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AGENDA CULTURAL

Lenora de Barros no MAM-SP

29/mar

 

 

A partir do dia 02 de abril, o MAM-SP, Parque do Ibirapuera, apresenta a instalação “Retromemória” de Lenora de Barros, trabalho desenvolvido especialmente para a Sala de Vidro a convite de Cauê Alves, curador chefe do museu.

A instalação estabelece um diálogo direto com a obra Spider (Aranha), concebida por Louise Bourgeois em 1996, que foi exibida no MAM São Paulo por cerca de 20 anos nesse mesmo espaço.

Em “Retromemória”, as imagens refletidas pelos espelhos junto às palavras escritas com a mão direita e esquerda simultaneamente, são fragmentadas em sílabas impressas em vinil formando a grande aranha de metal, que reflete a memória do local diante do seu diálogo artístico com Louise Bourgeois. O trabalho é composto também por uma instalação sonora que ecoa a voz da própria artista Lenora Barros, proferindo as palavras “memória”, “aranha”, “emaranha” repetidamente. Ao se entrelaçarem, essas palavras produzem novos sons e sentidos como uma teia dominando o espaço. O gráfico e o fonético da palavra se aproximam da dimensão verbivocovisual inventada pelo poeta irlandês James Joyce. O tratamento sonoro é assinado pelo compositor e produtor cultural Cid Campos.

Para o curador-chefe Cauê Alves, “…no momento em que o MAM apresenta em sua programação a segunda geração da arte moderna e a abstração geométrica, Lenora de Barros nos faz pensar sobre as obras que já foram exibidas no museu, nos ajudando a superar as perdas e enfrentar os desafios do presente.”

“A estrutura silábica representa esses fragmentos de memória, e no caso deste trabalho, remete diretamente à memória da Aranha de Louise. A expressão na caligrafia, na projeção de luzes e reflexos, além da dimensão sonora criada, formam essa teia pelo espaço expositivo”, comenta Lenora de Barros.

Guernica em HQ

 

 

A história da destruição de Guernica e da criação de uma das obras de arte mais célebres de todos os tempos

Espanha, 1937. A cidade de Guernica, no norte da Espanha, é assolada por um ataque aéreo sem precedentes.

Este crime de guerra entrará para a história como a primeira vez em que civis foram alvo deliberado de um bombardeio aéreo, e também como a fonte de inspiração para que Pablo Picasso pintasse uma de suas obras mais conhecidas.

Ainda hoje, a cidade basca de Guernica e o quadro de Picasso com o mesmo nome simbolizam as atrocidades da guerra e do fascismo. Este livro dá vida aos personagens deste drama, tão palpitante quanto atual. Tradução de Alexandre Boide. Uma edição L&PM E-books.

 

Sobre os autores

 

Bruno Loth

Bruno Loth nasceu em 1960, na França. Antes de se lançar como quadrinista, trabalhou como ilustrador no mercado publicitário. Estreou nos quadrinhos com a série “Ermo” (2006), publicada por sua própria editora, Libres d’Images, que retraça a Guerra Civil Espanhola por meio das aventuras de um adolescente. Seguiram-se “Mémoires d’un ouvrier: Avant guerre et sous l’Occupation” (2016), “Dolorès” (2016), “Guernica” (2019) e “Viva l’anarchie!: La reencontre de Makhno et Durutti” (2020), todos publicados pela editora francesa Boîte à Bulles. Guernica é sua primeira obra lançada no Brasil.

Corentin Loth

Corentin Loth é colorista, apaixonado por informática e quadrinhos. Trabalhou no último álbum da série “Ermo” (Libre d’Images, 2010), em “John Bost” (2017) e em “Guernica” (2019), publicados pela francesa La Boîte à Bulles. Fez a colorização de “Viva l’anarchie!”, cujo segundo volume foi publicado em 2021, em coedição da La Boîte à Bulles e Libres d’Images.

 

Três eventos

28/mar

 

 

Uma experiência compartilhada: Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo

A partir 29 de março, o público poderá visitar a nova exposição na galeria do Instituto Ling, Porto Alegre, RS. Trata-se de um recorte da “Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo”, resultado do projeto Artista Convidado, em atividade na instituição desde o ano de 2001, sob a coordenação do curador desta mostra, Eduardo Haesbaert, que foi assistente e impressor de Iberê Camargo (1914-1994). Em forma de residência, artistas de projeção nacional e internacional experimentaram a gravura, muitos deles pela primeira vez, e produziram obras inéditas criadas a partir de suas poéticas. A tradução dessa experiência é, agora, compartilhada, numa parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, que apresentam vinte e sete artistas desse acervo, incluindo o próprio Iberê Camargo. As visitas acontecem com ou sem mediação. Em 29 de março, 10h30min.

 

Ciclo de debates

O Museu Depois

Ling aquece Noite dos Museus

No último encontro do ciclo de debates “O Museu Depois: qual será o papel das instituições culturais no pós-pandemia?”, o pesquisador e crítico de arte Paulo Herkenhoff e a diretora do IEAVi e do MACRS, Adriana Boff, serão os convidados para falar sobre as instituições culturais de hoje e amanhã. A mediação será do jornalista cultural Roger Lerina. O bate-papo será aberto ao público, no auditório do Instituto Ling. Para participar, basta fazer um breve cadastro em nosso site. As vagas são limitadas, de acordo com a capacidade do espaço. O encontro faz parte da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”. Outras atividades já estão previstas nosso calendário da instituição. A entrada é sempre gratuita. Em 30 de março, 19h.

 

Guilherme Dable e Ricardo de Carli/Performance Sonora

Dentro da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”, Guilherme Dable e Ricardo de Carli apresentam uma performance sonora inédita. Usando baixo, bateria, sintetizadores e outros objetos, a intervenção foi pensada especialmente para a galeria do Instituto Ling e dialogará com a exposição em cartaz. A atividade será aberta ao público. Para participar, basta fazer um breve cadastro no site do Ling. As vagas são limitadas, de acordo com a capacidade do espaço. O encontro faz parte da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”. Entrada gratuita. 01 de Abril, 20h30min.

Na Gentil Carioca, SP

25/mar

 

A Gentil Carioca, Higienópolis, São Paulo, SP, convida a todes para os últimos dias da exposição “O Perde”, de Renata Lucas, no fim de semana de 26 e 27 de março.

A artista definiu seu campo de ação com a colocação de uma mesa de sinuca num estacionamento desativado na vila. Atualmente fechado, como quase tudo no entorno, o estacionamento se situa no ponto equidistante entre a galeria e o Cemitério da Consolação. A bola que se joga aqui cai também em outra parte: a mesa instalada no estabelecimento ocioso se oferece como divisa entre mundo operante e mundo inoperante, num jogo de vida e morte.

A mostra integra os circuitos SP-Arte Weekend, que nos dias 26 e 27 reúne as principais galerias do Centro e Barra Funda, e “Arte Caminha”, que traça um circuito cultural para ser feito a pé, de Higienópolis à República, materializado através de um mapa impresso que estará disponível para distribuição gratuita nos endereços das galerias participantes. Como parte da programação, Renata Lucas também participa do arte passagem na Praça da República, 177, com uma intervenção na vitrine da loja 7 do Edifício Eiffel.

A artista estará presente na galeria no dia 26, sábado, das 16h às 18h.

 

Adriana Varejão na Pinacoteca do Estado

 

 

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta ”Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas (Adriana Varejão: Sutures, Fissures, Ruins), exposição panorâmica de Adriana Varejão, Rio de Janeiro, 1964. A mostra é a mais abrangente já realizada sobre o trabalho da artista, reunindo, pela primeira vez, um conjunto significativo de mais de 60 obras, desde 1985 até 2022.
O diretor-geral da Pinacoteca de São  Paulo,  Jochen Volz,  assina a curadoria da exposição. A seleção dos trabalhos propõe uma narrativa da obra de Adriana Varejão, uma das artistas brasileiras mais potentes da atualidade, que evidencia a diversidade e a complexidade de sua produção.
Sua obra põe em pauta o exame reiterado e radical da história visual, das tradições iconográficas europeias e das convenções e códigos materiais do fazer artístico ocidental. Desde suas primeiras pinturas barrocas, a superfície da tela nunca é mero suporte; ao contrário, é um elemento essencial da mensagem da pintura. O corte, a rachadura, o talho e a fissura são elementos recorrentes nos trabalhos da artista desde 1992, sem medo da ruptura e da experimentação.
A exposição evidencia essas características e o corpo de obras ocupa 7 salas da Pinacoteca assim como o Octógono. A curadoria inclui desde as primeiras produções, da década de 1980, quando artista ainda estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, como as pinturas ”A praia”, “O fundo do mar” e “O Universo”, todas de 1985, até as recentes pinturas tridimensionais de grande escala da série ”Ruínas de charque”.
Inéditos
Para o Octógono, espaço central da Pinacoteca, serão apresentados 5 trabalhos dessa série. Dois inéditos que foram produzidos especialmente para esta exibição: ”Moedor” (2021) e ”Ruina 22″ (2022). Um terceiro destaque deste conjunto é ”Ruína Brasilis” (2021), generosamente doado pela artista para a coleção da Pinacoteca de São Paulo e esteve em sua última exposição em Nova York no ano passado.
Importante destacar que muitas das obras desta mostra tiveram pouca ou quase nenhuma visibilidade no Brasil, ganhando rumos internacionais quase que imediatamente após a sua realização. É o caso de “Azulejos” (1988), primeiro trabalho em que Varejão usa como referência um painel de azulejaria portuguesa, encontrado no claustro do Convento de São Francisco, em Salvador.
A tela, que pertence a uma coleção europeia, antecede os seus famosos “azulejos” que acabaram se tornando um fio condutor para tantas outras peças, aparecendo como suporte, geometria ou objeto pictórico. Dada a importância desta matéria em sua trajetória, uma das salas da exposição está   dedicada as pinturas influenciadas pela azulejaria portuguesa, entre outras a instalação “Azulejões” (2000) com 27 telas de 100x100cm cada uma.
“O que para mim é latente nesta mostra é a maneira como Adriana Varejão trabalha com a pintura pois, desde o início, ela segue uma direção que vai além da bidimensionalidade da tela, usa elementos que rompem a matéria; são frestas, cortes, vazamentos que descortinam uma situação e dão um novo significado, como por exemplo as “vísceras” e “carnes” que se derramam em muitos dos seus trabalhos”, afirma Jochen Volz.
Dentre as que mais exemplificam essa expansão física da obra para o espaço, são as da série das “3 grandes Línguas”, produzidas em 1998, que serão exibidas lado a lado pela primeira vez: ”Língua com padrão em X”, “Língua com padrão de flor” e “Língua com padrão sinuoso”.
Na exposição, as três Línguas são apresentadas ao lado das pinturas ”Comida” (1992), ”Azulejaria de cozinha com caças variadas” (1995) e ”Azulejaria de cozinha com peixes” (1995), entre outras. Num diálogo potente, o espectador se vê lançado entre o suporte, o fundo e as figuras das pinturas.
Em um dos períodos de relevo da mostra, entre 1992 e 1997, Adriana Varejão se dedicou ao que podemos chamar de uma série de ficções históricas, emprestando novos significados visuais a mapas, paisagens e interiores do passado colonial. Pode-se considerar que essas obras constituem a fase mais figurativa da trajetória da artista. Uma sala da exposição está dedicada a este conjunto de obras, entre elas se destaca a pintura ”Autorretratos coloniais” (1993) e, nela, a artista se apropria das tipologias de representação das “pinturas de castas” da América Espanhola para falar  de assuntos  relacionados à violência  da classificação racial.
A Pinacoteca de São Paulo e a exposição “Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas”  tem patrocínio da Siderúrgica Ternium, maior produtora de aço da América Latina e acionista da Usiminas  na cota Apresenta; B3 e Itaú na Cota Platinum; Mattos Filho e Verde Asset Management na Cota Ouro; Grupo Carrefour Brasil e Ageo na Cota Prata; e Magazine Luiza e Iguatemi na Cota Bronze.
De 26 de março a 01 de 01 de agosto.

Roberto Alban apresenta Adrianne Gallinari

21/mar

 

 

A Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, anuncia a exposição “Adrianne Gallinari: desenho+pintura”, primeira exposição individual da artista na galeria, com abertura no dia 24 de março. Natural de Belo Horizonte, MG, Adrianne Gallinari vive e trabalha entre Salvador, São Paulo e a capital mineira. Em “desenho+pintura”, a artista apresenta um conjunto de vinte e oito pinturas, em diferentes formatos, e um desenho em grande escala, realizado em 2018 e exibido recentemente em São Paulo na Casa de Cultura do Parque. 

Formada pela renomada Escola Guignard, na capital mineira, Gallinari é expoente de uma geração cuja aparição no circuito da arte contemporânea aconteceu ainda na década de 1980, incluindo nomes como os de Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander, Rosangela Rennó, Alexandre da Cunha e outros. A artista integra importantes coleções institucionais como a do Itaú Cultural (São Paulo), Coleção Madeira Corporate Service (Ilha da Madeira, Portugal), Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, Minas Gerais) e Banco de Espanha (Madrid, Espanha).

Ao longo de sua trajetória, teve importantes exposições individuais em espaços como o The Drawing Center, em Nova York e participou de prestigiadas mostras como a Bienal de Pontevedra, com curadoria de Maria de Corral, além de exposições coletivas como Ordenação e Vertigem (curadoria de Agnaldo Farias, CCBB-SP), Desenhos A-Z (curadoria de Adriano Pedrosa) e a exposição paralela à Bienal de São Paulo de 2008 (curadoria de Rodrigo Moura).

Adrianne Gallinari também foi contemplada com prêmios como “Aquisição”, no XXII Salão Nacional de Arte, no Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1991); “Programa de Bolsas para Artistas Jovens Guillermo Kuitca” (Buenos Aires, Argentina, 1997); e “Primeiro Prêmio” na I Bienal Bridgestone Centro Cultural Borges (Buenos Aires, Argentina, 2000).         

Tal como o título da presente exposição, a prática da artista mineira debruça-se, majoritariamente, sobre o desenho e a pintura, explorando as potencialidades e interseções destes suportes artísticos. Ainda em seus anos de formação, Adrianne Gallinari encontrou no desenho a porta de entrada para o aprofundamento de sua obra, através de uma rigorosa e intensiva prática em diferentes suportes, como o papel, tecidos e o próprio espaço arquitetônico.

Foi da extensa prática no campo do desenho que, ainda no início de sua produção, Adrianne Gallinari migra para a pintura, transitando até hoje entre os dois meios com uma singular desenvoltura e apuro técnico. Obra de 2018, o grande desenho presente na exposição consiste em um enorme tecido estendido na parede do espaço expositivo, sobre o qual a artista traceja – numa espécie de ordenamento obsessivo e delicado – pequenos traços em crayon. Ainda que pensado em uma grande escala, o painel revela as minuciosas intenções gráficas da artista, em que as leituras sistematicamente formadas parecem desvelar as próprias imperfeições da parede que a obra esconde. A percepção visual criada, assim, é a de um trabalho laborioso e repetitivo, que investiga a organização do espaço da obra tal como se a artista estivesse esboçando um mapa mental.

Não por coincidência, as ranhuras se assemelham a uma escrita “rasurada” – dos pensamentos que não conseguem se traduzir apenas no plano do papel. E é neste intervalo das rasuras onde surgem formas abstratas, geométricas e visivelmente distintas, tal como atos falhos que se apresentam com mais lucidez do que aquilo que teria sido dito – escrito ou desenhado – conscientemente. Nas palavras do curador Agnaldo Farias, no texto curatorial que acompanha a mostra, “Na obra da artista, o desenho é o seu ponto de partida. Sempre. Mesmo estando circundado por pinturas dotadas de cores suaves e iluminadas, paisagens embaciadas por névoas, ou acesas, recém despertas pelo sol da manhã ou, ainda, resistindo à despedida da luz, quando da chegada da noite, mesmo assim, o desenho fala mais alto, até porque, nessas pinturas, ele também é protagonista.”

Já em suas pinturas, realizadas desde pequenas escalas até formatos médios e grandes, a artista explora diferentes noções e nuances da ideia de paisagem. Temática amplamente explorada ao longo da história da arte, a pintura de paisagem aparece na obra de Gallinari dotada de um léxico que remete, ao mesmo tempo, à tradição destes tipo de pintura quanto a uma radical contemporaneidade.

Suas paisagens situam-se em um campo híbrido entre a figuração e a abstração, através do uso da tinta acrílica e de pinceladas que ora nos revelam montanhas, traços de vegetação e outros elementos típicos do gênero. Os espaçamentos em branco de suas telas valorizam suas escolhas cromáticas, que vem a compor as delicadas figuras e paisagens que pinta, criando uma sensação harmônica entre áreas de respiro e áreas de intenso trabalho sobre a tela.

A artista cria assim um certo sentido de uma totalidade visual, em que toda a superfície da tela compõe este conjunto híbrido entre abstração e figuração: uma justaposição entre planos distintos ao mesmo passo de uma ampla perspectiva unitária entre estes diferentes elementos.

Suas paisagens – frutos da vivência e da memória destes espaços, ao longo de sua vida – revelam a aparição de ramos, árvores, campos e montanhas que dividem o espaço visual com delicadas figuras humanas, gerando um pertencimento entre homem e natureza,  através de um jogo entre aparição e desaparecimento, pintura e também subtração do plano pictórico. Tal aproximação também é realizada a partir do uso de desenhos geométricos semelhantes, permitindo uma potente convergência poética entre todos os elementos que habitam suas pinturas – a um só tempo impactantes e delicadamente articuladas.

A mostra continua até o dia 30 de abril.

Dois livros de artista

 

 

Os livros de artista “…Umas” de Lenora de Barros e “Búfala e Senhora das Plantas” de Rosana Paulino publicados por Familia Editions ganharam lançamentos na livraria Gato Sem Rabo e nessa ocasião houve uma conversa entre Lenora de Barros, Rosana Paulino e Maria Lago, editora da Familia Editions, mediada por Johanna Stein fundadora da Livraria Gato Sem Rabo, Vila Buarque, São Paulo, SP.

As artistas participam da 59ª Bienal de Veneza de 2022 na exposição principal “The Milk Of Dreams” com curadoria de Cecilia Alemani.

O livro de artista “…Umas” é a reprodução fac-similar de uma seleção das colunas experimentais que Lenora de Barros publicou no “Jornal da Tarde” entre 1993 e 1996. O projeto de livro surgiu da colaboração entre Lenora de Barros e a editora Maria Lago como resultado de conversas sobre o desejo da artista de reproduzir e registrar, fora do âmbito do arquivo do jornal, algumas das colunas originais.

O livro “Búfala e Senhora das Plantas” de Rosana Paulino surge do diálogo entre a artista e a editora Maria Lago sobre a relevância do desenho e sua reprodução em publicações em projetos especiais, onde se trata o valor do desenho como obra, não somente como processo.

Beyond van Gogh no Brasil

17/mar

 

Exposição imersiva da obra monumental de Van Gogh chegou a São Paulo, SP, permanecendo em cartaz até 07 de julho no MorumbiShopping, Jardim das Acácias.

Vivida por milhões de pessoas ao redor do mundo, a experiência “Beyond van Gogh” vai mudar a maneira de ver e sentir a genialidade do artista, usando tecnologia de projeção de ponta para criar uma viagem sensorial extraordinária

Neste ano de 2022, em que o Brasil celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o público poderá vivenciar uma exposição multimídia do gênio holandês que é um Patrimônio Mundial da Arte

Ao longo de uma carreira surpreendentemente curta, Vincent van Gogh criou uma obra tão deslumbrante que o passar dos anos somente aumentou sua importância e magnitude. “Beyond van Gogh” é uma viagem envolvente, um misto de luz, arte, cor, música e formas, projetadas no chão e nas paredes, dando ao visitante a sensação de estar dentro das obras do pintor apresentando mais de 300 obras-primas do artista que, livres de molduras, ganham vida, aparecem e desaparecem, fluem por múltiplas superfícies, projetadas no chão e nas paredes que se envolvem em luz, cor e formas para revelar flores, cafés, paisagens.

Em uma enorme instalação moderna, que abraça e acolhe o espectador de todas as idades, as cores e as emoções impressas nas obras de Vincent van Gogh serão apresentadas de uma maneira pop e sensorial, em um pavilhão de mais de 2.000 metros quadrados especialmente construído no estacionamento do piso G4 do MorumbiShopping para abrigar a exposição.

Para isso, a configuração de projeção brilha por meio de 332.000 lumens – que determina a intensidade da luz – de 30 projetores, cada um classificado para 10.000 lumens. Cada projetor, por sua vez, se conecta a um dos 12 computadores com monitores utilizando a premiada tecnologia “Watchout” de várias telas. O sofisticado equipamento utiliza três distribuições completas que ultrapassam 100 amperes com 1000 metros de cabos e mais de 400 metros de estrutura suspensa e 500 metros quadrados de tecidos espalhados por todo o pavilhão, para transformá-lo em uma grande tela móvel. Embalada por uma trilha sonora contemporânea e usando os sonhos, pensamentos e palavras do artista, a exposição leva a uma nova apreciação do trabalho impressionante do gênio holandês.

 

 

Novidade da Gomide&Co

 

 

A galeria Gomide&Co, Jardins, São Paulo, SP, anuncia com grande entusiasmo a representação do artista português Tiago Mestre (1978). Radicado em São Paulo há cerca de doze anos, o artista desenvolve o seu trabalho entre a pintura, a escultura e a instalação, meios pelos quais explora questões que relacionam a sua formação inicial em arquitetura com a discursividade da arte contemporânea.

Valendo-se de materiais diversos, Mestre constrói um universo que responde, através da arte, à dimensão retórica dos projetos arquitetônicos e artísticos da modernidade (e seus desdobramentos em nossos dias). O carácter impreciso (e por vezes ambíguo) das suas esculturas e pinturas nos remetem frequentemente para um olhar que atravessa a relação primordial do homem com a natureza e toda a vasta cultura material que daí surge. Não raro, contudo, o seu trabalho se desdobra em especulações voltadas para as relações tensas – mas sempre lúdicas – entre fundo e forma, superfície e estrutura, possibilitando assim uma alternância constante entre questões relativas à especificidade dos meios artísticos (por vezes técnicas ou funcionais) e um exercício de manutenção da liberdade de uma poética mais ampla que evoca outras práticas (cinema, literatura, música…).

“É na exposição que meu trabalho realmente acontece” – sublinha Tiago Mestre, querendo com isso dizer ser ali que o espaço do ateliê realmente termina, contando que muito do raciocínio do artista se vale dessa organização e edição da obra no espaço de apresentação. A exposição torna-se, em si, uma disciplina.

Tiago Mestre formula os seus “comentários do mundo” a partir de trabalhos que não se fixam em um estilo definitivo – cada projeto pode se inscrever em um campo de pesquisa temática e formal particular. A partir do trabalho dessa mão “não especializada”, mas disponível, o artista visa promover o que chama de “descontinuidade/clivagem do estatuto” da obra, possibilitando uma troca mais livre e intuitiva entre disciplinas artísticas, temporalidades históricas, dispositivos de apresentação e narrativas, em contraponto a uma discursividade mais linear e normalizada.

Quatro artistas

 

 

Quatro artistas, sob a curadoria de Sonia Salcedo del Castillo, inauguram coletiva na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. A partir do dia 24 de março Ana Durães, Ana Luiza Rego, Monica Barki e Nelly Gutmacher expõem seus trabalhos. A coletiva “As – Durães Rego Barki Gutmacher” apresenta pinturas, fotografia e objetos pictóricos no novo espaço da galeria, que dobrou de tamanho e agora ocupa 160m².

Sonia Salcedo del Castillo assinala que:

“No conjunto exposto há uma pulsão léxica, de convivialidade, que é ulterior à retórica feminina. Trata-se de uma dinâmica, possivelmente, legada de experimentações empreendidas entre as décadas de 60-80, da performance ao conceitual, passando pela ideia de objetualidade que nos conduz à percepção de certa carnalidade corpórea, quiçá emprestada da pintura. Sensualidade de corpos, curvas e formas sinuosas, de frestas ambíguas e imagens oníricas… de fragmentos míticos, ancestrais, eróticos, naturais…”.

“Isso se expressa na volúpia da arqueologia escultórica dos objetos de Nelly, na luminosidade pictórica dos planos arbóreos de Durães, na dramaturgia das imagens viris ensaiadas por Barki, na mítica pictural de vazios e cores construída por Rego.”.

 

Sobre as obras e as artistas

A paisagem, a presença de árvores e a natureza integram o campo narrativo que Ana Durães instala nas suas pinturas, fruto de uma pesquisa já realizada há alguns anos. Na coletiva, as pinturas apresentadas fazem parte da grande série “Natureza Alterada”, resultantes de um trabalho realizado a partir da vegetação observada em suas incursões pelo interior do Brasil. Segundo a artista, seria como olhar para o interior com uma visão mais profunda e investigativa.

Segundo Ana Luiza Rego, dentro de um mundo paralisado, no auge da pandemia, um coração acelerado ganhou espaço nas suas telas, como um avatar que viajava por tempos, momentos e espaços poéticos. Ele continua aí, como um pássaro que fugiu da gaiola, percorrendo sentimentos e questionamentos compondo suas “Crônicas do Devaneio”.

Monica Barki descortina o mundo fantasioso dos motéis cariocas. São ao todo três pinturas e uma fotografia da série “Desejo/Arquitetura do Secreto” (2014/2017), com performances realizadas em diversos motéis do Rio de Janeiro. Da Barra da Tijuca a São Gonçalo, passando por Botafogo, Lapa, Glória e Avenida Brasil, a artista frequentou as mais diversas suítes captando imagens com sua câmera. Na maioria das vezes, Barki age como protagonista da obra, elaborando e executando as ações. Ela cria nos quartos uma atmosfera quente, sensual e convidativa, utilizando a superposição de imagens, jogos de espelhos, máscaras, luzes, janelas, objetos eróticos e instrumentos de prazer.

Ao empregar seu próprio corpo para a moldagem inicial em gesso, que depois será transformada em cerâmica, Nelly Gutmacher pesquisa esta linguagem do corpo, linguagem não discursiva. Age um pouco como o médico legista que disseca as partes do corpo para melhor conhecê-lo: seios, ancas, ventre, pele, tímpano, hímen. E não contente em isolar estes fragmentos, recolhe neles, ou com eles, a lingerie, o sutiã, a calcinha, que são atributos de sedução, segunda pele ou corpo. Erotizados pelo corpo, estes objetos-fetiches são arqueologicamente parte dele, portadores de significados. Mais: Nelly pesquisa, no corpo, os símbolos da repressão (ou da libertação): incrustações de chaves e de ornamentos.

De 25 de março a 30 de abril.

 

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