O poder da palavra no IPN

23/mai

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, do Instituto Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta registros em vídeo e fotografias, em  “Tu Mata Eu”, exposição inédita que revela parte da pesquisa do artista Sérgio Adraino H. que se fundamenta em teorias e práticas acerca dos fluxos de informações, das fake news e conhecimento na sociedade contemporânea. A curadoria é de Marco Antônio Teobaldo e permanecerá em cartaz até 20 de julho.

 

 

TU MATA EU

 

O artista visual Sérgio Adriano H. participou de 33 exposições nos últimos doze meses, entre individuais e mostras coletivas. Mas o que chama a atenção na intensa produção do artista, além do volume de trabalhos criados e a sua concorrida agenda, é a sua dedicação e comprometimento em se posicionar como homem negro em uma sociedade racista, e, assim, poder dar voz aos seus pares. Por isso, deve-se dizer que o seu trabalho biográfico possui uma carga de sentimentos profundos e que corajosamente são revelados em suas criações. Segundo a reflexão do próprio artista, vivemos em um mundo cada vez mais conectado na ignorância coletiva e a arte cumpre seu papel resiliente, no despertar dos questionamentos e na liberdade individual de pensar, concluir e se expressar.

 

A instalação “Tu Mata Eu”, que dá o nome à exposição, é formada por letras douradas infláveis, emolduradas por impressões de carimbos com as palavras: “preto”, “puta”, “viado” e “trans”.  De longe as palavras formam apenas os desenhos da moldura e de perto são identificadas com seu significado, deixando visível o indivíduo invisível. O desdobramento deste trabalho é uma performance do artista, na qual ele percorre desde o Cais do Valongo, até o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, falando estes quatro adjetivos carregados de preconceito.  Estimulado pela força da palavra, Sérgio Adriano H. apresenta a obra “Brasil brasileiro”, em que frases ouvidas desde a sua infância, até os dias de hoje, são estampadas em roupas de bebê, dispostas em um display, que podem ser manuseadas pelo visitante, como se estivessem em uma loja. Ainda associando este ambiente de compra e venda para tratar do racismo estrutural no Brasil, uma espécie de livraria é montada pelo artista, na qual ele se apropria de publicações antigas e realiza intervenções em suas capas e páginas, conferindo-lhes outros significados, mais próximos à realidade em que vivemos.

 

Contudo, a pesquisa do artista tem se desenvolvido intensamente no campo da fotografia, no qual ele se coloca como objeto central, para tratar do corpo do sujeito negro. Na série “O lugar a que pertenço”, 2018, por exemplo, Sérgio Adriano H. se coloca nu dentro de uma lixeira gradeada, em uma calçada. Já na série “Ruptura do invisível”, o seu rosto aparece pintado de branco, e que gradativamente é diluído por um líquido incolor, até que a imagem se desintegre totalmente. Esta obra possui registros em vídeo e fotografias. “Tu Mata Eu”, exposição inédita apresentada na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, revela parte da pesquisa do artista que se fundamenta em teorias e práticas acerca dos fluxos de informações, das fake news e conhecimento na sociedade contemporânea. Este conjunto de obras faz refletir sobre o poder de nossas palavras e do nosso silêncio também.

 

Marco Antonio Teobaldo

Curador

Anna Bella Geiger – Aqui é o centro

06/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta de 11 de maio a 07 de julho de 2019 a exposição “Anna Bella Geiger – Aqui é o centro”, com 20 emblemáticas obras de Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, 1933) pertencentes ao acervo do MAM Rio, em curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. Realizados nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990, todos os trabalhos revelam o interesse da artista pela construção do espaço, além das noções de história, fronteira, centro e periferia. Em paralelo à mostra, a artista faz uma releitura da “Circumambulatio”, realizada no MAM Rio em 1972.

 

A mostra “Anna Bella Geiger – Aqui é o centro” se divide em duas partes complementares. A primeira reúne um panorama da produção da artista com 20 obras do início dos anos 1970, todas pertencentes ao acervo MAM Rio. A segunda é a releitura da exposição “Circumambulatio”, apresentada no Museu há quase cinco décadas, e que “se constitui em divisor de águas de seu trabalho, posto que separa o antes modernista – ou seja, sua produção abstrata (1950) e a instigante fase visceral (1960) – do futuro contemporâneo de seu trabalho”, apontam os curadores.

 

“Resultado de um trabalho coletivo desenvolvido e exposto por Geiger e seus alunos do curso de artes visuais do Museu em 1972, “Circumambulatio” é um dos marcos de sua aproximação com o campo de ressonância de questões da arte conceitual que se reafirmam em sua produção dos anos 1970: incorporação da palavra ao trabalho e experimentação de novas mídias (fotos, vídeos, livros de artista, etc.)”, observam os curadores no texto que acompanha a exposição. O título da exposição, agora remontada em parceria da artista com a equipe do museu, deriva de “circumambulação”: ritual de andar em espiral ao redor de objetos sagrados, como ocorre em certas cerimônias do budismo, hinduísmo e islamismo. Mais do que mera palavra, “circumambulatio” – conceito poético que então referenciou as pesquisas de Geiger e seus alunos – determinou, igualmente, a seleção de imagens e textos para esta exposição e definiu sua instalação na área expositiva do Museu.

 

Dentre as ideias fundamentais contidas em texto escrito pela artista para a mostra de 1972, uma é especialmente esclarecedora: “o centro não é simplesmente estático. Ele é o núcleo de onde partem o movimento do uno para o múltiplo, do interior para o exterior. […] A passagem da circunferência para seu centro equivale à passagem do externo para o interno, isto é, da forma à contemplação”. No caso específico do processo poético de Anna Bella Geiger, parece ser possível entender a noção de centro como local de inscrição e ação, cuja dinâmica até hoje permeia a obra da artista.

Tunga na Itália

02/mai

A Galeria Franco Noero exibe a segunda exposição individual de obras de Tunga na Itália, pela primeira vez exibida nos espaços da Piazza Carignano 2, Turim, Itália. Tunga foi um dos mais importantes e influentes artistas brasileiros de sua geração, e ele se expressou através de uma variedade extremamente eclética de mídias e linguagens artísticas, variando de desenho a escultura, instalação, fotografia, performance, cinema, vídeo e escrita. Os trabalhos expostos nesta exposição são de grande impacto simbólico. Alguns deles nunca foram exibidos antes e estão sendo apresentados pela primeira vez. O foco está nos processos e referências mais caros ao artista e nas obras que ele criou durante os últimos anos de sua carreira, antes de sua morte prematura. Eles vão desde a escala mais íntima de desenhos e pequenas esculturas ao poder e majestade de uma grande instalação de grande alcance. A exposição abre com dois elementos que são absolutamente típicos da arte de Tunga. Dois fantoches pendurados no teto da sala de entrada, suspensos em expectativa teatral, convidam o visitante a olhar atentamente para os materiais de que são feitos: cristal de rocha e esponja.

 

Até 20 de junho.

 

MON exibe Ivens Machado

15/abr

O Museu Oscar Niemeyer (MON), Curitiba, PR, apresenta a mostra individual de Ivens Machado “Mestre de Obras”. São desenhos, esculturas, fotografias e vídeos relacionados a diferentes períodos da trajetória do artista, procurando criar um diálogo entre as várias vertentes. Ivens Machado foi um dos artistas mais importantes de sua geração e um dos pioneiros da vídeoarte no Brasil.

 

“Partedo legado de um dos artistas mais importantes de sua geração está agora acessível ao público do Paraná e do Brasil, graças a essa imperdível realização do Museu Oscar Niemeyer”, disse o secretário de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Hudson José. “A exposição apresentada pelo Museu Oscar Niemeyer apresenta ao público um conjunto expressivo de obras desse importante artista brasileiro, que influenciou várias gerações”, comentou a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika. “Com genialidade, ele conseguiu extrapolar a matéria, permitindo que seu trabalho evoque sensações”, disse.

 

 

Trajetória 

 

No início da década de 1970, Ivens Machado produziu obras em papel utilizando cadernos pautados ou quadriculados, onde realizou interferências. Na década seguinte, sua obra é marcada por um envolvimento maior com a escultura. Em grande parte de seu trabalho escultórico, utiliza materiais da construção civil, trabalhando com formas e superfícies irregulares. Produzida pelo MON, a exposição apresenta de forma abrangente e expressiva a obra do artista, incluindo trabalhos poucas vezes mostrados no Brasil. A exposição será para o público uma experiência inédita e de grande intensidade artística.

 

“A mostra reúne o conjunto de sua obra, atravessando meio século de uma produção marcada pela sua força, sua crueza e também sua delicadeza e alegria”, diz a curadora Mônica Grandchamp. Ela explica que, num primeiro momento o impacto da obra pode trazer desconforto, mas com um segundo olhar, encontra-se a fantasia, a sutileza e a delicadeza. Segundo a curadora, há uma série de obras ainda pouco vistas pelo público e que são desconhecidas da geração mais jovem, bem como obras icônicas que influenciaram diversos artistas como Adriana Varejão, Ernesto Neto, dentre outros.

 

“Ivens Machado não se filiou a nenhuma escola e sim criou seu próprio caminho, solitário e particular, fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea brasileira”, diz Mônica. O conjunto de obras da exposição pretende mostrar toda a diversificação do trabalho de Ivens Machado, que se mantém atual e desconhecido do público.

 

Até 28 de julho.

“O Alienista” na Fortes D’Aloia & Gabriel

03/abr

A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta “O Alienista”, a nova exposição de Rivane Neuenschwander na Galeria, Vila Madalena, São Paulo, SP. A artista mineira exibe obras em escultura, pintura e vídeo permeadas por temas como medo, sexualidade, política e violência. Baseando-se em referências diversas da literatura e da cultura popular, os trabalhos propõem narrativas fragmentadas, “ficções dentro de ficções”, que convocam o público a refletir sobre a irracionalidade reinante na atualidade, no país e no mundo.

 

Desde 2013, Rivane Neuenschwander desenvolve uma ampla pesquisa sobre medos de crianças através de projetos que já passaram por Londres, Dresden, Bogotá, entre outras. Seu interesse pelo tema volta-se tanto para as investigações psicanalíticas sobre o medo e suas variantes (a fobia, a angústia e o pânico), como também pelo medo como afeto fundamental a ser manipulado no âmbito político, o que tem levado à ascensão de governos autoritários em várias partes do mundo. A série “Assombrados”, de 2019, é o mais recente desdobramento dessa pesquisa e trata-se de pinturas em tecido de grande formato que empregam as tradicionais técnicas de colchas de retalhos. O ponto de partida da nova série foram as oficinas que precederam a exposição de Rivane no Museu de Arte do Rio, “O Nome do Medo”, de 2017, realizadas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O trabalho combina os medos nomeados pelas crianças nas oficinas (como bala perdida, fome, estupro) com os desenhos que elas criaram para representar outros temores associados à primeira infância (barata, cobra, fantasma). A artista reinterpreta as ilustrações como silhuetas para então fragmentar texto e imagem através das colchas, signo de conforto e acolhida.

 

O aspecto onírico ressoa também em “O Alienista”, de 2019, a obra que dá título à exposição, composta por cerca de vinte bonecos feitos com tecido, papel machê, garrafas de vidro e outros materiais. Rivane inspira-se no livro homônimo de Machado de Assis, publicado originalmente em 1882, no qual um médico funda o hospício Casa Verde. Após internar compulsoriamente todos os habitantes da cidade, conclui que ele mesmo deve ser hospitalizado, questionando enfim os limites entre loucura e sanidade. A exposição promove a transposição dos personagens do livro para o atual contexto do país, apresentando os lunáticos através de alegorias de animais ou plantas, sobre pedestais em planos variados. A artista atribui a cada um deles uma alcunha – “O Juiz de Fora”, “O Terraplanista”, “O Barbeiro” e “A Viúva” são alguns deles – borrando os limites entre ficção e realidade.

 

Em “Trópicos Malditos, Gozosos e Devotos”, de 2018 – 2019, – título inspirado, por sua vez, no livro “Museu de Arte do Rio, “O Nome do Medo”, de 2017, realizadas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Rivane faz pinturas sobre madeira que mesclam as clássicas Shungas (xilogravuras eróticas japonesas, populares especialmente nos séculos XVII e XVIII) com elementos da literatura de cordel. De maneira semelhante à de “O Alienista”, a obra aproxima-se da fábula para revelar uma narrativa perversa, permeada pela violência. Seres antropomórficos com falos e vulvas aparecem em meio a um vermelho-sangue, indicando o estupro como prática inaugural da miscigenação do Brasil.

 

“Enredo”, de 2016, é um vídeo em parceria com o neurocientista Sergio Neuenschwander que ocupa a sala do segundo andar da Galeria. Projetado em loop e com duração de 10:01 minutos, o filme indica em sua própria estrutura referências diretas “As Mil e Uma Noites”, famosa coletânea de contos populares do Oriente Médio, cuja origem remonta ao século IX. Na obra de Rivane, confetes de páginas do clássico são lançados sobre inúmeras teias de aranha, desenvolvendo uma narrativa abstrata à medida que a estrutura frágil da teia começa a ruir sob o peso do papel. A aranha surge aos poucos percorrendo o cenário e lidando com a intromissão da palavra. Na trilha sonora, o músico Domenico Lancellotti usa um tamburello para dar o tom de suspense e, ao mesmo tempo, atribuir novas camadas à miscelânea de referências da obra. O instrumento típico italiano é uma espécie de pandeiro usado para tocar a tarantela que, por sua vez, é historicamente associada ao tarantismo: a manifestação de febre e delírio causada pelo veneno da aranha.

 

 

Sobre a artista

 

Rivane Neuenschwander nasceu em Belo Horizonte, 1967, e atualmente vive e trabalha em São Paulo. Uma das mais consagradas artistas brasileiras de sua geração, possui ampla projeção internacional, com participações em: Bienal de São Paulo (2008, 2006 e 1998), Bienal de Istambul (2011), Bienal de Veneza (2005 e 2003), SITE Santa Fe (1999), entre outras. Suas exposições individuais recentes incluem: Alegoria del Miedo, NC-Arte (Bogotá, 2018); O Nome do Medo, MAR (Rio de Janeiro, 2017); The Name of Fear, Whitechapel Gallery (Londres, 2015); mal-entendidos, MAM-SP (São Paulo, 2014); A Day Like Any Other, New Museum (Nova York, 2010) – exposição itinerante que passou também por Mildred Lane Kemper Art Museum (Saint Louis), Scottsdale Museum of Contemporary Art (Scottsdale) e Irish Museum of Modern Art (Dublin); e At a Certain Distance, Malmö Konsthall (Malmo, 2010). Sua obra está presente em grandes coleções institucionais como: Tate Modern (Londres), Guggenheim (Nova York), MoMA (Nova York), TBA21 (Viena), MACBA (Barcelona), Fundación Jumex (Cidade do México), Inhotim (Brumadinho), MAM-SP (São Paulo), MAM Rio (Rio de Janeiro), entre outras.

Natureza-Morta no MAM Rio

O MAM RIO, Parque do Flamengo, Rio de janeiro, RJ, apresenta a partir do próximo dia 06 de abril, a exposição “Alegria – A Natureza-Morta nas Coleções MAM Rio”. Com o mesmo título de uma instalação de Adriana Varejão, a exposição investiga este importante gênero da pintura, em obras em diversos suportes pertencentes ao acervo do Museu criadas por 35 artistas de várias gerações. Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a mostra reúne mais de 40 obras – entre pinturas, esculturas, vídeos, fotografias e instalações – produzidas por 39 artistas de diferentes gerações. A exposição dá continuidade às investigações de gêneros da pintura a partir dos acervos do Museu, mostradas em “Constelações – O Retrato nas Coleções MAM Rio” e “Horizontes – A Paisagem nas Coleções MAM Rio”, em cartaz até o próximo dia 12 de maio de 2019.

 

Com o mesmo título de um backlight fotográfico de Adriana Varejão, de 1999, a exposição busca revelar não só a dimensão mais histórica do gênero natureza-morta, mas também “possibilidades de releituras contemporâneas desse conceito”, como informam os curadores. O conjunto de obras não foi reunido “somente com base no enquadramento estrito das obras nas características evidentes deste gênero, mas também na livre correlação dos trabalhos com o sentido mais geral da exposição”, explicam. “Sob tal licença, “Alegria” também transborda do âmbito da pintura, da gravura, do desenho e da fotografia, para aquele, expandido, da escultura, do vídeo e de instalações para traçar um panorama aberto desse gênero da pintura no Brasil no exterior”, contam Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes.

 

Os artistas que integram a exposição são de várias gerações, como Volpi, Guignard, Dacosta, Vicente do Rego Monteiro, a portuguesa Lourdes Castro, Wilma Martins, Adriana Varejão, Ivens Machado, Karin Lambrecht, Artur Barrio e Raul Mourão.

 

 

Natureza-Morta

 

A natureza-morta, da mesma forma que o retrato e a paisagem, foi um dos grandes gêneros da pintura europeia, entre os séculos XV e XVI, na Renascença. “Esses gêneros ganharam corpo como alternativa às pinturas de cenas religiosas, proibidas nos países que aderiram à reforma protestante, como a Holanda, que viu nascer o primeiro mercado de arte de que se tem notícia”, dizem os curadores. “As naturezas-mortas podem ser caracterizadas pela representação de objetos inanimados, vistos de uma curta distância. Sua escala intimista, somada à composição feita com base em motivos banais, mas agradáveis – frutas, flores, alimentos e objetos familiares ao olhar burguês – não significava, porém, que tais pinturas tivessem um teor laico-secular, apenas contemplativo, função que somente se consolidaria no começo do modernismo. Ainda que tratassem de cenas domésticas, essas pinturas, a despeito de sua fatura naturalista, tinham um teor simbólico então acessível a todos: evocavam o agradecimento pelo pão nosso de cada dia, conquistado pelo trabalho humano, sob a bênção divina”. O gênero atravessou os tempos, e na segunda metade do século XIX as naturezas-mortas já haviam se libertado de sua simbologia protestante inicial, e se tornaram “fundamentais para a revolução que permitiu à pintura superar a ênfase no tema que a havia marcado no romantismo e no neoclassicismo – batalhas, coroações, funerais e casamentos reais, pintados em formatos grandiosos que direcionavam o olhar para a narrativa e não para a própria pintura”. Os curadores complementam: “A banalidade temática das naturezas-mortas abriu caminho para a contemplação exclusiva de elementos cromáticos, formais, espaciais e compositivos, que não só se tornaram essenciais para a fruição modernista, como abriram caminho para a arte abstrata com Wassily Kandinsky, em 1910”.

 

 

Artistas expositores

 

Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Vicente do Rego Monteiro, Aldo Bonadei, Iberê Camargo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Glauco Rodrigues, Lourdes Castro, Anna Bella Geiger, Wilma Martins, Luis Humberto, Eduardo Costa, Ivens Machado, Wanda Pimentel, Artur Barrio, Waltercio Caldas, Vilma Slomp,Claudia Jaguaribe, Karin Lambrecht, Brígida Baltar, Jorge Barrão,Roberto Huarcaya, Marcos Chaves, Edgard de Souza, Franklin Cassaro, Katia Maciel, Adriana Varejão, Efrain Almeida, Raul Mourão, José Damasceno, Julio Bernardes, Pedro Calheiros, Rodrigo Braga e Felipe Barbosa.

 

 

De 06 de abril a 07 de julho.

Arte e Inteligência Artificial

28/mar

Em “Das tripas coração”, individual que a artista visual Katia Wille apresenta na Galeria do Lago, Museu da República, Rio de Janeiro, Catete, RJ, apesenta obras com características originais. A ideia é estabelecer uma simbiose sensorial entre obras de arte e o espectador. Para que isso fosse possível, a artista desenvolveu, em parceria inédita com a Microsoft, um conceito que integra inteligência artificial ao ambiente, que será mostrado pela primeira vez em uma exposição de arte no Brasil. Utilizando a capacidade da inteligência artificial na nuvem, as obras reagem à presença de pessoas, se movimentam a partir da análise de sentimento do visitante e interagem por meio de movimentos diante de estímulos visuais, faciais e sonoros.

 

“Quero expor ao máximo a vulnerabilidade das relações humanas, e questiono como seria esticar-se para além do nosso ponto de ruptura? Fazer das tripas coração representa a eterna busca pelo impossível, alcançar o outro e estabelecer relações de ressonância. As membranas em látex são estruturas que reluzem, se movimentam, provocam sensações e se espalham pelo espaço como se quisessem respirar o ar que respiramos e pulsar com a frequência do nosso coração, indo além do diálogo entre obra e espectador. O objetivo final é começar a criar um espelho de nós mesmos nas obras: o corpo seria representado pelos braços robóticos e sensores responsáveis pelos movimentos, a mente pela inteligência artificial que aprende com os nossos sentimentos e dá os comandos para que os movimentos aconteçam e a alma é representada pela arte das membranas de eco látex pintadas como uma pele frágil e reluzente. Está estabelecida assim uma relação de confiança e imersão entre o artista, obra e público”, afirma Katia Wille.

 

A curadoria é de Isabel Sanson Portella, coordenadora e curadora da Galeria do Lago: “As obras de Katia Wille se espalham pelo espaço, suas figuras brilham com paixão e fúria. Os corpos incham em cor, elas balançam e torcem, pernas se estendem em uma dança que quer aproveitar e amplificar a vulnerabilidade das relações humanas, não suavizar”.

 

“A IA já não é algo distante do dia a dia das pessoas e a possibilidade de integração da inteligência artificial ao ambiente artístico, modificando a forma como interagimos com uma obra e a experiência que temos em uma exposição, mostra justamente isso. A Microsoft assumiu o compromisso de democratizar a IA e esse é um projeto que dialoga com esse propósito”, diz Maisa Penha, diretora de tecnologia para parceiros e IA na América Latina.

 

A ocupação do espaço expositivo se dá de forma fluida, com pinturas em painéis de grandes dimensões em tecido metalizado, dialogando com instalações em eco látex (material desenvolvido pela própria artista a partir da mistura de látex líquido, reciclado com tecidos e outros materiais). As obras em eco látex ficam suspensas pelo teto ou onduladas nas paredes. Trata-se de um material poroso, ora em forma de bolhas, ora esticado ou ondulado, o que permite destacar texturas e o brilho acobreado da superfície. As cores dos tecidos de base para as pinturas, em tons primários como o azul, vermelho e amarelo, contrastam com os tons metálicos das instalações.

 

As obras foram divididas em três momentos que se interconectam: encantamento, simbiose e irradiação. Marcado por tons de azul, o primeiro momento tem a intenção de mostrar uma mudança; a ordem das coisas foi invertida, os pés estão para o alto, algumas nadadoras e nadadores – figuras retratadas pela artista -, caindo, fazendo referência ao momento do Encantamento, ao “cair de amores”, à busca e ao encontro. A cor vermelha e seus sobretons pontuam o segundo momento: o desdobramento e a formação de amálgamas humanos, seres simbióticos, quando existe a busca pelo outro. Já o terceiro momento assinala o encontro do equilíbrio com a cor amarela, selando a formação do duplo perfeito onde não é necessário mais esforço, muito menos caber no outro, cada um com a sua identidade, irradiando- se mutuamente.

 

 

Sobre a artista

 

Katia Wille nasceu no Rio de Janeiro. É formada em artes visuais pela Universidade de Amsterdam, Holanda, e passou os últimos dez anos morando e trabalhando entre a Europa, a Ásia e o Brasil. As questões do feminino, da busca de sua essência e transformações, sempre povoaram as obras da artista, que pensa movimento e cor integrados ao todo. A delicadeza das formas, a ação que se desenvolve tanto em círculos e entrelaces, convida o espectador a mergulhar em águas míticas e se deixar levar pelos encantos do olhar de suas ninfas, pelo poder das deusas, pela força da mulher. Exposições individuais: “Mas Afinal: Quem tem medo de tamanha liberdade?” – Galeria VillaNova/SP; “Fluxofloração” – Centro Cultural da Justiça Federal/RJ; “Maria dos olhos de piscina” – H.Contemporaneo/RJ; “O Tudo Do Todo” – Z42 Arte Contemporanea/RJ ; “E daí? Eu adoro voar” – Tramas Arte Contemporânea/RJ; “CompulsArt” – Casa Ipanema/RJ; “As Nadadoras – Livre Galeria/RJ. Exposições coletivas:  “Um dia de sol” – Galeria Sal/RJ; “Arte brasileira na contemporaneidade” – InnGaleria/SP; “Para Todos” – Galeria Carpintaria/Fortes D’Aloia & Gabriel/RJ”; “Olhar Feminino” – Galeria André/SP; “Somos todos Clarisse” – Museu da República/Galeria do Lago/RJ; “A Máquina do Mundo – residência artística” – Z42/RJ; “Weel Chair Fest/ Rio Olympic Games” –  Boulevard Olímpico/RJ.  Publicações: “Arte brasileira na contemporaneidade” – Volume: III, Ornitorrinco – São Paulo, Brasil. Agosto 2018 Autora: Carmen Pousada; Prêmios e programas de residência artística: “European Union Visual Arts and Design Awards” – Tokyo (Japão), Março 2010; Z42 – Rio de Janeiro, Brasil.

 

Até 31 de maio.

Alfredo Volpi e Bruno Giorgi

22/mar

Foram dez anos de pesquisas para construir uma exposição sobre a amizade entre dois grandes mestres da arte brasileira do século XX. “Estética de uma Amizade”, será exibida na Pinakotheke, Morumbi, São Paulo, SP, procura pontuar com memórias e produção artística os 50 anos de estreita convivência entre – o pintor Alfredo Volpi e o escultor Bruno Giorgi.

 

A mostra reúne cerca de 100 obras – a maioria apresentada ao público pela primeira vez, entre pinturas, desenhos e esculturas provenientes, da Coleção Leontina e Bruno Giorgi e colecionadores particulares. Os trabalhos são entremeados por fotografias, documentos, depoimentos e gravações com saborosas narrativas sobre esta amizade que perdurou de 1936 até a morte de Volpi em 1988.

 

No raro conjunto de numerosas pinturas de Volpi, esculturas, desenhos e telas de Bruno Giorgi, sobrepõem-se as obras surgidas de relações de amizades ou familiares, como os retratos de Mira Engelhardt e Gilda Vieira, feitos por Volpi, além de Judith, sua mulher, retratada por ele, e um desenho dedicado à sua única aluna Lore Koch; o retrato de Leontina Giorgi, as joias/esculturas projetadas por Giorgi; nus femininos assinados pelos dois artistas; retrato de Giorgi por Volpi e as cabeças de Volpi e Mario de Andrade esculpidas por Giorgi; as interpretações discordantes do poema “Balada de Santa Maria Egipcíaca” de Manuel Bandeira, que ambos fizeram em pintura; e até uma série de trabalhos concebidos na convivência da dupla. Há também as maquetes das obras de Brasília, quando os afrescos de Alfredo Volpi e as esculturas de Bruno Giorgi sublinharam a arquitetura de Oscar Niemeyer.

 

A exposição revela como o pintor, que se mudou com a família para o Brasil com apenas um ano de idade, e o escultor, ambos originários da mesma região italiana, a Toscana, compartilharam a fraterna relação e o saber artístico com igual intensidade. Não foram poucas as vezes que, com um esboço debaixo do braço, Volpi saiu de São Paulo e foi ao Rio de Janeiro discutir uma pintura com o amigo. Leontina, viúva de Bruno Giorgi, que muito contribuiu para a realização desta exposição, disponibilizando obras e arquivo, testemunhou muitas das longas conversas ou silêncios que os dois amigos gostavam de dividir. Ao mesmo tempo foram artistas que puderam comemorar juntos e reciprocamente virtuosas trajetórias: ambos participaram de prestigiosas exposições nacionais e internacionais, entre as quais em edições, às vezes coincidentes, como a Bienal de Veneza e a Bienal Internacional de São Paulo, além de conquistar vários prêmios no Brasil no exterior.

 

O projeto foi possível graças ao empenho dos curadores da exposição Max Perlingeiro e Pedro Mastrobuono, Leontina Ribeiro Giorgi, Instituto Volpi de Arte Moderna e à equipe da Pinakotheke. Com os arquivos do marido, Leontina Ribeiro Giorgi, gravou longas entrevistas, rememorando fatos históricos e pessoais. Nas suas pesquisas, Pedro, que é filho de Marco Antonio Mastrobuono, um dos primeiros colecionadores e amigo pessoal de Volpi, teve a oportunidade de encontrar informações preciosas, sobretudo entrevistas de Bruno Giorgi em Brasília, onde o pintor ítalo-brasileiro era constantemente mencionado.

 

Durante a exposição será lançada a publicação “Estética da Amizade – Alfredo Volpi e Bruno Giorgi” que, além do material da mostra, contém textos de David Léo Levisky, Rodrigo Naves e Mario de Andrade e dos curadores Max Perlingeiro e Pedro Mastrobuono, os quais destacam as personalidades que conviveram com a dupla, como Mário Schenberg, Lasar Segall, Sergio Milliet, e apresentam uma inédita biografia em ordem cronológica entrelaçada dos dois artistas, na qual é possível constatar como arte e amizade pulsavam em particular sintonia.

 

 

Até 25 de maio.

Pesquisas de Miro PS

19/mar

O artista Miro PS inaugura “Metamorfose”, no Espaço Cultural Correios, Niterói, RJ. Em quatro grandes salas, a mostra reúne cerca de 50 obras do artista visual, que vão de instalações a pinturas. O nome da exposição refere-se à profunda transformação no modo de vida do homem frente aos avanços tecnológicos, e como essas mudanças interferem em seus hábitos e comportamentos. A mostra fica em cartaz de 23 de março a 25 de maio de 2019, com curadoria de Lia do Rio.

 

Em suas obras, Miro PS utiliza códigos binários, placas e componentes eletrônicos, que o acompanharam em sua experiência profissional na área de tecnologia da informação. Partindo de intrincados sistemas de criptografia ou obsoletos cartões perfurados, passando por deep web e inteligência artificial, Miro PS aborda temas como identidade, linguagem, fragilidade, obsolescência…Numa área de 320 m2, a mostra é composta de duas instalações, objetos, fotografias, gravuras digitais, pinturas, além de vídeo arte e colagens.

 

“Miro reflete sobre a condição humana no mundo tecnológico, no qual a linguagem das máquinas conduz e controla silenciosamente as regras, numa velocidade vertiginosa e incontrolável. Seus trabalhos falam dos prazeres, angústias e idiossincrasias do indivíduo contemporâneo ao coabitar dois mundos, o virtual e o físico”, explica Lia do Rio. Todas as obras possuem identificação em braile e a exposição contará com visitas guiadas para cegos.

 

Sobre o artista e a curadora

 

Miro PS: Nasceu em São Paulo, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Bacharel em Sistemas e informações, com MBA em Gestão de Projetos pelo PMI (USA). Aos 20 anos começou a trabalhar na área de tecnologia da informação, que no futuro lhe daria base para as artes plásticas. Desde 2010, desenvolve trabalhos de arte contemporânea, nos quais apresenta a necessidade e dependência da sociedade na tecnologia. Participou de exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Em 2015, criou com outros dois artistas um grupo de arte pública.

 

Lia do Rio: Nasceu em São Paulo, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É Bacharel pela Escola Nacional de Belas Artes da UFRJ; tem Pós-Graduação em Arte e Filosofia, e Pós-Graduação em Filosofia Antiga, PUC-RIO. Participou de exposições individuais, coletivas, palestras e trabalhos em acervos, no Brasil e exterior. Coordena exposições, workshops e palestras. É professora de arte. Seu livro “Lia do Rio: Sobre a Natureza do Tempo” foi editado, em 2015, pela editora Fase 10, e lançado na Livraria Argumento no RJ e SP.

Coletiva na Simone Cadinelli

18/mar

A Simone Cadinelli Arte Contemporânea reúne em exibição coletiva artistas mulheres de diferentes gerações, estilos e trajetórias.  “Passeata”, que inaugura no dia 18 de março, na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, é uma exposição que convida o público a vivenciar as plataformas poéticas de 15 artistas mulheres do panorama da arte contemporânea brasileira. Desde a consagrada Anna Bella Geiger a novos nomes como Ana Hortides e Marcela Cantuária, a curadora Isabel Sanson Portella propõe um passeio por várias gerações, estilos e gênero, como é o caso da artista “gender fluid” (não-binária) Lyz Parayzo.

 

“São diferentes vozes e mídias de expressão, mas o que predomina é o pulsar da liberdade conquistada, do direito de levantar bandeiras e mostrar a que vieram. Longe está o tempo em que o espaço artístico, cultural e social era ocupado exclusivamente por artistas homens. Preconceitos de gênero e ausência de reconhecimento mantiveram as mulheres fora do cenário artístico por séculos. Mas a trajetória das conquistas femininas no decorrer dos últimos 100 anos foi marcada por lutas e crescentes vitórias. Não é o fator gênero que define os atributos artístico-estéticos das obras, mas sim o potencial criativo de quem as executa”, afirma Isabel Sanson Portella.

 

Amanda Baroni, Fernanda Sattamini, Helena Trindade, Laura Gorski, Leandra Espírito Santo, Livia Flores, Patrizia D’Angello, Renata Cruz, Roberta Carvalho, Sani Guerra e Ursula Tautz completam a coletiva que fica em cartaz até o dia 29 de maio. No dia da abertura, a artista visual Roberta Carvalho fará uma exibição de vídeo mapping, com imagens de ribeirinhos da floresta amazônica, pesquisadas desde 2007 pela artista, no jardim da vila que faz parte do imóvel que abriga a galeria, que no mês de março inaugura um novo espaço dedicado a palestras e encontros com colecionadores, críticos, artistas, arquitetos e pesquisadores. A programação é bastante diversificada e ainda abrange visitas guiadas.

 

“Nosso objetivo, com essa coletiva, é lançar o olhar sobre a produção das mulheres na arte contemporânea. A proposta aqui é conduzir o visitante em um passeio por diferentes suportes, experiências profissionais e fases variadas de criação, evidenciando as potencialidades de cada artista selecionada”, analisa Simone Cadinelli.

 

 

Descrições das obras e algumas curiosidades

 

Amanda Baroni – Série “Elementos da Natureza” -Fotografia.Moradora da Maré, a jovem fotógrafa Amanda Baroni, desenvolveu a série fotográfica “Elementos da Minha Natureza” buscando inter-relacionar arte, danças urbanas e natureza com o espaço de favelas cariocas (Complexo da Maré, Mangueirinha e Morro da Providência). Este projeto conecta os quatro elementos, fogo, terra, água e ar, com os dançarinos Felipe e Thamires Cândida, do Passinho, Luana Luara, do Hip Hop Dance, Agatha Alves, do Dance Hall e Hugo Oliveira, do House Dance, todos oriundos da periferia.

 

Anna Bella Geiger – “Orbis Discriptio n.33”, 1999. Gaveta de arquivo de ferro, encáustica, folha de flandres, fios de cobre, metais e gesso. A partir da década de 1990, a premiada Anna Bella Geiger emprega novos materiais e produz formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras situam-se no limite entre pintura, objeto e gravura.

 

Ana Hortides – “Cor de pele”, 2017. 78 bebês compostos da combinação de 12 gizes de cera de cores de pele. Ed. 3/5. Ana Hortides descobriu a existência de uma caixa de giz de cera de cores de pele produzida por uma ONG brasileira, a UneAfro, que propõe 12 cores. A partir disso, a artista derreteu os lápis, sempre combinando uns com os outros e colocou-os em moldes de bebês. A partir das misturas foram criados 78 bebês com cores e tons de pele diversos.

 

Fernanda Sattamini – Sem título, 2018. Série “Das marés e correntezas”. Cianotipia em linho e bordado. Edição única. Sem título, 2018. Série “Das marés e correntezas”. Cianotipia em linho e bordado. Edição única. Na série “Das marés e correntezas”, Fernanda Sattamini usa a técnica de cianotipia em linho desfiado, um processo artesanal de impressão fotográfica em tons azuis, que produz uma imagem em ciano. Foi descoberto em 1842 e utilizado até o século XX, é também conhecido como blueprints. O processo utiliza dois produtos químicos: Citrato de amônio e ferro (III) e Ferricianeto de potássio, que ao serem misturados se torna fotossensível e reage à luz ultravioleta. A exposição à luz provoca mudanças na cor do composto final resultando no azul da Prússia.

 

Helena Trindade – “VÍRUS (de chão)”. Escultura de teclas de máquinas de escrever e suas hastes. “Vírus” são estruturas orgânicas articuladas que se assemelham a uma espinha dorsal em movimento, criadas a partir de teclas de máquinas de escrever pelas mãos de Helena Trindade. Como a própria artista afirma privilegiar a materialidade da letra em detrimento do sentido, fazendo um jogo poético. Seu trabalho aborda diferentes aspectos do funcionamento da linguagem no tocante à sua perpétua rearticulação.

 

Laura Gorski e Renata Cruz – Sem título, da série “Dias úteis”, 2016. Fotografia. A dupla de artistas Laura Gorski e Renata Cruz apresenta um trabalho que aborda as relações entre o tempo interno e o pessoal de cada pessoa em relação ao tempo organizado pelo calendário oficial de dias considerados úteis ou não. O calendário de 21 dias úteis apresenta, por um lado, objetos ambíguos que são utilizados em momentos em que as pessoas escolhem o que fazer com o tempo ocioso. Ao lado dos objetos estão espaços internos de uma casa, submersos em um líquido escuro que também está presente na banheira em que estão as artistas. Nela, Laura e Renata compartilham um tempo poético que conseguem habitar juntas.

 

Lenadra Espírito Santo – Série “Registro”. Placas de gesso. A instalação “Registro” aborda o tema da auto-representação: é feita a partir de um mesmo molde do rosto da artista Leandra Espírito Santo, com um semi-sorriso. A partir deste molde, ela retira algumas réplicas do próprio rosto em gesso e faz placas com o mesmo material, que são reproduzidas de modo a preencher a parede da galeria, criando uma relação com a arquitetura, tanto por conta do material usado nelas (o gesso), quanto pela maneira como ocupa o espaço. Na exposição, são cerca de 30 placas.

 

Lívia Flores – “Trabalho de greve”, 2012. Escultura em tecido e gesso. Dimensões variáveis. Nessa série, a artista Lívia Flores retoma o interesse pela pesquisa de materiais e processos, desdobrando-os em sua relação com o tempo, com a história e com o trabalho coletivo ao utilizar um material (cobertor cinza/feltro) que acumula muitos usos e sentidos, tanto na vida quanto na arte. A artista acredita que este material é portador de história e condensa de forma espectral uma história de todos e de ninguém, anônima e comum, constituída pelos muitos fios das infinitas peças de roupa que algum dia já tocaram nossos corpos. Os cobertores em cinza são matéria escultórica em tensão com elementos construtivos moldados em gesso. Oscilando entre vontade construtiva, entropia e ruína, essas peças erigem-se como “contramonumentos”, cujo gesto se completa no momento de sua instalação no espaço de exibição.

 

Lyz Parayzo – Série “Slut Terrorist”. Vídeo. Flyers de prostituição (site specific) com números telefônicos e endereços de instituições de arte. “Gargantilha Lança”, 2018. Alumínio. “Top Dentado”, 2018. Alumínio. “Braceletes lança, 2018 Alumínio.  Uma das poucas artistas não-binárias presentes em coleções de museus brasileiros – está no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) e no Museu de Arte do Rio (MAR) -, Lyz Parayzo tem o corpo como principal suporte de trabalho. Em “Passeata”, a artista expõe um vídeo da performance “Slut Terrorist #5″, além dos objetos escultóricos denominados “joias bélicas”.

 

Marcela Cantuária – “Gigantes Pela Própria Natureza”, 2018. Óleo, acrílica e spray s/ tela. “Maria Bonita”, 2018. Óleo e acrílica s/ tela. Marcela Cantuária se interessa por reimaginar episódios de importância histórica através da perspectiva das mulheres, onde elas estavam nos conflitos por terras, nas guerrilhas, disputas por ideologia, no campo da estratégia, como se estivesse construindo outra versão. Assim, ela acredita que está encorajando as mulheres através de figuras femininas que em algum momento tiveram importância. Isso se reflete também nas cores vivas de seu trabalho.

 

Patrizia D´Angello – “Dramalhão”. Através do bom humor, as obras de Patrizia D’Angello inserem a questão do feminino no mundo contemporâneo, explorando a estética kitsch do exagero, do colorido exuberante, dos temas que confrontam diretamente outras formas de dominação. A mulher guerreira é também aquela que enfrenta forno e fogão, que levanta bandeiras assim como vassouras e aspiradores de pó, mas que não esquece a sua natureza e seus desejos.

 

Roberta Carvalho – Sua instalação é composta por uma imagem fotográfica e por um outro elemento, que é uma garrafa (com imagem projetada). A fotografia proposta é da série “submersos”. Seguindo a linha do trabalho desenvolvido por Roberta Carvalho, a fotografia trará o rosto de uma mulher ribeirinha projetada nas margens do rio. Seu rosto estará metade dentro d’água, metade na floresta. A garrafa, que pende ao lado da imagem, será preenchida de água: barrenta amazônica, água que pela sua opacidade funciona como tela. Nesta garrafa preenchida de água uma projeção mapeada dialoga com a imagem fotográfica.

 

Sani Guerra – “Três Picos”, 2016. Óleo e folha de ouro sobre tela. “Floresta dos cervos”, 2018. Óleo sobre tela. Em março de 2018, Sani Guerra começou uma residência artística de sete meses no Rio de Janeiro, explorando espaços que abrigam parte da Mata Atlântica, tais como a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a Colônia Juliano Moreira (onde funciona o Museu de Arte Contemporânea Arthur Bispo do Rosário) e o Campus da Fiocruz Mata Atlântica, entre outros espaços públicos que se relacionam com a mata. Partindo dessa pesquisa, seu material histórico e o seu entorno, a artista deu início a uma série de pinturas e três delas podem ser vistas em Passeata.

 

Ursula Tautz – Sem título, 2019. Móvel em madeira, rádica, lentes redoma de vido, prumo dourado, bola de vidro. Sem título, 2019. Móvel em madeira, rádica, redoma de vidro, funil de vidro, balão de vidro, arame dourado, prumos dourados, lente. Temas recorrentes no trabalho de Ursula Tautz, antropologia, história e memória se desdobram aqui em um novo estudo que ela apresenta em criações permeadas pelo tempo e materializadas na madeira que é a base para os dois móveis em exposição. A partir do objeto-balanço desenvolveram-se duas pesquisas: do movimento pendular e do material, a madeira. A madeira remete à casa, acolhe, aconchega e protege. A rádica é um corte da raiz da árvore, já tem em si uma cartografia intrínseca. São mapas de enraizamento, de pertencimento, são também camadas de tempo, história. Os móveis-objetos oferecem o lugar almejado, imaginado, ouvido nas histórias. Indicado com um prumo, protegido na redoma, bolas de neve.

 

 

Sobre as artistas

 

Amanda Baroni teve seu primeiro contato com fotografia através do Hip Hop, do qual é participante desde 2007. Em 2012, formou-se pela Escola Popular de Fotógrafos, do Observatório de Favelas, Complexo da Maré, Rio de Janeiro. Após a formação, começou fotografando o movimento Hip Hop e se dedicou a realizar trabalhos artísticos e comerciais. Atualmente, segue documentando o Hip Hop, produzindo ensaios fotográficos e coberturas de espetáculos de dança, além de desenvolver seus projetos autorais como o “Ensaio Draw”, “Baixa Velocidade – Altas Luzes”, “B.Woman,  B.Girl”,   “ Minha imagem e semelhança” e “‘Elementos da minha natureza”. Expôs seu trabalho “B.Woman, B.Girl”, sobre as mulheres no Hip Hop, no Largo das Artes, Rio de Janeiro, e no evento Batom Battle, em Brasília. Outras atividades no campo das artes e exposições envolvem a formação em Design de Exposição no Parque Lage, em 2014, em impressão Fine Art e montagem de molduras no estúdio Barracāo de Imagens.

 

Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1933). Estudou Letras Anglo-Germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia (UFRJ) e Sociologia da Arte com Hanna Levy Deinhardt na New York University e na New School for Social Research (anos 50). Realizou exposições individuais e participou de coletivas no Brasil e no Exterior, como nas Bienais Internacionais de São Paulo, Veneza e de Liverpool. Seus trabalhos integram coleções como a do MoMA (Nova York), do Centre Georges Pompidou (Paris), Tate Modern e Victoria and Albert Museum (Londres), Getty Institute (Los Angeles), The FOGG Collection (Boston) entre outras. Em 2004, Anna Bella recebeu a insígnia da Ordem do Cruzeiro do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, e em 2010, recebeu a insígnia da Ordem do Mérito Cultural por representar a tradição, a vanguarda e as diferentes correntes de criação cultural e artística do País.

 

Ana Hortides. Nasceu em 1989 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Artista visual e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF – RJ) na qual se Graduou em Produção Cultural. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Caracterizado pela delicadeza, o seu trabalho permeia o corpo, a intimidade e a vulnerabilidade das relações.

 

Fernanda Sattamini. Sua produção explora processos experimentais e alternativos, transitando entre fotografia, gravura e objetos. Tomando como ponto de partida imagens apropriadas e suas próprias fotografias, a pesquisa que desenvolve aborda questões acerca da memória, intimidade, afetos e controle.

 

Helena Trindade. Cores vivas e formas geométricas são as principais características do trabalho de Helena Trindade. Formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília em 2013, Helena optou por continuar os estudos com um Mestrado de Arquitetura em Oxford, lá Helena desenvolveu projetos de instalações espaciais, como o seu projeto final, exposto na St. John’s College ao final do curso, e de esculturas abstratas, feitas com o uso do corte a laser. No ano seguinte à conclusão do curso, em 2016, a arquiteta mudou-se para a Holanda a trabalho, onde entrou em contato com o design gráfico e aprofundou a sua experiência com projetos arquitetônicos e instalações espaciais. Dentre os trabalhos mais importantes desse período estão os projetos dos espaços elaborados para receber as exposições dos Dutch Invertuals na Semana de Design da Holanda em 2016, na Semana de Design de Milão em 2017, e no Festival D’Days em Paris, no mesmo ano. De volta ao Brasil, Helena se divide entre a arquitetura e o design. Além dos projetos arquitetônicos, ela dedica o seu tempo aos objetos confeccionados com o corte a laser, que compõem a sua marca HT.

 

Laura Gorski e Renata Cruz. Laura Gorski é nascida em São Paulo em 1982. Formada em Desenho Industrial pelo Centro Universitário Belas Artes, realizou as exposições individuais “Paragem”, na Zipper Galeria, em 2011; “Arquipélago de lugares imaginários”, no Estúdio Buck, em 2013, e “Dias úteis”, com Renata Cruz, no 20º Cultura Inglesa Festival, em 2016. Participou de residências na Alemanha e em Portugal e tem obras em coleções em Brasília, Bahia, São Paulo e Porto Alegre. Já expôs em Ribeirão Preto, Santo André, Santos, Goiás, Salvador, Campinas, Porto Alegre, Jundiaí, Rio de Janeiro, Brasília, além de Cazaquistão, Portugal, Japão e Alemanha.

 

Renata Cruz, em seu trabalho, explora as relações entre textos literários e imagens, valendo-se muitas vezes do envolvimento de diversas pessoas com suas histórias e lugares onde habitam. Em suas instalações propõe a criação de narrativas abertas no espaço, que se constroem enquanto se caminha. Formada em Comunicação Visual, UNESP, Bauru SP; Educação Artística, UNAERP, Ribeirão Preto, SP, com cursos como aluna estrangera na Facultad de Bellas Artes de la Universidad Complutense de Madrid, Espanha, atualmente participa de grupos de estudos como no Ateliê Fidalga em São Paulo.

 

Leandra Espírito Santo. Mestre e doutoranda em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP, São Paulo, SP. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ. Seu trabalho artístico transcorre por diversas mídias, como performance, fotografia, vídeo, escultura, intervenção urbana. Por meio de linguagem cômica e irônica, a artista faz reflexões sobre nossos procedimentos cotidianos, dos mais complexos aos mais comuns, investigando a relação entre a arte e as diversas técnicas e tecnologias, relativizando seus usos e pensando na relação que mantemos com elas em nível de corpo e comportamento. Em 2017, iniciou pesquisa focada nas relações entre identidade, corpo e máquina, série de trabalhos em que pensa a auto representação dentro das redes sociais. Em 2016, foi indicada ao Prêmio Pipa MAM-RJ, tendo sido finalista do Pipa Online. Em 2014, recebeu o Prêmio Estímulo no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto e ganhou a Chamada Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Niterói. Entre suas principais exposições, prêmios e eventos estão: “Instauração”- Sesc Belenzinho (SP, 2017); “Agora somos mais de mil” – EAV Parque Lage (RJ, 2016); “Quando o tempo aperta” – Palácio das Artes (BH, 2016) e Museu Histórico Nacional (RJ, 2016); “Novíssimos” – Galeria Ibeu (RJ); 37° Salão de Artes de Ribeirão Preto (SP, 2013); 2º Prêmio EDP nas Artes (SP, 2010).

 

Marcela Cantuária. A artista nasceu em 1991, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É graduada em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Atualmente, leciona em seu ateliê questões práticas da pintura contemporânea. Considera o viés filosófico materialista histórico-dialético como ponto de partida de sua investigação, observando, assim, o mundo e os fatos. A artista usa desde referências de arquivos digitais que gravita entre passagens históricas, frame de documentários até fotos autorais do cotidiano desigual do Rio de Janeiro. Em seu processo, muitas vezes trabalha a composição a partir do conflito entre as referências e a oposição entre as cores.

 

Lívia Flores (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1959). Pintora, escultora, videoartista. Participa do ateliê de xilogravura da Escolinha de Arte do Brasil, com José Altino (1946), entre 1974 e 1976, e estuda também com Maria Luíza Saddi (1952), em 1976. Em 1978, faz o Curso Intensivo de Arte Educação (Ciae), além de iniciar sua graduação na Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Esdi/Uerj), concluída em 1981. Entre 1979 e 1980, frequenta ateliê livre da Armação Oficinas de Arte (artes plásticas), com Marília Rodrigues (1937-2009) e Ana Cristina Pereira de Almeida. Participa de curso teórico sobre arte contemporânea com Anna Bella Geiger (1933) em 1981 e, no ano seguinte, assiste a outro curso teórico, sobre arte brasileira, com Fernando Cocchiarale. Contemplada, em 1984, com uma bolsa de estudo para a Alemanha, estuda na Academia de Artes de Düsseldorf de 1985 e 1990 e vive em Colônia até 1993. Recebe o título de mestre em comunicação e tecnologia da imagem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1998.

 

Lyz Parayzo.Iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e começou a invadir galerias de arte com intervenções estético políticas. Como um vírus subverteu os protocolos de poder dos espaços institucionais borrando as fronteiras do que é oficial. Tem o corpo como principal suporte de trabalho e sua performance diária como plataforma de pesquisa. Suas bombas-plásticas desestabilizam as tecnologias heteronormativas e coloniais, são projeções anabolizadas da sua existência. Vem desenvolvendo videoinstalações com conteúdo pós-pornográfico, joias bélicas e atualmente está pesquisando as performances de gênero e classe a partir da cor em seu “Salão Parayzo”, dispositivo itinerante onde atua como manicure.

 

Patrizia D’Angello. Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio, também estudou na Escola de Moda da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Participou de cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e foi aluna de nomes como Charles Watson, Fernando Cocchiarale, Luiz Ernesto, Franz Manata, Pedro França e Fred Carvalho. Em 2012, foi contemplada com projeto de exposição individual do Ibeu. Indicada ao Prêmio PIPA 2012. Desde 2008 Patrizia D’Angello tem trabalhado o cruzamento da fotografia com os cinco gêneros existentes da pintura: retrato, autorretrato, natureza-morta, paisagem e nu. Porém, em algumas obras é possível encontrar a interseção destes gêneros, com as quais a artista nos revela que esta formalidade pode ser subvertida. A sua preferência pela pintura a óleo, pastel seco e aquarela se dá pela possibilidade de manuseio e alterações durante o período em que está elaborando imagens com irônico realismo, a partir de referências de seus registros fotográficos ou apropriados de terceiros. Cenas corriqueiras adquirem uma determinada sofisticação com o olhar protagonista da artista, que aponta para os detalhes banais de algum canto de sua residência ou até mesmo as sobras de um prato de comida em uma churrascaria.

 

Roberta Carvalho é artista visual nascida em Belém do Pará. Estudou artes visuais na Universidade Federal do Pará (UFPA). Desenvolve trabalhos na área de imagem, intervenção urbana e videoarte. Já participou de várias exposições, coletivas e individuais, no Brasil, França, Espanha e Martinica. Foi vencedora de diversos prêmios, entre eles, o Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais (2014), Prêmio Diário Contemporâneo (2011) e Prêmio FUNARTE Microprojetos da Amazônia Legal (2010). Foi bolsista de pesquisa e criação artística do Instituto de Artes do Pará, por duas vezes, em 2006 e 2015. Suas obras integram acervos como o do Museu de Arte Contemporânea Casa das 11 Janelas (PA) e Museu da Universidade Federal do Pará. Dentre as exposições coletivas e festivais de arte que já participou, em destaque estão: Periscópio – zipper Galeria (São Paulo, 2016), 7ª Mostra SP de Fotografia (São Paulo, 2016), Visualismo – Arte, Tecnologia, Cidade (Rio de Janeiro, 2015), SP ARTE/FOTO (2014), Grande Área Funarte (São Paulo 2014), Pigments (Martinica, 2013), Festival Paraty em Foco (Paraty, 2012), Tierra Prometida (Barcelona, 2012), e Vivo Art.Mov (Belém, 2011).

 

Sani Guerra transita pela fotografia, escultura, instalação e pintura. As atmosferas irreais criadas pela artista revelam as estranhezas criadas por gestos não coincidentes, ângulos improváveis e estampas exageradas. Sani provoca atrito na relação entre tempo e espaço. Retrata figuras fragmentadas, organizadas a partir do universo particular da artista. Venceu o Prêmio Interações Estéticas da Funarte em 2009 e o concurso Garimpo da Revista Dasartes em 2013. Em 2008, a artista iniciou o Projeto Construção, criando peças escultóricas tendo como molde monumentos históricos e arquitetônicos. As intervenções foram exibidas no MAM, no Parque Lage e outros espaços, no Rio.

 

Ursula Tautz nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Utiliza diversos suportes em seu trabalho como fotografia, vídeo, objetos e instalações. Cursou a ESPM, além de ter frequentado oficinas da “School of Visual Arts /NY”, e a partir de 2005 a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2013 integrou o Programa Projeto de Pesquisa, coordenado por Glória Ferreira e Luiz Ernesto. Participou de várias exposições coletivas, como “Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio 2015” e e “Aquilo que nos une” no Centro Cultural da Caixa Federal com curadoria de Isabel Portella. Além das individuais “Frestas por onde Muros escoam” reinaugurando o Jardim da Reitoria da Universidade Federal Fluminense/RJ; “Lugar familiar” no projeto Zip’Up na Zipper Galeria/SP e “Fluidostática” na Galeria do Lago (Museu da República/RJ). Foi também selecionada pelo crítico Fernando Cocchiarale para o “Programa Olheiro da Arte” e finalista do Prêmio Mercosul das Artes Visuais Fundação Nacional de Arte – FUNARTE, com seleção de Luiza Interlenghi, Jorge Luiz Miguel e Izabel Machado da Costa.