Acontece no MAM Rio

02/set

O dia 02 de setembro – data que marca os dois anos do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional – o MAM Rio dará início ao “Programa Intervenções”, que comissiona artistas visuais para criarem projetos para as áreas externas da instituição. A obra “Noite de Abertura”, que apresenta um vídeo e uma escultura de Thiago Rocha Pitta, ambos inéditos, inaugura o programa curatorial de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes.

No vão livre do museu, foi instalada uma escultura que se apropria da estrutura de uma fogueira à espera de ser acesa, com uma porta fixada em seu topo.

No foyer, uma projeção de grandes dimensões exibirá uma fogueira queimando continuamente, até a total destruição da porta. Graças à configuração arquitetônica do local, a imagem extrapola os limites da tela e reflete, não só no piso de granito preto, mas através das paredes de vidro do museu, transformando o espaço em uma grande fogueira imagética.

Texto: Fabio Szwarcwald

Programação #FAMAonline

25/ago

#MAMonline | 8 jun

08/jun

 

Foto: Laysa Elias

#MAMEducativo
live de narração

Próxima terça-feira, 9/6, às 16h, o educativo do mam convida para mais uma narração de história ao vivo no Instagram do museu, com Mirela Estelles. Reúna as crianças e participe!

oficina
#MAMEducativo
oficina online Brinquedo para dançar e encantar: construção de boizinho

 
Construção de um dos principais personagens da manifestação cultural do Bumba meu Boi: o boizinho. A oficina será realizada no Zoom por Caroline Machado e explorará a diversidade cultural brasileira a partir do fazer manual e da imaginação.
Para crianças e acompanhantes (até 30 pessoas)
+ 6 anosQuarta-feira, dia 10/6, às 14h30, por videoconferênciainscrições aqui
Daniela Villela e Antonia Bergamin
À esquerda, Daniela Villela, à direita, Antonia Bergamin.

mam participa
Instagram live

Na próxima quarta-feira, dia 10/6, às 16h, a diretora e vice-presidente do mamDaniela Villela, participa da live “Bastidores” da Galeria Bergamin & Gomide e conversa com Antonia Bergamin, sócia-diretora da galeria desde 2012, ao lado de Thiago Gomide. A transmissão acontecerá no perfil @mamoficial e @bergamingomide.

guy veloso

#LivenoAteliê
Instagram live

No sábado, 13/6, às 15h, acompanhe a live no ateliê com o artista Guy Veloso, que já teve obra integrante do clube de colecionadores do mamA conversa ao vivo no Instagram do museu será acompanhada do curador do clube de colecionadores de fotografia, Eder Chiodetto.

conheça o clube aqui

Kiss_Briseis_Painter_Louvre_baixa
Briseis Painter. Erastes (lover) and eromenos (beloved) kissing. Detail from the tondo of a red-figure Attic cup, ca. 480 BC. Acervo Museu do Louvre, França. Imagem: Marie-Lan Nguyen. Fonte: Wikimedia Commons

#MAMCursosOnline

O curso Por uma história da arte LGBTQ+ com Lorenzo Merlino pretende caracterizar demonstrações de que a arte ocidental sempre se aproximou de narrativas LGBTQ+, mesmo que esta legenda tenha sido criada somente no final do século XX. Partindo da Antiguidade até a Arte contemporânea, o curso propõe um novo olhar sobre o percurso nas artes.

Toda quarta-feira, das 18h30 às 20h por videoconferência.
Até 01 de julho de 2020
Aulas avulsas disponíveis.

inscrições aqui*
*Inscrições apenas para maiores de 18 anos

parceiros
museu de arte moderna de são paulo

seja sócio. apoie o museu

 

Josafá Neves e a Mitologia afro

10/mar

Exposição de Josafá Neves encontra-se em exibição no Museu Nacional da República, em Brasília, DF, trazendo reflexões sobre arte, religião e origens. Mostra inédita na capital do país, a exposição “Orixás” provoca o olhar do público em relação à História da Cultura Africana Brasileira, um convite para mergulhar na história do negro em nosso país, transformada em obra de arte através de esculturas, pinturas e instalações. O trabalho do artista transcende às últimas duas décadas e tem inspirado gerações, agregando grande valor à arte contemporânea. “Orixás: geometria, símbolos e cores” alude à última fase em que se encontra o trabalho do brasiliense Josafá Neves. Pesquisando a mitologia iorubana ele busca soluções estéticas, símbolos e cores pertinentes a cada um dos 16 orixás estudados à exercícios geométricos que permitam aproximações com uma dimensão simbólica. A curadoria da exposição é assinada por Marcus de Lontra Costa, crítico de arte e curador.

 

Segundo Nelson Inocêncio, professor de artes visuais da Universidade de Brasília, “…o trabalho de Josafá Neves nos remete às poéticas de outros artistas afro-brasileiros que produziram suas obras com base nas mitologias africanas”. Ele mesmo admite a influência de Rubem Valentim na elaboração de seus emblemas alusivos a várias divindades do panteão iorubano. A arte de Josafá não se restringe a este diálogo com o mestre, mas também se espraia, permitindo que estabeleçamos aproximações com as poéticas de outros de artistas como Emanoel Araújo, do mineiro Jorge dos Anjos e do carioca-brasiliense Olumello. Sua pintura tem como peculiaridade as pinceladas negras, as quais expressam com firmeza seus sentimentos em traços distintos. A prática da pintura para o artista é de um valor incontestável e efetivo. Preparando as telas de forma paternal e zelosa, peculiarmente pinceladas na cor preta, atinge as mais íntimas emoções dos expectadores em seus 24 anos de dedicação integral ao ofício das artes.

 

A palavra do curador

 

As obras produzidas por Josafá Neves para essa exposição revelam a potência de imagens desprezadas pelo discurso oficial. Aqui não há espaço para acomodações, discursos conciliatórios, não há a busca em criar uma falsa ideia de harmonia e integração social num país majoritariamente formado por mestiços, filhos do estupro de mulheres negras por parte do homem branco, afirma Marcus de Lontra Costa.

 

Sobre o artista

 

Artista autodidata nascido em Gama, Brasília – DF, em 1971. Josafá Neves começou a desenhar aos cinco anos de idade nas calçadas e ruas onde morava. Mudou-se para Goiânia com sua família aos sete anos e foi nesta cidade, desde 1996, que Josafá Neves passou a se dedicar integralmente às artes plásticas. Artista com trajetória e reconhecimento internacional, participou de diversas exposições individuais e coletivas, em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Goiânia, Havana/Cuba, Caracas/Venezuela, Paris /França e USA.

Até 29 de março.

 

 

Ivan Serpa no CCBB/Rio

05/mar

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Ivan Serpa: a expressão do concreto”, uma ampla retrospectiva de um dos mais importantes artistas da História da Arte Brasileira. Reunindo cerca de mais de 200 trabalhos, a mostra exibe diversas fases de suas obras que abrangem uma grande diversidade de tendências, utilizando várias técnicas, tornando-se uma referência para novos caminhos na arte visual no país. A exposição percorre a rica trajetória do artista, expoente do modernismo brasileiro através de obras de grande relevância selecionadas em diversos acervos públicos e privados.

Os curadores Marcus de Lontra Costa e de Hélio Márcio Dias Ferreira selecionaram uma ampla gama de trabalhos situados entre a figuração e o concretismo, além de desenhos e objetos.

Sobre o artista

Ivan Ferreira Serpa, Rio de Janeiro, RJ, 1923 – 1973. Pintor, gravador, desenhista. Artista plástico e professor. A partir de 1946 inicia seus estudos em arte com o gravador Axel Leskoschek e em 1947 expõe na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes. No início da década de 1950, seu trabalho já se identifica com a abstração geométrica e sua participação na I Bienal Internacional de São Paulo, realizada em 1951, exibe essa tendência e recebe o Prêmio Jovem Pintor Nacional. A partir de 1952 passa a dedicar-se também a atividades didáticas em cursos de pintura realizados no Museu de Arte Moderna. Em 1953 participa da I Exposição Nacional de Arte Abstrata realizada na cidade de Petrópolis, RJ. No ano seguinte, juntamente com outros artistas, cria o Grupo Frente, assumindo sua liderança. Participa em 1957 da I Exposição Nacional de Arte Concreta no Rio de Janeiro, quando recebe o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna. Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando volta ao Brasil e participa, no Rio de Janeiro, da I Exposição de Arte Neoconcreta. No início dos anos 1960 realiza algumas experiências no campo da figuração, entre as quais a “Fase negra”, de tendência expressionista, que se desenvolve num momento de crise política, que culmina com o golpe militar de março de 1964. A partir de 1965 retorna o Abstracionismo geométrico, introduzindo elementos ligados à sensualidade das formas. Participou das mais importantes exposições ocorridas ao longo da década de 1960 como “Opinião 65”, “Opinião 66” e “Nova Objetividade Brasileira”. Nas décadas de 1960 e no início de 1970 desenvolve trabalhos com Lygia Pape, Antonio Manuel e Dionísio del Santo. Recebeu diversos prêmios no Brasil e participou de diversas edições da Bienal de São Paulo, além da Bienal de Veneza, em 1952,1954, 1962, e Zurique, 1960, onde recebeu premiação. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.

 

Acontece no MAR

18/fev

O Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, conquistou, – em seis anos de existência -, um lugar ímpar na programação cultural carioca.

 

O Rio dos Navegantes

 

A exposição faz uma abordagem transversal da história do Rio de Janeiro como cidade portuária, apresentando as diversas vozes dos povos que desde o século XVI passaram, aportaram e aqui viveram. A mostra apresenta cerca de 550 obras de artista como Ailton Krenak, Antonio Dias, Arjan Martins, Carybé, Floriano Romano, Guignard, Kurt Klagsbrunn, Rosana Paulino e Virginia de Medeiros. Evandro Salles é o idealizador e curador e Francisco Carlos Teixeira, o consultor histórico. Também assinam a curadoria e a pesquisa Fernanda Terra, Marcelo Campos e Pollyana Quintella.

Até março de 2020

 

Pardo é Papel

 

A individual do artista Maxwell Alexandre reafirma a vocação que o Museu de Arte do Rio conquistou em seis anos de existência: enfrentar o espelho, se reconhecer, escutar, afirmar o que interessa e prosseguir. Aos 29 anos, o jovem carioca retrata em sua obra uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir de sua vivência cotidiana pela cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside. Com obras no acervo do MAR, Pinacoteca de São Paulo, MASP, MAM-RJ e Perez Museu, Maxwell apresenta “Pardo é Papel” no Brasil após levar sua primeira exposição ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França.
Até maio de 2020

 

UÓHOL, de RAFAEL BQUEER

 

Interessado em questões que perpassam o corpo e as discussões de decolonialidade, gênero e sexualidade, o jovem artista transita entre linguagens como a performance, o vídeo e a fotografia. A mostra, em cartaz na Biblioteca MAR, joga com o sobrenome do ícone pop norte-americano Andy Warhol (1928-1987) e o termo “Uó” – gíria queer e popular para designar algo ou alguém irritante ou de mau gosto.
Até abril de 2020.

Dupla no Pérez Art Museum

12/fev

Encontra-se em exibição até 29 de março no Pérez Art Museum Miami, Florida, USA, o vídeo de 2016 “You Are Seeing Things” (Está vendo coisas) da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

 

Sobre a projeção

 

Os artistas Bárbara Wagner, nascida em 1980, em Brasília; mora em Recife, PE, e Benjamin de Burca, nascido em 1975, em Munique; que também vive em Recife, concentram sua prática no “corpo popular” e suas estratégias de visibilidade e subversão entre os campos da cultura pop e da tradição. Seu vídeo de 2016 “Estás vendo coisas” (You Are Seeing Things) retrata a subcultura da música brega – uma combinação de melodias românticas fundidas com hip hop americano, techno brasileiro e reggaeton caribenho que surgiu no Nordeste do Brasil. No cenário social e profissional deste gênero, os videoclipes são o catalisador de um futuro imaginado pontuado por um poderoso apetite pelo sucesso como incentivado pelo capitalismo. Com o acesso fácil de hoje à tecnologia, o estilo brega incorporou métodos sofisticados de produção e distribuição, dando conta da visibilidade de uma sociedade de classe média que sai das favelas do Brasil.

Roteirizada e interpretada por membros reais da cena brega, a “Estás vendo coisas” segue dois personagens principais enquanto traçam seu curso desde seu cotidiano até o ambiente de palco, submergindo em um mundo onde a autorregulação e a gestão de imagens desempenham um rumo crucial do papel na construção de voz, status e identidade de toda uma nova geração de artistas populares. Diferente das abordagens que muitas vezes satirizam o tema ampliando seus aspectos carnavalescos, o filme adota um tom psicológico e mais melancólico, refletindo como os julgamentos estéticos herdados diferem entre as classes sociais nas economias em desenvolvimento.

Cine Desejo

10/fev

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Praça Tiradentes, Cenro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 15 de fevereiro, às 12h, a exposição “Cine Desejo”, com obras da artista Caroline Valansi que investigam o universo iconográfico da indústria do cinema pornô e a relação do corpo feminino com o sexo. Com curadoria de Pollyana Quintella, a mostra ocupará todo o andar térreo da instituição. Dentre as obras inéditas, estão algumas sendo criadas pela artista especialmente para a exposição. Alguns trabalhos emblemáticos desta pesquisa iniciada em 2015 também serão mostrados. Em exibição até o dia 28 de março.

 

“Cine Desejo” é uma antologia do interesse de Caroline Valansi sobre os cinemas de rua que passaram a exibir filmes pornôs. A subjetividade construída pelas imagens do cinema, que moldaram a imaginação sexual de várias gerações, e ainda o desdobramento desse universo do ponto de vista feminino, integram também sua investigação. As obras reunidas são intervenções da artista em cartazes históricos, cartografias, fotografias, letreiros, LEDs, colagens e serigrafias. “Cine Desejo” também discute o cinema como espaço de subversão, onde o “escurinho” é situação propícia para “namoricos e intimidades não autorizadas”. Com humor e ironia, a artista constrói espécies de contraimagens para o olhar masculino, também buscando “desierarquizar” o desejo a partir de uma perspectiva feminina e pós-pornô, onde as fronteiras estão esgarçadas.

 

Sobre a artista

 

Caroline Valansi nasceu em 1979 no Rio de Janeiro, RJ, é artista visual, professora e também trabalha com saúde mental na Casa Jangada. Graduada em Cinema na Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Artes e Filosofia pela PUC-Rio. Completou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e Ateliê da Imagem. Sua produção artística transita entre a palavra, o espaço e a ficção. Suas obras sempre foram enraizadas em seu forte interesse em traços coletivos e histórias íntimas. Caroline utiliza materiais familiares em sua pesquisa: fotos de salas de cinemas, velhos filmes pornográficos, imagens encontradas da internet e suas próprias fotografias e desenhos e, juntos, somam uma ampla exploração de representações da sexualidade feminina contemporânea.

 

Entre suas exposições individuais se destacam: “Corpo Cinético” (CCSP – Centro Cultural São Paulo, SP, 2019), “Carne Viva” (Espaço Subsolo, Campinas, SP 2019) e Memórias Inventadas em Costuras Simples (CCJE – Centro Cultural Justiça Eleitoral, RJ, 2009). Participou de exposições coletivas no Brasil, Cuba, Portugal, França, Colômbia e Argentina. Tem duas publicações lançadas: Sempre um bom Filme e o álbum de figurinhas Boa Para ambos de 2015. Organizou os eventos {|}XANADONA{|} (2016, A Galeria Gentil Carioca) e Feminismo e Feijoada (2015, CAPACETE). Faz parte da Cooperativa de Mulheres Artistas e participou do coletivo OPAVIVARÁ! de 2007 a 2014. Caroline Valansi tem obras em importantes coleções públicas e privadas, como a Biblioteca do Instituto Moreira Salles, em São Paulo; Gilberto Chateaubriand / MAM Rio, Museu de Arte do Rio (MAR), Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro; Museu Nacional de Brasília; Bienal de La Havana; Hillel Brasil, no Rio de Janeiro; Mr. and Mrs. Richard Sandor, Chicago, EUA; e Mr. and. Mrs. Simon Biddle, Londres.

Filme no Instituto Ling

06/fev

A artista Romy Pocztaaruk exibe até 21 de março o filme “Antes do Azul” no Instituto Ling, Porto Alegre, RS. O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

Ar do tempo

 

Em um ambiente que nos transporta para uma sala de cinema de outros tempos, Romy Pocztaruk nos apresenta seu novo filme, “Antes do Azul”. Durante pouco mais de dez minutos, seremos submetidos a uma sequência de cenas sutilmente narrativas e radicalmente sensoriais, um jorro de imagens-pensamento sobre a existência e a violência, sobre a passagem do tempo, sobre tecnologias de morte, sobre a potência de corpos animais e minerais, sobre a arte como possível rastro a ser deixado pela humanidade quando ela mesma não sobreviver à sua onipotência.

 

Logo no início, em uma das primeiras cenas da projeção, o estranhamento que iremos experimentar já se anuncia na presença de um elemento incomum, uma luva com unhas vermelhas. A mão que veste essa luva busca por cristais reunidos em uma pequena mesa. São substâncias minerais e seu mistério que a também misteriosa mão tateia. Uma mulher negra, vivida pela atriz e cantora Valéria (ex-Houston), ocupa o centro energético do curta. Agora, é ela mesma quem recolhe fragmentos rochosos e os deposita dentro de sua roupa, como se buscando uma fusão entre seus corpos, cindidos há muito tempo. Já aí, nosso olhar não enxerga somente união, mas conflito, impasse áspero, desejo – sentimentos que perpassam todas as imagens.

 

A partir dos gestos dessa personagem, de suas expressões, seus movimentos, sua voz, seus olhares e os olhares a ela dirigidos, o filme se estrutura, construindo um ambiente em que passado, presente e futuro se confundem. Uma boate do século XXI, a guerra nuclear e a era das cavernas. Tudo ao mesmo tempo agora. Cronologias estilhaçadas entre movimentos de dança, fotos estáticas da ciência sedenta de poder, e uma volta à natureza, uma fuga da ideia de ser humano. A cobra morde o próprio rabo.

 

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência; o impasse do filme é também o nosso: quem sobreviverá à destruição contínua a qual a terra é submetida

 

Gabriela Motta / Proposição curatorial

 

Sobre a artista

 

A artista nasceu em 1983, Porto Alegre, RS, Brasil. Em diversos suportes, Romy Pocztaruk lida com simulações, refletindo sobre a posição a partir da qual a artista interage com diferentes lugares e com as relações entre os múltiplos campos e disciplinas da arte. Diversas vezes premiado, o trabalho da artista está presente em coleções como as da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte do Rio. Ela participou da 31ª Bienal de São Paulo com a série “A Última Aventura”, em que investiga vestígios materiais e simbólicos remanescentes da construção da rodovia Transamazônica, um projeto faraônico, utópico e ufanista relegado ao abandono e ao esquecimento. Suas principais exposições individuais foram “Geologia Euclidiana”, Centro de Fotografia de Montevideo (Uruguai, 2016), e “Feira de ciências”, Centro Cultural São Paulo (2015). Entre as principais exposições coletivas, estão “Convite à viagem: Rumos Itaú Cultural”, Itaú Cultural (São Paulo, 2012); Region 0. The Latino Video Art Festival of New York (Nova York, 2013); a 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013); a 31ª Bienal de São Paulo (2014); “BRICS”, Oi Futuro (Rio de Janeiro, 2014); “POROROCA”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (2014); “Uma coleção Particular: Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca”, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015); “Télon de Fondo”, Backroom Caracas (Venezuela, 2015).

 

Exibição do filme Antes do Azul 

 

Duração: 13 minutos

 

O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

FICHA TÉCNICA

 

Direção: Romy Pocztaruk / Estrelando: Valéria / Texto: Daniel Galera

Direção de Produção: Larissa Ely / Assistente de Produção: Paula Ramos

Direção de Fotografia: Lívia Pasqual / Trilha Original e Desenho de Som: Caio Amon

Ilustração: Matheus Heinz / Figurino: Alice Floriano, Larissa Ely, Romy Pocztaruk, Humans and Aliens

Figurantes: Renata de Lélis, Camila Vergara, Thais Hagermann

Cenografia: Lívia Pasqual e Romy Pocztaruk / Cabelo e Maquiagem: Juliane Senna

Diretor de Elenco: João Madureira / Motorista: Cássio Bulgari

Montagem: Caio Amon, Leonardo Michelon, Romy Pocztaruk

Primeiro assistente de câmera e operador: Deivis Horbach

Elétrica: Daniel Tavares / Finalização & Cor: Rafael Duarte

Design gráfico: Guss Paludo e Romy Pocztaruk

 

Música Original

 

“Fim dos Tempos”  (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria  / “Blue Echoes” (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria

Agradecimentos: Luisa Kiefer, Linha, Prefeitura de Santa Tereza, Casio / Arquivos: NASA, Preelinger Archive, USA Atomic Energy Comission / A exposição tem patrocínio da Crown Embalagens e financiamento do Ministério da Cidadania / Governo Federal.

 

Até 21 de março.

 

 

 

Palestra no BNDES

03/fev

A formação e a disponibilização de acervos museológicos públicos, dia 04 de fevereiro ás17h (terça-feira) será o tema da palestra no Espaço Cultural do BNDES, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com o curador da mostra “Visões cotidianas do Brasil Moderno”, Marcus de Lontra Costa e convidados como a diretora do Museu do Ingá, Julia Wagner Pereira, o coordenador de Museus da Funarj, Douglas Fasolato, a pesquisadora Rita de Cassia de Mattos e a curadora e crítica de arte, Viviane Matesco, organizadora do livro “Uma Coleção em Estudo”, que trata da formação da antiga Coleção Banerj, hoje sediada no Museu do Ingá, em Niterói – RJ.

 

A palestra abordará temas e assuntos acerca do acesso do público aos bens artísticos e culturais, mantidos em coleções públicas. A apropriação de acervos museológicos como instrumento de ação didática e valorização de cidadania. A contribuição do Museu do Ingá para que esse acervo de caráter histórico, seja um instrumento de conhecimento da vida social, econômica, pública e privada do país, como formação de sua identidade cultural.

 

Sobre os palestrantes

 

Marcus de Lontra Costa

 

Marcus de Lontra Costa é crítico de arte e curador independente. Foi editor da revista Módulo; diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; crítico de arte dos periódicos O Globo, Tribuna da Imprensa e Isto É e assessor do Ministério da Cultura. Dirigiu ainda os Museus de Arte Moderna, de Brasília, do Rio de Janeiro e de Recife. Foi secretário de Cultura de Nova Iguaçu (RJ). Foi curador das mostras: “Como vai você, geração 80?” (com Sandra Magger e Paulo Roberto Leal); “Infância perversa”, no MAM- RJ; “Onde está você geração 80?”, no CCBB.

 

Douglas Fasolato

 

Diretor da Casa da Marquesa de Santos e Coordenador de Museus da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj). Jornalista, curador e pesquisador. Bacharel em Direito, Especialista em Gestão Cultural e Mestrando em Memória e Acervos pela Fundação Casa de Rui Barbosa. Do Conselho Gestor da Rede Brasileira de Jardins e Paisagens. Foi diretor superintendente da Fundação Museu Mariano Procópio (2009-2017). Membro do Icomos-Brasil, do Conselho Estadual de Políticas Culturais do Rio de Janeiro e do Conselho de Assuntos Culturais da Associação Comercial do Rio de Janeiro e de outras instituições brasileiras.

 

Julia Wagner Pereira

 

Diretora do Museu do Ingá (Museu de História e Artes do Estado do Rio de Janeiro). Historiadora e Museóloga. Bacharel em História (UFRJ), Especialista em Patrimônio Cultural – PEP (IPHAN / UNESCO), Curso Avançado XIII Fábrica de Ideias (UFBA), Mestre em Museologia e Patrimônio Cultural (UNIRIO). Atuou como Coordenadora de pesquisa no Museu da Pessoa, pesquisadora no Projeto Memória e Patrimônio da Rede Carioca de Rodas de Samba, museóloga do Ecomuseu Ilha Grande (UERJ), pesquisadora na Assessoria de Arqueologia do IPHAN, estágios no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas Artes, no Museu Histórico Nacional.

 

Rita de Cassia de Mattos

 

Graduada em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 1979. Mestre em Museologia e Patrimônio UNIRIO/MAST (2016). Pós-graduada em Docência do Ensino Superior pela UCAM (2001-2002). É presidente do Conselho Federal de Museologia (2016/2020). Atuou no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro entre 1988 e 2007 como Chefe do Serviço de Documentação Especial (1989-1991). Nomeada para exercer em primeira ocupação o cargo de Diretora da Divisão de Apoio Técnico, responsável por todas as atividades relativas à preservação do acervo da Instituição (1991-2007). Na Secretaria de Estado de Cultura, entre 2008-2014, atuou como Gerente de Acervos Museológicos da Superintendência de Museus.

 

Viviane Furtado Matesco

 

Doutora em Artes Visuais (UFRJ) é crítica, curadora e professora associada de história da arte na Universidade Federal Fluminense. Trabalhou como curadora assistente na Funarte, no Museu de Arte Moderna/RJ e no Projeto Rumos Visuais do Itaú. Sua área de pesquisa gira em torno da questão Corpo e Arte e realizou as curadorias “Tehching Hsieh” no Centro HO (2002) e “Corpo na Arte Brasileira?” (co-curadoria com Cocchiarale Itaú Cultural/2005). Publicou os livros Suzana Queiroga (Artviva, 2005), Uma Coleção em Estudo/ Coleção Banerj (Museu do Ingá, 2010) e Corpo, Imagem e Representação (Zahar, 2009), Em Torno do Corpo (PPGCA/UFF, 2016) e Experimentação e método (Museu do Ingá/Philae, 2018) Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Crítica da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, corpo e arte brasileira contemporânea, arte brasileira, corpo e arte contemporânea e corpo e arte.