Tons de brancos no Paço Imperial

18/dez

O carioca Ronaldo do Rego Macedo mostra 40 trabalhos inéditos em óleo sobre tela e sobre papel na individual, intitulada “Fissão)(Tectônica”, um segmento de sua produção dos anos 2010, que ocupa três salas do Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Sonia Salcedo Del Castillo. Ronaldo do Rego Macedo é um pintor que não faz concessões no conceito nem na feitura de seus trabalhos.

 

A pintura abstrata recente do artista, professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, é a continuidade de uma pesquisa de décadas, em que a cor constitui pura presença física. Cores vibrantes, criadas por Ronaldo são “soterradas” por camadas muito espessas de tinta a óleo de tons de branco, aplicadas com pincel, trincha, vassoura ou a mão diretamente. Nas telas grandes e pequenas, há vestígios de vermelhos, azuis e roxos implacavelmente cobertas pelos brancos, nos quais a marca das “pinceladas” se faz evidente.

 

“Estou sempre girando em torno do tema da invisibilidade, do silêncio, do vazio. Sempre há algo que nunca se revela inteiramente, fica à sombra (…). A pintura vem para a frente, ela quer nos abraçar, mas há alguma coisa que chama atenção para o que é fluido e recessivo. O título, quando aparece inscrito na pintura, (…) é, muitas vezes, é um signo vazio, que nada significa, ainda bem. E que tem sempre um apagamento, que contradiz essa presença da área pintada”, entrega Rego Macedo.

 

Sobre o apagamento a que o artista se refere, a curadora Sonia Salcedo Del Castillo descreve no texto de apresentação: (…) o vigor impresso à fatura de suas telas resulta em espaço e presença pulsantes. Há nela tal frescor que, por vezes, parece sugerir sabor à sua pintura.”

 

 
Sobre o artista

 

Ronaldo do Rego Macedo nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Fez sua primeira individual aos 23 anos no Rio, à qual se seguiram outras 12 em capitais brasileiras. Desde os 19 anos participa de coletivas no Brasil e em cidades como Montevidéo, Buenos Aires, Cidade do México, Toronto, Pully (Suíça), Viena e Linz (Áustria), Paris, Bruxelas, Cairo, Rabat e Tóquio. O artista esteve nas edições da Bienal Internacional de São Paulo de 1973 e de 1987, quando ganhou Sala Especial, e no Salão Nacional de Arte Moderna de 1972 e 1973. Sua pintura está nas coleções de Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Giovanni Bianco, Antonio Cicero, Brenda Valansi, Lauro Jardim, Marcel Telles (Ambev), e nos acervos do MAM Rio e do Museu Nacional de Belas Artes (RJ). Teve como mestre o pintor Aluisio Carvão, com quem estudou três anos no MAM Rio. Foi ainda aluno de Lygia Pape e Cildo Meireles também no MAM Rio.

 

 

Até 17 de fevereiro.

Pinturas de Lucia Laguna no MASP

14/dez

Entra em exibição noMASP, Paulista, São Paulo, SP, exposição individual de pinturas de Lucia Laguna. A paisagem é o ponto de partida para as pinturas da  artista nascida em 1941, em Campos dos Goytacazes, RJ. Atualmente Lucia Laguna vive no Rio de Janeiro. Dos arredores de seu ateliê, no bairro de São Francisco Xavier, subúrbio do Rio de Janeiro, a artista extrai o vocabulário de formas, de cores e de imagens que vão compor suas pinturas. Laguna passou a dedicar-se à pintura depois de se aposentar como professora de literatura portuguesa e latina, e frequentar os cursos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos 1990. A artista buscou na janela de sua casa-ateliê – com vista para o morro da Mangueira – a paisagem, os modos de construção e a arquitetura do subúrbio para definir sua maneira de pintar.

 
Esta exposição reúne 21 obras da produção recente da artista realizadas entre 2012 e 2018, e dos três principais temas trabalhados por ela: Jardins, Paisagens e Estúdios. Parte desta mostra é composta pelas “Paisagens” que Lucia Laguna realizou tendo como tema bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro. Com essas obras, a artista propõe outro imaginário do subúrbio carioca, incorporando sua experiência e memória. Nesta série, a artista expande sua “vizinhança” para o espaço do museu: em uma tela realizada especialmente para esta mostra – Paisagem nº114 (MASP) (2018) -, a artista absorve os objetos de seu ateliê, as plantas do jardim de sua residência, elementos arquitetônicos do edifício do MASP e das obras da coleção do museu.

 

Ao visitar o ateliê de Lucia Laguna percebe-se uma extensa lista de artistas fixada em uma das paredes, na qual constam nomes canônicos da história da arte ocidental, como Paolo Uccello, William Turner, Paul Cézanne, Henri Matisse, Pablo Picasso, mas também artistas contemporâneas como Beatriz Milhazes e Paula Rego. Ao definir esses artistas como sua “família artística” e viver diariamente com essas referências em seu ateliê, Laguna os traz para o convívio com o morro da Mangueira, com o barulho do trem, com os muros de contenção dispostos nos “pés” da favela, com a trepadeira que cresce no jardim e invade o estúdio, com os passarinhos que entram pela janela – enfim, com toda essa simultaneidade de camadas que compõem o subúrbio e a natureza do quadro de Lucia Laguna. A exposição “Lucia Laguna: vizinhança” tem curadoria de Isabella Rjeille, assistente curatorial do MASP.

 

 

Até 10 de março de 2019.

Tratando as diferenças

13/dez

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Cabeças” de Antonio Sérgio Moreira, a última de sua programação encerrando o calendário de 2018 sob a curadoria de Marco Antônio Teobaldo.

 

A partir de uma visita do artista à construtora de uma amiga, em 2016, nela encontrou dezenas de capacetes de trabalhadores que seriam descartados, Antonio Sérgio Moreira viu naquele material, separado por diferentes cores de acordo com a função dos operários (seguindo normas da ABNT), um grande potencial para trabalhar algumas idéias sobre e seu papel de resistência no espaço que ocupa no contexto além da sua jornada de trabalho. Rostos foram pintados sobre a superfície de cada um dos 110 capacetes exibidos na instalação “Insólitos construtores”.

 

Outra série, iniciada em 1992, chamada de “Tétes” (cabeças, em francês), são, segundo o artista, “…aminha visão como os afro-ameríndios lêem a si mesmos, e como os outros afros se lêem.” Ele questiona e aponta: “…qual é a face da nossa identidade? As diferentes expressões de cada uma dessas cabeças são na verdade, como podemos ser estranhos um para o outro. A inserção na religiosidade Nagô me fez refletir mais sobre o valor da cabeça num âmbito maior da ancestralidade. O ori (cabeça em Iorubá) é mais importante do que a própria divindade ancestral.”

 

O curador da exposição, Marco Antonio Teobaldo, revela que “…a exposição “Cabeças” será composta por mais de 200 obras, a grande maioria formada por inéditas, dentre objetos, telas e papéis, que tecem uma trama sobre a memória do indivíduo negro e de seus antepassados, no contexto da Diáspora Africana, que é amplificada quando exibida sobre o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos.”

 

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN, é o responsável pela preservação do sítio arqueológico da maior necrópole deste gênero, de africanos escravizados das Américas, e tem sido o guardião da memória deste episódio monstruoso na historio do Brasil, no qual, estima-se, mais de 50 mil corpos foram sepultados sem qualquer tipo de ritual fúnebre ou dignidade com os seus restos mortais.

 

 

Até 09 de fevereiro de 2019.

LEILÃO BENEFICENTE  MOBILIZA ARTISTAS NO PARQUE LAGE 

07/dez

Renomados artistas doam obras para tratamento de saúde de Michel Groisman, diagnosticado com doença neurodegenerativa.

Evento acontece no dia 18 de dezembro, na Escola de Artes Visuais.

 

Conhecido internacionalmente por suas performances de controle corporal, o premiado artista brasileiro Michel Groisman vem se deparando com a difícil condição de perder o controle sobre o próprio corpo. Groisman foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa que paulatinamente vem limitando seus movimentos. Sensibilizados com sua situação, um grupo de mais de 70 artistas vem doando obras para a realização de um leilão beneficente. O valor arrecadado custeará o tratamento de Groisman num hospital especializado, nos EUA. O leilão reúne trabalhos de Adriana Varejão, Arnaldo Antunes, Barrão, Cabelo, Cildo Meireles, Ernesto Neto, Jose Damasceno, entre outros renomados artistas. O evento acontece no dia 18 de dezembro, às 19h, no Parque Lage.

 

Ao longo dos últimos 20 anos Michel Groisman se apresentou em inúmeros centros culturais ao redor do mundo e consagrou-se por suas inusitadas performances de controle corporal com equipamentos agregados ao corpo. Nos últimos anos, no entanto, ele se vê atrelado à execução de uma performance involuntária dentro do seu próprio cotidiano, a de simplesmente tentar levantar-se, andar, mover-se. Uma no-stop performance, na qual o artista precisa de todo seu esforço e concentração para se deslocar dentro de casa e ir de um cômodo a outro. Um ensaio diário, circunscrito ao âmbito privado, do que pode vir a ser a sua última performance.

 

O leilão que custeará as despesas de seu tratamento médico acontecerá no Salão Nobre da EAV Parque Lage, escola que já abrigou tantas vezes as performances de Groisman ao longo dos anos. As obras à venda podem ser visualizadas a partir do dia 5 de dezembro e os interessados podem  dar lances iniciais diretamente no site http://michelgroisman.com/leilao.No dia do leilão, as obras estarão em exposição na galeria do subsolo, das 9h às 19h.

 

 

Artistas participantes

 

Adriana Tabalipa, Adriana Varejão, Adriano Motta, Afonso Tostes, Alexandre Vogler, Amador Perez, André Alvim, Angelo Venosa, Arnaldo Antunes, Arjan Martins, Barrão, Beatriz Berman, Bob N, Cabelo, Cadu, Carla Zaccagnnini, Carolina Ponte, Carlos Bevilacqua, Celina Portela, Cildo Meireles, Claudia Hersz, Chiara Banfi, Chelpa Ferro, Daniel Murgel, Ducha, Eduardo Berliner, Elvis Almeida Oliveira, Enrica Bernardeli, Ernesto Neto, Felipe Barbosa, Fernanda Gomes, Fernando de la Roque, Franklin Cassaro, Gê Orthof, Gisele Camargo, Guga Ferraz,Guilherme Teixeira,Gustavo Speridião, Jarbas Lopes, Joao Modé, José Bechara, José Damasceno, Laura Eber, Laura Lima, Lucia Koch, Lucia Laguna, Luiza Marcier, Luiza Baldan, Luiz Zerbini, Marcela Tibone, Marcius Galan, Marco Veloso, Marcos Chaves, Maria Nepomuceno, Mariana Manhães, Martha Niklaus, Matheus Rocha Pitta, Mauro Espindola, Michel Groisman, Miguel Rio Branco, Nadam Guerra, Noni Ostrower, Opavivará/Domingos Guimarães, Paulo Vivacqua, Pedro Varela, Pedro Paulo Domingues, Raul Mourão, Ricardo Basbaum, Ricardo Ventura, Romano, Rodrigo Andrade, Stela Barbieri, Suzana Queiroga, Tatiana Grinberg, Thereza Salazar, Valeria Scornaienchi, Vicente de Mello, Vivian Cacuri.

 

 

Quem é Michel Groisman

 

Michel começou a desenvolver equipamentos corporais quando frequentava a faculdade de música, onde se formou como professor. Nessa época descobriu que podia inventar seus próprios instrumentos, e que estes não precisavam ser musicais, podiam ser instrumentos de todo tipo, desde que servissem para uma auto-investigação e para a interação com o outro. Em seu processo de criação, Michel Groismanintegra diferentes campos: artes visuais, dança, jogos, arte interativa, engenharia, relações interpessoais etc. Foi contemplado com bolsas e prêmios: Rioarte (2004), Vitae (2002) e Uniarte da Faperj (2000), Programa Rumos Artes Visuais (1999), Rumos Dança (2009) e Rumos 2018; Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, 8o Salão da Bahia (2001) e Prêmio “O Artista Pesquisador” do MAC de Niterói (2001), entre outros. Seu trabalho vem sendo mostrado em museus e festivais ao redor do mundo: MoMA (Nova York, 2014); Worlds Together Conference, Tate Modern (Londres, 2012); Festival Temps D’Image (Paris, 2012); Lig Art Hall (Coreia do Sul, 2012); PS 122 (Nova York, 2011); 29a Bienal de São Paulo (2010); Centro de Arte Reina Sofia (Madri, 2008); Festival In Transit the Berlim Lab (Alemanha, 2001 e 2006); Don’t Call It Performance, El Museo Del Barrio (New York, 2004); “Tempo”, MOMA (Nova York, 2001); Festival de La Batiê (Geneva, 2002); II Bienal de Lima (Peru, 2000); e Encontros Acarte (Lisboa, 2000), entre outros.

 

 

PERFOMANCES DO ARTISTA

 

Em “Transferência”, que teve sua estreia na EAV, em 1999, o artista utilizava velas acopladas ao seu corpo e executava uma série de movimentos para passar o fogo de uma vela para outra. Já em “Criaturas”, Groisman e sua parceira utilizavam equipamentos conectados a eletricidade, de modo que quando encostavam um no outro faziam as lâmpadas acenderem. Junto com seu trabalho de performance, o artista também passou a criar obras de arte de engajamento coletivo, dizendo que as relações interpessoais era o que havia de mais revelador. Dentre as suas obras-jogo coletivas estão: Polvo, Máquina de Desenhar, Sirva-se, Risco etc. Uma dessas obras foi premiada pelo programa Rumos 2018, do Itaú Cultural, a Risco#32, que o artista intenta ter condições de realizar no ano que vem. Trata-se de uma máquina de grande dimensões a ser manipulada por 32 pessoas simultaneamente, com o propósito de fazerem juntas um simples desenho num papel. Seria apenas uma coincidência que, assim como o lápis da obra Risco precisa de 32 participantes para riscar um desenho sobre o papel, agora a própria salvação de Groisman dependa também de uma união e engajamento coletivo?

 

 

 

LEILÃO MICHEL GROISMAN
Dia: 18 de dezembro de 2018 (terça-feira)
Horário: 19h às 21h
Local: Salão Nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage
End.: Rua Jardim Botânico, 414, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
As obras estarão em exposição na galeria do subsolo no próprio dia do leilão, das 9h às 19h.

 

SITE DO LEILÃO: http://michelgroisman.com/leilao

Bechara em Lisboa/Pintura e instalação

26/nov

A galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, inaugurou a exposição individual Um raio todos os dias do artista José Bechara. A exposição reúne trabalhos produzidos a partir de 2017 e 2018 e inclui alguns inéditos. O conjunto é formado por cerca de 20 pinturas de grande, médio e pequenos formatos, muitas das quais produzidas com recurso ao processo habitual do artista: a intervenção de acrílico e oxidação de emulsões metálicas sobre lona usada de caminhão.

 

Nesta nova fase de trabalhos, José Bechara alarga o campo de pesquisa sobre o desenho, a pintura, a escultura e a instalação ao construir obras quase imersivas e expansivas que estendem a linha, a superfície, o plano a outras possibilidades, reconfigurando o espaço expositivo da galeria.

 

A exposição apresenta uma instalação inédita de grande escala, produzido a partir da ordenação no espaço arquitetônico de vidros planos e uma variedade de objetos em madeira, papel cartão, outros elementos metálicos e eventualmente mármore. O uso desta multiplicidade de materiais propõe uma discussão sobre fronteiras e gêneros das linguagens visuais fazendo colidir práticas oriundas das experiências escultórica, pictórica e gráfica. Situar o trabalho entre fronteiras, chamar atenção para uma permanente oscilação entregêneros constitui matéria fundamental nas investigações de Bechara. É esta impertinência e transitoriedade do seu trabalho que o artista transpõe para a própria existência.

 

A palavra do artista

 

Tudo é frágil em meu trabalho que contém esforço e dificuldades para emergir, assim como nós, indivíduos humanos. Embora possam parecer nascer de operações brutais os trabalhos podem quebrar-se, despencar de diferentes alturas, desfazer-se por uma perturbação inesperada do espaço ao redor. Minha geometria hesita. Ora aparece, ora desaparece. Falha, portanto, como falhamos. Esforça-se, como nos esforçamos para existir.

 

 

Sobre o artista

 

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial – RJ. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como MAM Rio de Janeiro – BR; Culturgest – PT; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, BR; Fundação Calouste Gulbenkian – PT; MEIAC – ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna – ES; MAC Paraná – BR; MAM Bahia -BR; MAC Niterói – BR; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, – BR; Museu Vale – BR; Haus der Kilturen der Welt – DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst – DE; Kunst Museum – DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) – BR; Centro Cultural São Paulo – BR; ASU Art Museum – USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español) – ES; MARCO de Vigo – ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa – PT; CAAA – PT; Musee Bozar – BE; Museu Casa das Onze Janelas – BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga) – ES; Museu Casal Solleric – ES; Fundação Eva Klabin – BR; entre outras. Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – BR; Centre Pompidou – FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo – BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer – BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM RIO -BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói – BR; Instituto Itaú Cultural -BR; MAM Bahia – BR; MAC Paraná – BR; Culturgest -PT; Benetton Foundation-IT/CAC Málaga – ES; MOLAA – USA; Ella Fontanal Cisneros – USA; Universidade Cândido Mendes – BR; MARCO de Vigo – ES; Brasilea Stiftung – CH; Fundo BGA – BR, entre outras.

 

 

Até 12 de janeiro de 2019.

Na FACE Gabinete de Arte

Martin Brausewetter apresenta pinturas e impressões inéditas na mostra “No Fluxo Subterrâneo” na FACE Gabinete de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP. Martin revela uma série de pinturas (têmpera ovo e acrílica sobre tela), uma combinação de impressões e cascas de eucalipto (recobertas do mesmo azul da Prússia das pinturas). Todos os trabalhos são inéditos. A mostra tem texto crítico da curadora Ana Avelar (professora de Teoria, Crítica e História da Arte na Universidade de Brasília -UnB).

 

 

Diferentemente da sua última exibição em São Paulo, “Descontruções em tempos líquidos” (Galeria Mezanino, em 2015), o artista agrupa obras de naturezas distintas e usa elementos naturais, numa espécie de site specific, criando um diálogo pertinente com as pinturas, que sugerem paisagens, topografias, arquiteturas em ruínas e crostas terrestres.

 

“Martin Brausewetter movimenta tempos e lugares da pintura contemporânea, manejando habilmente prováveis anacronismos, por meio de manchas, campos de cor, linhas e texturas”, diz Ana Avelar, que também apresentou o texto da última mostra individual do artista e foi finalista do Prêmio Marcantonio Vilaça e membro do comitê de seleção do Programa Rumos Itaú Cultural, em 2017.

 

 

Sobre o artista

 

Martin Brausewetternasceu em Viena, Áustria, em 1960. Formou-se na Hochschule für angewandte Kunst (Universidade de Artes Aplicadas de Viena), em 1987. Vive e trabalha entre São Paulo e Viena. Seu trabalho funda-se na confrontação de dois elementos essenciais: a técnica por ele adotada e os motivos sugeridos pelas composições de formas abstratas. No caso da pintura (meio de onde parte toda a poética do artista) e das obras sobre papel, utiliza a têmpera de ovo, técnica que permite ao artista se beneficiar de longos intervalos de tempo, em que vai sobrepondo diversas camadas de cor, as quais são desfeitas à medida que remove partes da superfície com gilete. O azul da Prússia, de aspecto aveludado, uma vez que não lhe é aplicado nenhum verniz, cumpre um papel vital na composição das telas, apresentando a dualidade do cheio/vazio e da constituição da matéria.
Sua obra está presente em diversas coleções particulares, no Brasil e Áustria, além de importantes coleções públicas: Sammlung Vienna Insurance Group (Viena), MA7 Kulturabteilung der Stadt Wien (Acervo Público da Cidade de Viena) e Arthotek des Bundes (Acervo Público do Ministério de Cultura da Áustria, Viena). Em 2010, Brausewetter recebeu o prêmio Kapsch Art Award.
Desde 1986, o artista integrou diversas exposições, individuais e coletivas, principalmente no Brasil e na Áustria. Realizou individuais ‘Descontruções em tempos líquidos’, Galeria Mezanino, São Paulo (2015), ‘Tsespmilap – die Umkehr des Gewesenen’, Lukas Feichtner Galerie, Viena, Áustria (2014), ‘Otsespmilap’, Espaço Contraponto 55, São Paulo (2013), Haus Wittgenstein, Viena, Áustria (2013), Galeria Vertente, São Paulo (2011) e Haus aus der Kultur, Sammlung Thomastik, Infeld, Halbturn Haus Wittgenstein, Vienna (2008), além das coletivas: ‘Abstrakt und Konkret’, Altes Mesnerhaus, Himmelberg, Áustria (2012), ‘15 x 15 – 15 Jahre Kunstforum Unterland’, Neumarkt, Itália (2012), “Ringturm, Sammlung Vienna Insurance Group”, Leopold Museum, Viena (2011), Kapsch Art Award “changing views”, Künstlerhaus Wien, Viena (2010) e Kapsch Art Award “changing views”, São Paulo/Viena (2009).

 

 

Sobre a galeria
Com um ano e meio de funcionamento, o espaço é dirigido pelo colecionador Francisco de Assis Cutrim Esmeraldo [ex-sócio da Galeria Mezanino) e pela historiadora Eugênia Gorini Esmeraldo (ex-coordenadora de Intercâmbio do MASP e mestra em História pela Universidade Estadual de Campinas) e tem como foco a difusão de artistas brasileiros modernos e arte popular.

 

 

Até 23 de fevereiro de 2019.

Art Basel Miami Beach 2018

23/nov

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar a sua 5ª participação na Art Basel Miami Beach! Este ano a feira contará com mais de 200 galerias e vai acontecer no Convention Center de Miami.

 

Para essa edição, vamos apresentar um projeto curatorial que propõe um diálogo entre artistas internacionais e obras históricas brasileiras, tendo como recorte principal a produção artística de 1970 a 1990. Com destaque para Mira Schendel, Ivan Serpa, Antoni Tàpies, Tunga, Fabio Mauri. Também participaremos do projeto Kabinett, com obras do carioca Paulo Roberto Leal.

 

Nesta obra sem título da década de 1980, José Resende valoriza muito a escolha dos materiais, que possuem uma qualidade expressiva. A cera se solidifica facilmente, permitindo que o gesto do artista seja cristalizado na obra. As potencialidades expressivas dos materiais utilizados também estão em ressonância com as investigações da Arte Povera e do Pós-Minimalismo Americano.

 

Esperamos sua visita no estande D4!

 

 

 

5 a 9 de Dezembro [December 5th – 9th]
Estande D4. Convention Center, Miami Beach

José Resende

Karin Lambrecht no Instituto Tomie Ohtake

Com a exibição de “Entre nós uma passagem”, de Karin Lambrecht, o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, dá prosseguimento ao projeto “Nossas Artistas”, uma sequência de mostras individuais dedicadas a mulheres que fizeram e fazem a história da arte brasileira. Iniciado em 2016, com “I love you baby”, de Leda Catunda, vencedora do Prêmio Bravo de melhor exposição individual do ano, agora o programa contempla a obra da pintora gaúcha, também egressa da geração 80.

 

Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra reúne obras de diferentes momentos da carreira de Karin Lambrecht: desde alguns desenhos realizados do início dos anos 1990 até pinturas mais recentes, que constituem a maior parte da seleção. “Trata-se de uma oportunidade para gradualmente imergir no universo visual e reflexivo de uma artista singular na nossa arte, cuja obra oferece uma densa alternativa ao frenesi do consumo de imagens descartáveis que caracteriza os tempos vigentes”, comenta o curador.

 

As telas da artista sugerem particular interesse pelo transcendental, pelo espiritual e pelas religiões a partir de uma paleta obstinada em auscultar a natureza da linguagem dos mais diversos materiais. Além das tintas, outros substratos pictóricos ocupam a superfície de suas pinturas, como ouro, mel, lona, cera de abelha, terra, grafite, linho, pigmento e pastel.  Segundo Miyada, a simples ampliação de recursos para além da trivial “tinta a óleo sobre tela” não seria digna de nota não fosse pela clareza e pelo escrúpulo com que cada matéria atua no campo pictórico. “Mesmo que não seja sempre óbvio qual o material utilizado pela artista, é sempre possível distinguir quais signos, texturas, cores e formas correspondem a recursos distintos, manipulados com uma gestualidade adequada a sua dureza, peso e maleabilidade. O princípio de acumulação dessas substâncias não é, portanto, o da mistura indiferenciada, mas sim o da articulação de órgãos em um organismo visual”.

 

A exposição constrói propositalmente um percurso. O primeiro núcleo de trabalhos é constituído por sete pinturas realizadas entre 1990 e 2013 dispostas sob visibilidade tênue, resultante praticamente dos rebatimentos da luz. Ao ultrapassar este ambiente, o visitante adentra uma clareira como uma ampla nave de fundo semicircular, onde a iluminação é projetada de tal forma que a resplandecência parece nascer das 17 pinturas suspensas, concebidas de 1990 a 2018. “No vértice entre o desejo de saber e a necessidade de crer, alguém imagina uma clareira de silêncio”, escreve Miyada.

 

Na sessão final da exposição, ao atravessar uma cortina de voil, o espectador depara-se com um ambiente claro e branco ocupado por cadernos, desenhos e pequenas pinturas da artista.  Um conjunto de temas, palavras e símbolos que refletem a escala íntima do contato com as obras.

 

“As próprias pinturas, desenhos e cadernos de Karin Lambrecht almejam ser laço e passagem. Presenças imanentes, quer dizer, materialidades que se inserem na experiência possível e compartilhável. Evocações suprassensíveis, ou seja, chamados à contemplação de aspectos invisíveis da existência humana”, conclui o curador.

 

 

Sobre a artista

 

Karin Lambrecht nasceu em 1957, em Porto Alegre, RS, cidade onde vive e trabalha. Graduou-se em desenho e gravura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mudando-se logo em seguida para a Alemanha, onde realizou parte significativa de sua formação como pintora. No retorno ao Brasil, participou das ações desenvolvidas no Espaço N.O., comandado por Vera Chaves Barcellos; integrou a importante exposição “Como vai você, Geração 80?” (Parque Lage, 1984) e dedicou sua produção a realizar uma pintura que borra as fronteiras entre a colagem, o trabalho escultórico e a performance. De caráter sentimental e espiritual, sua produção lida com questões de espiritualidade, acerca da vida e da morte, aplicando textos de maneira simbólica.

 

 

Até 10 de fevereiro de 2019.

Exposição de Fernando Vilela

22/nov

Nova série de trabalhos em pinturas e desenhos de Fernando Vilela será o próximo cartaz da Biblioteca Mario de Andrade, República, São Paulo, SP. A exibição recebeu o curioso título de “Enquanto isso”.

 

 

 

A palavra de Rodrigo Villela – Curador e Gestor Cultural

 

Os desenhos e pinturas de Fernando Vilela apresentam narrativas que se acumulam, se sobrepõem e gritam. Permeados de acontecimentos e memórias, os fragmentos embaralhados de histórias cotidianas, atravessados pela violência, trazem a síntese de um pensamento gráfico, no qual a cidade, o convívio, a agressividade e a crueza da vida se dão em desenhos (à carvão, nanquim e óleo – Enquanto isso), em instalação (Coleção 1968-1973) e em objetos (Arsenal). Com densidade, antagonismos e complementos explícitos – como guerra e paz, silêncio e explosão – esses trabalhos dão forma a complexos mundos internos, do prosaico ao sublime. As perguntas de Vilela se movem em direções variadas, repletas de indignação. A assertividade livre no uso das linguagens faz com que cada assunto se desdobre para além dos suportes utilizados. O imaginário do artista, forjado na belicosidade da ditadura, encontra ecos no mundo do pré-guerra com as touradas de Lorca ou as urgentes questões do mundo contemporâneo – dos conflitos, passando por Alepo, Síria ou Turquia – no entanto, nenhum desses fatores históricos contextualizam seu trabalho. Eles representam, na verdade, um chamamento de fúria e de desejo – de atenção e de movimento em direção ao desconhecido.

 

 

Sobre o artista

 

Fernando Vilela nasceu em 1973, em São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo. Artista, autor e ilustrador de livros. Utiliza diversas linguagens, como gravura, desenho, colagem, escultura, instalação e fotografia. Realizou exposições na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, e foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Arte Contemporânea. No exterior, expôs na Bélgica, França, Espanha, Portugal, Estados Unidos e México. Possui obras nas coleções do MoMA, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo e na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Como autor e ilustrador, já publicou em oito países. Por seus livros ilustrados recebeu cinco prêmios Jabuti e a Menção Honrosa Novos Horizontes do Prêmio Internacional Bologna Ragazzi Award.

 

 

De 27 de novembro a 24 de fevereiro de 2019.

Hiper-realismo no CCBB/SP

21/nov

Trabalhos ligados ao hiper-realismo são o ponto de partida da nova exposição no CCBB, São Paulo, SP, “50 Anos de Realismo – Do Fotorrealismo à Realidade Virtual”. O público encontrará em exibição cerca de 90 obras, entre pinturas, esculturas, vídeos e instalações interativas, feitas por 30 artistas de vários lugares do mundo. Um dos destaques é o trabalho hiper-realista de Giovani Caramello. Tereza de Arruda responde pela curadoria. Há obras de que participaram da Documenta de Kassel em 1972, pioneira em dar visibilidade a essa tendência no campo internacional.

 

Um dos destaques é o inglês John Salt, que mudando-se para os Estados Unidos na década de 1960, passou a registrar em suas pinturas as paisagens suburbanas ou parcialmente rurais do país, como carros abandonados e trailers dilapidados. Neste setor também estão as obras a óleo e aquarelas do norte-americano Ralph Goings (1928 – 2016), que retratam caminhonetes, restaurantes populares e naturezas-mortas de produtos triviais, como embalagens de ketchup e mostarda.

 

No 2º e no 3º andares, os trabalhos foram divididos em quatro temas: paisagem e paisagem urbana, retrato e natureza-morta, onde encontram-se pinturas em grandes dimensões baseadas em espaços arquitetônicos e urbanos do britânico Ben Johnson, as paisagens naturais da inglesa Raphaella Spence e as representações geométricas inspiradas em fachadas de prédios modernistas do brasileiro Hildebrando de Castro.

 

Neste espaço há também obras tridimensionais de escultores do hiper-realismo que mostram representações do corpo humano. Além do trabalho de Caramello, – único brasileiro na exposição dedicado a este estilo -, há esculturas do dinamarquês Peter Land.

 

No 1º andar e no subsolo estão as artes que exploram a realidade virtual. Neste setor, destacam-se o japonês Akihiko Taniguchi, que desenvolve modelos detalhados em 3-D de espaços do cotidiano e os insere na realidade virtual de sua obra; e a brasileira Regina Silveira, que explora mídias distintas em uma mesma obra, sendo precursora em trabalhos com vídeo, fotografia, colagem, xerox e postais. Na exposição, apresenta uma animação digital.

 

Desde a abertura, o CCBB São Paulo já realizou um bate-papo gratuito sobre realismo na contemporaneidade aberto ao público. Participaram Tereza de Arruda (curadora), Bianca Kennedy, Fiona Valentine Thomann, Hildebrando de Castro, Rafael Carneiro, Regina Silveira, Ricardo Cinalli, The Swan Collective (artistas) e Maggie Bollaert (consultora).

 

Até 14 de janeiro de 2019.