O Útero do Mundo

05/set

O MAM, Parque do Ibirapuera, SP, retrata corpos indomáveis e histéricos na exposição “O útero do mundo”. A curadora Veronica Stigger selecionou cerca de 280 obras de 120 artistas contemporâneos em que o corpo aparece como lugar de expressão de um impulso desvairado e que se apresenta transformado, fragmentado, deformado, sem contorno ou definição. São pinturas, desenhos, fotografias, esculturas, gravuras, vídeos e performances do acervo do museu.

 

As obras, pertencentes ao acervo do MAM, mostram a indomabilidade e as metamorfoses do corpo. Com curadoria da escritora e crítica de arte Veronica Stigger, as produções selecionadas – num universo de mais de cinco mil trabalhos da coleção do museu – revelam um corpo que não respeita a anatomia e liberto de amarras biológicas e sociais. Baseada na proposição dos surrealistas de compreender a histeria como uma forma de expressão artística, a apurada seleção da curadora faz um elogio à loucura, ilustrando esse “corpo indomável” que, embora reprimido pela humanidade, manifesta-se no descontrole, na histeria e na impulsividade.

 

Para organizar a mostra, a curadora recorreu a três conceitos extraídos da obra da escritora Clarice Lispector que servem como fios condutores que separam os trabalhos nos núcleos “Grito ancestral”, “Montagem humana” e “Vida primária”. Segundo VeronicaStigger, a autora naturalizada brasileira retomou com brilho o elogio ao impulso histérico. “Clarice organizou um pensamento simultâneo da forma artística e do corpo humano como lugares de êxtase e de saída das ideias convencionais, tanto da arte quanto da própria humanidade”, afirma. São exibidas, conjuntamente, obras de artistas celebrados como Lívio Abramo, Farnese de Andrade, Claudia Andujar, Flávio de Carvalho, Sandra Cinto, Antonio Dias, Hudinilson Jr., Almir Mavignier, Cildo Meireles, Vik Muniz, Mira Schendel, Tunga, Adriana Varejão e muitos outros, além de duas performances de autoria de Laura Lima.

 

 

Grito Ancestral

 

Abrindo a mostra, “Grito ancestral” contém obras que representam uma série de gritos. “É como se esse som, anterior à fala e à linguagem articulada, atravessasse os tempos e rompesse com as próprias imagens”, explica a curadora. “O grito se contrapõe à ponderação e pode ser visto como indício de loucura. Gritar é, em certa medida, libertar-se das frágeis barreiras que delimitam aquilo a que convencionamos chamar de “cultura” em oposição à “natureza” e ao que há de selvagem e indomável em nós”, afirma. Nessa área estão expostos três autorretratos da série “Demônios”, espelhos e máscaras celestiais, de Arthur Omar, artista com trabalhos que demonstram estados alterados de percepção e de exaltação. Também fazem parte a fotografia “O último grito”, de Klaus Mitteldorf; a colagem “Medusa marinara”, de Vik Muniz; fotos de performances de Rodrigo Braga; a gravura “Mulher”, de Lívio Abramo; além de imagens em preto e branco de Otto Stupakoff. Com a série “Aaaa…”, a artista Mira Schendel apresenta uma escrita que não constitui palavras ou frases e em que se percebe a desarticulação da linguagem e uma volta ao estado mais bruto e inaugural.

 

 

Montagem humana

 

Neste nicho são apresentados corpos fragmentados, transformados, deformados e indefinidos, o que prova a indomabilidade do mesmo. Na exposição é percebido como o traço se convulsiona nas obras intituladas “Mulheres”, de Flávio de Carvalho, nos desenhos de Ivald Granato e nas produções de Tunga, Samson Flexor e Giselda Leirner. Nas fotografias, é a falta de foco que borra o contorno da figura nas imagens de Eduardo Ruegg, EdouardFraipont e Edgard de Souza. Com o uso da radiologia, é possível verificar o interior do corpo humano nas obras de Almir Mavignier e Daniel Senise. Destacam-se ainda as fotografias feitas por Márcia Xavier, um desenho de Cildo Meireles e as produções que misturam imagens, couro e madeira de Keila Alaver que representam, literalmente, corpos transformados e fragmentados.

 

 

Vida Primária

 

Este nicho dá vez às formas de vida mais elementares, como fungos, flores e folhagens. “Este tipo de vida desestabiliza a percepção que temos da própria vida porque, de certa maneira, deteriora as coisas do mundo “civilizado”, explana VeronicaStigger. Isso é ilustrado na série “Imagens infectas”, de Dora Longo Bahia, em que um álbum de família é alterado pela ação de fungos. Em “Vivos e isolados”, Mônica Rubinho usa papéis propositalmente fungados em placas de vidro para promover a geração desta espécie. No vídeo “Danäe nos jardins de Górgona” ou “Saudades da Pangeia”, Thiago Rocha Pitta propõe uma leitura mitológica da vida primária. Ainda são exibidas partes do corpo como o coração feito de bronze, de autoria de José Leonilson, e a foto “Umbigo da minha mãe”, de Vilma Slomp. A vagina, porta de entrada e de saída do útero, é mostrada em diversos trabalhos como nas gravuras de Rosana Monnerat e de Alex Flemming, nas fotografias da série “Vulvas”, de Paula Trope e no desenho “Miss Brasil 1965”, de Farnese de Andrade.

 

 

 

Sobre a curadora

 

Veronica Stigger é escritora, crítica de arte e professora universitária. Possui doutorado em Teoria e Crítica de Arte pela USP e pós-doutorados pela Universitàdegli Studi di Roma “La Sapienza”, pelo MAC-USP e pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. É professora das pós-graduações em Fotografia e em História da Arte na FAAP, além de coordenadora do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC). Foi curadora de Maria Martins: metamorfoses no MAM São Paulo (2013) e ganhou o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio Maria Eugênia Franco, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) de melhor curadoria. Com Eduardo Sterzi, curou “Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro”, fotógrafo, no SESC Ipiranga. Entre as publicações, estão Os anões (SP: Cosac Naify, 2010), Delírio de Damasco (SC: Cultura e Barbárie, 2012) e Opisanieświata (SP: Cosac Naify, 2013).

 

 

De 05 de setembro a 18 de dezembro.

Ponto Transição

31/ago

O Centro de Artes Visuais da Funarte / MinC realiza, a exposição “Ponto Transição”, que reúne trabalhos de 30 artistas e coletivos contemporâneos de diversas linguagens e tendências, articulados em um circuito de espaços no interior da Fundição Progresso. As obras foram selecionadas pelos curadores artísticos Luiza Interlenghi, Sonia SalcedodelCastillo e Xico Chaves, do Centro de Artes Visuais da Funarte/MinC, a partir do grande universo de artistas que participaram nos últimos doze anos de editais da instituição, em um amplo processo de mapeamento da produção de artes visuais que envolveu críticos de todo o país. “Ponto Transição” integra a programação cultural dos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro, e os trabalhos expostos compreendem intervenções urbanas, poemas visuais, fotografia, audiovisuais, videoinstalações, esculturas, objetos, trabalhos de coletivos artísticos e outras formas de múltipla expressão.  Haverá ainda uma intensa programação de performances e conversas abertas ao público, com artistas e pensadores.

 

Muitas obras foram feitas especialmente para esta exposição, como é o caso dos artistas Alex Hamburger, Alexandre Dacosta, Ana Muglia, Franklin Cassaro, Helena Trindade, Hugo Houayek, João Modé, Raul Mourão, Ricardo Basbaum, com João Camillo Penna, Thomas Jeferson, Coletivo Vade Retro Abacaxi, Valéria Costa Pinto, Victor Arruda e Wlademir Dias-Pino, com Regina Pouchain. Outros artistas irão recriar trabalhos emblemáticos, como Ana Vitória Mussi, Armando Queiroz, Chang Chi Chai, Eduardo Coimbra, Elisa de Magalhães, Irmãos Guimarães, Marcio Zardo, Marcos Bonisson, Marcos Chaves, Martha Niklaus, Ricardo Aleixo, Ronald Duarte, Suzana Queiroga, Tchellod`Barros e Tina Velho. A Galeria Transparente, projeto com curadoria de Frederico Dalton, terá um território na exposição para uma programação própria de performances, com os artistas Nivaldo Carneiro, TetsuoTakita, Rodrigo Munhoz, Pedro Paulo Domingues, Helena Wassersten, Crioulos de Criação, Coletivo S.T.A.R., Clarisse Tarran& Edu Mariz, Monica Barki, Lilian Amaral e André Sheik.

 

Para Xico Chaves, diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, “…a exposição traduz um momento de transição das artes visuais, que o Brasil representa bem”. “Estamos em uma transição mundial, global. As artes visuais estão acolhendo experimentações que não podem ser realizadas no campo de outras linguagens. Nas artes visuais essas manifestações encontram uma liberdade e um espaço de concepção e amplitude irreversíveis”, afirma. “Neste momento de transição, você vai encontrar uma diversidade múltipla, e não uma sequência de performances similares”. Ele destaca que a Funarte “tem como função estimular o que não está no mercado”. “Institucionalmente tem que atender a esses processos de experimentação”.

 

“Ponto Transição” também coloca em evidência o trabalho curatorial. Xico Chaves acentua que “esta é uma oportunidade de trazer a curadoria de volta à instituição, que conta com profissionais altamente qualificados”. “A Funarte criou um campo de expansão permanente, aceleradíssimo, em que foi tudo incorporado: poesia visual, performances, intervenções urbanas, coletivos, uma nova abordagem sobre o objeto, novas tecnologias, obras que não se classificam de uma forma só, sem excluir as expressões artísticas convencionais.

 

 

 

Arte em campo instável

 

Luiza Interlenghi situa a exposição em um recorte da arte em campo instável, área que pesquisa há quatro anos. “Buscamos mostrar as poéticas de artistas que se posicionam em uma transição, entre espaços tradicionais da arte e os não artísticos, galerias e ruas, subvertendo a relação do trabalho com as instituições”, explica. “Outra discussão que está presente em trabalhos de vários artistas é a liquidez de fluxo, de sociedade de transição, de uma cultura movente, que demanda sempre um posicionamento individual a cada momento”. Ela ressalta que esta é uma discussão já travada nas ciências sociais por ZygmuntBauman e Anthony Giddens, mas “que permite um olhar para esta produção contemporânea que lida com este fato de uma maneira poética, lúdica, às vezes crítica”. “A curadoria acolheu a transição, os processos, as linguagens dos artistas, e dialogou com o espaço da Fundição. Vai haver um espaço de reflexão, de conversa, de estar, uma sala multiuso, com vídeos, publicações de arte, disponíveis para o público”, destaca.

 

 

Poesia expandida

 

Sonia Salcedo acentua que as obras da exposição lidam com essa questão da arte fora do cubo hermético, branco. “Buscamos reunir elementos das artes visuais que tratassem desse aspecto, esta confluência dessas linguagens mais transitórias, que deu origem a esta proposta de ‘Ponto Transição’, ao invés de objetos de arte convencionais”. Ela acentua que a expografia não será apenas uma arquitetura expositiva, e sim “uma extensão, no espaço, do conceito curatorial”. “A exposição lida com essas camadas de um processo de hibridização da arte, no qual as categorias, os modos antes evocados para uma classificação, essas barreiras são destituídas, desmoronam, e nos estilhaços há uma migração de linguagem, meios, suportes, em que se encontra um terreno muito profícuo da poesia expandida, que é pra onde converge meu entendimento do fazer curatorial”, explica. Ela acrescenta que a curadoria buscou “familiarizar o espaço com a poética que cada artista está desenvolvendo”. “Não existe um roteiro, uma circulação linear”, diz.

 

 

De 1º a 18 de setembro.

Projetos do Ateliê397

16/ago

O Ateliê397, Vila Madalena, São Paulo, SP, com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, via ProAC, convida para mais uma exibição do projeto Sessão Corredor + Extras, com as mostras “Coisas de viado! Coisas de bichinha!” e “TransAmaZônica”.

 

 

 Coisas de viado! Coisas de bichinha!

 

Com curadoria do crítico e cineativista francês, YannBeauvais, o programa traça a relação entre filmes experimentais e a cultura gay do Brasil, onde a prática de fazer cinema/vídeo se nota como um ato de resistência. A sessão apresenta uma gama variada de trabalhos realizados por artistas de diferentes gerações, que percorrem a historiografia do vídeo nacional com espaço para novas expressões, transitando entre o experimental e o novelesco. Após a exibição o evento segue com uma conversa com o curador.

 

 

TransAmaZônica

 

A sessão “TransAmaZônica”, com curadoria do artista Adler Murada, exibe um programa de vídeos com foco na produção de jovens artistas do norte e nordeste brasileiro. Um mapa de correspondências entre essas regiões e a paisagem amazônica, aludindo a um território polimorfo de emancipação do gênero e da ficcionalidade. Acompanhando a sessão, o artista propõe uma intervenção na galeria do Ateliê397, com lançamento da publicação que narra o projeto.

 

 

+ Extra

 

Após sessão, a mostra segue em festa com performances de Leona Vingativa e Lady Incentivo, a partir das 20h.

 

 

Serviço:Sessão Corredor + Extras | Coisas de viado! coisas de bichinha!

Dia 19 de agosto, sexta-feira, às 20h30, palestra com o curador após a sessão

 

Sessão Corredor + Extras | TransAmaZônica

Dia 20 de agosto, sábado, às 17H.

+ Festa com performances com LeonaVingativa com participação de Lady Incentivo, às 20H.

 

 

Sessão Corredor + Extras.

 

Criado pelo Ateliê397, o projeto abre espaço para curadorias de vídeo arte, onde a cada sessão apresenta ações que podem desdobrar-se em falas, performances e mostra em diálogo com o contexto da mostra.

Gesto artístico-simbólico

13/ago

De 15 a 23 de agosto, das 10h às 17h, o artista Ivan Henriques levará para a Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, RJ, sua escultura cinética “Pedalinho”, que filtra a água à medida que é movimentado. O pedalinho estará em frente ao Parque da Catacumba, perto do deque dos pedalinhos tradicionais.

 

O artista, radicado em Haia, Holanda, desde 2009, está no Rio de Janeiro para sua exposição “Repaisagem”, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, de 3 de agosto a 21 de outubro de 2016. Ele mostra suas biomáquinas, vídeos, fotografias e projetos das obras que desenvolve com a colaboração de cientistas europeus e brasileiros. A exposição, que tem curadoria do artista e da diretora da instituição, Izabela Pucu, reunirá trabalhos inéditos no Brasil, entre eles, está o “Pedalinho” (“Water bike”, 2016), uma escultura cinética flutuante e interativa, desenvolvida em parceria com alunos da Willem de Kooning Academy, de Roterdã, Holanda, especialmente para a exposição.

 

Trabalho interativo que convida o público a pedalar na superfície da água e, ao mesmo tempo, pensar sua interação com o meio ambiente, uma vez que o seu pedalar opera a filtragem da água. A obra é composta por materiais que combinam micro-organismos vivos que facilitam a purificação da água ao reciclá-la. Trata-se de um gesto artístico-simbólico, que o público é convidado a realizar, uma vez que não está comprometido com a eficácia na despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas aponta para a questão e desenvolve outras estratégias e possibilidades para se pensar esse tipo de interação ambiental.

 

O desenvolvimento desta proposta faz parte da evolução de biomáquinas construídas previamente pelo artista, que são formas híbridas entre organismos vivos e máquinas, que buscam uma evolução entre as máquinas e a natureza. O projeto aponta também para a colaboração de pesquisadores das disciplinas de arte, design, engenharia, biologia e robótica, tendo como foco as relações entre meio ambiente e sustentabilidade, a partir da urgência da despoluição de rios, baías e lagoas da Cidade e do Estado do Rio de Janeiro. O “Pedalinho” busca pensar o meio ambiente de uma forma poética, lúdica, ao contrário da idéia homem e máquina critica pelo genial Charles Chaplin, no filme “Tempos modernos” (1936).

 

Performance

04/mai

Neste sábado, 07 de maio, o artista Stephan Doitschinoff realiza a performance “Marcha ao Cvlto do Fvtvrv”, que se relaciona com as três obras inéditas que apresenta na mostra “Educação como matéria-prima”, em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que discute processos pedagógicos na arte. Com a ação aberta ao público, o paulista junto com os membros do Cvlto do Fvtvrv aprofunda sua pesquisa sobre apropriação de estruturas simbólicas e instituições conservadoras como o exército e a igreja, por exemplo, sempre presentes na sua obra.

 

O percurso do trajeto começa às 15 horas na entrada do Museu de Arte Contemporânea (MAC), o antigo prédio do Detran. Os participantes e o público seguem em cortejo pela Passarela Ciccillo Matarazzo, atravessando por cima das movimentadas pistas da Avenida Pedro Alvares Cabral, entrando no Parque Ibirapuera pelo portão 3 e caminhando até o MAM. No auditório do museu, o artista junta-se a convidados especiais para apresentar o Hino dos Três Planetas e o Hino dos Fantasmas Neoliberais, ambos criados pelo artista em parceria com a cantora Lia Paris e a dupla Mixhell, formada por Iggor Cavalera e Laima Leyton.

 

Depois da apresentação, os membros do Cvlto e o artista convidam o público para participar do Balcão de Adesão, em que divulgam mais informações sobre a organização, além de exibir os Hinários, a Pirâmide, o Elucidário. “A obra desdobra-se em diferentes vertentes que incluem pintura, instalações, arte pública, vídeo, música e performance. Nessas abordagens, o trabalho é permeado pela linguagem criptografada e simbólica”, explica o artista, que realiza uma marcha por ano, sempre com atrações inéditas e diferentes, aberta ao público e com muitas adesões.

 

Para participar da ala frontal do cortejo e receber um broche do Cvlto do Fvtvrv, é necessário chegar no ponto de encontro com 30 minutos de antecedência vestindo camisa social branca fechada até o colarinho, calças e sapatos pretos. Para seguir a marcha e entoar os cânticos, a participação é livre.

 

Sobre o artista

Artista revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte, Stephan Doitschinoff realiza ações e exposições em espaços institucionais como o Museu de Arte Contemporânea de San Diego (EUA), a Fondacion Cartier (FRA), além de MAM, MASP, Museu Afro Brasil e o Centro Cultural Vergueiro. Atualmente, é representado pela galeria Jonathan Levine em NY, pela galeria LJ em Paris e está presente na coleção The Isabel and Agustin Coppel, no México. Doitschinoff tem dois livros publicados pela editora alemã Gestalten – CALMA: The Art of Stephan Doitschinoff (2008) e CRAS (2012), além do documentário TEMPORAL (2008).

 

SERVIÇO :

07 de maio (sábado)

Horário: das 15h às 17h30

Ponto de Encontro: em frente ao MAC Ibirapuera (antigo DETRAN)
Concentração, distribuição de broches e adereços : 14h30
Saída da Marcha: 15h
Chegada ao MAM : 15h30
Início do culto no Auditório MAM: 16h
Balcão de Adesão:16h30

Mostra em Joinville

28/mar

O Museu de Arte de Joinville, SC, apresenta a exposição individual “Cosmos”, do artista visual Carlos Wladimirsky. A mostra é constituída de quinze desenhos de pequenas dimensões aproximadas de 28 x 38 cm, em técnica mista sobre papel de algodão. Os desenhos, produzidos em 2015, são resultado de dezenas de diluições de pigmentos e gestos gráficos, com o uso de técnicas do desenho com aquarela, giz, pastel seco e guache, gerando uma veladura. Esta superposição de aguadas criam imagens que remetem a um mundo sideral e cósmico com formas abstratas em contínua transformação.

 

Serão apresentados também ao público, quatro vídeos que abordam os processos de criação do artista, seu ateliê e a performance “Cosmos, Parada 547”; realizada na Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, em 2014. A performance tem roteiro e direção de Carlos Wladimirsky. O artista estará presente na abertura da exposição e conversará com o público.

 

Sobre o artista

 

Carlos Wladimirsky nasceu em 1956, em Porto Alegre, RS, vive e trabalha na mesma cidade. Foi integrante do “Espaço NO” de 1979 a 1982, grupo pioneiro e de relevante importância para as artes visuais e a contemporaneidade gaúcha. Dedicou-se inicialmente ao teatro, ao cinema experimental e às performances e, nos anos 80, ao desenho e à pintura. Em 1990 fez viagem de residência artística a Portugal e entrou em contato com a pintura de Maria Helena Vieira da Silva e com a joalheria de René Lalique, iniciando trabalhos com joias em prata, e pedras brutas semipreciosas. Wladimirsky iniciou em 2002, sua pesquisa com cerâmica, produzindo pratos, bowls e máscaras esmaltadas que têm configurações enraizadas em suas investigações com o desenho. Em cerca de 40 anos de carreira realizou diversas exposições entre as quais “Desenhos” no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1981; “Artistas Gaúchos Contemporâneos”, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP, 1981; “OS NOVOS”, Espaço Cultural Yázigi”, curadoria de Renato Rosa, 1983; “Panorama da Arte Atual Brasileira”, MAM, SP, 1984; Projeto Macunaíma, FUNARTE, RJ, 1985; “Velha Mania – o Desenho Brasileiro”, EAV- Parque Lage, RJ, 1985; Trienal de Desenho de Nuremberg – Alemanha, 1985; “Desenho Contemporâneo Brasileiro”, INAP, Funarte, RJ, 1988. Lançou em 2009 livro sobre sua obra organizado por Mário Röhnelt.

 

Até 1º de maio.

Beuys em São Paulo

15/mar

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, anuncia exposição de caráter panorâmico da obra de Joseph BEUYS, artista alemão que produziu em diversos meios e técnicas, incluindo fluxus, escultura, happeningperformancevídeo instalação

 

 

Sobre o artista

 

Joseph Heinrich Beuys nasceu em Krefeld1921 e faleceu em Düsseldorf1986, considerado um dos mais influentes artistas alemães da segunda metade do século XX.

 

Cresceu em duas pequenas localidades da região, Kleve e Rindern. Travou algum contato com a arte na juventude, tendo visitado o ateliê de Achilles Moorgat em diversas ocasiões, mas decidiu seguir carreira em Medicina. Entretanto, com a explosão da Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Força Aérea Alemã (Luftwaffe). Costuma-se dizer que a predominância de feltro e gordura na obra de Beuys é devida a um incidente ocorrido na guerra. Beuys foi alvejado e o seu avião caiu durante uma missão na Criméia onde acabou por ser resgatado por tártaros. Ele teria sido salvo ao ter sido tratado com ervas e recoberto por feltro e gordura. Não se sabe se essa história é verdadeira, mas agora ela já faz parte do mito que cerca a figura de Beuys.

 

Depois da guerra, Beuys concentrou-se na arte e estudou na Escola de Arte de Düsseldorf de 1946 a 1951. Nos anos 1950, dedica-se principalmente ao desenho. Em 1961, tornou-se  professor de escultura na academia, mas acabou sendo demitido de seu posto em 1972, depois que insistiu em que suas aulas deveriam ser abertas a qualquer interessado. Seus alunos protestaram, e ele pôde manter seu ateliê na escola, mas não recuperou as aulas.

 

Em 1962, Beuys conheceu o movimento Fluxus, e as performances e trabalhos multidisciplinares do grupo – que reuniam artes visuais, música e literatura – inspiraram-no a seguir uma direção nova também voltada para a happening e performance. Sua obra tornou-se cada vez mais motivada pela crença de que a arte deve desempenhar um papel ativo na sociedade. Em 1979, uma grande retrospectiva da obra do artista foi exibida no Museu Guggenhein de Nova York. Beuys morreu de insuficiência cardíaca, em 1986.

 

 

De 17 de março a  30 de abril.

Festa underground/CCBB, Rio

Com a proposta de oferecer ao público uma autêntica noite underground berlinense, “Zeitgeist: a Festa” completa a exposição “Zeitgeist”, que encontra-se em cartaz até 04 de abril no CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

O evento, marcado para o dia 19 de março, promete causar: o artista plástico Maurício Ianês e o perfomer Maikon K dão a largada com suas performances, às 22h. Logo após, a música eletrônica irá tomar conta do espaço, com DJs renomados tocando o melhor da música eletrônica.

 

Durante o evento, na performance “nãoNão”, Maurício Ianês irá induzir o público a participar de um diálogo silencioso com ele, numa troca de ações e vivências. Ianês estará sentado ao lado de uma mesa com uma cadeira à frente para quem se dispuser a participar do “jogo”.

 

Já Maikon K passará por uma metamorfose em DNA de DAN. Como uma serpente ancestral africana, o performer ficará imóvel enquanto uma substância líquida seca sobre seu corpo. Após cerca de 2 horas, essa substância forma uma segunda pele, que se rasga e serve de alimento para o artista.

 

À frente do coletivo DOMINA estarão os DJs Marcelo Mudou e Kinkid, responsáveis pela música e pela decoração da festa, com projeções e instalações luminosas. E à meia-noite o carioca Gustavo Tatá, um dos mais renomados e atuantes DJs cariocas, ocupará a mesa. Com 19 anos de carreira, ele flutua pelo House, Deep House, Tech House e tem influências de Disco, RNB, Dub, Reggae e Hip Hop.

 

Por último, “Finalmente”, o movimento de resistência a favor da música eletrônica – com origem em três países. Formado por Susana Guardado, Portugal, Michael Jozef, Estados Unidos, ViniciusAlves, ValentinaHomem e YasminZyngier, do Brasil, o grupo convidará  o público a deixar de lado gêneros, dogmas e estereótipos para conhecer o que há de mais novo na cena contemporânea, na música e na dança, tendo a pista como base de ação.

 

Horário de funcionamento no dia 19/03 (sábado) de 9 h às 21h, reabrindo às 22h para a festa. 

 

Sujeito à lotação do espaço

 

Entrada permitida para maiores de 18 anos

 

Não é permitida a entrada com armas de fogo, objetos cortantes e/ou pontiagudos, latas, garrafas ou qualquer recipiente de vidro, alimentos e bebidas, objetos que ocultem a face. 

 

 

 

 

Sobre a mostra “Zeitgeist”

 

 

Com curadoria de Alfons Hug, a exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim” reúne pela primeira vez, no Brasil, um panorama consistente da produção da respeitada comunidade artística que se concentra na cidade num movimento que começou com o fim da Guerra Fria.

 

Pintura, fotografia, videoarte, performance, instalações e a cultura dos famosos clubs berlinenses, na visão de 29 artistas dentre os mais destacados da arte contemporânea, compõem o mosaico da exposição Zeitgeist, que aproximará o público brasileiro da realidade artística e cultural de uma Berlim contraditória e fascinante, plural e diversa,  que desconhece limites quando se trata de pensar e viver a arte e se reinventar.

 

 

Até 04 de abril. 

 

 

Guilherme Vaz no CCBB-Rio

26/jan

O CCBB-Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta ao público a exposição “Guilherme Vaz: uma fração do infinito”, com 50 anos de produção desse artista multimeios, músico experimental, maestro, pensador e integrante das vanguardas dos anos 1970.  Um dos pioneiros da arte conceitual e sonora, Guilherme Vaz é um dos introdutores da música concreta no cinema brasileiro. A mostra conta com debates, reedição de trabalhos antigos, produção de novos trabalhos e edição de livro com ensaios inéditos, históricos e vasto conjunto de imagens e documentos.

 

A curadoria de Franz Manata apresenta o caráter inovador da obra de Guilherme Vaz ao destacar sua produção no contexto das vanguardas da arte contemporânea e sua vivência no Brasil central, com os sertanistas e povos indígenas. Em sua primeira grande exposição serão mostradas 41 obras que contemplam os diversos suportes utilizados pelo artista, como a instalação, objetos sonoros, instruções, desenhos, partituras, performances e parte de sua produção musical. “Guilherme Vaz: uma fração do infinito” destaca a importância da obra desse artista no panorama da cultura e deixará como legado um conjunto de textos, documentos e imagens para a memória da arte no Brasil.

 

 

Trajetória

 
Guilherme Vaz iniciou sua interlocução com a cena cultural do Rio de Janeiro no final da década de 1960, trabalhando com cineastas, músicos e artistas residentes na cidade. Realizou na época trilhas sonoras dos filmes “Fome de amor” (1968), de Nelson Pereira dos Santos – a primeira experiência de música concreta no cinema nacional, e O anjo nasceu (1969), dirigido por Júlio Bressane. Ambos premiados no Festival de Cinema de Brasília. Guilherme produziu trilhas para mais de 60 filmes, sendo 30 longas-metragens; ganhou nove prêmios e estabeleceu parcerias com importantes cineastas, como Júlio Bressane e Sérgio Bernardes. Segundo o curador, seu trabalho para o cinema traduz o “espírito do Brasil profundo”. Franz Manata comenta ainda o processo da pesquisa e curadoria da mostra.

 

Como músico e maestro, Vaz se envolveu com a música harmônica, a música concreta, experimental, o jazz, aprofundando-se na pesquisa com a música popular e flertando com a MPB. Esteve envolvido na fundação e apresentações do Grupo de Compositores da Bahia, organizado por Ernst Wiedmer; em 1967 funda com Vitor Assis Brasil o grupo Calmalma de Jazz Livre, que produzia jazz de vanguarda com acento na experimentação e improvisação musical; e participou da gravação do disco e da turnê do álbum de Ney Matogrosso, Água do céu-pássaro, de 1975, que apresenta sonoridade experimental permeada por elementos da natureza. Participou também da então nascente cena carioca de arte conceitual, articulada em torno das atividades do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, da criação da Unidade Experimental e de exposições históricas como o Salão da Bússola, realizado nesse museu, em 1969, e a polêmica “Agnus Dei”, realizada na Petit Galerie, no Rio de Janeiro, em 1970, além de participar das mostras internacionais: “Information”, no MoMA, em 1970, e da 8ª Bienal de Paris, em 1973, ambas relevantes no contexto da arte conceitual.

 

Dividida em três salas que ocupam o segundo andar da instituição, a exposição apresenta um percurso que se articula de forma complementar a mostrar uma fração do infinito artístico de Guilherme.

 

Na primeira sala, a experiência de Guilherme no interior do Brasil, onde desenvolveu trabalhos de antropologia, artes visuais e música pré-histórica com os povos indígenas sul-americanos Zoró-Panganjej, Gavião-Ikolem e Araras. O público poderá conhecer de perto um conjunto de pinturas realizado com o índio Carlos Bedurap Zoró, da tribo Gavião-Ikolem, de Rondônia, que por solicitação do artista reproduziu, nos tecidos fornecidos por Guilherme, suas pinturas corporais. Mais a série Solos ardentes, composta por 16 fotografias feitas com uma câmera amadora em 1999, em que crianças da tribo Gavião-Ikolem estão em frente a uma pilha de carvão da selva, dentro do escritório da Sociedade Pró-Arte, em Ji-Paraná, Rondônia.

 

Será apresentado o vídeo-concerto harmônico Música em Manaos (2004). Realizado por Guilherme e sob sua regência, a Orquestra Filarmônica Bielorussa se junta aos indígenas da etnia Gavião-Ikolem, no Teatro Amazonas. O registro é uma parceria com seu amigo, cineasta e documentarista Sérgio Bernardes (1944-2007). No outro vídeo, Uma fração do infinito, realizado em 2013 em parceria com o Instituto Mesa, Guilherme estabelece um diálogo com Charles Darwin ao refazer, simbolicamente, o caminho percorrido pelo naturalista britânico na cidade de Niterói. Um teatro sonoro onde os maracás ”acionam” as forças da natureza.

 

Na sala B estarão a escultura inédita Totem de maracás, composta por centenas de unidades do instrumento indígena, que reflete sobre o aprendizado com o universo indígena, e Jardim sem nome, uma instalação com seixos rolados que, segundo o artista, é uma metáfora acerca do universo da arte, em que sua própria história é como um imenso rio no qual os artistas são seixos dispostos ao longo do caminho.

 

A segunda sala mostra a produção de Guilherme como artista multimeios, músico experimental, maestro, pensador e integrante das vanguardas dos anos 1970. Aí poderão ser vistos sua pesquisa no campo da notação musical será apresentada (partituras convencionais, balizamentos gráficos, notações para o cinema e partituras como performance), a instalação sonora Crude, que surge a partir de sua pesquisa acerca do que ele definiu como “música corporal” iniciada na 8ª Bienal de Paris, em 1973, ainda sob o nome de Cru. Em sua primeira versão, o trabalho foi realizado de forma acústica quando o artista extraía sons diretamente da arquitetura. Já a partir da apresentação da 7ª Bienal do Mercosul em 2007, ele incorpora microfones e amplifica o som no espaço. Na versão atual, o artista convida o público para essa experiência. Tem também a instalação acusmática, composta por instruções de Guilherme Vaz, apresentadas ao público na “Information” – importante exposição de arte conceitual realizada no MoMA, em 1970. Para o CCBB o artista convida o público a seguir por um corredor, onde se escutam suas instruções. Segundo o curador é “uma estratégia para colocar ‘algo’ em evidência”.

 

A última sala destaca sua relação com a imagem em movimento através da parceria com o cineasta e documentarista Sérgio Bernardes, que traduz o Brasil profundo em sete filmes: Os guardiões da floresta (1990), Panthera Onca (1991), Cauê Porã (1999), Nós e não nós (2003), Amazônia (2006), Mata Atlântica (2007) e Tamboro (2009). A exposição conta com uma cronologia ilustrada, que aborda a vida e o percurso de Guilherme Vaz, com um vasto conjunto de documentos, obras, vídeos e arquivos de áudio.

 

Sobre o artista

 

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Pioneiro da arte sonora, formou-se na Universidade Nacional de Brasília, tendo como professores Rogério Duprat, Décio Pignatari, Nise Obino, Cláudio Santoro, Damiano Cozzela, Régis Duprat, Hugo Mund Júnior, entre outros (1962-1964); e na Universidade Federal da Bahia, onde foi aluno de Walter Smetak e Ernst Wiedmer (1964-1966). Fundou, em parceria com Frederico Morais, Cildo Meireles e Luiz Alphonsus, a Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1968-1970). Presidiu a Fundação Cultural de Ji-Paraná, fronteira com a Bolívia, onde desenvolveu trabalhos de antropologia, artes visuais e música pré-histórica com os povos indígenas sul-americanos Zoró-Panganjej, Gavião-Ikolem e Araras. Artista multimeios e experimental, autor das obras sonoras: Walk to anywhere, Rio de Janeiro (1970); Open your door as slow as you can, Rio de Janeiro (1970); Solos ardentes, Nova Iorque (1970); Crude, Paris (1973); Ensaio sobre a dádiva, d’après Marcel Mauss, Oslo (2008). Sua obra foi incluída em importantes exposições coletivas, dentre as quais se destacam: “Hélio Oiticica e seu Tempo”, Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro (2006); VIII Biennale de Paris, Museé d’Art Moderne de la Ville de Paris (1973); “Agnus Dei”, Petite Galerie, Rio de Janeiro (1970); “Information”, MoMA, Nova Iorque (1970), entre outras.

 

Editou várias obras em CD com a gravadora OM Records: o vento sem mestre (2007), Sinfonia dos ares (2007), La Virgen (2006), Deuses desconhecidos (2006), Anjo sobre o verde (2006); A tempestade, El arte, Povos dos ares, Der Heiligue Spruch (2005); A noite original – Die SchopfungsNacht [Die Windeuber der Meer am Anfgang der Welt] (2004); Sinfonia do fogo (2004); O homem correndo na Savana (2003), todas elas lançadas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). Publicou a Sinfonia das águas goianas (2001), um livro em que reúne algumas das conjunções sonoras mais profundas, arcaicas e significantes do meio central da América do Sul.

 

 
Debates

 

 Guilherme Vaz e a arte contemporânea
Sinopse: Comenta aspectos de sua produção artística, destacando seu papel na introdução da arte conceitual e sonora no Brasil. Na mesma data também será lançado o livro “Guilherme Vaz: uma fração do infinito”.
Palestrantes: Franz Manata, Marisa Flórido César

 
 Data: 24/02/2016

 

 Guilherme Vaz e o cinema
Sinopse: Comenta aspectos de sua obra musical, destacando seu papel na introdução    da música concreta nas trilhas sonoras do cinema brasileiro.
Palestrantes: Franz Manata, Júlio Bressane, Suzana Reck Miranda

 
 Data: 09/03/2016

 
 
 Guilherme Vaz e a música
Sinopse: Comenta sua produção como maestro, sua relação com os aspectos estéticos da música erudita e sua relação com a formação da identidade cultural brasileira.
Palestrantes: Franz Manata, J. P. Caron

 
 Data: 23/03/2016

 

 

 Até 04 de abril.

Cotidiano Radical CaixaRio

27/out

A Caixa Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição inédita “Cotidiano radical”, do artista mineiro Marco Paulo Rolla. Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra reúne múltiplas linguagens artísticas, que buscam radicalizar a percepção do público sobre a relação com objetos e rotinas. Na abertura, o artista fará a performance “Café da manhã”.

 

“Cotidiano radical” revela um amplo espectro do trabalho de Marco Paulo Rolla. São objetos, pinturas e instalações que desafiam o público. Ambientes e situações familiares ao espectador surgem de maneira surpreendente, subvertendo ordens e questionando a dependência moderna de ferramentas, dispositivos, equipamentos e tecnologia.

 

Além da performance da abertura, serão apresentadas mais duas em vídeo durante toda a mostra: “Confortável” e “Canibal”. Nelas, o artista utiliza os limites do corpo para fazer uma constante provocação, buscando quebrar noções cristalizadas daquilo que é vivenciado no dia a dia.

 

Destaques ainda para a obra “Picnic”, de 2000, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e já foi exposta na Bienal do Barro, em Caracas, e na Feira Arco, em Madri, e para a série de pinturas “Eletrodomésticos”, produzidas entre 1990 e 1992.

 

 

A palavra da curadora

 

“Toda a ambiência da obra de Marco Paulo Rolla é inspirada no barroco: cores quentes, dramaticidade e luz”, explica Cristiana Tejo. “E neste contexto, que remete ao clássico, ao erudito, é evidenciada a relação contemporânea do homem com os objetos, o desejo de possuí-los, a expectativa de felicidade contida neles. É ao mesmo tempo uma ironia e uma crítica ao fetiche capitalista do consumo”, finaliza a curadora.

 

 

Sobre a curadora

 

Cristiana Tejo fez a curadoria e cocuradoria de vários projetos no Brasil e no exterior, entre eles o Made in mirrors, que envolveu intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros. Autora de Paulo Bruscky – a Arte em todos os sentidos (2009) e Panorama do pensamento emergente (2011), hoje vive e trabalha entre Recife e Lisboa.

 

 

Sobre o artista

 

Marco Paulo Rolla é natural de São Domingos do Prata, MG, 1967. Vive e trabalha em Belo Horizonte, é criador, coordenador e editor do CEIA (Centro de Experimentação e Informação de Arte). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil, Alemanha, Argentina, Holanda, Finlândia e Itália. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, é professor da escola Guignard UEMG desde 2009, onde criou e implementou a disciplina de Performance. Seus trabalhos encontram-se em coleções no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, no Museu de Arte da Pampulha, de Belo Horizonte, no Centro Cultural Inhotim, em Brumadinho, MG, e na Funarte, no Rio de Janeiro.

 

 

Até 20 de dezembro.