Exposição na Fundação Vera Chaves Barcellos

21/ago

A Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, apresenta a mostra “Destino dos Objetos | O

artista como colecionador” e as coleções da FVCB. Impressões, desenhos, fotografias,

gravuras, fotocópias, objetos, esculturas, colagens e vídeos integram a mostra que reúne um

diverso grupo de 50 artistas de várias nacionalidades. Com curadoria de Eduardo Veras,

“Destino dos Objetos” examina como, por diferentes caminhos, os artistas se fazem

colecionadores, ou, pelo menos, como seus trabalhos podem replicar algo do furor

colecionista.

 

Há aqueles que tratam de isolar, recolher e sacralizar peças específicas, peças que

imediatamente perdem sua função original, mesmo que não renunciem às memórias que

carregam. Há também aqueles em que, mais do que a escolha, despontam as noções de

acúmulo, ordenamento e classificação. Entre uns e outros, o artista emerge como o sujeito dos

desejos e das decisões, oferecendo ou adivinhando um destino para os objetos.

 

A exposição remonta ao gérmen da própria Fundação Vera Chaves Barcellos, cuja origem

encontra-se nas coleções de arte formadas pelos artistas Vera Chaves Barcellos e Patricio

Farías ao longo dos anos, antes mesmo da formalização desse importante centro de divulgação

de arte contemporânea.

 

Participam da mostra artistas brasileiros, latino-americanos e europeus: 3NÓS3, Albert

Casamada, Almandrade, Amanda Teixeira, Anna Bella Geiger, Antoni Muntadas, Boris Kossoy,

Brígida Baltar, Cao Guimarães, Carlos Asp, Carmela Gross, Christo, Daniel Santiago, Elcio

Rossini, Ester Grinspum, Evandro Salles, Feggo, Gisela Waetge, Gretta Sarfatty, Hannah Collins,

Heloísa Schneiders da Silva, Hudinilson Jr., Jailton Moreira, Jesus R.G. Escobar, Joan Rabascall,

Joaquim Branco, Joelson Bugila, Julio Plaza, Klaus Groh, León Ferrari, Lia Menna Barreto, Mara

Alvares, Marcel-li Antunez, Marcelo Moscheta, Marco Antônio Filho, Marcos Fioravante, Maria

Lúcia Cattani, Mariana Silva da Silva, Marlies Ritter, Mario Ramiro, Mário Röhnelt, Michael

Chapman, Nicole Gravier, Nina Moraes, Patricio Farías, Rogério Nazari, Téti Waldraff, Ulises

Carrión, Vera Chaves Barcellos e Waltércio Caldas.

 

A exposição contará com uma programação paralela com palestras, conversas com artistas,

além das visitas mediadas e da promoção do Curso de Formação Continuada em Artes – ações

permanentes do Programa Educativo da FVCB, que segue oportunizando vivas experiências

com a arte e estimulando a formação de novos públicos.

 

 

De 22 de agosto a 12 de dezembro.

Artista holandês na SIM galeria

20/ago

A SIM galeria, Curitiba, PR, apresenta a exposição individual de Frank Ammerlaan, artista

holandês residente em Londres.

 

Nos trabalhos de Ammerlaan, a essência do múltiplo é manifesta na contínua coexistência de

suportes, materiais e processos mistos, como escultura, pintura, fotografia e vídeo

juntamente de elementos sintéticos e naturais como tinta óleo, linhas de costura, metais e

agentes químicos.

 

Na exposição “Outside the wireframe”, produzida durantes sua residência artística recente no

espaço experimental de arte PIVÔ, na cidade de São Paulo, o interesse permanente no que é

periférico, indistinguível e despercebido é amplamente contemplado.

 

As caminhadas diárias de Ammerlaan na ida e volta de seu ateliê temporário, localizado no

centro de São Paulo, se tornaram uma profunda jornada para dentro e fora do motor da

cidade movido à ansiedade e instabilidade. Ao fazer uso de objetos ready-made como

latinhas de alumínio, vidro e banner de PVC, em “Outside the wirefram”e o artista convoca

uma série de elementos tanto familiares como também invisíveis à capital brasileira. Um

conjunto de ícones que perpassa os catadores de latinhas das quais algumas esculturas são

feitas e que nos fala sobre inventivos subsistemas criados sob circunstâncias econômicas

difíceis. Como também que inclui um banner de serralheria em que o artista aponta

evidências de extrema ansiedade geral quanto à segurança. E até mesmo que destaca do

cenário urbano cotidiano, tampas de bueiro e piche como indicação de um ambiente

publicitário alternativo. E até mesmo piche e tampas de bueiros que nos separam de um

mundo sob nossos pés.

 

A série “Untitled” de imagens impressas em vidro aramado de alta segurança exibe um

material nunca antes usado em exposições do artista, de acordo com ele “Trabalhar em um

novo contexto como a residência desperta novas idéias, te faz, por exemplo, pensar de forma

diferente sobre os materiais”. Permeada por ambigüidades, a série é feita de um material

transparente de alta segurança que busca oferecer segurança enquanto não necessariamente

esconde algo. Ela inclui imagens desenhadas por linhas de armações de arame que lhes

concedem certo aspecto de pop arte, mas ao mesmo tempo uma aparência anônima, uma vez

que nos permite enxergar formas, mas não superfícies. Além disso, um objeto poderoso ainda

que pequeno, a bandeira de mesa, que não mostra nenhum emblema ou insígnia pode ainda

assim simbolizar uma idéia de proteção e defesa de um determinado território ou cultura.

Sobre a figura tridimensional humana, seu aspecto fantasmagórico é justaposto com uma

imagem impressionantemente detalhada.

 

A antítese da abordagem emocional e racional está profusamente presente nas pinturas do

artista na quais aspectos atmosféricos e nebulosos se contrastam com padrões geométricos

precisos feitos de linhas de costura e bordado. Possivelmente sob a influência de seu

treinamento primeiro, em marcenaria, assim como devido a pratica constante de desenhos

técnicos, nos trabalhos de Ammerlaan linhas são de alguma forma, privilegiadas em

detrimento de volume.

 

Em algumas das pinturas de “Outside the wireframe” os conceitos binários característicos dos

trabalhos de Ammerlaan podem ser apresentados mais sutilmente do que em outras. Ao

observar uma pintura a partir de certa distância da tela, seus aspectos atmosféricos e

nebulosos se destacam, porém, uma vez que os padrões em baixo relevo começam a ser

reconhecidos, a pintura simultaneamente exige ser observada mais de perto. Padrões e

linhas, assim, são formas de racionalizar e se apropriar do conceito de periférico com

efetividade. Simultaneamente a qualidade etérea das pinturas contribui para um

engendramento mais amplo das idéias e objetos do periférico.

 

“Outside the wireframe” revela que o imperceptível, o periférico e o sutil podem ser

encontrados em situações e cenários que transcendem efeitos óticos provocados por uma obra

de arte. Aponta claramente que o invisível existe, por exemplo, na rotina cotidiana dos

habitantes de metrópoles como São Paulo. Ao utilizar-se de piche e ao delinear tampas de

bueiros encontradas nas ruas que circundam seu ateliê na cidade, Ammerlaan realça padrões

gravados em tais peças de metal- alguns deles padrões de linhas cruzadas e atravessadas

também comuns a outros trabalhos do artista-, feitos, por  exemplo, por empresas de

telecomunicação para fins publicitários. Geralmente despercebidos, tais padrões e nomes de

marcas atuam como indícios de uma atividade publicitária quase imperceptível acontecendo

sob nossos pés. Um fato ainda mais interessante diante da controversa proibição de

publicidade exterior que busca minimizar a poluição visual da cidade implantada na última

década em São Paulo.

 

A exposição “Outside the wireframe” é uma oportunidade única para todos familiarizados ao

ambiente urbano de observar uma complexa cidade como São Paulo, em suas múltiplas

possibilidades periféricas, através dos cantos dos olhos argutos e precisos do artista

contemporâneo Frank Ammerlaan.

 

 

Sobre o artista

 

Frank Ammerlaan é um proeminente artista plástico nascido na Holanda e residente da cidade

de Londres cujas exposições individuais e coletivas têm sido exibidas nos últimos seis anos em

prestigiados museus e galerias pela Europa e em cidades como Copenhague, Bruxelas, Berlin e

Londres bem como em Nova York e outras grandes capitais internacionais.

 

 

De 27 de agosto até 26 de setembro.

Smithsonian em SP

10/ago

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciam a abertura da exposição “Gullah, Bahia, África”.

 

A mostra apresentará ao público a vida e a pesquisa pioneira desenvolvida pelo primeiro linguista afro-americano, Lorenzo Dow Turner. Expoente acadêmico da comunidade negra americana nos anos 1930, Turner identificou a fala da comunidade gullah, do sul dos EUA, e rastreou seus registros na África e no Brasil, ligando, dessa forma, comunidades da diáspora africana através da linguagem. Originalmente criada e exibida em 2010 pelo Anacostia Community Museum, integrante da Smithsonian Institution, de Washington DC (EUA), a exposição tem curadoria da brasileira Alcione Meira Amos.

 

Fazem parte da mostra fotografias que registram o trabalho de campo do professor Turner; um painel comparando palavras usadas no gullah, inglês e português do candomblé, com as suas origens nas línguas da África; um raro registro da fala gullah e cinco vídeos, incluindo “Raízes da África: ligações entre as palavras”, mostrando falantes de línguas africanas, um americano, um gullah e um brasileiro, que repetem as mesmas palavras em cada uma das línguas, demonstrando suas raízes africanas.

 

 

Sobre a exposição

 

“Gullah, Bahia, África” conta três histórias em uma: a trajetória acadêmica de Lorenzo Dow Turner; sua jornada para desvendar um código linguístico e suas descobertas, que atravessaram continentes. Já nos anos 1930, a pesquisa pioneira de Turner demonstrou que, apesar da escravidão, os africanos trazidos aos EUA transmitiam sua identidade cultural a seus descendentes por meio de palavras, músicas e histórias.  Estudioso de várias línguas africanas, como twi, ewe, iorubá, bambara e wolof, além do árabe, Turner utilizou seu conhecimento para se dedicar à pesquisa da fala da comunidade gullah/geechee, da Carolina do Sul e da Geórgia, no sul dos EUA, até então desprezada como um “inglês mal falado”.  Os estudos de Turner confirmaram que, pelo contrário, o povo Gullah falava uma língua crioula, com elementos linguísticos próprios e da cultura de seus ancestrais africanos.

 

As explorações linguísticas pela diáspora africana levaram Turner até a Bahia, onde ele novamente validou sua descoberta a respeito das continuidades africanas.  Uma das seções da exposição é dedicada à pesquisa do Professor Turner sobre cultura afro-brasileira na Bahia, juntamente com algumas das mesmas línguas que influenciaram o gullah. Na Bahia, a sobrevivência da cultura africana pode ser percebida por Lorenzo Dow Turner particularmente no candomblé, quando integrantes dos terreiros reconheciam palavras em gravações que ele havia feito em outras partes do mundo.  Os muitos escritos de Turner incluem o livro “Africanismos do Dialeto Gullah” (Africanisms in the Gullah Dialect), publicado em 1949, que permanece como uma das principais referências para a pesquisa das línguas crioulas.

 

Encontro com a curadora da exposição Alcione Meira Amos: ”A Coleção Fotográfica de Lorenzo Dow Turner: Gullah Bahia África e os Retornados Afro-Brasileiros”(com visita à exposição)

 

Local: Museu Afro Brasil (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, tel.: 11 3320-8900): 20/08, às 15h.

 

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do diretor curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de seus mais de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

 

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil- Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

 

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

 

 

Sobre o Anacostia CommunityMuseum

 

Museu integrante da Smithsonian Institution, o Anacostia está localizado em Washington DC (EUA) e abriu suas portas em 1967, como o primeiro museu comunitário do país financiado com recursos federais.  O nome atual foi adotado em 2006, quando o museu ampliou seu foco, originalmente com uma ênfase afro-americana, para examinar o impacto de questões sociais contemporâneas em comunidades urbanas.

 

 

Até 18 de outubro.

Álbum de família

27/jul


O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição

“Álbum de família”, com cerca de quarenta trabalhos emblemáticos de mais de vinte artistas

brasileiros e estrangeiros, como Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Bill Viola, Candice Breitz,

Charif Benhelima, Fábio Morais, Gillian Wearing, Jonathas de Andrade, Michel Journiac,

Ricardo Basbaum, Rosângela Rennó, Santu Mofokeng, Tracey Rose, Victor Burgin e Zanele

Muholi, que ocuparão todas as salas expositivas da instituição. “Álbum de família” terá

pinturas, objetos, fotografias, desenhos, videoinstalações, instalações sonoras e filmes. A

mostra será acompanhada de um seminário transdisciplinar, nos dias 25, 26 e 27 de agosto.

 

“A exposição vem em um momento em que o conceito de família é revisto, em que se

elaboram novas leis relativas a relações homoafetivas e à adoção, em que aumentam as

denúncias de violência sexual doméstica, em que surgem mais asilos particulares e,

consequentemente, mais idosos são privados do convívio familiar, e em que, paralelamente,

grupos conservadores procuram manter intacto a imagem e o modelo tradicional de família”,

observa a curadora Daniella Géo. Ela conta que ao longo da história da arte “o retrato sempre

ocupou lugar privilegiado na produção artística, e o retrato de família, para além de sua

qualidade plástica, serviu, com freqüência, à afirmação do status social, da linhagem, da

coesão familiar, da hierarquia patriarcal, entre outros valores que, ao mesmo tempo, refletiam

e reforçavam o ideário da família-pilar da sociedade”.

 

A mostra reflete sobre a família e suas questões, como um tema permanente da produção

artística. “Em sua abordagem contemporânea, as obras vêm abarcar perspectivas mais amplas

e íntimas, nas quais a família é pensada e representada em relação a questões de ordens

diversas, sejam elas sociais, políticas, econômicas, psicológicas, afetivas, religiosas, morais

etc”, observa a curadora. Desde diferentes configurações ao ideário matrimonial, passando

pelo abuso de poder e violência doméstica, até a família como construção política, a exposição

aborda ainda laços familiares, amor e noção de coesão à ausência, perda e solidão; espaço

íntimo e dimensão pública; mito e estereótipos, e de como a sociedade afeta e é afetada pelas

famílias.

 

Estão na exposição obras de nove artistas brasileiros – Adriana Varejão, Anna Bella Geiger,

Dias & Riedweg, Fabio Morais, Jonathas de Andrade, Leonora Weissmann, Julian Germain,

Murilo Godoy, Patricia Azevedo e jovens que vivem nas ruas de Belo Horizonte, Ricardo

Basbaum, Rosana Palazian e Rosângela Rennó, e trabalhos dos artistas Bill Viola, Daniel W.

Coburn, Candice Breitz, Charif Benhelima, Gillian Wearing, Michel Journiac, Richard Billingham,

Santu Mofokeng, Sue Williamson, Tracey Rose,  Victor Burgin, Zanele Muholi.

 

 

SOBRE AS OBRAS

 

De Adriana Varejão estarão três pinturas: a pouco conhecida “Em Segredo” (2003), que evoca

amor, gestação, aborto, tabu, perda;e “Filho Bastardo (estudo)”, de 1991, que trata da

construção colonialista da “família brasileira” ou da nação por atos de violência sexual. Anna

Bella Geiger participa com o díptico “Brasil Nativo – Brasil Alienígena” (1977), que coloca em

questão a noção de origem e identidade nacional, e evoca noções de domesticidade e o lugar

da mulher na família; e com o livro de artista “Encontros” (1974), uma espécie de diário sobre

encontros marcantes em sua vida, reais e imaginários, em que aparece com membros de sua

família direta ou com artistas de referência. O emocionante vídeo de Bill Viola, “The Passing”

(1991, 56’), um dos marcos da narrativa visual do século 20, trata da existência, do ciclo de

vida e morte, e inclui imagens do filho recém-nascido, e da mãe, em suas últimas horas de

vida. A videoinstalação “Mother” (2005, 13’30), de Candice Breitz, em seis canais, é composta

de imagens apropriadas de filmes hollywoodianos, e põe em questão estereótipos. De Charif

Benhelima estarão quatro fotografias e seis pequenos textos da série “Welcome to Belgium”

(1990-1999), e o livro de artista “Semites: The Album” (2003-2005), que evocam sua posição

social de órfão de mãe belga e pai de origem marroquina sefardita, em uma sociedade em que

a discriminação é institucionalizada. Em “Semites, ele combina fotografias de álbuns de família

(sua e de outros), fotografias de arquivo e de documentos de identidade, de pessoas de

origem semita – tanto judeus quanto árabes – fazendo alusão não somente a sua própria

origem, como a noções de identidade cultural, e de memória ou esquecimento. Daniel W.

Coburn mostra nove fotografias de 2014 encenadas por membros de sua família, como forma

de representar os altos e baixos da convivência afetiva. Na videoinstalação “Os Raimundos, os

Severinos e os Franciscos” (1998, 4’, e fotografia colorida), Dias & Riedweg abordam o universo

dos porteiros que trabalham em edifícios da cidade de São Paulo, e tratam da noção de família

em sua relação com a identidade cultural, regional, e a imigração. Fábio Morais, em seu livro

de artista “Foto… Bio… Grafia…” (2002), traz uma imagem fotográfica de uma criança, junto a

um homem que talvez seja seu pai, escavada livro adentro, sendo esvaziada de sua história e

evocando a noção de ausência e perda. Em seu vídeo “Trauma” (2000, 30’), Gillian Wearing –

vencedora do Turner Prize de 1997, e detentora da Ordem do Império Britânico (OBE) – traz

depoimentos sobre abuso acontecido dentro do núcleo familiar, gravado em uma microssala,

que faz alusão a um confessionário. A fotoinstalação “amor e felicidade no casamento” (2007),

de Jonathas de Andrade, põe em questão a noção conservadora de casamento e sua

representação de amor e felicidade. As pinturas “Eu, Theo e a Gruta” (2012) e “Gruta para

mamãe” /”Série Florestas Encantadas” (2010) de Leonora Weissmann mostram sua mãe junto

a uma gruta e um autorretrato com seu filho, então bebê, também junto a uma gruta, em

alusão à nossa gênese, à existência, ao que nos é primitivo. Michel Journiac, referência da arte

corporal e performática francesa, discute as relações afetivas e suas disfunções na série de

fotoperformances “L’inceste (O Incesto”)/”Mère-amante Fils-garçon-amant Fils-voyeur” (Mãe-

amante Filho-menino-amante Filho-voyeur), de 1975, de 1972. O coletivo No olho da rua 1995

> 2015 (Julian Germain, Murilo Godoy, Patricia Azevedo e jovens que vivem nas ruas de Belo

Horizonte) apresenta, em forma de jornal, parte do projeto que desenvolve há vinte anos, com

pessoas em situação de rua, resultando em uma outra noção de família e suas relações

afetivas. Na instalação sonora inédita, feita especialmente para a mostra, Ricardo Basbaum

coordena uma oficina em que o grupo de participantes discute o familiar e o estrangeiro. Em

sua segunda apresentação pública, e a primeira fora da Inglaterra, o filme “RAY” (2015), feito

originalmente em 16mm e transposto para digital HD, Richard Billingham – artista finalista do

Turner Prize de 2001 – usa atores para revisitar a vida cotidiana de seu pai alcoólatra e sua

mãe violenta. Rosana Palazyan apresenta a série de desenhos “… uma história que você nunca

mais esqueceu?” (2000/2002), compostos a partir de relatos de menores internos em

instituição penal no Rio de Janeiro, que abordam suas famílias e situações de violência

doméstica e urbana.   Rosângela Rennó apresenta uma seleção de trabalhos da série “Corpo da

Alma. O Estado do Mundo” (2003), compostos de fotografias apropriadas da imprensa, com

intervenções suas, que mostram pessoas que perderam entes queridos em atos de violência

urbana, além de retratos das próprias vítimas. Santu Mofokeng faz a projeção da série de

fotografias “The Black Photo Album – Look at me”, apropriadas de álbuns de famílias negras

prósperas na África do Sul, no final do XIX e início do XX. Sue Williamson registra no

videorretrato “Better lives” (2003, 3’05), feito inicialmente em 35mm e transferido depois para

DVD, imagens posadas de imigrantes que buscaram uma vida melhor na África do Sul e

deixaram suas famílias para trás.Tracey Rose realiza o vídeo “Just What Is It That Makes

Today’s Children So Different, So Appealing?” (2005/2007), em que crianças encenam, como

em uma brincadeira, situações familiares que lhes são comuns, mas que tratam de violência

doméstica, abuso, assistência social, entre outros temas. Victor Burgin, em seu livro de artista

de 1977, trata de como o modelo capitalista afetou e transformou a família através das novas

relações de trabalho. Zanele Muholi documenta casais de mulheres negras na África do Sul, na

série “Being”, de 2007.

 

 

SOBRE A CURADORA

 

Daniella Géo é curadora independente e crítica residente entre Antuérpia, Bélgica, e Rio de

Janeiro. Doutora e mestre em Estudos cinematográficos e audiovisuais pela Sorbonne

Nouvelle-Paris III. Atualmente, é co-curadora da 4e Biennale de Lubumbashi, RDCongo (2015).

Foi co-curadora da 5e Biennale internationale de la Photographie et des Arts visuels de Liège.

Curadorias recentes incluem as retrospectivas Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-

2012, MAC-USP (até 27 de setembro de 2015),  MON, Curitiba (2013-2014), MAM-Rio (2012);

Charif Benhelima: Polaroid 1998-2012, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba (de 05 de dezembro

de 2015 a 20 de março de 2016), MAC de Niterói (2013). É professora da Escola de Artes

Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, e conferencista convidada do Hoger Instituut voor

Schone Kunsten, Gent, Bélgica. É curadora associada do Artist Pension Trust, NY.

 

 

SEMINÁRIO

 

O seminário, que terá a presença de, propõe gerar um debate sobre as diversas questões

evocadas pelas obras em exposição, sem se limitar às perspectivas do campo das artes visuais.

“Busca, ao contrário, proporcionar um diálogo entre diferentes campos de saber e, assim,

promover um debate amplo sobre problemáticas atuais relativas à família e relacionar

profundamente arte e vida”, explica Daniella Géo.

 

 

De 01 de agosto a 19 de setembro.

Conversa com a artista

08/jul

A Galeria de Arte Mamute, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, convida para a “Conversa com a Artista Patrícia Francisco”, dia 15 de julho, quarta-feira, às 19h. A conversa terá como ponto de partida o processo de criação de “Slide”, sua atual exposição na galeria. Com curadoria de Elaine Tedesco, a mostra apresenta um conjunto de trabalhos que privilegia o uso do vídeo e da fotografia para desenvolver versões do real.

 

 

Sobre a artista

 

Mestrado em Artes – ECA/USP, 2008. Orientação Artística com Carlos Fajardo, São Paulo (2005-2007). Graduada em Artes – IA/ UFRGS. Representada pela Galeria Mamute em Porto Alegre-BR. Artista residente “Programa Internacional de Residências Artísticas”, Fundación ‘ACE, Buenos Aires-AR (2014)  Programa”Obras em Construção”, Casa das Caldeiras, São Paulo-BR (2011). Obras em Coleções: Museu de Arte Contemporânea–MAC (Porto Alegre-BR) Fundação Vera Chaves Barcellos – FVB (Porto Alegre–BR); Videothèque Joaquim Pedro de Andrade – Maison du Brésil – Cité Internationale Universitaire (Paris–FR). Principais Exposições Slide (individual), Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS. (junho/2015) De Longe, de Perto, curadoria Angélica de Moraes, Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS; Sul-Sur 2014, Espacio de Arte Contemporáneo – EAC, Montevideo, Uruguay ; X Muestra Monográfica de Media Art – Festival Internacional de La Imagen, Manizales, Colombia., 4o Prêmio Belvedere Paraty de Arte Contemporânea (Artista Finalista), Casa de Cultura, Paraty/ RJ;10o Salão de Arte Contemporânea, Marília/ SP; (Prêmio Prata Banco Bradesco); A Inventariante, VIDEOAKT 03 –Bienal Internacional de Vídeo Arte, Barcelona/ES; Entre, curadoria Ana Zavadil, MAC RS, Porto Alegre/RS.

 

 

Quando: 15 de julho – 19h – Rua Caldas Júnior, 377, 3º and.

Patrícia Francisco na Mamute

22/jun

A Galeria de Arte Mamute, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, inaugura a exposição “Slide”, da artista Patrícia Francisco. A mostra com curadoria de Elaine Tedesco apresenta um conjunto de trabalhos que privilegia o uso do vídeo e da fotografia para desenvolver versões do real. Patrícia Francisco busca no plano das memórias roteiro para suas criações e explora fotomontagens e fotoperformances para criar séries contaminadas pelo cinema, sobre o futuro decadente da humanidade ou questionamentos sobre os problemas ecológicos na atualidade.

 

 

 

Uma só fotografia não basta

 

 

Patrícia Francisco vem privilegiando em sua produção artística o uso do vídeo para desenvolver versões do real. Há alguns anos cria filmes, documentários autorais nos quais o roteiro é delineado a partir do encontro com o plano das memórias. São filmes que abordam histórias de cegos, lembranças de sua avó, histórias de algumas mulheres ou um diário de sua percepção sobre casas abandonadas na cidade de São Paulo. Em 2012 passou a explorar a fotografia em fotomontagens e fotoperformances para  criar séries contaminadas pelo cinema apresentadas em instalações, como nos trabalhos Eu Como Um Canto; Leonardo; Vetores; Dominó; Antes/ Depois e Sinal Vermelho. Essas séries são o pano de fundo para a exposição na Galeria Mamute, nela expõe conjuntos de fotografias que tematizam a paisagem urbana de duas cidades – Rio de Janeiro e São Paulo. A série Leonardo, exposta na primeira sala, tem como referência um filme de outro autor A Vida de Leonardo da Vinci, de Renato Castelani(1). Tais trabalhos são montados a partir de slides diapositivos. Neles as molduras (dos slides) agem como quadros que contém múltiplos fragmentos do repertório de Leonardo da Vinci – plantas, textos, uma escultura com sua imagem em Milão – misturados a apropriação de imagens e fotografias feitas pela artista em diferentes cidades. Nessas fotomontagens, indo da primeira à terceira, a presença das molduras de slides é mobilizadora da abstração que ganha corpo na medida em que avança do fundo ao primeiro plano. Na mesma sala, em contraponto a esse trabalho, está Antes/ Depois – uma sequencia de diferentes obtenções fotográficas do mesmo objeto, feita ao longo de um mês na praia de Botafogo, RJ., associada a um diálogo ficcional sobre o futuro decadente da humanidade. O assunto do diálogo escrito sobre a imagem narra possíveis transformações que o homem pode vir a ter: – Seremos homúnculos? Pergunta a artista. Já a série Sinal Vermelho, exposta na segunda sala, tem como motivo seus questionamentos sobre os problemas ecológicos na atualidade, nela os opostos beleza e poluição são tratados em um acordo gráfico. Cenas do cartão postal carioca justapostas com imagens em close do lixo que orbita aquela paisagem. A palheta de cores, quase um tom sobre tom (marfim, verde e preto), faz referência a quadros de natureza morta e ao filme O Catador e a Catadora, de Agnés Varda(2). Esse conjunto de obras nos dá a ver tempos e enquadramentos condensados constituindo o material para criação de cenas urbanas e sugerem repensar o futuro.

 

 

Elaine Tedesco

(1) La Vita di Leonardo da Vinci , 1972/ Renato Castellani

(2) Les Glaneurs et la Glaneuse, 2000/Agnes Varda.

 

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Mestrado em Artes – ECA/USP, 2008. Orientação Artística com Carlos Fajardo, São Paulo (2005-2007). Graduada em Artes – IA/ UFRGS. Representada pela Galeria Mamute em Porto Alegre-BR. Artista residente “Programa Internacional de Residências Artísticas”, Fundación ‘ACE, Buenos Aires-AR (2014)  Programa”Obras em Construção”, Casa das Caldeiras, São Paulo-BR (2011). Obras em Coleções: Museu de Arte Contemporânea–MAC (Porto Alegre-BR) Fundação Vera Chaves Barcellos – FVB (Porto Alegre–BR); Videothèque Joaquim Pedro de Andrade – Maison du Brésil – Cité Internationale Universitaire (Paris–FR). Principais Exposições Slide (individual), Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS. (junho/2015) De Longe, de Perto, curadoria Angélica de Moraes, Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS; Sul-Sur 2014, Espacio de Arte Contemporáneo – EAC, Montevideo, Uruguay ; X Muestra Monográfica de Media Art – Festival Internacional de La Imagen, Manizales, Colombia., 4o Prêmio Belvedere Paraty de Arte Contemporânea (Artista Finalista), Casa de Cultura, Paraty/ RJ;10o Salão de Arte Contemporânea, Marília/ SP; (Prêmio Prata Banco Bradesco); A Inventariante, VIDEOAKT 03 –Bienal Internacional de Vídeo Arte, Barcelona/ES; Entre, curadoria Ana Zavadil, MAC RS, Porto Alegre/RS.

 

 

 

Sobre a curadora

 

 

Doutora em Poéticas Visuais pela UFRGS. Participou da 52ª Bienal de Veneza, 2007 e  2ª e 5ª edições da Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 1999 e 2005. Projetos individuais 2014. Wispering, mostra de vídeos no Directors Lounge, durante Residência artística em Berlim a convite do Instituto Goethe Porto Alegre. Curadoria: 2014. Neblina: a fotografia no acervo do MAC RS. Coordena a mostra de vídeos Audiovisual sem Destino, Porto Alegre, RS. Coletivas: 2014. Branco de Forma. Pinacoteca do Instituto de Artes, Porto Alegre. Manifesto, desejo poder e intervenção,  Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 2013. Ninhos e o arquivo agora, Porão do Paço Municipal, Porto Alegre, RS. Fazer e desfazer a Paisagem, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 2012 – Transição, Galeria Leme, São Paulo. 2011- Do atelier ao Cubo Branco, MARGS. Museu Sensível, MARGS, Porto Alegre. 2010 – Residência SAM Art Projects, e exposição Parcours Saint-Germain, Paris, França. Coleções Públicas MARGS RS. MAC RS. MAC Paraná. MAM Bahia. Museu de Arte de Brasília. Museo de Arte Latino Americano de Buenos Aires (MALBA). Casa das 11 Janelas. Fundação Vera Chaves Barcelos.

 

 

 

De 26 de junho a 07 de agosto.

Suzana Queiroga em Portugal

19/jun

A inauguração da exposição “ÁguaAr”, mostra individual da artista brasileira Suzana Queiroga, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), em Guimarães, Portugal, abrange diversas áreas como desenho, vídeo, instalação e documentação. A curadoria é de Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey. O texto crítico recebeu assinatura de Jacqueline Siano e conta com o apoio de DGArtes/Direcção-Geral das Artes (Portugal), uma realização da eRevista Performatus.

 

 

 

De Suzana Queiroga

 

 

Das fronteiras geográficas que incorporam a presença da água e do ar, Suzana Queiroga depara-se com ambos elementos a partir da observação de diferentes cartografias, presenciadas através dos voos/performances em seu balão de ar quente Velofluxo ou através de outras formas de pesquisar o fluxo, o tempo e a continuidade presentes na paisagem como algo em constante movimento. De cima, vemos camadas complexas sobrepostas que se interconectam. Vemos os sistemas de águas como rios, seus afluentes, os oceanos e mares, as correntes e as marés, os sistemas e mapas de ventos, os mapas de voo, as correntes do ar, as nuvens e ainda os códigos gráficos das cidades e das paisagens em geral. Igualmente, podemos contemplar a relação das cartografias com o próprio corpo, com o sistema sanguíneo e com os demais sistemas de circulação, bem como com os nossos corpos em determinadas localidades, habitando e fluindo em diferentes paisagens. A partir de ÁguaAr de Suzana Queiroga, a paisagem renuncia unicamente a sua colocação como um conceito geográfico para tornar-se uma alegoria complexa e inexaurível da existência humana, relacionando a memória e a materialização da mesma em variáveis suportes artísticos que remetem a ambientes vistos e imaginados.

 

 

 

Apresentação de Suzana Queiroga

 

 

A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, apresentada no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas que modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Queiroga é um dos nomes deste núcleo de artistas juntamente com Daniel Senise, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Delson Uchoa, Nuno Ramos, Cristina Canale, entre tantos outros, que alcançaram representatividade e notoriedade nacional e internacional. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Artista inquieta e pesquisadora, seu trabalho se destaca pela inteligência com que articula operações improváveis e radicais e no que se desprende das tradições para se lançar em um campo amplo de possibilidades que permite infinitas configurações. Sua obra, como numa verdadeira rede, articula diferentes meios que se entrecruzam formando um todo poético e contemporâneo. No universo complexo de pluralidades da arte contemporânea, Suzana Queiroga nos propõe vislumbrar o próprio pensamento. A artista se interessa por vários campos do conhecimento no que se dedica a pesquisas filosóficas e cientificas e aciona diversos elementos e domínios da cultura ao mesmo tempo. Sua obra posiciona-se diante do mundo não para produzir simples contemplação, mas para possibilitar ao espectador a imersão em um campo sensorial profundo e num espaço mental no qual a obra se relaciona com o ser, o tempo e os reverbera. Sua obra se vincula ao pensamento seminal de Hélio Oiticica e Ligia Clark, artistas brasileiros fundamentais para a expansão dos espaços plásticos em direção a realidade, por acrescentarem as vivencias sensoriais à experiência artística.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Suzana Queiroga reside e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros. Participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais entre elas: “Matérias do Mundo”, projeto “Arte e Indústria”, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, MAC /USP, São Paulo, Brasil; exposição “Diálogos da Diversidade”, na galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, Vitória, Brasil; participação com vídeos no XXX Fuorifestival, Pesaro, Itália; “Bola na Rede”, curadoria de Fernando Cocchiarale, Funarte/Brasília, Brasília, Brasil; “Nova Escultura Brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Mapas Invisíveis”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Innensichten-Aussensichten” na Alpha Nova-Kulturwerkstatt & Galerie Futura, Berlim, Alemanha; “Plasticidades”, Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina; “Como está você, Geração 80?”, CCBB/RJ, Rio de Janeiro, Brasil; “Ares & Pensares” Esculturas Infláveis, Sesc Belenzinho, São Paulo, Brasil; entre outras. Participou de inúmeras exposições individuais entre elas: “Livro do AR”, projeto “O Grande Campo”, Oi Futuro, curadoria de Alberto Saraiva, Rio de Janeiro, Brasil, 2014; “Prelúdio”, Galeria Siniscalco, Nápolis, Itália, 2014; “Olhos d’Água”, MAC/Niterói, projeto contemplado pelo 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, Niterói, Brasil, em 2013; “Sobre Ilhas e Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “Semeadura de Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “O Grande Azul”, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro Brasil, com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2012; “Open Studio-Suzana Queiroga”, Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria, 2012; “Flutuo por Ti”, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2011; “Velofluxo”, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, Brasil, 2009; “Velofluxo”, CCBB/Brasília (Brasil), com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2008; “Pintura em Campo Ativado”, curadoria de Viviane Matesco, SESC Teresópolis, Brasil, 2005; “Velatura”, Instalação Inflável, Galeria 90, Rio de Janeiro, Brasil, 2005; “In Between”, Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2004; “Tropeços em Paradoxos”, LGC Arte Hoje, Rio de Janeiro, Brasil, 2003; entre outras. E da Bienais 2015, XVIII Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal; 2014, 4ª Bienal del Fin del Mundo, com curadoria de Massimo Scaringela, Mar del Plata, Argentina. Além de residências artísticas como 2014, artista residente da 4ª Bienal del Fin del Mundo, Espacio Unzué, Mar del Plata, Argentina; 2013, artista residente no Instituto Hilda Hilst, Campinas, Brasil; 2012, artista residente na Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria. E nas publicações 2013, foi publicado Olhos D’Água/Suzana Queiroga, de Luiz Guilherme Vergara, Rafael Raddi e Paulo Aureliano da Mata, pela Coletiva Projetos Culturais; 2008, foi publicado Velofluxo/Suzana Queiroga, de Fernando Cocchiaralle, pela Editora Metrópolis Produções Culturais; 2008, foi publicado Suzana Queiroga, de Paulo Sérgio Duarte, com entrevistas a Glória Ferreira, pela Editora Contracapa; 2005, foi publicado o livro Suzana Queiroga, de Viviane Matesco, pela Artviva Editora.

 

 

 

De 20 de junho a 09 de agosto.

Pink lemonade de Cezar Sperinde

17/jun

A Galeria Sancovsky, Pinheiros, São Paulo, SP, inaugura a mostra “pink lemonade”, de Cezar Sperinde com curadoria de Bruno Mendonça. Nesta que é sua primeira exibição individual no Brasil, o artista brasileiro-israelense radicado em Tel Aviv apresenta trabalhos desenvolvidos recentemente em São Paulo, junto a trabalhos anteriores. A exposição “pink lemonade” traz obras em diferentes mídias como instalação, video, fotografia, serigrafia e escultura.

 

 

Cezar Sperinde parte do campo da cultura para abordar questões como identidade e gênero, além de temáticas sócio-políticas e econômicas, mas de forma bastante singular, usando de deboche – uma das principais características de sua produção. Faz parte da mostra o vídeo “Pindorama dancing palm trees” de 2014, trabalho em que o artista instalou nove palmeiras infláveis tipo “bonecão do posto” com nove metros de altura cada uma, entre as colunas de uma construção neoclássica em Londres, onde fica situada a biblioteca da University College London – UCL.

 

 

Bastante interessado por arquitetura, Cezar cria também trabalhos que dialogam de forma direta com o espaço arquitetônico, como um rodapé de mangueira de lâmpadas de Led que será instalado ao redor da galeria.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Cezar Sperinde nasceu em Porto Alegre, RS, em 1981. Vive e trabalha entre Tel Aviv, Londres e São Paulo. Em 2005, emigrou para Tel Aviv, Israel, onde obteve o Bacharelado em Artes Visuais com ênfase em Fotografia pela Bezalel Academy of Arts and Design. Em 2011, na graduação, foi laureado com o prêmio Laureen and Mitchell Presser Award for Excellence in Photography. Em 2012 imigrou novamente, desta vez para a Inglaterra, onde concluiu com mérito o Mestrado em Artes Visuais na renomada Slade School of Fine Arts, UCL, em Londres. Foi premiado ao concluir o mestrado com o Laureen and Mitchell Presser, Arts Directed Grant, New York. Participou de mostras coletivas em espaços institucionais e galerias em Buenos Aires, Tel Aviv, Jerusalém, Oxford, Londres e Istambul. Participou recentemente do projeto Décima residência artística no Red Bull Station, em São Paulo. Possui trabalhos na Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-Rio, RJ.

 

 

 

Até 18 de julho.

Série inédita de Edouard Fraipont

08/mai

O fotógrafo Edouard Fraipont exibe série inédita de trabalhos na 1500 Babilônia, Leme, Rio de Janeiro, RJ. Nesta série, composta por sete imagens e um vídeo, denominada “Redesenhos”, o artista explora o conceito de foto-performance, em parceria com a coreógrafa e bailarina Alexandra Naudet, e propõe figuras redesenhadas pelo movimento do corpo e pela luz que nele incide.

 

Com a união entre fotografia e performance, em “Redesenhos”, Edouard Fraipont atua como responsável pelo movimento da luz, enquanto Alexandra Naudet atua com o movimento do corpo. A intervenção da fotografia não somente registra uma cena, mas redesenha o corpo documentado, ao acumular traços e distintos momentos do movimento, selecionados pela iluminação. “A intenção é transgredir limites do corpo e reapresentar novas figuras como visões de um imaginário fotográfico. O corpo e a luz ‘performam’ paralelamente.”, comenta o fotógrafo.

 

Neste trabalho, Edouard Fraipont se utiliza do recurso da longa exposição dentro de um ambiente escuro, onde o corpo em conjunção com a luz atuam e “desenham” no material fotossensível. Assim, em uma única imagem, o registro do corpo oferece um acúmulo de gestos, sendo que a luz direcionada permite selecionar e subtrair parte desse gestual, a fim de compor o desenho desejado.

 

Outro desdobramento da mostra está no vídeo “Desenho reanimado”, no qual o artista apresenta uma animação de fotografias que trazem novamente movimento às imagens. Nesta obra, Edouard Fraipont contou com a parceria de Muep Etmo, que compôs a trilha sonora. O resultado de toda a série surpreende, ao surgirem personagens que espelham mais intenções do que aspectos próprios do mundo visível.

 

Ao propor uma temática recorrente em sua obra – anteriormente, sendo o próprio artista a atuar para sua câmera, outras vezes modelos ou pessoas que se autorretrataram -, um dos desdobramentos nesta mostra está em trabalhar em parceria com uma coreógrafa e bailarina, alguém que domina a técnica da performance, da expressão do corpo e da coreografia. “Assim consigo expandir as possibilidades de criação, ao desconectar a performance da luz da performance do corpo.”, conclui.

 

 

De 09 de maio a 18 de julho.

Dois na Marsiaj Tempo

24/abr

Eduardo Kac  apresenta “Early Media Works” na Marsiaj Tempo Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Nessa exposição, o visitante poderá conferir os trabalhos inaugurais das experiências do artista em mídias da época, podendo considerar “Early Midia Works”, uma exposição que compreende um importante período histórico na carreira de Eduardo Kac. Serão apresentados 14 trabalhos em papel (desenhos feitos com máquina de escrever, xerox, prints e fax), um holograma, um painel de led, um neon, e um vídeo por telefone.

 

 

 
Trecho do texto de Bernardo Mosqueira

 
“A exposição “Early Media Works” reúne um conjunto de trabalhos de Eduardo Kac desenvolvidos entre 1980 e 1994 e reflete um momento de intensificação do interesse do artista pelas novas tecnologias, os novos meios de comunicação e a cultura que com eles emergia. Em 1982, após a famosa “Interversão” na Praia de Ipanema com ações explosivas de diversos tipos naquele que seria o clímax do Movimento de Arte Pornô, Kac foi aos poucos tendo a sensação de que aqueles trabalhos refletiam e se inscreviam em um contexto muito local, brasileiro. Depois daquele ano, entendendo que a nova cultura seria global, Eduardo foi se empenhando cada vez mais na investigação e experimentação dos meios de comunicação. Com tensão utópica semelhante à do Movimento de Arte Pornô que desejava criar um mundo mais livre, Kac passou a acreditar que o mundo poderia ser reorganizado através do uso livre das tecnologias e que isso traria uma multimidialidade fértil para as relações. Nessa exposição, as obras mais antigas apresentam ainda interesses remanescentes do Movimento de Arte Pornô e os trabalhos mais recentes investigam questões que se tornariam fundamentais para sociedade em que vivemos.”.

 

 

 

A Marsiaj Tempo Galeria abre no mesmo dia a exposição “Noir – a noite na metrópole” com FOTOGRAFIAS CINÉTICAS, clipes de vídeo, realizados entre 2012 e 2015 por Antonio Saggese. O fotógrafo vem captando situações em SP sempre com tomadas noturnas, em uma fotografia alusiva ao cinema “noir”. Tendo recebido o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia promovido pela FUNARTE em 2014 com esse trabalho, um DVD será distribuído gratuitamente na ocasião com 64 fotos cinéticas selecionadas e apresentação de Antonio Fatorelli. A exposição contará com uma projeção principal, com imagens do DVD e 4 monitores que alternarão trabalhos (que não fazem parte do DVD), em vídeos que variam entre 1 e 7 minutos. A exposição será no anexo da Galeria.

 
Antonio Saggese vem realizando exposições nos mais renomados espaços entre Rio e SP há 4 décadas. Sua personalidade inquieta o leva a experimentar sempre novas possibilidades técnicas, trazendo para a fotografia novas abordagens para temas instigantes. Seu trabalho mais recente lida com a fotografia expandida, que nas palavras do fotógrafo significa: “uma fotografia cinética, diversa da cinematografia, em que a cena, pela rarefação ou pela recorrência, resiste ao avançar. Dilatado o corte temporal operado na fotografia, referem-se os fluxos, movimentos sem culminação dramática, bem como a imobilidade dos tempos mortos.” Sem som ambiente, câmera e enquadramentos são fixos. O tempo do evento não é alterado e não há montagem, pois a cena é, quando muito, cortada em seu princípio ou fim. O registro em branco e preto acontece já na câmera, no momento da captura, não na pós-produção.  As imagens são captadas com uma discreta câmera fotográfica portátil.

 
“As fotografias cinéticas testemunham que Saggese permanece fotógrafo, nesse momento transicional de remediação da fotografia pelo vídeo e pelas tecnologias digitais. Um fotógrafo especialmente perceptivo às singularidades do regime temporal contemporâneo – às configurações do tempo complexo, simultâneo e compartilhado em rede”. (Antonio Fatorelli)

 

 

 
Sobre o artista

 
Antonio Saggese fotógrafo e arquiteto. Nascido em São Paulo em 1950 e graduado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Mestre e Doutor em Filosofia – Estética – pela FFLCH-USP. Antônio Saggese inicia carreira como fotógrafo em 1969. Especializou-se em fotografia de móveis e design em Milão como  bolsista do governo italiano. Através da “Triennale di Milano” realiza estágios em estúdios de fotografia na área entre os quais o de Aldo e Marirosa Ballo, Gabriele Basilico e o Studio Azzurro. Assistiu a workshop do Studio Azzurro no Pallazzo Fortuny em Veneza. Trabalhou para as revistas Casa Vogue, Design & Interiores, A&D, ViverBem, Arquitetura e Construção. Sempre desenvolvendo trabalhos artísticos independentes, já expôs no MAM do Rio de Janeiro, SESC Pompéia, Pinacoteca do Estado de SP, MAM de SP, Instituto Tomie Ohtake, Galeria Tempo, entre outros espaços expositivos. Seu trabalho está presente nos acervos do Museu de Arte Moderna de SP, Museu da Imagem e do Som de SP, Museu da Fotografia em Curitiba, Coleção Pirelli/MASP, Coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, além de importantes coleções particulares.

 

 

 
Abertura: 25 de abril.