Aberturas inéditas na Artur Fidalgo Galeria.

28/ago

 Os artistas representados pela Artur Fidalgo Galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, Lucas Rubly e Willy Reuter inauguram exposições individuais no dia 09 de setembro, ambas sob curadoria de Vanda Klabin. “Lucas Rubly: A opacidade do mundo”, primeira individual do artista paulista na galeria, reúne 17 pinturas inéditas em óleo e cera sobre tela, realizadas ao longo de 2025. Lucas Rubly investe em questões que envolvem silêncio e contemplação; mesmo com forma contida, seus trabalhos em pequenos formatos revelam narrativas diversas. Fruto de experimentações artísticas, “Willy Reuter: O engano do olhar” apresenta oito objetos em cerâmica, duas pinturas em técnica mista sobre linho e três desenhos sobre papel, conduzindo o espectador através de um universo particular e onírico.

Sobre as exposições e os artistas.

“Lucas Rubly: A opacidade do mundo”.

“As paisagens, as naturezas-mortas e as composições florais suavizadas são temas recorrentes de Lucas Rubly, e são também motivos pictóricos que não contêm uma dramaticidade do mundo ao redor, mas convidam a um demorado olhar pelas suas discretas variações tonais, conjugadas em reduzidos formatos. Os discursos que envolvem a experiência estética aproximam cadeias de ideias opostas umas às outras, elementos contrários que têm seus desdobramentos e seus sobressaltos, muitos são conflituosos. A produção artística de Lucas Rubly traz o seu próprio saber, ancorado no universo da natureza, tratado com valores plásticos que sugerem uma forma de poema legível. Na solidez de suas pinturas, a presença de elementos humanos é subtraída, as cores não colidem entre si, mas reina uma quietude, um exercício do silêncio, orgulhoso de sua solidão. Quase um cenário sussurrando à espreita de algum acontecimento. Um vazio instaura uma margem de opacidade onde as narrativas inconclusivas parecem florescer, subtraídas do fluxo cotidiano da vida, como se fossem lembranças tonais que fazem parte de seu repertório de formas e cores, impõem uma inesperada serenidade, como se fosse a representação de um mundo estável. Talvez o reconhecimento de uma intimidade, de um espaço à disposição das tintas, algo que ali reside à luz da memória, além das aparências”, afirma Vanda Klabin em parte de seu texto curatorial.

Lucas Rubly nasceu em São Paulo, SP, 1991. Graduado em Design Gráfico, Lucas Rubly tem se destacado no cenário artístico contemporâneo com foco expressivo em pintura, tendo iniciado sua pesquisa em 2021. Entre as exposições coletivas, participou de “Funil” (Casa SP-Arte) e “Surge et Venis” (Galeria Millan), em São Paulo, 2024. Destacam-se entre as individuais “Monumentos à Memória”, na Sea View Gallery, Los Angeles e “A Cor do sonho de Ontem” (Verve Galeria, SP), 2024.

“Willy Reuter: O engano do olhar”.

“A exposição de Willy Reuter focaliza um conjunto de suas esculturas recentes e pinturas. Essas obras apresentam elementos fragmentários que se superpõem através de disciplinado e meticuloso exercício de ateliê, quase artesanal, como se tatuasse a realidade que habita o seu imaginário. Ao adentrar o núcleo de sua poética, percebemos que ela incide no seu caráter híbrido, protagonizado por vizinhanças súbitas, sem aparentemente ter uma relação entre si, mas que desestabilizam o nosso olhar. Formado em Arquitetura, passa a frequentar a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Willy Reuter desenvolve suas experimentações artísticas com obras compostas por objetos ambíguos que adicionam fragmentos em um outro objeto, reativados em uma nova ordem. O objeto original perde a sua aparência natural, fica desprovido de seus usos anteriores e reconfigurados em outra composição pelo acréscimo de elementos díspares, de origens diversas e adentramos, então, nos recantos de uma realidade ampliada. Essas obras adquirem características híbridas ao renunciar as formas previsíveis, pois nascem de encontros inesperados com múltiplas possibilidades de interpretação, geram uma rede de estranhamento com matriz de acentos surrealistas. Nesse descompasso entre objeto original e suas novas sedimentações densamente populosas, cada elemento parece se manter isolado, porém conivente e passa a adquirir a aparência de verdadeiros objetos pictóricos, uma superfície coberta de signos e códigos a serem decifrados”, diz Vanda Klabin.

Willy Reuter nasceu em Minas Gerais, 1970. Formado em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro. Na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), estudou com Luis Ernesto, Charles Watson e Daniel Senise. Seu trabalho é baseado em uma pesquisa profunda sobre o estilo manuelino – um movimento arquitetônico e decorativo que floresceu em Portugal durante o reinado de D. Manuel I. Já realizou algumas individuais ao longo de sua trajetória, com destaque para “Displacement”, na Tap Gallery (Austrália, 1998), “Metamorfose”, Centro Cultural Correios, (Rio de Janeiro, 2014), e “Fragmentos” na Fundação de Artes Niterói (Niterói, 2002).

Até 10 de outubro.

Pinturas inéditas de Gabriela Melzer.

A Galatea, em parceria, anuncia a exposição “Gabriela Melzer: Delírios solares”, que ocorre entre 03 de setembro e 03 de novembro na Galeria Filomena do Hotel Rosewood, em São Paulo. Primeira individual da artista Gabriela Melzer na cidade, a mostra tem a curadoria de Marc Pottier e reúne pinturas inéditas que trazem o sol como figura central.

Em entrevista a Marc Pottier, Gabriela Melzer comenta:

“Vejo essa exposição como um desdobramento natural do que tenho explorado nos últimos tempos, mas com uma energia nova, um elemento extra. Trouxe o sol como símbolo central, não apenas como luz ou calor, mas como potência, vitalidade e força transformadora. Ao mesmo tempo, mantive diálogos que sempre estiveram presentes na minha pintura: limites e continuidade, fluidez e tensão, contrastes e opacidades, movimento, encontros e desencontros. Há também uma aceitação mais consciente da imperfeição, do inesperado.”

A expressão “Delírios solares”, que dá título à mostra e a um dos trabalhos apresentados, remete ao diálogo entre permanência e transformação, bem como ao entrelaçamento das noções de energia, caos e ordem que atravessam as obras. Espelhando o sol, organismo em constante mutação que carrega em si tanto vitalidade quanto colapso, as pinturas surgem de um processo que oscila entre impulso e consciência, intuição e cálculo. A palavra delírio, portanto, traduz a entrega a um fluxo imprevisível, em que formas e cores emergem de forças que ultrapassam o controle, revelando a beleza de um certo equilíbrio instável que move a criação.

Na Casa Roberto Marinho

26/ago

Expoente da arte contemporânea, a carioca Beatriz Milhazes será tema de uma exposição na Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, a partir de 25 de setembro. Com curadoria de Lauro Cavalcanti, “Pinturas nômades” reúne e pinturas, gravuras, instalações e uma escultura suspensa, logo na primeira sala.

Mas o núcleo central da mostra são as intervenções site-specific criadas pela artista plástica ao redor do mundo, que serão apresentadas em maquetes, estudos e painéis pela primeira vez no país.

A partir de intervenções marcadas por formas orgânicas em fachadas, janelas e espaços de circulação, a artista transformou espaços como hospitais, metrôs e edifícios residenciais pelo mundo em experiências sensoriais. Dentre as 17 obras site-specific apresentadas, estão intervenções na Ópera de Viena; na Tate Modern, em Londres, na Fundação Cartier, em Paris, e no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. A mostra reúne ainda obras de referência da artista, como da pintora modernista Djanira.

De 25 de setembro a março de 2026.

Duas exposições na Simões de Assis.

21/ago

A Simões de Assis, Jardins, São Paulo, SP, apresenta duas exposições com abertura no dia 30 de agosto. “É pela linha que se desenha: Geometrias Latino-Americanas”, coletiva que reúne obras de Olga de Amaral, Carmelo Arden Quin, Ana Teresa Barboza, Eamon Ore-Giron, Maria Leontina, Mano Penalva e Eduardo Terrazas.

Com texto crítico de Miguel López, a mostra aborda temas como pertencimento e migração, tradição e experimentação, tensionando preceitos modernos e a contemporaneidade. Em comum, esses artistas compartilham uma crença profunda na capacidade da arte de imaginar e representar diferentes ideias e modelos de mundo, por meio de linguagens variadas como pintura, escultura, suportes têxteis, mosaicos e móbiles.

Seus trabalhos exploram escalas que oscilam entre o micro e o macro, o terreno e o cósmico, o íntimo e o coletivo, confrontando diferentes perspectivas latino-americanas sobre geometria, abstração formal e intuitiva, iconografias espirituais e práticas artesanais.

Até 11 de outubro.

Mika Takahashi

Noctiluca

A Simões de Assis apresenta “Noctiluca”, primeira individual de Mika Takahashi em São Paulo. A artista investiga a relação entre os reinos da vida – Animalia, Plantae, Fungi e Archaea, dando ao espectador a chance de apreciar a qualidade aquosa e etérea que a artista desenvolve de maneira singular em suas pinturas.

Com influência tanto do impressionismo como da tradição visual japonesa, especialmente do período Edo, sua técnica é marcada por uma adaptação do sumiê, que mistura pinceladas intuitivas com sobreposições de camadas de tinta. Suas obras transitam entre ciência e ficção científica, dissolvendo o registro natural e explorando relações entre espécies e seus ambientes. A mostra conta com 11 obras inéditas e texto crítico de Lucas Albuquerque.

Até 11 de outubro.

Eduardo Sued 100 anos.

20/ago

Uma celebração da longevidade criativa e da constante reinvenção na obra de um mestre da pintura brasileira.

A Galeria Mayer Mizrahi, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura sua nova sede com uma exposição que destaca a trajetória do artista Eduardo Sued. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta 25 obras selecionadas que percorrem momentos essenciais da carreira do pintor, revelando sua capacidade singular de dialogar com a tradição sem jamais abrir mão da inovação. Com um século de vida recém-completado, Eduardo Sued permanece ativo e em plena produção, reafirmando seu papel de destaque na cena artística nacional. Sua obra evidencia uma profunda investigação sobre a cor, a textura e a forma, traduzida em uma linguagem visual que combina rigor e liberdade, reflexão e emoção.

Intitulada “Eduardo Sued – 100 anos”, a exposição reúne 25 obras que atravessam diferentes fases da produção do artista, com ênfase em trabalhos realizados a partir dos anos 1990 até criações inéditas de  2020. A seleção, feita por Denise Mattar, evidencia a coerência e, ao mesmo tempo, a permanente renovação formal que marca sua trajetória. Entre pinturas e colagens, destacam-se os trabalhos com superfícies prateadas e douradas, nas quais Eduardo Sued explora o brilho como campo de tensão óptica. As composições que incorporam réguas de madeira colorida, recorrentes em décadas recentes, também estão presentes, revelando o interesse contínuo do artista pela expansão do espaço pictórico e pela presença física da cor. Trata-se de uma obra que “instaura um silêncio cromático feito de vibração e contenção. Sued não ilustra, não narra, não representa. Ele simplesmente pinta, e sua pintura nos envolve por aquilo que tem de radical, de íntegra, de essencial.”, define a curadora.

A exposição é mais que uma homenagem: é um testemunho vivo da inquietação de um artista que, aos 100 anos, continua desafiando os limites da linguagem visual e propondo novas possibilidades para a pintura contemporânea. Denise Mattar lança luz sobre a densidade e a longevidade do percurso de Eduardo Sued, reunindo obras que dialogam entre si e revelam momentos-chave de inflexão em sua trajetória. O conjunto inclui uma pintura rara da década de 1970 que, embora anterior à consolidação de seu vocabulário geométrico característico, já aponta para elementos que se tornariam estruturais em sua obra – como os planos em diagonal e o uso da cor como agente de expansão espacial. Ao criar tensões entre o plano e o tridimensional, Eduardo Sued amplia o campo da pintura e afirma seu compromisso radical com a reinvenção da forma. Outro núcleo de destaque da mostra são as quatro colagens produzidas durante a Pandemia, trabalhos marcados pela contenção e delicadeza. Neles, a justaposição de papéis de diferentes texturas e tons cria uma vibração silenciosa, de síntese rigorosa e surpreendente frescor. Mesmo aos 100 anos, Eduardo Sued demonstra vitalidade e liberdade criativa plenas – como se cada obra fosse a primeira, e nenhuma precisasse ser a última.

Celebrar os cem anos de Eduardo Sued não é apenas reconhecer a longevidade de um artista fundamental, mas reafirmar sua pertinência. A exposição não se constrói como uma homenagem retrospectiva, e sim como a afirmação de uma obra viva – em constante movimento, em contínuo estado de invenção. Mais do que revisitar uma trajetória, “Eduardo Sued – 100 anos” convida o público a experimentar, no presente, a vitalidade de uma pintura que permanece atenta, pulsante e necessária.

Até 04 de outubro.

Utensílios emblemáticos.

19/ago

Em 30 de agosto, Ana Elisa Egreja inaugura Horizonte dourado, na Almeida & Dale, Vila Madalena, São Paulo, SP. A exposição apresenta a produção recente da artista e tem curadoria de Lilia Schwarcz.

Uma nova série de pinturas de pratos Duralex, em composições com peças de jogos americanos, ganha destaque na mostra. Nela, Ana Elisa Egreja volta seu olhar a esses utensílios emblemáticos, expandindo sua investigação sobre objetos do ambiente doméstico e suas reverberações históricas e afetivas por meio de virtuosas representações de alimentos e dos efeitos do vidro.

A mostra reúne, ainda, um conjunto de pinturas com aplicações de folha de ouro, criando novos diálogos entre a produção da artista e a representação pictórica na História da Arte, mais especificamente a do período Medieval. São naturezas-mortas e grandes cenas de interior nas quais motivos do cânone artístico e da cultura popular brasileira se misturam.

A mostra permanecerá em cartaz até 25 de outubro.

Vergara e as nuances avermelhadas.

Depois de um hiato de uma década, Carlos Vergara volta a expor em galeria na mostra individual que apresentará na Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Vanda Klabin.

Há exatos 25 anos, Carlos Vergara cultua o hábito de ir, religiosamente, ao ateliê que mantém em um casarão em Santa Teresa. Fruto dessa produção ativa e constante será mostrado em trabalhos inéditos na individual “Além da Pintura”, a partir do dia 28 de agosto. Essa mostra guarda uma particularidade em especial: é a celebração de uma amizade, pois sela o encontro entre o artista, a galerista Patrícia Costa e a curadora Vanda Klabin. Pioneiros da arte no Rio de Janeiro, os três mantêm relação de longa data, desde 1980, e estarão reunidos em uma exposição pela primeira vez. Literalmente, além da pintura.

Conhecido por desenvolver seus próprios pigmentos com elementos naturais, desta vez Vergara apresentará sua mais recente alquimia: uma tintura de nuances avermelhadas extraída do pau-brasil, árvore que possui enraizada em seu ateliê. A matéria-prima também virou serragem para ele desenhar com uma seringa, criando sutis relevos traçados em algumas telas. Essa técnica de pigmentação foi apresentada em novo terroir, quando participou de uma residência artística no Château Cos d’Estournel (vinícola de Bordeaux), no primeiro semestre desse ano, como parte da Temporada Brasil-França 2025.

Os trilhos dos bondes de Santa Teresa, um dos ícones da cidade carioca onde está radicado desde a adolescência (Vergara nasceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941), se fazem presentes em monotipias que também poderão ser vistas pelo público em “Além da Pintura”, que terá um recorte com cerca de 16 trabalhos com diferentes suportes, até 27 de setembro, na Galeria Patrícia Costa.

A palavra da curadoria.

“O artista presentifica um entrelaçamento de outros processos manuais, uma escolha estética, ao decalcar elementos naturais, como o pigmento com suas texturas e propriedades, carregado de história. Estar impregnado de gestos dos materiais que vêm da terra traz uma nova forma de expressão para a sua prática pictórica. Seus trabalhos são sempre atravessados pela pintura, um processo que se confunde com uma depuração ou fusão com outros elementos, com um embeber, um provocar depósitos, vestígios, detritos ou fragmentos. Uma adesão aos puros pigmentos naturais e seus valores cromáticos, que se deixam impregnar ou diluir, de maneira aberta ao imprevisível, como o próprio artista declarou, “utiliza o acaso e a precisão”. A diluição do pigmento traz perturbações delicadas na superfície da obra, como se estivessem à procura de uma outra instância para a sua existência, um novo modo de ser, uma nova significação, como se relutasse em alcançar sua forma final. São pulsações diferenciadas, irradiações impregnadas de valores cromáticos que flutuam e adotam comportamentos divergentes e o artista comentou que “as formas não mudam, o que muda são as formas de olhar”. Sua pintura permanece extremamente vigorosa, plena e fluida, seu universo discursivo sempre diversificado, pulsante, propaga a sua imensa energia plástica, continuamente desdobrada em inovações. Essa exposição amplia o entendimento sobre a trajetória do artista e da constituição de uma linguagem plástica brasileira, com incessante fidelidade ao ato da pintura”.

Tito Terapia – novo artista representado.

18/ago

A Galatea tem o prazer de anunciar a representação do artista Tito Terapia (1977, São Paulo) e sua participação na SP-Arte Rotas 2025 com um conjunto inédito de obras produzidas especialmente para a ocasião.

Paulo Henrique Gonçalves, conhecido artisticamente como Tito Terapia, nasceu na Zona Leste de São Paulo. Sua trajetória no campo das artes começou em 1993, com a prática da pichação. Em 2020, conheceu o pintor e gravador Rodrigo Andrade, que conduzia um grupo de pintura ao ar livre, ocasião em que teve seu primeiro contato com a pintura e com a arte contemporânea. Desde então, passou a desenvolver uma pesquisa própria, unindo referências da tradição pictórica e da chamada arte popular brasileira a um vínculo com o território onde vive e trabalha.

Tito produz pinturas em pequeno e médio formato, elaboradas com pigmentos naturais preparados a partir de terras coletadas na Zona Leste. Embora tenha iniciado a sua trajetória com a pichação, sua produção atual aponta para um caminho diverso, voltando-se para pinturas que transitam entre gêneros caros à tradição figurativa, como a paisagem e a natureza-morta, além de incorporar tanto cenas observadas e registradas fotograficamente quanto paisagens inventadas.

Esses trabalhos mesclam elementos do cotidiano e da memória, preservando histórias de lugares que já não existem e que em muitos casos foram engolidos pela especulação imobiliária. O processo manual e o uso de materiais locais reforçam a conexão entre sua produção e o território, atribuindo às telas um sentido de pertencimento e resistência.

Sua primeira participação em uma exposição foi em 2023 no Centro Cultural Diadema, na mostra Horizontes desvelados: avistamentos, ainda com a linguagem do pixo. No mesmo ano, ele expôs suas obras em pintura no leilão do coletivo ali:leste no espaço de arte Auroras e na coletiva Refundação, na Galeria Reocupa, da Ocupação 9 de Julho. Em 2024 expôs ao lado de Link Museu e Evandro Cesar em Atropelo, na Sala 24 de Maio; participou da coletiva Ar Livre: paisagem contemporânea em Cidade Tiradentes no Centro Universitário Maria Antônia; expôs em Situações/paisagens urbanas na Galeria Berenice Arvani e no Espaço Delirium, com a mostra Ágora. Mais recentemente, participou da coletiva Pequenas pinturas no espaço Auroras (2025). Tito também já ministrou duas oficinas de artes, na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes (2023) e no Sesc Itaquera (2024).

Memórias e identidade.

A abertura da exposição coletiva “Correspondências: memórias e identidade”, acontece no dia 20 de agosto no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Com curadoria de Fabiola Notari, a mostra propõe uma reflexão sobre a materialidade da escrita e a memória afetiva das trocas epistolares. Reunindo livros de artista, instalações, pinturas, colagens, objetos, desenhos e bordados, as obras investigam como cartas, bilhetes e mensagens manuscritas podem se tornar espaços de memória, identidade e afeto.

Artistas participantes.

Aline Cavalcante, Ana Cris Rosa, Célia Alves, Christina Parisi, Clarissa M Zelada, Claudia Souza, Cris Marcucci, Daniela Karam Vieira, Irene Guerreiro, Leonor Décourt, Lidia Sumi, Lídice Salgot, Lucia Mine, Lucimar Bello, Maíra Carvalho, Margarida Holler, Renata Danicek, Rosa Grizzo, Sandra Lopes, Teresa Ogando, Tuca Chicalé e Vitória Kachar.

A exposição segue em cartaz até 27 de setembro.

Feminismo, gênero e comportamento.

Quem passar pelo centro cultural nesta semana, poderá ver ao vivo a nova obra que o Instituto Ling, bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS, apresenta, realizada pela artista brasiliense Camila Soato. A artista desenvolve pesquisas prático-teóricas em pintura figurativa, desenho e performance. Sua produção aborda temas como feminismo, gênero e comportamento. Mesclando cenas cômicas protagonizadas por personagens atrapalhados ou perversos extraídos do cotidiano banal com pinceladas expressivas, manchas e escorridos de tinta, suas obras revelam uma carga carregada que contrasta com o humor satírico. A atividade faz parte do projeto “LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem”, com curadoria de Paulo Henrique Silva. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 18 de outubro, com entrada franca.