“Cobra Criada”, mostra na Athena

19/fev

A Galeria Athena, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Cobra Criada”, com cerca de 20 obras inéditas de Frederico Filippi, que ocupam todo o espaço expositivo da galeria. Os trabalhos tratam da questão do desmatamento e dos conflitos gerados pelo embate entre o poder econômico e os modos de vida não hegemônicos, em desenhos e uma instalação que enfatizam os materiais utilizados – metal e madeira – e os atritos geradores de fluxos invisíveis, como uma metáfora política. “De alguma forma esse confronto entre materiais enseja choques comuns nas paisagens amazônicas”, afirma o antropólogo, jornalista e curador Fábio Zuker no texto que acompanha a mostra.

 

As obras da exposição são um desdobramento da pesquisa que o artista vem desenvolvendo há alguns anos com temáticas relativas às fricções presentes nas relações invisíveis dos processos civilizatórios. A pesquisa, que antes era focada na América, atualmente tem se concentrado na Amazônia. Os trabalhos surgem a partir da reflexão sobre a constante disputa de território causada pelo desmatamento desenfreado das reservas ambientais, pela industrialização, pela exploração mineral e pelas rotas de contrabando de drogas.

 

“Frederico rejeita o problemático lugar de ‘falar sobre’, para experimentar pensar esses processos de destruição a partir dos próprios materiais; como se as próprias palavras não bastassem, fossem insuficientes, ou mesmo desprovidas de significado”, diz Fábio Zuker.

 

 

Trabalhos em exposição

 

No grande salão da galeria, que tem 140m² e pé direito de 6,5m, estarão trabalhos feitos em metal. Dez grandes chapas de aço da série “Se uma lâmina corta um olho uma selva azul escorre dele” estarão neste espaço, apoiadas na parede. As chapas são pintadas com spray preto e arranhadas com metais, formando desenhos abstratos a partir do atrito dos materiais. “Esses trabalhos têm um caráter abrasivo, de atrito, como uma metáfora da situação atual de conflito”, afirma o artista, que diz, ainda, que a abstração é proposital para enfatizar os materiais.

 

“A escolha dos materiais não é fortuita. Embora ambos sirvam de suporte ao desenho, território em que Frederico se sente à vontade e se identifica, os materiais estão em patente confronto, e tudo se passa como se os trabalhos fossem resultados desses embates. No caso das lâminas pretas, a agressividade do material libera seus próprios fluxos de imagens, quer como desenhos, aleatórios (próprios ao corte e manejo das chapas), quer pela mão do artista”, ressalta Fábio Zuker.

 

Nas paredes desta mesma sala estará a obra “Cobra Criada”, que dá nome à exposição e é feita com correntes de motosserra dispostas como se fossem palavras. Ao olhar de longe, a sensação é de haver uma frase escrita, mas de perto descobre-se que são objetos cortantes. “Trato do discurso das autoridades em relação à questão do desmatamento e dos projetos de infraestrutura que desestabilizam a ordem anterior. Se a motosserra corta, o trator perfura, o discurso vazio dispara esse processo escondido em relações públicas. Os textos são como uma dissolução da gramática e falam sobre uma linguagem não decifrada”, ressalta o artista.

 

“Ao se aproximar daquilo que de longe aparenta ser um conjunto de frases articuladas na parede da primeira sala da exposição, Cobra Criada, o espectador se depara com diferentes níveis alinhados de correntes de motosserra. Diante dessa ferramenta de destruição e construção (destruição de mundos, e construção de outros sobre as ruínas do que antes existia), os discursos articulados e a palavra escrita, se tornam vazios”, diz Fábio Zuker.

 

Na sala menor da galeria estarão os trabalhos em folhas de madeira, feitos com carvão e tinta asfáltica. Diversas lascas de madeira recebem desenhos pretos. “Nesses trabalhos utilizo materiais primários. O carvão é a transformação da madeira e a tinta asfáltica é o subsolo, de onde vem o metal”, conta o artista. “É como se cada fragmento de folhas de madeiras nativas fossem um fragmento de lembrança, uma testemunha viva. Ou, como diz o ditado, ‘a floresta tem mais olhos que folhas’”, ressalta.

 

 

Sobre o artista

 

Frederico Filippi nasceu em São Carlos, SP, 1983. Vive e trabalha em São Paulo). Dentre suas principais exposições individuais destacam-se: “O sol, o jacaré albino e outras mutações” (2016), na Athena Contemporânea, “Fogo na Babilônia”(2015), “Pivô”, em São Paulo e “Próprio Impróprio,” (2016), na Galeria Leme. Dentre as exposições coletivas mais recentes estão: “Com o ar pesado demais para respirar” (2018), na Galeria Athena; “Caixa Preta” (2018), na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre; “in Memoriam” (2017), na Caixa Cultural Rio de Janeiro; “Cities and Memory – Biennial for photography and film” (2016), na Dinamarca; “Aparição” (2015), na Caixa Cultural Rio de Janeiro, entre outras. Realizou diversas residências na Costa Rica, Bolívia, e da 5a edição da Bolsa Pampulha (2013/2014), no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte; La Ene (2013/2014), em Buenos Aires, Argentina; Ateliê Aberto #6 (2011/2012), na Casa Tomada, em São Paulo.

 

 

Até 06 de abril.

Bate-papo na Carpintaria

18/dez

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, promove bate-papo com Luiz Zerbini nesta terça-feira, 18 de dezembro, das 19h às 21h.
Participam da conversa com o artista os convidados Carlito Carvalhosa, Fred Coelho e Alexandre Gabriel.   

Ao Quadrado no MARGS

13/dez

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre, RS, apresenta a galeria Iberê Camargo, a exposição “Ao Quadrado”, da artista Beth Turkieniez. Beth Turkieniez já soma mais de 40 anos de dedicação diária ao seu trabalho em artes plásticas: experimentando, reciclando e mergulhando em processos ao encontro de novos conceitos e novos olhares. A mostra “Ao Quadrado” compõe-se de 50 pinturas em formato quadrado, dispostas na sala de exposição em dois projetos que se fundem. São obras que apresentam técnicas e suportes diferentes, convidando o expectador, junto com a artista, a propor continuamente um novo significado aos trabalhos expostos. Beth também utiliza pigmentos indianos, com tintas que ela mesma produz. Os tons são trabalhados incansavelmente até se obter a intensidade e a opacidade que cada pintura requer, possibilitando uma série em conversa sem fim, entre as múltiplas composições possíveis, construindo e reconstruindo o grande quadrado.

 

 

A palavra da artista

 

“É importante para mim voltar a expor em Porto Alegre: primeiro, por ter sido o lugar onde nasci, onde construí muito da minha vida profissional, onde estudei com Iberê Camargo, Paulo Porcella, Stockinger, Tenius, Ado Malagoli e muitos outros. Onde cresci e amadureci, onde me tornei mãe, mulher e artista. Ao sair de Porto Alegre, enfrentei desafios: o começar de novo e de novo em uma cidade grande, onde a aspereza é a predominância, lidar com a solidão frequente, com o experimentar constante na arte e na utilização de novas técnicas, fazem realmente crescer… Fiz varias mostras individuais e coletivas, tanto no exterior quanto no Brasil, participei de muitas feiras de arte, ganhei prêmios no exterior e no meu país, mas só agora tenho novamente a oportunidade de mostrar o meu trabalho atual em Porto Alegre.”

 

 

Sobre a artista

 

Nasceu em 1950, em Porto Alegre, RS, vive e trabalha em São Paulo desde 1989. Estudou desenho no Atelier Livre de Porto Alegre com Paulo Peres e xilogravura com Danúbio Gonçalves. Também foi aluna em pintura de Ado Malagoli e Iberê Camargo, e dos escultores Sonia Ebling, Vasco Prado, Xico Stockinger e Carlos Tenius. Graduada em Artes Plásticas e Arquitetura pela UFRGS, onde desenvolveu pesquisas no campo da linguagem visual, bi e tridimensional. Realizou exposições individuais na Galeria Monica Filgueiras (São Paulo), 2017/2018 Ajoelhou tem que rezar (3 artistas), e “2018 200 anos dos direitos Humanos – artigo 30” e em coletivas na Pinacoteca de São Paulo, 2017 “Resistir é preciso”, mostra itinerante; Centro Cultural do Banco do Brasil São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, 2017/ 2018. Possui obras em acervos públicos como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS (Porto Alegre) Museu Kanagawa (Japão) Pinacoteca Aldo Locatelli (Porto Alegre) Palácio Dos Bandeirantes, “Galeria Dos Direitos Humanos” (São Paulo) Museu da Organização Pan-Americana de Saúde Pública (Washington) Galeria Sincromoart (Paris). Recebeu premiação em 1989 – 1.º Prix Canson d’art sur papier – Prêmio de Viagem | França.

 

 

Até 27 de janeiro de 2019.

Bechara em Lisboa/Pintura e instalação

26/nov

A galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, inaugurou a exposição individual Um raio todos os dias do artista José Bechara. A exposição reúne trabalhos produzidos a partir de 2017 e 2018 e inclui alguns inéditos. O conjunto é formado por cerca de 20 pinturas de grande, médio e pequenos formatos, muitas das quais produzidas com recurso ao processo habitual do artista: a intervenção de acrílico e oxidação de emulsões metálicas sobre lona usada de caminhão.

 

Nesta nova fase de trabalhos, José Bechara alarga o campo de pesquisa sobre o desenho, a pintura, a escultura e a instalação ao construir obras quase imersivas e expansivas que estendem a linha, a superfície, o plano a outras possibilidades, reconfigurando o espaço expositivo da galeria.

 

A exposição apresenta uma instalação inédita de grande escala, produzido a partir da ordenação no espaço arquitetônico de vidros planos e uma variedade de objetos em madeira, papel cartão, outros elementos metálicos e eventualmente mármore. O uso desta multiplicidade de materiais propõe uma discussão sobre fronteiras e gêneros das linguagens visuais fazendo colidir práticas oriundas das experiências escultórica, pictórica e gráfica. Situar o trabalho entre fronteiras, chamar atenção para uma permanente oscilação entregêneros constitui matéria fundamental nas investigações de Bechara. É esta impertinência e transitoriedade do seu trabalho que o artista transpõe para a própria existência.

 

A palavra do artista

 

Tudo é frágil em meu trabalho que contém esforço e dificuldades para emergir, assim como nós, indivíduos humanos. Embora possam parecer nascer de operações brutais os trabalhos podem quebrar-se, despencar de diferentes alturas, desfazer-se por uma perturbação inesperada do espaço ao redor. Minha geometria hesita. Ora aparece, ora desaparece. Falha, portanto, como falhamos. Esforça-se, como nos esforçamos para existir.

 

 

Sobre o artista

 

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial – RJ. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como MAM Rio de Janeiro – BR; Culturgest – PT; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, BR; Fundação Calouste Gulbenkian – PT; MEIAC – ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna – ES; MAC Paraná – BR; MAM Bahia -BR; MAC Niterói – BR; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, – BR; Museu Vale – BR; Haus der Kilturen der Welt – DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst – DE; Kunst Museum – DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) – BR; Centro Cultural São Paulo – BR; ASU Art Museum – USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español) – ES; MARCO de Vigo – ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa – PT; CAAA – PT; Musee Bozar – BE; Museu Casa das Onze Janelas – BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga) – ES; Museu Casal Solleric – ES; Fundação Eva Klabin – BR; entre outras. Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – BR; Centre Pompidou – FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo – BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer – BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM RIO -BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói – BR; Instituto Itaú Cultural -BR; MAM Bahia – BR; MAC Paraná – BR; Culturgest -PT; Benetton Foundation-IT/CAC Málaga – ES; MOLAA – USA; Ella Fontanal Cisneros – USA; Universidade Cândido Mendes – BR; MARCO de Vigo – ES; Brasilea Stiftung – CH; Fundo BGA – BR, entre outras.

 

 

Até 12 de janeiro de 2019.

Fundação Iberê Camargo/jantar e leilão

23/nov

Evento que acontece no dia 27 de novembro, em Porto Alegre, dá início a um programa anual, nos moldes aplicados por grandes instituições internacionais, através de obras doadas por artistas referenciais da arte brasileira e colecionadores que irão a leilão. Os artistas Vik Muniz, Nuno Ramos, José Bechara, Daniel Senise, Artur Lescher, Iole de Freitas, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli estarão presentes no jantar. Na ocasião, a instituição lança o Clube Iberê

 

No dia 27 de novembro, terça-feira, a Fundação Iberê Camargo promove o primeiro grande jantar com leilão de obras de arte, dando início a um programa que será realizado anualmente, nos modelos praticados por grandes instituições culturais do mundo. O evento será realizado na Casa NTX. A Fundação espera receber cerca de 800 pessoas, que serão recepcionadas com uma apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul e menu especialmente preparado pelo Chef Lucio. Os convites ainda podem ser adquiridos telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

Além de Vik Muniz e dos membros da Diretoria e Conselho da Instituição, autoridades e convidados, confirmaram presença no jantar os artistas Nuno Ramos, José Bechara, Iole de Freitas, Daniel Senise, Artur Lescher, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli. O leilão será comandado pelo empresário Nelson Sirotsky, Vik Muniz e o marchand Jones Bergamin.

 

 

 

O leilão vai oferecer 13 obras de importantes artistas do cenário da arte brasileira, como José Bechara, Daniel Senise, Nuno Ramos, Vik Muniz, Cildo Meireles, Artur Lescher, Iole de Freitas, Siron Franco, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli, além de três obras de Iberê Camargo. As obras foram doadas pelos próprios artistas – com exceção das obras de Karin Lambrecht, Siron Franco e de Iberê Camargo, que foram doadas por colecionadores. O valor arrecadado no evento vai contribuir para a realização das atividades da Fundação em 2019. Os interessados em dar lances no leilão e adquirir as obras, poderão conhecer as peças ao vivo, em um preview que será realizado na instituição até 25 de novembro. As visitas devem ser agendadas pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

Uma comissão liderada pela Cônsul honorária da Holanda, Ingrid de Kroes, está mobilizando a sociedade gaúcha para o jantar. Juntas, já comercializaram cerca de 600 convites. São elas: Fernanda Maisonnave, Adriane Kiperman, Ana Espíndola, Ana Logemann, Anna Paula Ribeiro, Anik Suzuki, Audrey Randon, Bruna Stern, Bettina Becker, Carol Logemann, Caroline Kreling, Cecilia Schiavon, Claudia Bartelle, Claudia Wolf Ling, Clenir Wengenovicz, Dulce Helene Goettems, Elisabete Brochmann, Giovana Stefanini, Goia Cairoli, Glaucia Stifelman, Jaqueline Testa, Josiane Castro, Karla Johannpeter, Laura Malcon, Laura Ormazabal Moura, Livia Bortoncello, Maria Elena Johannpeter, Marina Sirotsky, Mauren Motta, Nara Sirotsky, Olga Velho, Paula Weber Rosito, Priscilla Nunes, Renata Weisheimer Rohde, Sandra Echeverria, Sandra Ling e Silvana Zanon.

 

Para viabilizar o jantar e o leilão, a Fundação Iberê Camargo contou com o patrocínio das seguintes empresas: Dufrio (patrocinador Master), Meta, Somma Investimentos, Carpena Advogados, Urban Advisors e Pestana Leilões. Estas empresas assumiram todos os custos para a realização do evento.

 

Na ocasião, também será lançado o Clube Iberê – um projeto que tem como objetivo a criação de um sistema de governança sustentável para a FIC, entregando para seus associados uma série de experiências culturais exclusivas. Com o intuito de fortalecer o movimento cultural e criar espaços para reflexão a partir da arte e suas relações, o Clube Iberê possibilitará aos seus associados a oportunidade de fazer parte da história da Fundação, contribuindo para a construção de um ambiente cultural cada vez mais diverso, inclusivo e transformador e potencializando o acesso à programação cultural.

 

Serviço – Jantar Clube Iberê

Dia 27 de novembro, terça-feira, a partir das 20h

Leilão de obras de arte | lançamento do Clube Iberê | apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul

Local: Casa NTX | Av. das Indústrias, 1395 – Anchieta, Porto Alegre – RS (em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho). Convites a R$ 500,00 por pessoa. Informações pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

 

Até 25 de novembro – Preview das obras leiloadas

Local: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000

Agendamento de visitas pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

 

Sobre a Fundação Iberê Camargo

 

A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1995, a partir de um desejo do próprio artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e com o apoio de amigos e empresários de Porto Alegre.

 

Há 22 anos, a Fundação desenvolve ações culturais e educativas com a missão de preservar o acervo, promover o estudo, a divulgação da obra de Iberê Camargo e estimular a interação de seu público com arte, cultura e educação, por meio de programas interdisciplinares. Seu acervo é formado por um núcleo documental, composto de documentos e imagens relacionadas à vida e à obra do artista, e um núcleo com a coleção Maria Coussirat Camargo, que inclui pinturas, gravuras, guaches, desenhos e estudos de Iberê Camargo, obras que o casal acumulou durante a vida.

 

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de  Itaú, Grupo GPS, IBM, Oleoplan, Agibank, BTG Pactual, Banrisul e apoio SLC Agrícola, Sulgás e DLL Group, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal. Hotel oficial: Ibis Styles Porto Alegre. Serviços de tradução: Traduzca. Patrocinador do projeto Iberê nas Praças: Corsan – Companhia Riograndense de Saneamento. Apoiador da exposição Subversão da Forma: Unisinos.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries Carretéis, Ciclistas e As idiotas, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

 

 

Geometria na SIM Galeria

05/out

A exposição coletiva que a SIM Galeria, Jardins, São Paulo, exibe sob o título “Geometria em Síntese”, traz a assinatura de Felipe Scovino na curadoria.

 

Artistas participantes

 

Amalia Giacomini, Amilcar de Castro, Daniel Feingold , Eduardo Coimbra, Geraldo de Barros , German Lorca, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti , José Oiticica Filho, Luiz Sacilotto, Maria Laet, Mira Schendel, Paulo Roberto Leal, Ricardo Alcaide, Ruben Ludolf, Sergio Camargo, Wanda Pimentel e Willys de Castro.

 

 

 

Geometria em síntese

Por Felipe Scovino

 

As experiências construtivas no Brasil têm sido objetos constantes de exposições, livros e ensaios nos últimos tempos. Coloco-as no plural porque são inúmeras as especificidades desses trabalhos que foram desenvolvidos com maior densidade entre os anos 1950 e 1970. Definitivamente não houve um projeto construtivo, mas uma vontade plural em rever os caminhos da arte. Passado o modernismo e o seu desejo de construir e discutir uma identidade nacional pautada no indivíduo antropófago que se voltava simultaneamente às suas origens, ao contágio estrangeiro e ao tempo presente, as experiências construtivas se veem localizadas no bojo de um tempo, que, por um lado, se constituía de forma rápida, dinâmica e desenvolvimentista, e, por outro, era marcado por demandas sociais e políticas, envolvendo especialmente o que poderíamos definir como políticas do corpo –  o movimento hippie, o Flower Power, as Panteras Negras, o maio de 68, movimentos reivindicando o direito das mulheres, etc., se constituem no panorama desse período. É o ambiente para a aparição do neoconcretismo, por excelência.

 

Contudo, no início dos anos 1950, em meio à construção de Brasília, ao plano de Metas de JK, à industrialização e ao desenvolvimento da ciência, no plano das artes, em específico, é o momento em que a institucionalização da arte constrói uma nova ideia de espaço moderno, como pode ser observado na fundação dos museus de arte moderna no Rio e em São Paulo, além da criação do MASP e da Bienal de São Paulo. Havia um desejo de mudança pautado na chegada do abstracionismo no panorama da produção das artes plásticas e de inserir o país dentro de uma projeção internacional, especialmente quando a Bienal foi instituída. Por falar em campo político das artes, nota-se que todas as obras apresentadas foram produzidas após a realização do Salão Preto e Branco, que ocorreu em 1954. Ele foi um protesto contra o descaso do governo frente às necessidades de materiais adequados à nossa produção visual. A insatisfação dos artistas – tendo à frente Djanira, Iberê Camargo e Milton Dacosta – tem origem em 1952, quando a Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil cassa as licenças de importação de tintas estrangeiras, com a justificativa de se encontrar a indústria local apta a satisfazer as necessidades dos artistas. O resultado foi a realização do Salão Preto e Branco e pouco tempo depois a possibilidade da geração seguinte de artistas – os concretos e neoconcretos – ter as tintas importadas e uma nova tecnologia de produção ao seu dispor.

 

O que essa exposição quer destacar não é só o papel de destaque que o pensamento construtivo exerceu nas artes visuais brasileiras (e o seu prolongamento, com nuances e especificidades próprias, no contemporâneo), mas também uma espécie de contraponto ao aspecto solar do projeto moderno brasileiro. Ao escolher obras produzidas em preto e branco e em sua maioria realizadas entre os anos 1950 e 70, destacam-se a ideia funcional e projetual da arte; a associação cada vez mais substancial, no início dos anos 1950, entre as experiências construtivas nas artes plásticas e o campo da fotografia (em especial, a presença dos olhares sensíveis e potentes de German Lorca, Geraldo de Barros, José Oiticica Filho e dos desenhos construtivos constituídos e observados a partir de ações e percepções singelas do cotidiano); e uma austeridade e complexidade próprias nessa escolha minimalista por parte dos artistas. Em relação a essa característica, cito o caso exemplar e pioneiro das Fotoformas, de Geraldo de Barros. A fotografia deixa de ser “o espelho da realidade” para se tornar espaço de invenção. A linha não é mais uma linha, nem o plano é mais um plano, distorcendo Theo van Doesburg e sua teoria da arte concreta. Barros funde fotografia e pintura, invenção e realidade.

 

Não há uma preocupação imediata com questões de identidade nacional nesses compromissos estéticos, mas um anseio legítimo e autoral de investigar a forma e a função do objeto de arte. Seja experimentando as novas percepções ópticas do objeto, seja investigando e ampliando as fronteiras da pintura e da escultura, esses artistas tinham um interesse em comum: associar de forma ainda mais duradoura a arte e o cotidiano. Portanto, a passagem do plano ao espaço, valorizada por uma crítica mais formalista a respeito dessas produções cinéticas e concretas, pode ser entendida também como uma perspectiva fundamental para se entender a ligação de artistas como Geraldo de Barros, Hércules Barsotti e Willys de Castro com as experiências da cidade, em especial suas produções de cartazes e móveis.

 

A escolha de obras fora desse arco temporal – décadas de 50, 60 e 70 – nos mostra o quanto esses gestos e ideias foram definidores de uma nova forma de pensar e produzir arte. Obras como as de Amalia Giacomini, Daniel Feingold, Maria Laet e Ricardo Alcaide têm as linguagens construtivas como referente, mas, acima de tudo, penso que elas mobilizam um repertório de delicadeza, suavidade e harmonia que leva o entendimento sobre o construtivo para outras fronteiras e percepções. Paulo Roberto Leal alia o silêncio do branco a uma forte tensão e suavidade com a ideia de pintura. Eduardo Coimbra é mais um dos artistas que não realizam uma adequação contemporânea do legado construtivo, mas investigam esse signo a seu modo, aproximando arte, arquitetura e cidade. Suas obras nos parecem uma visão aérea de um aglomerado de elementos cúbicos e planos superpostos que remetem à urbe. As presenças de Mira Schendel, com seus estudos para os Sarrafos, e Wanda Pimentel, artistas com estudos transversais sobre o construtivo, refletem esse estado de invenção que a exposição elabora e a forma como linguagens conceituais se aproximaram das tendências construtivas.

 

 

Até 27 de outubro.

ArtRio 2018

12/set

 

26 a 30 de Setembro [September 26th – 30th]

Estandes A4 [Panorama] e S13 [Solo]. Marina da Glória, Rio de Janeiro

 

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar a sua 6ª participação na ArtRio. Este ano a feira contará com 59 galerias e vai acontecer na Marina da Glória.

 

Para essa edição, vamos apresentar uma cuidadosa seleção de grandes artistas brasileiros da década de 1990 como José Damasceno, Jac Leirner, Adriana Varejão, Ernesto Neto entre outros.

 

A obra sem título (1996) de Luiz Zerbini é talvez um dos principais destaques já que a música sempre foi um tema importante para o artista. Na tela podemos ver figuras dos integrantes do Chelpa Ferro (grupo artístico multimídia composto por Luiz Zerbini, Barrão e Sérgio Mekler) entre instrumentos musicais e caixas de som, cenário característico de suas pinturas figurativas.

 

Participaremos também do projeto solo, apresentando obras em papel de Mira Schendel de diferentes períodos da trajetória da consagrada artista.

 

 

Esperamos sua visita nos estandes A4 [Panorama] e S13 [Solo]!

 

Bergamin & Gomide has the pleasure to announce its sixth participation at ArtRio fair! This year, the fair will present 59 galleries at Marina da Glória.

 

For this edition, we will present a thoughtful selection of works by acknowledged Brazilian artists from the 1990’s such as José Damasceno, Jac Leirner, Adriana Varejão, Ernesto Neto among others.

 

The 1996 untitled work by Luiz Zerbini is perhaps one of the highlights since music was always an important theme in his body of work. In the painting we can see the members of Chelpa Ferro (multimedia group by Luiz Zerbini, Barrão and Sérgio Mekler) among musical instruments and speakers, a recurrent theme in the artist’s figurative paintings.

 

We will also be present at the Solo section, with an individual project of Swiss-born Mira Schendel works on paper from different periods of her prestigious career.

 

Come and visit us at stand A4 [Panorama] and S13 [Solo]!

Galeria Bergamin & Gomide na Semana de Arte 2018

31/ago

31 de Agosto – 3 de Setembro [August 31st – September 3rd]

Stand 07. Pavilhão das Culturas Brasileiras, Parque Ibirapuera, São Paulo

 

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar sua 2a participação na feira Semana de Arte (São Paulo). Este ano a feira contará com 43 galerias e vai acontecer Pavilhão das Culturas Brasileiras no Parque Ibirapuera.

Para essa edição, vamos apresentar uma cuidadosa seleção de xilogravuras, desenhos em nanquim e aquarelas do artista Oswaldo Goeldi (1895-1961). Internacionalmente reconhecimento por suas xilogravuras, a obra de Goeldi é um constante exercício de lucidez: é pela disciplina artística que aborda a estranheza do mundo.

“Pescadores” é talvez um dos principais destaques: a aquarela aborda, de maneira leve, um dos temas preferidos do artista: o mar.

Esperamos a sua visita no estande 07!

 

 

Bergamin & Gomide has the pleasure to announce its second participation at Semana de Arte (Sao Paulo). This year, the fair will present 43 galleries at the Brazilian Cultures Pavilion at the Ibirapuera Park.

For this edition, we will present a thoughtful selection of prints, drawings and watercolors by Oswaldo Goeldi (1895-1961). Internationally recognized for his print techniques, Goeldi’s body of work is a constant exercise of lucidity: it is through the artistic discipline that he engages in the world strangeness.

“Pescadores” [Fishermen] is perhaps one of the highlights: the watercolor approaches, in a soft way, one of the artist’s favourite themes – the sea.

Come and visit us at stand 07!