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Três exposições de Milhazes em dezembro
13/nov
Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) é uma artista brasileira reconhecida por sua singular produção de um complexo repertório de imagens, formas e cores associadas ao barroco, ao modernismo e a motivos populares brasileiros, como o Carnaval, e também à fauna e à flora tropicais. Sua exposição no MASP – realizada no contexto de um ano inteiro dedicado às “Histórias da dança” – vai apresentar uma ampla seleção de pinturas e colagens produzidas a partir da década de 1990, além de trabalhos inéditos realizados em parceria com a coreógrafa Marcia Milhazes. Realizada em parceria com o Itaú Cultural e com o Instituto Bardi, a mostra contará com três locais de exibição – no MASP, na Casa de Vidro e no Itaú Cultural, onde será curada por Ivo Mesquita. Como as demais, essa exposição será acompanhada por um amplo catálogo com reproduções dos trabalhos expostos e ensaios sobre a produção da artista.
Curadoria
Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Amanda Carneiro, curadora-assistente do MASP, Ivo Mesquita, curador independente.
MASP
11.12.2020 – 23.3.2021
Itaú Cultural
12.12.2020 – 28.2.2021
Desenhos inéditos de Tarsila
A Fábrica de Arte Marcos Amaro, Itu, São Paulo, SP, reabrirá suas portas para visitação no dia 14 de novembro de 2020, com ambiente em plena reforma e restauração, novas normas de segurança frente à pandemia e três exposições inéditas!
A reabertura segue as orientações da Prefeitura da Estância Turística de Itu e as medidas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e órgãos brasileiros de Saúde Pública. Foram instalados tapetes sanitizantes nas portas das salas expositivas. Todos os visitantes deverão passar pela medição de temperatura e o uso de máscara será obrigatório.
A exposição “Estudos e Anotações” reúne, de forma inédita, 203 obras de Tarsila do Amaral que estavam guardadas por mais de cinco décadas da vista do público. Com curadoria de Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros, a mostra apresenta desenhos raros, esboços e estudos que ajudavam na formação do pensamento artístico de Tarsila e, por vezes, serviam de base para sua obra pictórica.
Produzidas entre 1910 e 1940, as obras registram as várias fases da artista e apresentam temas recorrentes em sua linguagem. Na ocasião da abertura da exposição, será lançado o livro “Tarsila do Amaral – Estudos e Anotações”, pela editora WMF Martins Fontes. Ao longo de 256 páginas, a publicação reúne mais de 200 desenhos raros da artista, realizados durante suas viagens.
Osgemeos na Pinacoteca
26/out
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo exibe, até 22 de fevereiro de 2021, “OSGEMEOS: Segredos”, primeira exposição panorâmica da dupla de artistas formada pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo. A mostra conta com mais de 1000 itens, cerca de 50 inéditos ou nunca exibidos no país e mais de 1000 itens desse rico imaginário.
A dupla construiu uma trajetória no mundo das artes sem nunca ter perdido de vista o desejo de manter-se acessível ao grande público. Esse percurso inclui a participação em mostras nas principais instituições internacionais, como o Hamburger Bahnhof, em Berlim, em 2019, com um projeto concebido em parceria com o grupo berlinense de breakdance Flying Steps – um dos mais premiados mundialmente; a Vancouver Biennale, Canada (2014); o MOCA – Museum of Contemporary Art, em Los Angeles (2011); o MOT – Museum of Contemporary Art Tokyo, em Tóquio, Japão e a Tate Modern, em Londres, Reino Unido (ambas em 2008) e a Trienale de Milão (2006), entre outros. Ao longo de sua carreira, os irmãos também receberam convites para criar para os principais espaços públicos de mais de 60 países, incluindo Suécia, Alemanha, Portugal, Austrália, Cuba, Estados Unidos – com destaque para os telões eletrônicos da Times Square, em Nova York (2015) -, entre outros.
Otávio e Gustavo sempre tomaram o espaço urbano como lugar de vivência e de pesquisa desde o início de sua produção, em meados da década de 1980. Os artistas partiram de uma forte imersão na cultura hip hop, que havia chegado ao Brasil no momento em que os irmãos começaram a produzir, e da influência da dança, da música, do muralismo e da cultura popular para desenvolver um estilo singular, com atmosfera alegre, que acabou se tornando um emblema dos espaços urbanos pelo Brasil e pelo mundo.
Seus trabalhos contam histórias – às vezes autobiográficas – cujas tramas envolvem fantasia, relações afetivas, questionamentos, sonhos e experiências de vida. OSGEMEOS mantém seu ateliê, até hoje, no Cambuci, antigo bairro de operários e imigrantes na região central de São Paulo, no qual passaram sua infância e juventude. A partir da década de 1990, suas experimentações – não só em grafitti, mas também pintura em telas e esculturas estáticas e cinéticas – ultrapassaram os limites bidimensionais, culminando na construção de um universo próprio que opera entre o sonho e a realidade.
Para a mostra na Pinacoteca, o duo apresenta pinturas, instalações imersivas e sonoras, esculturas, intervenções site specific, desenhos e cadernos de anotações. Esses últimos, da fase ainda adolescente e apresentados ao público pela primeira vez, antecedem os famosos personagens amarelos, abrindo caminho para a compreensão da raiz de seu surgimento. O corpo de obras invade o museu, ocupando as sete salas de exposições temporárias do primeiro andar, um dos pátios, diversos espaços internos e externos, além de uma instalação, concebida especialmente para o Octógono.
A Pinacoteca, enquanto instituição tradicional criada para valorizar a produção da arte brasileira, reafirma seu compromisso ao apresentar, de maneira abrangente, a produção de OSGEMEOS. “Se, na época moderna, o fenômeno artístico tem a cidade como seu lugar de existência, pensar a arte é pensar sua inscrição na urbanidade. O urbano, a cidade, as relações que se dão nesse espaço específico, são tanto temas da arte quanto o próprio modo de sua aparição. Viver em cidades significa partilhar de uma sociabilidade singular, marcada pelo deslocamento, pelo anonimato, pela produção coletiva, geradores de conflitos e desigualdades, mas também dotada de um potencial de liberdade e transformação, caros às práticas da arte moderna e contemporânea”, finaliza Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca e curador da mostra.
Durante os meses em que a exposição estiver em cartaz, o museu será tomado pelo estilo e pela grafia inconfundível da dupla de artistas. A loja da Pina receberá um conjunto de novos produtos desenhados por eles, como canecas, camisetas e bonés. Temporariamente, o tradicional letreiro na fachada que traz o nome da instituição, criado pelo premiado designer gráfico Carlos Perrone nos anos 1990, será substituído por um luminoso desenhado especialmente pel´OSGEMEOS. Da mesma forma, as assinaturas eletrônicas dos emails dos funcionários do museu, que hoje trazem a logo da instituição, serão trocadas provisoriamente pela nova identidade.
A exposição tem patrocínio de Bradesco (cota apresenta), Samsung e Grupo Boticário (cota master), IRB Brasil RE (cota platinum), Iguatemi São Paulo e GOL Linhas Aéreas (cota ouro), escritório MattosFilho, Allergan, Cielo e Comgás (cota prata) e Havaianas (cota bronze).
Catálogo
A exposição “OSGEMEOS: Segredos” é acompanhada de dois catálogos, em português e em inglês. O primeiro inclui apresentação do diretor-geral da Pinacoteca Jochen Volz, textos inéditos de Julia Flamingo e de Paulo Portella, além de imagens de obras da exposição e de outros projetos. O segundo apresentará vistas da exposição na Pinacoteca de São Paulo.
Ação Educativa
O Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca (NAE) oferece material de apoio à prática pedagógica para instituições de ensino e curso virtual de formação para professores em data a definir. As visitas guiadas para grupos estarão temporariamente suspensas.
Protocolo de acesso
Antes de entrar na Pinacoteca, o público terá a sua temperatura aferida, e quem estiver com temperatura acima de 37,5° e/ou mostrar sintomas e gripe/resfriado deverá buscar ajuda médica e não poderá acessar o museu. O uso de máscara será obrigatório em todos os espaços e durante toda a visita. Não será permitido tirar a máscara em nenhum momento, como por exemplo para fotografias/selfies. Os espaços terão álcool gel para a higienização das mãos, além de uma nova sinalização que indicará o sentido de circulação e o distanciamento mínimo de 1,5m entre pessoas.
O museu funcionará em horário reduzido, das 14h às 20h, e o fluxo de público será orientado pelos atendentes e por sinalização elaborada para facilitar a circulação. O tempo de permanência no prédio também será de no máximo 1 hora.
Os ingressos serão vendidos por datas e horários marcados no site da Pinacoteca (www.pinacoteca.org.br), inclusive os gratuitos, presente da IRB Brasil. Aos sábados, a entrada também permanece gratuita, no entanto é preciso reservar também pela internet.
Consulte o protocolo completo no site da Pina (www.pinacoteca.org.br).
Sobre os artistas
Projetos recentes da dupla incluem exposições individuais em: Frost Art Museum (Nashville, 2019), Hamburger Bahnhof (em colaboração com Flying Steps) (Berlim, 2019), Mattress Factory (Pittsburgh, 2018), Pirelli HangarBicocca (Milão, 2016), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro, 2015), ICA – The Institute of Contemporary Art (Boston, 2012). Suas obras integram coleções importantes ao redor do mundo, como: MOT (Tóquio), Franks-Suss Collection (Londres), MAM-SP (São Paulo), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro).
Museu Afro Brasil retoma atividades
20/out
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O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil, retomará suas atividades presenciais a partir da próxima terça-feira, 20 de outubro, às 11h. Após mais de seis meses de paralisação em decorrência da pandemia da Covid-19, a retomada das ações com público presencial seguirá rígidos protocolos sanitários que buscam a manutenção da segurança e saúde de usuários e equipes do museu, conforme orientações de autoridades estaduais e municipais.
Entre as ações planejadas, estarão disponíveis as mais de 8 mil obras que compõem a exposição de longa duração do museu. Dividida em seis núcleos temáticos, a mostra aborda temas relacionados à arte, cultura, história e memória africana e afro-brasileira; visando promover o reconhecimento, a valorização e a preservação do patrimônio nacional.
A exposição temporária “Heranças de um Brasil Profundo” é outra mostra que estará aberta para visitação. Inaugurada em janeiro de 2020, com curadoria de Emanoel Araujo, nela o público poderá entrar em contato com fotografias, esculturas, pinturas e instalações que remontam aos universos culturais indígenas. Patrocinada pela EDP Brasil, com o apoio do Instituto EDP, Heranças de um Brasil Profundo possui mais de 500 peças produzidas em diferentes tempos, por diversos olhares indígenas e não-indígenas.
Por fim, uma instalação concebida por Emanoel Araujo presta uma homenagem aos 150 anos do poema “Navio Negreiro”, do poeta oitocentista Castro Alves. Realizada em diferentes planos, a montagem apresenta, em dimensões tridimensionais, a conhecida litogravura “Escravos negros no porão do navio”, de Johann M. Rugendas, ladeada por plotagens de Hansen Bahia, xilogravador alemão que radicou-se no Brasil. Outro destaque da instalação está em sua especial trilha sonora, cuja leitura do poema é feita pelas vozes de Caetano Veloso e Maria Bethânia, sob harmonia e ritmo de Carlinhos Brown.
O Museu Afro Brasil segue os protocolos e orientações legais para a reabertura e contato presencial. Seus funcionários estão sendo capacitados e a infraestrutura do prédio está adequada com as novas normas técnicas para o funcionamento de equipamentos culturais.
Arte popular brasileira
05/out
O Museu Casa do Pontal, Rio de Janeiro, RJ, referência em Arte Popular Brasileira, com o maior e mais significativo acervo deste segmento no país, abriu a exposição “Até logo, até já”, com duas mil obras, para um momento de despedida e de celebração. As mais de nove mil obras da instituição, criadas por 300 artistas populares brasileiros, começam a ser transferidas para a nova sede, na Barra da Tijuca. A exposição fica em cartaz ate 08 de novembro, quando as obras seguirão para o novo espaço. As demais sete mil peças, guardadas atualmente na reserva técnica da instituição ou em itinerância, já começam a seguir para o novo espaço na Barra em outubro. Desde 2010 o Museu luta para manter em segurança esta coleção única no país, longe das inundações que passaram a ameaçar este inestimável patrimônio, causadas pela urbanização do entorno.
Lucas Van de Beuque, diretor-executivo do Museu diz que “este é um momento de agradecimento e de boas notícias”. A diretora-curadora do Museu, Angela Mascelani, destaca: “Estamos dedicando esta reabertura na sede histórica, que durará um mês, aos afetos e aos corações. Aos que aqui se apaixonaram, aos que seguiram as trilhas da cultura popular, aos que dançaram em nossos jardins e terreiros. Aos que querem continuar nessa aventura multicultural”.
Fechado desde março por causa da pandemia, o Museu adotará o protocolo contra o Covid-19 para receber o público em segurança. O percurso da exposição é dividido em oito temas, e o público poderá ver, na casa histórica fundada em 1976, as obras emblemáticas de grandes artistas como de Mestre Vitalino, Manuel Galdino, Zé Caboclo, e Luiz Antonio, do Alto do Moura e Caruaru, Pernambuco; Noemisa Batista, Maria Assunção, e João Alves, do Vale do Jequitinhonha, Minas; Celestino, e Nino, de Juazeiro do Norte, Ceará, no Cariri (região cultural que engloba quatro estados do nordeste); além da instalação cinética Escola de Samba, de Adalton Fernandes Lopes, com seus mais de 300 personagens em cerâmica que se movimentam ao ritmo do samba; além das criações dos mineiros Antonio de Oliveira, e Dadinho, que viveu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, entre muitas obras.
Ao longo de seus 44 anos de história, o Museu coleciona fãs por toda parte. Entre os vários depoimentos que já recebeu, de artistas, pensadores, colecionadores, dirigentes de instituições culturais, empresários, entre outros, estão os de José Saramago, Gilberto Gil, Edgar Morin, Marieta Severo, Bia Lessa, Paulo de Barros, Otto, Osgêmeos, Emanoel Araújo e Danilo Miranda.
A nova sede do Museu Casa do Pontal será inaugurada no segundo trimestre de 2021, com uma grande exposição de longa duração, com os destaques de seu raro acervo.
Percursos Mediados
02/out
A partir da próxima segunda-feira, dia 05 de outubro, estreia a terceira temporada da série “Percursos Mediados”, baseada na exposição “Pardo é Papel”, individual de Maxwell Alexandre. A mostra, em cartaz no MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, retrata uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir da vivência cotidiana do artista na cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside. Os vídeos serão publicados no canal do MAR no Youtube às segundas-feiras, até o início de novembro.
As duas primeiras temporadas completas da série “Percursos Mediados”, com cinco episódios cada, também estão disponíveis no Youtube. Inspirados nas exposições coletiva “O Rio dos Navegantes” e “Rua!”, os vídeos foram desenvolvidos a partir da prática pedagógica museal utilizada nas visitas presenciais oferecidas pelo museu.
MAM Río #Abertoparatodos
08/set
Acontece no MAM Rio
02/set
No vão livre do museu, foi instalada uma escultura que se apropria da estrutura de uma fogueira à espera de ser acesa, com uma porta fixada em seu topo.
No foyer, uma projeção de grandes dimensões exibirá uma fogueira queimando continuamente, até a total destruição da porta. Graças à configuração arquitetônica do local, a imagem extrapola os limites da tela e reflete, não só no piso de granito preto, mas através das paredes de vidro do museu, transformando o espaço em uma grande fogueira imagética.
Texto: Fabio Szwarcwald