a coordenação de Felipe Hegg.

 

Até 23 de novembro.

Tripla Comemoração

10/out

O marchand Ricardo Camargo comemora 61 anos de vida, sendo 46 deles em atividade contínua no mercado de arte nacional e 17 à frente da Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP. Agora, Ricardo Camargo une de modo inteligente essas datas para compor a exposição “61+46+17”, na qual exibe um seleto e expressivo acervo com obras assinadas por Lasar Segall, Anita Malfatti, Brecheret, Antônio Bandeira, Krajcberg, Baravelli, Burle Marx, Lothar Charoux, Vik Muniz, Antônio Henrique Amaral, Edgar de Souza, Fernanda Gomes Mira Schendel, Djanira, um raro pastel de Renoir e um objeto de Lina Bo Bardi..

 

Segundo Roberto Comodo, na apresentação do catálogo, Ricardo Camargo é “…o único galerista de São Paulo que iniciou o seu ofício nos anos 60 e ainda hoje está na ativa, ele se orgulha de suas origens. Ricardo começou em 1966, trabalhando em várias funções na Galeria Art Art, do seu irmão Ralph Camargo. E foi com ele que aprendeu a fazer montagens de exposições e desenvolveu o senso estético e o olhar crítico para diferentes obras de arte”.

 

Um dos destaques da mostra é o “Polochon”, a escultura do porco de “duas cabeças” criada pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1985 para a peça “UBU, Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes” do Teatro do Ornitorrinco, dirigida por Cacá Rosset..

 

Até 31 de outubro.

Carmela Gross na Vermelho

07/out

Répteis

A Galeria Vermelho, Pacaembú, São Paulo, SP, apresenta “Serpentes”, exposição individual de Carmela Gross.

Ao chegar no pátio da Vermelho, antes mesmo de entrar no espaço expositivo da galeria, o visitante terá pistas sobre o conceito que permeia a primeira individual da artista na galeria. Em “Serpentes”,  Carmela Gross reúne construções tridimensionais, vídeo, luz, desenhos e colagens digitais, que propõem um terreno movediço impossível de ser domesticado pelo espaço.

 

Duas perfurações no muro da fachada conectam o exterior com o interior criando um fluxo direto entre aquilo que constitui o lugar privado do cubo branco e a ordem do espaço público da cidade. Mais do que uma simples alteração na materialidade do local, essas perfurações, chamadas pela artista de “2 Buracos”, revelam que o campo de ação de Carmela Gross também é a cidade. “Luz Del Fuego”, vídeo de 2012, reúne imagens documentais de incêndios publicadas em jornais, entre os anos de 2007 e 2011. Na obra, a imagem do fogo conduz a narrativa e aponta para transformações radicais de ordem política e social.

 

Na sala 1, encontra-se a obra “Escada de Emergência”, criada em 2012. Construída com lâmpadas florescentes verdes e vermelhas e sustentadas por tripés metálicos, o trabalho sugere uma experiência física a partir de uma experiência visual. Desprovida de sua funcionalidade, ela aponta para o universo simbólico representado pela escada.

 

Todo o piso da sala 2 será ocupado por uma Instalação composta por 280 peças fundidas em latão e banhadas em níquel, nominadas pela artista como “Répteis”.

 

“Entre Palavras”, série de desenhos feitos com grafite e esmalte sobre folhas do dicionário Aurélio, ocupa a sala 3. Na obra, a figura flexível da cobra surge associada à palavra e às suas variações. Ao cobrir os verbetes das páginas do dicionário com desenhos de cobras, Carmela Gross articula a potência do discurso à astucia do animal.

 

De 09 de outubro a 03 de novembro.

Inéditos de Judith Lauand

02/out

A Galeria Berenice Arvani, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta uma coleção inédita de trabalhos de Judith Lauand, obras produzidas na década de 50,  são mostradas ao público pela primeira vez, ocasião em que são comemorados 70 anos de carreira e 90 anos de vida da artista. Judith Lauand nasceu no ano da Semana de Arte Moderna, 1922.

 

A mostra “Judith Lauand Guaches, Desenhos e Colagens Anos 50” traz à luz 70 trabalhos, sendo a quase totalidade deles inteiramente inéditos, e distribuídos entre projetos de pintura, desenhos autônomos, colagens e guaches, sempre sobre papel. O conjunto remete àquilo que viria a ser a síntese de sua obra – o concretismo e a pintura geométrica – sendo que Judith Lauand é considerada a Dama do Concretismo, justamente por ter sido a única integrante do grupo paulista “Grupo Ruptura”, principal irradiador dos preceitos concretistas no país.

 

A história destes “guardados” é singular. O curador Celso Fioravante, que também foi responsável pela curadoria de exposição anterior da artista, em 2007, sempre foi um interessado em obras sobre papel e não se conformava em ver apenas pinturas da artista. Depois de dois anos de insistência, Judith Lauand finalmente mostrou-lhe uma pasta com dezenas de trabalhos em papel, projetos de obras, esboços e outros, que nunca haviam sido expostos ou sequer mostrados aos seus familiares, exceto àqueles mais próximos. Desde este momento ele e a marchand Berenice Arvani vem insistindo em apresentá-las e apenas agora ganham exposição pública.

 

A artista e a galeria, em parceria com a editora “Papel Assinado”, lançam uma série limitada de 100 caixas contendo 10 serigrafias assinadas.

 

Sobre a artista

 

Judith Lauand iniciou sua carreira artística em 1945, em Araraquara, SP, formando-se em 1950 pela Escola de Belas Artes local. Em 1953, foi convidada a participar do “Grupo Ruptura”, porta-voz do movimento concretista de São Paulo, do qual foi a única presença feminina, tendo feito parte do mesmo até sua dissolução, em 1959. Desde 1945 e até agora, realizou 11 exposições individuais, sendo duas delas no MAC-USP, São Paulo, SP.

 

Foi premiada em 8 salões nacionais e soma uma infinidade de mostras coletivas pelo Brasil – mais de 80, incluindo 5 participações na Bienal Internacional de São Paulo e outras em países como Argentina, Rosario, 1957; Chile, Santiago, 1957; Peru, Lima, 1957; Alemanha, Munique, 1959; Áustria, Viena, 1959; Holanda, Haia, 1959; Suíça, Zurich,1960; França, Provence, 2000 e Estados Unidos, Cambridge, 2001.

 

Suas obras encontram-se em importantes acervos de diversas  instituições públicas no Brasil e no exterior, entre elas o MAC-SP; MAM-SP; MAM-RJ; Pinacoteca do Estado, SP; Museu de Arte Moderna de Grenoble, França e Museum of Fine Arts, Houston, EUA.

 

Até 26 de outubro.