Lançamento Projeto GAS

10/ago

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, lança o “Projeto GAS 2024 – Chamada Aberta de Verão”, que busca impulsionar a circulação de artistas jovens ou com até 20 anos de carreira, nas diversas linguagens da arte contemporânea. As inscrições vão até o dia 28 de agosto, em formulário online, de acordo com as instruções que estão no site www.anitaschwartz.com.br.

Um comitê irá selecionar até 30 artistas – ou coletivos artísticos – brasileiros, ou estrangeiros. O resultado será anunciado até 04 de novembro.

Os artistas selecionados participarão de uma exposição coletiva no próximo verão, entre fevereiro e março de 2024, que ocupará todo o espaço da Anita Schwartz Galeria de Arte.

O nome do projeto foi inspirado no fato de que Gás é a matéria em estado fluído, tem qualidade expansiva, e pode preencher totalmente um determinado espaço.  Atendo-se à ideia da criação como uma materialidade formada por partículas que impulsionam o movimento do sistema das artes, o projeto, por meio da chamada aberta, tem o objetivo de ser uma espécie de força motriz para a escuta e a amplificação de novas vozes da arte contemporânea brasileira.

O Projeto Verão, inicialmente uma coletiva pensada a partir da própria programação do ano na galeria, foi lançado em 2020.  Após duas edições neste formato, se tornou uma chamada pública, que resultou na exposição “Saravá”, em fevereiro de 2022, com obras de 39 artistas – desenhos, esculturas, pinturas, instalações e videoarte -, selecionados dentre os mais de 500 portfólios inscritos de todo o Brasil e do exterior. O Projeto GAS 2024 – Chamada Aberta de Verão é a quarta edição da iniciativa.

Dos Brasis no Sesc Belenzinho

A exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro” celebra negritudes e suas potências. Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo Brasil, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo cerca de 240 artistas e coletivos negros, de todos os estados, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos, No Sesc Belenzinho, São Paulo, SP, com período expositivo até 28 de janeiro de 2024.

“Brasil, meu nego, deixa eu te contar,

A história que a história não conta,

O avesso do mesmo lugar

Na luta é que a gente se encontra”

(História para Ninar Gente Grande. Estação Primeira de Mangueira, 2019).

Em 2019, a Estação Primeira de Mangueira levou para a avenida o samba “História pra ninar gente grande”, que tinha o objetivo de narrar as “páginas ausentes” da História do Brasil e repensar as narrativas oficiais que foram ensinadas ao longo de gerações. No desfile, o público viu passar as histórias de protagonistas negras e negros, num samba que cantou o país, reconheceu a pluralidade que o compõe e denunciou a falsa ideia de unificação nacional e o problema da história hegemônica.

Agora, em 2023, a centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros já realizada no país.

A abertura da exposição, que ocupa diversos espaços no Sesc Belenzinho, aconteceu no dia 02 de agosto, em São Paulo, SP. A mostra segue aberta, com visitação gratuita, até 28 de janeiro de 2024. Depois, uma parte da mostra circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos. Realizada a partir de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da instituição de todo o país, a exposição apresentará ao público trabalhos em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI por 240 artistas negros, entre homens e mulheres cis e trans, de todos os estados.

“Como uma instituição que tem na diversidade uma de suas principais marcas, o Sesc busca por meio de suas ações dar voz aos mais diversos segmentos sociais, estimulando o debate e ajudando a registrar a história e cultura de nosso povo em toda sua abrangência e riqueza. Dentro dessas premissas, o projeto “Dos Brasis” lançou um olhar aprofundado sobre a produção artística afro-brasileira e sua presença na construção da História da arte no Brasil. Um trabalho que contou com nossos analistas de cultura em todo o país, em um grande alinhamento nacional. A exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro” é a culminância desse processo e oferece ao público não só a oportunidade de conhecer a obra de artistas e intelectuais negros, como também de refletir sobre sua participação nos diversos contextos sociais”, disse o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.

“Em sintonia com os desafios da contemporaneidade, por meio dessa exposição o Sesc São Paulo, ao lado de seus parceiros institucionais, procura desconstruir e subverter as persistentes hierarquizações culturais enfronhadas nas diferentes esferas da sociedade brasileira. O combate ao racismo estrutural passa pela valorização de elementos relacionados à educação e à cultura para a diversidade, assim como pela visibilidade e protagonismo de pessoas negras e indígenas de modo a reforçar a empatia, a solidariedade e o respeito entre os diversos membros do corpo social”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.

Pesquisas em todo o Brasil

A ideia nasceu em 2018. Um projeto de pesquisa, fruto do desejo institucional do Sesc em conhecer, dar visibilidade e promover a produção afro-brasileira. Para sua realização, foram convidados os curadores Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto passa a ter a curadoria geral de Simões, com os curadores adjuntos Marcelo Campos e Lorraine Mendes. Para se chegar a esse expressivo e representativo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas importantes frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil, com a participação do Sesc em cada estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros, com foco local. Vale ressaltar que esse processo teve uma atenção para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas. A equipe curatorial pesquisou obras e documentos em ateliês, portfólios e coleções públicas e particulares, para oferecer ao público a oportunidade de conhecer um recorte da história da arte produzida pela população negra do Brasil e entender a centralidade do pensamento negro na arte brasileira. A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado “Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com uma série de aulas públicas, com a participação de Denise Ferreira da Silva, Kleber Amâncio, Renata Bittencourt, Renata Sampaio, Rosana Paulino e Rosane Borges, disponíveis no canal do Sesc Brasil no YouTube.

“Dos Brasis, enquanto projeto expositivo, se pretende uma exposição histórica, mas não tem o intuito de esgotar o debate a partir da seleção de algumas figuras artísticas, escapando assim do gesto colonialista de mapear. Além disso, o que propomos são várias formas de acesso às escritas que nos ponham em jogo, reescrevam e até invalidem nossas premissas, no intuito de concebermos um coro que não se tece apenas na harmonia, mas também no conflito e na discordância, que nos retiram da ideia de uniformidade essencializada, muitas vezes evocada para mais uma vez nos levarem nosso direito à humanidade, expressa, também, no direito à contradição”, enfatiza o trio de curadores.

Núcleos da exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”

A proposta curatorial rompe com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição, não caberá a junção formal, estilística ou estética. Dessa maneira, os espaços expositivos do Sesc Belenzinho contarão com sete núcleos – Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá – que têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama.

“As premissas de narração cronológica, estilística ou quaisquer outros agrupamentos formais das histórias canônicas eurocentradas também não são opção. Em seu lugar, trabalhamos com a ideia de constelações: encontros, aproximações e distanciamentos entre diferentes proposições, que expõem suas particularidades e suas conexões. Sob o rótulo “arte preta” não caberá qualquer mecanismo de junção formal, estilística ou estética”, explicam os curadores.

Romper – Tendo como ponto de partida o pensamento da historiadora e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileiras, Beatriz Nascimento, o núcleo reúne artistas que, em suas produções, interrogam narrativas que cristalizaram imagens e leituras históricas feitas de tentativas de exclusão daqueles que formam a maioria deste lugar assimétrico nomeado Brasil. A história da arte nomeada brasileira faz muito mais referência à minoria numérica branca no país do que, de fato, ao Brasil. “Nossa história da arte, que bem poderia ser chamada de branco-brasileira, funda-se sobre perspectivas de matrizes europeias, dando contornos de regra a iconografias, referências poéticas e teóricas com base no princípio da branquitude que, historicamente, aspira a um ideal de brancura que não encontra morada nem mesmo na pele de seus defensores”, argumenta o trio curatorial. O núcleo estará representado, dentre outros nomes, por artistas como Marcus Deusdedit (MG), Mestre Zimar (MA), Yhuri Cruz (RJ), Wilson Tibério (RS) e Rosana Paulino (SP).

Branco Tema – O título deste núcleo remete ao conceito “negro-tema” empregado pelo sociólogo brasileiro Guerreiro Ramos no seu livro “Patologia Social do Negro Brasileiro” (1955), ao criticar a desumanização de pessoas negras nas correntes acadêmicas do século 20. Os trabalhos reunidos neste núcleo, em menor número em relação ao dos outros demais, têm um gesto em comum seguindo os curadores: “inverter a ordem recorrente das imagens do negro-tema por aquelas que versam sobre um Branco-Tema, produzidas a partir do olhar negro. Lado a lado, essas obras interrogam, denunciam e parodiam a posição social privilegiada da branquitude, outrora encarada como neutra”. Este núcleo traz obras de nomes como Daniel Lima (RN), Arthur Timótheo da Costa (RJ) Davi Cavalcante (SE), Debis (MA), Pablo Monteiro (MA), entre outros.

Negro Vida – Este segmento também tem no pensamento de Guerreiro Ramos sua centralidade. Para o sociólogo, Negro-Vida é comparável a um rio, ecoando a noção de devir. O negro – como humano que é – é inapreensível em perspectivas unificadoras. Diferente da existência preta nas categorias produzidas por grande parte da intelectualidade branca, a existência de pessoas negras é multiforme, singular, com rotas, escolhas, procedimentos diversos. O núcleo reúne trabalhos de artistas como Antonio Tarsis (BA), Rubem Valentim (BA), Rommulo Conceição (BA), Li Vasc (PB), entre outros, incluindo esculturas de distintas escalas na entrada da exposição, que – segundo os curadores – “desafiam qualquer tentativa de unidade que determine as variadas produções dos artistas negros. A arte feita por pessoas pretas no Brasil é tão múltipla quanto a vida desses sujeitos. As escolhas formais, os materiais, os procedimentais não cabem no reducionismo do negro-tema”.

Amefricanas – Lélia Gonzalez desenvolve a categoria político-cultural de amefricanidade, cunhando o termo Amefricanas, que nomeia este núcleo, além de situar e marcar o longo processo histórico de presença e agência de mulheres negras nas Américas. A autora entende como neurose cultural brasileira a negação da formação plurirracial e pluricultural de nossa sociedade. “É o entendimento de que vivemos em uma cultura branca que permitiu a infiltração, a influência e/ou a assimilação de traços culturais negros e indígenas”, analisa o trio curatorial de Dos Brasis. Assim, Amefricanas reconhece a importância de intelectuais, artistas, escritoras, líderes políticas e religiosas inseridas intimamente nos movimentos culturais e sociais, mas também celebra a vida comum dessas mulheres, que, cotidianamente, performam gestos de resistência e liberdade nas imagens, representações, poéticas e autorias das Amefricanas presentes neste núcleo. Amefricanas traz obras de artistas como Vera Ifaseyí (RJ), Hariel Revignet (GO), Sy Gomes (CE), Castiel Vitorino (ES), entre outras.

Organização Já – As formas da população negra para se organizar e resistir das violências da escravidão e da colonialidade, são a base do pensamento que norteia a proposta do núcleo Organização Já, inspirado também no pensamento de Lélia Gonzales. “As primeiras formações de quilombos na Região Nordeste datam de 1559. No encontro de heranças culturais distintas, Palmares é fundada como nossa primeira república, a ser constantemente rememorada em movimentos de atualização de uma luta conjunta infindável, já que a violência racial – seja física, institucional, seja simbólica – também se atualiza”, explicam os curadores. Os trabalhos expostos neste núcleo de artistas como FROIID (MG), Emanuely Luz (MA), André Vargas (RJ) e Joyce Nabiça (PA), traduzem lutas, sejam nos centros urbanos e ou campo, histórias de rebeliões e lutas. “Organizados na alegria e na celebração do que somos, mais do que resistir, promovemos, fabulamos e reorientamos, em uma perspectiva negra, modos de viver”, comenta o trio curador.

Legítima Defesa – “Todo escravo que mata o senhor age em legítima defesa”. Essa frase paradigmática dita por Luiz Gama, em 1881, atravessa a memória da população negra no Brasil. “Este núcleo mira o cânone, sublinha a impossível neutralidade do sistema da arte e sua cumplicidade com as situações que estruturam o racismo”, afirmam os curadores. Eles prosseguem argumentando que “pessoas negras foram, por muito tempo, as únicas em empresas, em exposições, na teledramaturgia. Em muitas famílias, ainda somos “os primeiros a entrar na universidade”. Assim, agir em Legítima Defesa é nos mover diante desses fatos até que possamos nos dispor ao ócio, ao relaxamento”. Paula Duarte (MG), Leandro Machado (RS), Silvana Rodrigues (RS), Gabriel Lopo (MG), entre outros artistas, integram o núcleo Legítima Defesa.

Baobá – Baobá é o único núcleo que parte do título de uma obra de arte: a escultura de Emanoel Araújo, um dos mais importantes artistas da História do Brasil. Emanoel Araújo defendia a ideia de que a arte afro-brasileira é produzida por quem negro for, alterando a perspectiva de que essa vertente seria um tema desenvolvido por brancos. “Aqui, reverenciamos Emanoel e outros e outras artistas e obras que continuam sendo árvore, ramificando, florescendo, frutificando e fincando raízes. O Baobá do autor é uma escultura de madeira policromada, preta, facetada por arestas em ângulos que mantêm um diálogo com os signos afrodescendentes e com a tradição construtiva da arte brasileira”, ressaltam os curadores. O núcleo reúne peças totêmicas (agrupamento de pessoas, dentro de determinada etnia que se considera de um determinado totem) de cenas rurais a arranha-céus, conectando a tradição dos santeiros de madeira, sob influência cristã e afrorreligiosa, à abstração afro-indígena. “O ferro, a cabaça, os talos do dendezeiro são apresentados por artistas que vivem em cosmodinâmica com seus materiais – artistas que jamais abandonaram o sagrado, em uma relação entre arte e vida mais complexa do que a estabelecida por perspectivas ditas universais”, comentam os curadores. Além de Emanoel Araújo, o núcleo traz obras de nomes como (BA), Mônica Ventura João Cândido (MG), Ana das Carrancas (PE), Madalena Santos Reinbolt (SP) etc.

Exposição Sem Barreiras

Paulo Branquinho abre coletiva inédita com pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e objeto. Após um hiato de três anos, a Galeria Paulo Branquinho acaba de voltar à cena artística, abrindo nova coletiva no dia 12 de agosto, sábado. “Sem Barreiras”, a nova exposição na casa do século XVIII, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, contará com a participação de 16 artistas, que, apresentarão obras empregando diferentes suportes, estilos, técnicas e materiais. Alessandro Caròla, Ana Pose, Analu Nabuco, Eda Miranda, Edna Kauss, Gustavo Alves, Ira Etz, Istefânia Rubino, Jacqueline Dalsenter, José Senna, Laura Bonfá Burnier, Marcia Rommes, Maria Cecília Leão, Maria Eugênia Baptista, Maria Lúcia Maluf e Teresinha Mazzei, têm em comum a proposta de buscar o olhar atento dos visitantes e causar emoções diversas. Em cartaz até 02 de setembro.

Sobre os artistas

De origem belga, Alessandro Caròla monta um painel em azulejos empregando a mesma técnica tradicional de pintura usada no século XVII em Portugal. Inspirado no barroco português, o tema mistura inquisição, erotismo e história em quadrinhos.

Realizadas no motel onde o pai vivia e trabalhava, onde foi praticamente criada, as fotografias de Ana Pose desbravam lembranças de menina através dos quartos que registrou.

Analu Nabuco agracia o público com seus totens, erguidos com objetos, pedras, madeira, sementes e diferentes materiais garimpados em seus caminhos.

Na série intitulada “Multiplicai-vos”, que faz alusão ao corpo, ao feminino, à reprodução (e tudo mais que envolva esta poética), Eda Miranda constrói objetos com caixa acrílica, papelão, papel Canson e impressão a jato de tinta.

Edna Kauss compôs um quadro de luz colorida com lâmpadas eletroluminescentes, MDF, tinta acrílica e equipamentos elétricos. A peça, camuflada atrás de uma cortina, desperta a curiosidade do público.

Gustavo Alves, com pinceladas sutis de guache sobre papel, imprime força no que irá expor, pinturas: os corpos de uma mulher de perfil, em tons de negro e marrom, e outro, sentado, em negro e amarelo.

Usando camadas de cor, Ira Etz busca levar o espectador à indagação; construindo e desconstruindo surgem formas inesperadas que se abrem para novas direções.

Jacqueline Dalsenter pretende, com “O Peso da Força”, sair de um círculo vicioso para um círculo virtuoso da imagem alcançada. Busca em suas pinturas o resgate da energia feminina contemporânea (honrando as conquistas de suas ancestrais diante de um patriarcado exacerbado). Investiga, em suas obras, suas próprias camadas e atravessamentos.

José Senna traduz em duas fotografias as belezas de cores, textura e formas encontradas no mundo vegetal.

Nas esculturas de Laura Bonfá Burnier, com sua arquitetura orgânica, a artista brinca com a sobreposição e interatividade das formas coloridas criadas em EVA.

Marcia Rommes propõe um diálogo entre as “Barreiras e Não Barreiras”, entre a pintura e outras linguagens, utilizando pinturas em acrílica sobre tela colocadas em caixas de acrílico na série “Tela Objeto”.

Maria Cecília Leão expõe autorretratos feitos em junho de 2022 e editados esse ano. Durante a pandemia, observando a luz vinda da janela do quarto, teve a ideia de fazer uma série em que expressou sentimentos como angustia, insegurança, desejo por um tempo melhor e esperança de um recomeço.

Obras da série “Vísceras da terra”, de Maria Eugênia Baptista, falam do quanto todos estão interligados, entrelaçados na trama da vida. Pintadas com as suas próprias mãos, a artista usou argila, óleos e resinas naturais, pigmentos e água de nascente, trazidas de imersões na natureza.

Maria Lúcia Maluf interpreta, à sua maneira, na gravura em metal, o tema “Pixels”.

Artista convidada de Vitória/ES, Teresinha Mazzei, apresenta seu trabalho de fotografia e arte digital com base nas pesquisas e uso de imagens de fios de seu cabelo ampliadas e transformadas.

E como já é tradição, Paulo Branquinho transforma suas inaugurações em uma grande festa entre amigos, artistas e apreciadores de arte, movimentando a tranquila Rua Morais e Vale. No dia 12 não será diferente: a partir das 17h, haverá apresentação do Trio Flor Amorosa, com muito choro, maxixe, polca e música instrumental brasileira. Composto por Luís Palumbo (flauta transversal), Juan (violão de sete cordas) e Rodrigo Sebastian (percussão), o grupo irá interpretar composições memoráveis de Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, entre outros.

Sete artistas nos Correios SP

O Centro Cultural Correios – São Paulo, São Paulo, SP,  exibe a mostra “Este olhos que a Terra”, com abertura dia 08 de agosto, ás 16hs. A exposição coletiva reúne obras dos artistas – Osvaldo Gaia, Mercedes Lachmann, Vítor Mizael, Alexandre Murucci, Berna Reale, José Rufino e Jeane Terra – que abordam questões fundamentais relacionadas ao meio-ambiente e suas interações com a sociedade e a política. Em cartaz até 16 de setemebro.

A curadoria de Theo Monteiro, almeja compreender como a relação entre o homem e o ambiente em que habita é discutida na arte contemporânea brasileira, explorando amplamente a temática ambiental. A exposição contempla tópicos relacionados a questões sociais, históricas, políticas e biológicas, enriquecendo a diversidade de perspectivas dos artistas participantes.

Os expositores utilizam diferentes linguagens artísticas, como pintura, escultura, vídeo, fotografia e instalação, para expressar suas visões e reflexões sobre os temas em foco.

Jeane Terra: Apresenta obras que abordam os fenômenos de elevação dos mares e seus efeitos causados pelo aquecimento global;

José Rufino: Explora as questões relacionadas ao uso do solo, observando o embate entre o homem do campo e os grandes grupos econômicos, e seus impactos na dinâmica ambiental brasileira;

Osvaldo Gaia: Dedica-se a retratar as tradições ribeirinhas e a nomenclatura amazônica, refletindo sobre a relação entre o homem e a natureza na região;

Vítor Mizael: Utiliza a fauna como tema central de sua poética artística, trazendo reflexões sobre sua configuração no contexto contemporâneo;

Alexandre Murucci: Apresenta uma instalação que reflete o impasse civilizatório entre o homem e a natureza;

Mercedes Lachmann: Exibe trabalhos que estabelecem relação com o mundo vegetal combinando diferentes potências de plantas através de uma alquimia sensível;

Berna Reale: Sua obra de impacto consiste em vídeos que evidenciam as complexas relações entre o homem e o meio-ambiente, com múltiplas conotações sociais, políticas, filosóficas e poéticas.

A natureza e o jardim no Museu

03/ago

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS.SP), inaugura a exposição coletiva “Volto ao Jardim”, com trabalhos de Carla Fonseca, Julia Bac, Lidia Lisbôa, Nathalie Nery, Paula Scavazzini, Yasmin Guimarães, artistas brasileiras emergentes, que exploram a conexão com a natureza e a beleza dos jardins, proporcionando reflexões sobre tempos incertos e os encantos naturais da vida.. Sob curadoria de Simon Watson, a abertura ocorre no dia 05 de agosto – sábado, às 11hs e permanecerá em cartaz até 01 de outubro.

A mostra, com título mencionado na música de Cartola “As Rosas não Falam”, reconhecida amplamente na versão gravada por Beth Carvalho, inclui estrofe que conduz o conceito da exposição:

“Volto ao jardim,

Com a certeza que devo chorar,

Pois bem sei que não queres voltar,

Para mim,

Queixo-me às rosas,

Que bobagem as rosas não falam,

Simplesmente as rosas exalam…”

“As obras das artistas podem ser compreendidas como mensagens de envolvimento com o mundo natural, de belos jardins e esperança em tempos incertos. E, como na música, esta é uma exibição com sensações doces e amargas. Sendo expostas no inverno, está diretamente ligada aos ciclos da vida, aos finais e recomeços: uma metáfora de nascimento e renovação, bem como um gesto de abraço ao equilíbrio da natureza”, discorre o curador.

A exposição ocupa dois espaços distintos nas instalações do MAS.SP: uma das salas de exposições temporárias e os jardins internos do claustro. Todos os trabalhos estão sendo criados pelas artistas on-site, no MAS.SP e, desta forma, dialogam com esse exemplar do Patrimônio Histórico Brasileiro. A instituição está instalada em uma área pertencente ao Mosteiro da Luz, da Ordem da Imaculada Conceição – Congregação das Irmãs Concepcionistas, circundado por jardins e um chácara conventual. O prédio é um exemplar raro de arquitetura histórica colonial do Brasil. “VOLTO AO JARDIM” é uma jornada de contemplação que abraça os ciclos da vida, simbolizando o nascimento e a renovação. A exposição celebra o talento e a criatividade de seis artistas mulheres brasileiras emergentes, cujas obras revelam uma profunda conexão com a natureza e a harmonia do mundo natural.

“O Museu de Arte Sacra é constantemente reavivado por seus visitantes e por artistas contemporâneos que fazem trabalhos on-site, que dialogam com a tranquilidade do local, ao mesmo tempo em que trazem uma nova perspectiva sobre nossos tempos”. Simon Watson

Entre Formas e Cores

Pela primeira vez, o artista Rodrigo de Castro apresenta esculturas em aço com pintura automotiva, além de telas recentes, na Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 08 de agosto, com curadoria de Vanda Klabin. A exibição permanecerá em cartaz até 09 de setembro.

Conhecido pelas pinceladas precisas que exploram o campo cromático com linhas geométricas, Rodrigo de Castro se permitiu transitar, pela primeira vez em sua carreira, entre o plano e a tridimensionalidade. Como ele mesmo definiu, revelará sua faceta de “pintor fazendo esculturas”: depois de seis anos sem expor individualmente no Rio de Janeiro, o artista mostrará, em caráter inédito, esculturas de aço com pintura automotiva – além de pinturas de grandes e médios formatos concluídas recentemente -, na exposição “Rodrigo de Castro: Entre Formas e Cores”. Quem acompanha a trajetória do artista, se surpreenderá também com a nova série de telas pretas cortadas por discretas linhas de cor.

Na exposição será possível constatar como o estreitamento do diálogo com a pintura originou as esculturas (algumas medindo 1,20 por 1,20 metros), que ganharam escala para uma melhor percepção do espaço e da cor. “A interação matéria (aço)- cor, passou a ser espaço-cor. Em ambos os casos a luz leva para as esculturas o movimento e as estruturas geométricas da pintura”, explica Rodrigo de Castro. Foi observando a vibração das cores no plano das telas que tudo teve início: “olhava e percebia, sentia que, em determinadas pinturas, a cor parecia sair do plano, como se ganhasse volume pela intensa vibração.  Resolvi então pesquisar esse caminho e entender o que seria a cor no espaço. Como colocar de pé um azul?”, complementa.

A palavra da curadoria

“A recente produção de Rodrigo de Castro conjuga a articulação do plano pictórico com um processo de linhas e formas que traduzem unidades intensas e revelam o seu enfrentamento direto com a pintura. Os elementos estruturantes do seu trabalho derivam do pensamento pictórico fundado pelos contrastes dos campos de cor e dispostas em um jogo de derivações geométricas, instaurando uma associação fértil e indissolúvel”, avalia a curadora e historiadora Vanda Klabin, amiga de longa data do grande artista e escultor Amílcar de Castro, pai de Rodrigo. “Os contrastes entre a opacidade e o brilho, aliados ao campo de coloração e a presença forte de uma ordenação geométrica, trazem maior materialidade ao seu trabalho que agora se desdobra no plano tridimensional”.

Sobre o artista

Nascido em Belo Horizonte e formado em Engenharia, Rodrigo de Castro atualmente vive e trabalha em São Paulo, onde mantém seu ateliê, tendo realizado sua última individual no Rio de Janeiro em 2017. Ao longo de sua trajetória, participou de diversas coletivas e tem no currículo cerca de dez exposições solo, uma delas em Lisboa, em 2019. Atuou como curador em algumas mostras de seu pai, Amílcar de Castro.

Leonilson e a Geração 80

01/ago

Há 30 anos morria precocemente um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira: José Leonilson Bezerra Dias (1957, Fortaleza – 1993, São Paulo). A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, homenageia o artista, e ao mesmo tempo antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, realizada em 1984, na Escola de Artes Visuais Parque Lage, reunindo 35 obras emblemáticas – 16 de Leonilson, e 19 de outros artistas que também participaram do emblemático evento como  Adir Sodré de Souza (1962), Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Chico Cunha (1957), Ciro Cozzolino (1959), Daniel Senise (1955), Fernando Barata (1951), Gervane de Paula (1962), Gonçalo Ivo (1958), Hilton Berredo (1954), Jorge Guinle (1947-1987), Leda Catunda (1961), Luiz Zerbini (1959) e Sérgio Romagnolo (1957). Duas obras que serão expostas estiveram na mostra do Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, pertencente à Coleção Mac Niterói, com 5,20 metros x 3 metros, e a pintura “Metástase” (1981), de Jorge Guinle. Outra obra em grande dimensão é “Sem título (série Pindorama)”, de Hilton Berredo, uma pintura por dispersão sobre o polímero emborrachado EVA, de 3 metros de altura por 4,5 metros de comprimento.

A curadoria de “Leonilson e a Geração 80″ é de Max Perlingeiro, que destaca: “Uma das grandes revelações foi Leonilson. O artista explorava a figuração, os desenhos e pinturas da primeira fase de sua obra. O humor, a crítica social e as suas narrativas do cotidiano são marcas de seu trabalho”.

Marcus Lontra Costa – curador junto com Paulo Roberto Leal (1946-1991) e Sandra Magger (1956-2018) da icônica mostra de 1984 – foi o consultor de “Leonilson e a Geração 80″.  Ele afirma que “Leonilson foi, e ainda é, a principal referência de uma geração que, saída dos anos de chumbo da ditadura, buscava recuperar a alegria, a coragem, e a ousadia de pintar o que se via, e o Brasil que se sonhava”. “Leonilson foi o porta-voz da diversidade, de uma arte confessional, íntima, que falando de si, de seus problemas e suas questões, alcançava um nível internacional e coletivo. Leonilson foi essa referência principal, e seu reconhecimento é mais do que merecido. Ele foi a síntese da criatividade da arte brasileira dos anos 1980″.

A exposição será acompanhada do catálogo “Leonilson e a Geração 80″ (Edições Pinakotheke), com 72 páginas, imagens das obras, e textos de Max Perlingeiro, Marcus Lontra Costa, Sandra Mager, Paulo Roberto Leal e Frederico Morais.

O apoio da EAV Parque Lage, que permitiu pesquisar documentos e informações importantes em seus arquivos, foi decisivo para a realização desta exposição.

A exposição “Leonilson e a Geração 80″ estará aberta ao público, com entrada gratuita, na Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro, das 10h às 18h, até 23 de setembro. A Pinakotheke fica na Rua São Clemente 300, Botafogo.

Arte em Petrópolis

31/jul

O Centro Cultural Sesc Quitandinha, Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ, convida para o dia 29 de julho, de 11h às 13h, para o “Ateliê Aberto – Gira de Cipriano, carta para o futuro ancestral”, com o artista petropolitano, nascido em 1981. A atividade é gratuita, e integra “Um oceano para lavar as mãos”, exposição inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha que, ficará em cartaz até o dia 17 de setembro. Os interessados devem se inscrever pelo email agendamentoccsq@sescrio.org.br.

“O objetivo é convidar o participante a refletir desde a experiência do desenho, a qualidade sensível, para pensar o futuro ancestral”, explica. “Ateliê Aberto” com o artista Cipriano é um laboratório dinâmico onde se realizam as experiências da oralitura, a prática singular que o artista exerce, de desenhar e cantar. “De suas obras mais expressivas, aquelas que são pontos e cantos revelam ancestralidade e sensibilidade”, afirmam Marcelo Campos e Filipe Graciano, curadores de “Um oceano para lavar as mãos”. O traço de Cipriano é sua assinatura, a tensão única e exclusiva de sua mão de pintor-escritor; visível e sensível em tudo que desenha. Suas obras saúdam e celebram suas origens.

Cada participante poderá experimentar a imersão no mundo deste artista, conhecendo de perto seu processo criativo e experimentando seu método especial de desenhar o invisível no visível.

Artista, escritor, estudioso e pesquisador da africanidade, Cipriano ocupa na exposição “Um oceano para lavar as mãos” uma área de 273 metros quadrados no Salão de Convenções do CCSQ, com um conjunto de 16 trabalhos em técnica mista sobre tecido de algodão ou lençol: “Oração subordinada”, “Pronome reto”, “Ao sabor das correntes”, “Interjeição”, “Gênero neutro”, “Não me deixa à toa”, “Nhá, que da lama veio que da lama fica”, “Carta para Xangô”, “Saravá Yofá”, “É pras almas!”, “Com licença Pai Antônio eu não vim lhe visitá!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem! II”, “Cambinda mostra quem é”, “Corre gira”. Acompanha suas obras um áudio dele cantando pontos de umbanda.

Estão previstos mais dois Ateliês abertos com Cipriano, até o término da exposição, em 17 de setembro de 2023.

“Um Oceano Para Lavar as Mãos”

A exposição “Um oceano para lavar as mãos”, que tem curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, reúne obras dos artistas negros Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant’ana, que ocupam um espaço monumental de 3.350 metros quadradosdo Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis.

Sobre o artista

Cipriano nasceu em 1981, em Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ. Suas obras nos colocam diante de uma vitalidade e beleza que nos envolve, seja pelo trabalho minucioso da pesquisa, seja pela técnica aprimorada. Artista generoso, cria um diálogo profundo com o público, intensificando a comunicação, em um convite continuo de apreciação da arte e um exercício em nos escutarmos para que a arte seja uma extensão estética em nós. Além de “Um oceano para lavar as mãos”, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, Cipriano integra a exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, Sesc Belenzinho, em São Paulo e participou recentemente de “Navegar é preciso – Paisagens fluminenses”, na Casa França-Brasil, realizada entre maio e julho deste ano. Cipriano é membro do Museu da Memória Negra de Petrópolis, graduado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis, com o trabalho “A influência política em Angola no século XX na poesia de Antonio Agostinho Neto”. É mestrando em Educação na Universidade Federal de Juiz de Fora, pós-graduado em Metodologia do Ensino de Artes pelo Centro Universitário Internacional (Uninter), licenciado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis. Participou de exposições coletivas e individuais em várias instituições, como a galeria de arte do SESC, galeria de arte da FASE, galeria de arte do Centro de Cultura Raul de Leoni, projeto Arte Garagem, entre outras. Publicou o artigo “Macumba pictórica”, na Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, em nov/dez 2020.

Mudança

26/jul

 

O artista plástico Anderson Thives não para! Mantendo a proposta de itinerância e inovação, sua Galeria Provisória está de mudança para outro lugar, mantendo o mesmo CEP, em Ipanema. Em breve, ele levará suas obras para um espaço conceitual que agrega saúde, beleza e arte. Este é o primeiro de muitos projetos culturais que Anderson Thives pretende alavancar junto a novos parceiros, com o objetivo de democratizar arte e cultura para  públicos diversos. Antes de encerrar as atividades no endereço atual, promove alguns eventos até o dia 06 de agosto: neste sábado, 29 de julho, haverá um preview da nova mostra “Favela”, com telas que levam nomes como Rocinha, Vidigal e Complexo do Alemão. A série retrata a diversidade de personagens das comunidades locais, que também será lançada, ainda este ano, em Londres. Lá, Anderson Thives ocupará um prédio de três andares, no fresh bairro de Hackney.

Sobre o artista

Anderson Thives, é um dos artistas brasileiros a trabalhar exclusivamente com colagem, em uma técnica que consiste em juntar milhares de quadrados de papel (em torno de cinco mil recortes por metro quadrado) nas mais variadas cores, tons e tamanhos, retirados de revistas e catálogos para formar as imagens com uma grande influência da Pop Art, além de artistas como Pablo Picasso, Andy Warhol, Tom Welsseman e Richard Hamilton. Com seu estilo e gosto pela cultura das imagens, específica, direta e fácil de assimilar, o artista retrata através de suas colagens toda a sensibilidade, expressão e impacto formado por uma técnica pouco convencional. Sempre coloridas e vibrantes, suas obras podem ser vistas em diversos museus e galerias no Brasil e no exterior. Em Paris, onde depois de trabalhar com duas renomadas galerias da cidade luz e fazer a maior art fair na Bastille, em 2015, o artista fixou uma nova galeria que leva seu nome, em Rueil-Malmaison, situada ao lado do Jóquei Clube de Paris. Nos Estados Unidos, fez exibições em San Francisco e Nova York e, desde 2016, faz parte do coletivo GAB Gallery, em Wynwood District. Entre seus célebres clientes, estão o empresário Eike Batista, os escritores de novelas Cristianne Fridman e Rui Vilhena, as atrizes Cláudia Raia, Juliana Paes, Lilia Cabral, Regina Duarte, Deborah Secco, Claudia Abreu, Letícia Spiller, Carol Castro, Emanuelle Araújo, Viviane Pasmanter, Leandra Leal, Paloma Bernardi, a socialite Narcisa Tamborindeguy, o músico Tico Santa Cruz, passando pelas cantoras brasileiras, Ivete Sangalo, Anitta, Vanessa Da Mata, Preta Gil, Ludmilla e Ana Carolina, o cantor sirio-Libanês Mika, a Pop star Madonna, e também, Mark Zuckemberg, criador do Facebook, entre outros.

Territórios, encontros e narrativas

19/jul

A mostra “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” inaugurou a sala expositiva da Pinacoteca Contemporânea, a Grande Galeria, Luz, São Paulo, SP. Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a mostra reúne cerca de 60 trabalhos do acervo de arte contemporânea, em montagem pautada pelo desejo de falar sobre territórios, encontros e narrativas de atravessamento. Desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e performances compõem a narrativa que é orientada por três grandes ideias: travessias, vizinhanças e transcendências. Em exibição até 30 de julho.

Travessias, Vizinhanças e Transcendências

A ideia de travessia e seu espectro é contemplada nas obras Irruptivo Series (Série irrompimento) (2010), de Regina Silveira (Porto Alegre – RS, 1939), e Galinha d´Angola (2017), de Paulo Nazareth (Governador Valadares – MG, 1977) e na performance Modificação e apropriação de uma identidade autônoma (1980), de Gretta Sarfaty (Atenas – Grécia, 1954).

Já a ideia de vizinhança ganha força pela localização do edifício Pinacoteca Contemporânea, que amplia o perímetro urbano com o qual o museu dialoga diretamente. Além disso, situações de encontro e afeto dão a tônica de uma longa parede, ocupada em uma montagem de obras de Lúcia Laguna (Campos de Goytacazes – RJ, 1941), Bené Fonteles (Bragança – PA, 1953), Matheus Rocha Pitta (Tiradentes – MG, 1982), Yuli Yamagata (São Paulo – SP, 1989), entre outros.

Por fim a ideia de transcendências é apresentada com Parede da memória (1994-2005), de Rosana Paulino (São Paulo – SP, 1967), que elabora uma identidade coletiva entremeando exercícios de lembrar e imaginar. Além de obras como Quebranto (2021), de Jonas Van (Fortaleza – CE, 1989) e Juno B. (Fortaleza – CE, 1982), e Yiki Mahsã Pâti (Mundo dos espíritos da floresta) (2020), de Daiara Tukano (São Paulo – SP, 1982).

Os Artistas

Analívia Cordeiro (SP), Antonio Poteiro (Portugal), Bené Fonteles (BA), Brígida Baltar (RJ), Carmela Gross (SP), Carmézia Emiliano (RO), Castiel Vitorino Brasileiro (ES), Claudia Andujar (Suíça), Claudio Tozzi (SP), Cristiano Mascaro (SP), Daiara Tukano (SP), Delson Uchôa (AL), Djanira (SP), Duhigó (AM), Emanoel Araújo (BA), Emmanuel Nassar (PA), Ernesto Neto (RJ), Gisela Motta e Leandro Lima (SP), Gretta Sarfaty (Grécia), Hudinilson Jr (SP), Ilê Sartuzi (SP), Jonas Van e Juno B (CE), Laura Lima (MG), Lucia Laguna (RJ), Lygia Pape (RJ), Lygia Reinach (SP), Marepe (BA), Maria Bonomi (Itália), Martinho Patrício (PB), Matheus Rocha Pitta (MG), No Martins (SP), Paula Garcia (SP), Paulo D’Alessandro (SP), Paulo Nazareth (MG), Paulo Pjota (SP), Regina Silveira (RS), Renina Katz (RJ), Rommulo Vieira Conceição (BA), Rosana Paulino (SP), Sandra Cinto (SP), Sara Ramo (Espanha), Sidney Amaral (SP), Tiago Sant’Ana (BA), Vera Chaves Barcellos (RS), Yuli Yamagata (SP) e Zica Bérgami (SP).

A exposição “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” tem patrocínio do Bradesco, na cota Apresenta, e da Bloomberg, na cota Prata.

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, com colaboração de Ana Paula Lopes, Horrana de Kassia Santoz, Pollyana Quintella, Renato Menezes, Thierry Freitas e Weslei Chagas.