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AGENDA CULTURAL

Exposição de Arjan Martins

26/abr

 

 

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, tem o prazer de apresentar Descompasso Atlântico, de Arjan Martins, a segunda individual do artista na galeria, virtualmente integrada ao Galleries Curate: RHE, que envolve um grupo de galerias contemporâneas de todo o mundo que se reuniram para discutir como navegar pelos novos desafios da atualidade. Como primeiro capítulo desta colaboração, trazemos a exposição que tem como ponto de partida um tema universal e unificador: a água.

 

 

Provocados pelo tema, que a todos une, em Descompasso Atlântico, chegamos a uma seleção de obras que reiteram a navegação do artista por uma história de resistências e refluxos simbólicos, políticos, culturais e existenciais dos negros de ascendência Africana transplantados pela escravidão colonial. Não por acaso, a data de lançamento da exposição, 22 de abril, é a mesma data da chegada dos colonizadores portugueses a Pindorama, ao Monte Pascoal, na Ilha de Vera Cruz, que veio a se tornar o Brasil.

 

 

Paralelamente ao espaço presencial da galeria, como ação externa e pública da mostra, com o apoio da Orla Rio e parceria do Alalaô (uma mobilização artística-política-afetiva, que leva às praias do Rio de Janeiro intervenções, performances e diversas ações artísticas), Arjan Martins transporta para Ipanema as instalações de birutas, expondo aparelhos destinados a indicar a direção dos ventos, que fundem-se as bandeiras marítimas e seus códigos internacionais para transmitir mensagens entre embarcações e portos, que revelam significados específicos e possibilitam ao espectador uma leitura sensível de termos técnicos.

 

 

Em sua poética, Martins prevê a ampla navegação das águas do oceano negro, seja transitando entre períodos históricos, seja viajando entre diferentes latitudes e longitudes. Em suas Birutas, ele relaciona símbolos marítimos com o tráfico de pessoas escravizadas, revelando no nosso dia-a-dia as questões sociais não resolvidas da nossa história.

 

 

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Elizabeth Jobim em Curitiba

 

 

A Simões de Assis, Curitiba, Paraná, apresenta até 12 de junho a exposição “Entre Tempos”, individual de pinturas de Elizabeth Jobim.  Pela primeira vez, Beth traz ao olhar do público uma grande série de trabalhos feitos diretamente com tecido; o material já vinha sendo experimentado em alguns objetos recentes, mas aqui os vemos em escala grande. O linho é o material escolhido e as cores, assim como em suas pinturas, tendem a um tom mais terroso e sóbrio. Essas cores compõem listras e formas poligonais que apelam aos sentidos do espectador – não apenas devido aos seus contrastes inteligentes, mas pela sua materialidade. Estamos diante de pinturas que se apresentam ligeiramente moles aos nossos corpos e, como qualquer tecido, imediatamente parecem nos convidar ao toque. “Entre tempos” contrasta com a fugacidade das terríveis notícias que invadem nossos corpos incessantemente e nos convida a uma velocidade mais lenta na fruição dessa reunião de trabalhos. Em um presente tão tomado por tragédias, essa exposição de Beth Jobim – assim como grande parte de sua pesquisa – é um aceno às sutilezas que perduram no mundo.

 

 

Texto de Raphael Fonseca

 

 

A trajetória de Beth Jobim dentro do campo das artes visuais possui cerca de quatro décadas; sua primeira participação em uma exposição foi em 1982, no Rio de Janeiro. Quando observamos trabalhos de diferentes momentos de sua pesquisa, dois elementos parecem constantes: a pintura e suas relações com o corpo humano.

 

 

No que diz respeito à forma como seus trabalhos costumam ser lidos pelo viés da abstração, prefiro pensar nesta associação mais pelo piscar de olhos do que pela relação monogâmica; prestando atenção em seu percurso, é notável que parte de sua pesquisa se inicia com a imitação do real e se transforma em composições que podem ser interpretadas de forma mais aberta pelo público. Seus trabalhos por vezes se encontram em diálogo com imagens muito precisas – lembro, por exemplo, dos desenhos e pinturas que dialogam com a escultura de Giambologna representando o Rapto das Sabinas ou, ainda melhor, as imagens em que responde ao grupo escultórico do Laocoonte. Todos esses trabalhos são da década de 1980 e trazem, cada um a seu modo, algo que me parece estar presente com diferentes graus de sutileza no olhar da artista: um interesse pela fisicalidade e pelo movimento do corpo humano com seus contornos anticlássicos cheios de veias, rugas e torções.

 

 

Como notou Paulo Sergio Duarte em ensaio sobre seu trabalho[1], se nas pinturas anteriores a essas séries notamos seu interesse pela gestualidade e pela cor da chamada “Geração 80”[2], quando analisamos trabalhos de décadas posteriores novamente percebemos sua atenta observação do mundo – tubos de tinta e pedras portuguesas foram pontos de partida para experimentar diferentes escalas, cores e texturas. Quando esse dado explicitamente figurativo sai de cena, a artista destaca o apelo sensorial de suas composições – desencontros entre diferentes tamanhos de tela, respostas diretas à arquitetura das salas onde expôs, jogos entre diferentes profundidades dentro do mesmo objeto-pintura e até mesmo ocupações espaciais que se dão pelo acúmulo de pequenas pinturas. Nos últimos anos, Beth chega a tirar a pintura das paredes e trazê-la para o centro, tanto em formatos semelhantes a caixas/totens, quanto também em conversas com aquelas pedras que tanto observou.

 

 

Quando vejo os trabalhos reunidos nesta exposição individual da artista, penso que, em verdade, ela dá continuidade a essa experimentação dada pela equação entre pintura e corpo. Aqui, as pinturas a óleo seguem presentes, mas em menor número. Nelas somos convidados a perceber não apenas as frestas entre cores, mas também os momentos em que se opta por um corte na estrutura da tela que faz com que a mesma composição seja dividida por mais de um módulo. Convidando-nos a ficarmos atentos aos detalhes, a artista sugere a diferença entre o branco que separa as cores pintados por suas mãos e aquela linha que também se insere na imagem, mas que se dá a partir de um corte na matéria.

 

 

Pela primeira vez, Beth traz ao olhar do público uma grande série de trabalhos feitos diretamente com tecido; o material já vinha sendo experimentado em alguns objetos recentes, mas aqui os vemos em escala grande. O linho é o material escolhido e as cores, assim como em suas pinturas, tendem a um tom mais terroso e sóbrio. Essas cores compõem listras e formas poligonais que apelam aos sentidos do espectador – não apenas devido aos seus contrastes inteligentes, mas pela sua materialidade. Estamos diante de pinturas que se apresentam ligeiramente moles aos nossos corpos e, como qualquer tecido, imediatamente parecem nos convidar ao toque.

 

 

Há uma presença nessa série que conversa pelo viés da diferença com o uso habitual que a artista faz do rolo em suas pinturas: os pontos de costura. Ao observar os detalhes dessas superfícies, notamos discretas junções que possibilitam tanto que diferentes cores façam parte de uma mesma listra, quanto também que, em outros momentos, o linho abrace a madeira ou o óleo sobre tela. Essa talvez seja uma forma interessante de observar esses trabalhos: abraços longos entre cores que envolvem objetos através do tecido. Isto nos leva a outro dado importante que condiz com a natureza do material: como em qualquer tecido, por mais que haja um esforço por esticá-lo e simular a sua planaridade, sempre podemos notar sua urdidura e pequenas rugas em sua superfície. Eis uma matéria que convida a outra gestão da noção de controle; é importante respeitar a elasticidade e a temporalidade do linho, esse tecido feito milenarmente a partir da planta de mesmo nome.

 

 

“Entre tempos” contrasta com a fugacidade das terríveis notícias que invadem nossos corpos incessantemente e nos convida a uma velocidade mais lenta na fruição dessa reunião de trabalhos. Em um presente tão tomado por tragédias, essa exposição de Beth Jobim – assim como grande parte de sua pesquisa – é um aceno às sutilezas que perduram no mundo.

 

 

Fica o desejo para que, muito em breve, possamos estar reconectados com aquela desaceleração necessária não apenas para dobrar e enlaçar tecidos, mas também para observar os contornos de Laocoonte e as superfícies ao nosso redor.

 

 

[1] DUARTE, Paulo Sérgio. “Pintura plena” in Elizabeth Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2015, págs. 9-51.

 

 

[2] Importante lembrar que a artista participou da célebre exposição “Como vai você, Geração 80?”, em 1984, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e com curadoria de Marcus Lontra, Paulo Roberto Leal e Sandra Magger.

 

 

Festival de Fotografia

19/abr

 

Começa nesta sexta-feira, dia 23, às 19h, a 14ª edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre. Com o tema “Fotografia e Silêncio – Nuvens de Escuta”, o FestFoto POA concentra suas atividades e videoexposições, totalmente online e gratuitas, de 23 a 28 de abril, e segue em maio com leituras de portfólios.

 

 

O primeiro painel do evento tem como convidada Sarah Meister, curadora do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e da exposição “Fotoclubismo: Fotografia Modernista Brasileira, 1946-1964”, que o MoMA inaugura em maio.

 

Panorama da arte contemporânea brasileira

15/abr

 

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro apresenta, a partir do dia 14 de abril de 2021, a exposição inédita “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na coleção Andrea e José Olympio Pereira”, com 119 obras de 68 artistas, pertencentes à magnífica coleção do casal carioca, radicado em São Paulo há mais de 30 anos. Nos últimos anos, Andrea e José Olympio constam na lista publicada anualmente pela prestigiosa revista ARTnews como um dos 200 maiores colecionadores de arte do mundo. O CCBB RJ está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento on-line (eventim.com.br), controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

O conceito desta mostra chama a atenção para a importância do colecionismo no Brasil. “Arte é o alimento da alma, ela amplia o mundo, te leva para lugares, te leva a sonhar. O colecionismo é fundamental, além de sustentar a produção artística, é também uma forma de cuidar das obras, uma grande responsabilidade”, diz o casal, que começou a coleção na década de 1980 de forma despretensiosa, estudando e visitando exposições e leilões de arte. Hoje, possuem cerca de 2.500 obras. “Temos na coleção somente trabalhos com os quais estabelecemos alguma relação. Pode ser uma obra que nos toca ou nos perturba, mas que mexe de alguma forma conosco. Poder expor a coleção é um privilégio para nós. É uma oportunidade de dividir a coleção com o grande público, de rever algumas obras e de vê-las em diálogo com outras, ganhando um novo significado”. O curador Raphael Fonseca foi convidado a pensar uma narrativa para a exposição a partir da coleção. A mostra ocupará as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ a partir de núcleos temáticos, com obras de importantes artistas, de diferentes gerações, cobrindo um arco de 40 anos de arte contemporânea brasileira. A exposição conta com obras em diferentes linguagens, como pintura, instalação, escultura, vídeo e fotografia. “A ideia é que o público veja cada sala como uma exposição diferente e que tenha uma experiência distinta em cada uma delas. Os contrastes e a diversidade da arte brasileira serão visíveis a partir da experiência do espectador”, afirma Raphael Fonseca.

Sem seguir uma ordem cronológica, a exposição traz desde trabalhos produzidos em 1981, como a escultura “Aquário completamente cheio”, de Waltercio Caldas, e a fotografia “Maloca”, de Claudia Andujar, até a pintura “De onde surgem os sonhos” (2021), de Jaider Esbell, mais recente aquisição da coleção. Obras raras, como pinturas de Mira Schendel (1919 -1988), produzidas em 1985, também integram a mostra, que apresenta, ainda, obras pouco vistas publicamente, dos artistas Jorge Guinle, Laura Lima, Marcos Chaves e da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

A exposição será dividida em oito salas, intituladas a partir do nome de obras presentes em cada um dos espaços. “Os trabalhos que dão título às salas norteiam o tema e os demais, criam um diálogo ao redor, sendo alguns mais literais e outros nem tanto”, diz o curador Raphael Fonseca.

Na primeira sala, intitulada “A Coleção”, estará uma única obra: a instalação homônima do artista paulistano Pazé. Feita em adesivo vinilico, ela cobrirá todas as paredes do espaço com a imagem de uma coleção de pinturas, onde, nos diversos quadros, há personagens que olham para os visitantes. A instalação, de 2009, é apresentada de forma inédita na exposição, com novos elementos. “É um trabalho que pensa a coleção, assim como a exposição”, afirma o curador.

A segunda sala, “Coluna de Cinzas”, parte da escultura de Nuno Ramos, de 2010, em madeira e cinzas, medindo 1,87m de altura, para falar sobre o tempo, sobre a morte e sobre a brevidade da vida. Desta forma, no cofre estará o vídeo “O peixe” (2016), de Jonathas de Andrade, sobre uma vila de pescadores onde há o ritual de abraçar os peixes após a pesca, como um rito de passagem. Nesta mesma sala estarão as obras “Isto é uma droga” (1971/2004), de Paulo Bruscky, uma assemblage de caixas de remédio; “Stereodeath” (2002), de Marcos Chaves, composta por fotografia e relógio, e o vídeo “Nanofania” (2003), de Cao Guimarães, em Super 8, onde, cadenciados por uma pianola de brinquedo, pequenos fenômenos acontecem, como a explosão de bolhas de sabão e o salto de moscas.

A terceira sala da exposição é a maior de todas, com 42 obras, e chama-se “Costela de Adão”, inspirada na pintura de Marina Rheingantz, de 2013. “É um núcleo basicamente sobre paisagem, tema que tem bastante destaque na coleção”, afirma o curador Raphael Fonseca. Nesta sala, estão obras de Amelia Toledo, Ana Prata, Brigida Baltar, Claudia Andujar, Daniel Acosta, Daniel Steegmann Mangrané, Efrain de Almeida, Fabio Morais, Jaider Esbell, Janaina Tschape, Jorge Guinle, Leonilson, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Mauro Restife, Paulo Nazareth, Paulo Pasta, Paulo Nimer Pjota, Rodrigo Andrade, Rosana Ricalde, Sandra Cinto, Vania Mignone e Waltercio Caldas.

“War” é a quarta sala, cujo nome vem da obra do artista Rodrigo Matheus, que faz uma alusão ao clássico jogo de estratégia. Esse núcleo traz obras com o tema da violência e conflito, como as pinturas em óleo sobre tela “Azulejaria com incisura vertical” (1999), de Adriana Varejão, e “Caveira” (2007), de Antonio Malta Campos, além da fotografia “Sem título (for sale)”, de 2011, de Paulo Nazareth, do neón “Sex,War & Dance” (2006), de Carmela Gross, da obra “Batalha naval” (2004), também de Rodrigo Matheus, e o “Painel de ferramentas grandes” (2013), de Afonso Tostes.

Seguindo, chega-se à quinta sala, intitulada “Saramandaia”, que é uma escultura em bronze policromado da artista Erika Verzutti, de 2006. “Neste núcleo, é pensando o corpo estranho nas artes visuais, ou seja, o monstro, a mistura entre humano e animal, com um caráter mais surrealista, que podemos encontrar nos desenhos do Cabelo e nas obras da Laura Lima e do Véio”, explica o curador. Nesta sala, estarão 34 obras dos artistas Adriano Costa, Alex Cerveny, Anna Israel, Bruno Novelli, Cabelo, Eduardo Berliner, Erika Verzutti, Gilvan Samico, Ivens Machado, José Bezerra, Laura Lima, Odires Mlázsho, Paulo Monteiro, Tunga, Véio (Cícero Alves dos Santos) e Walmor Corrêa.

Trabalhos que pensam a relação entre documento e ficção, verdade e mentira, estão na sexta sala, “Como se fosse verdade”, cujo nome veio da instalação da dupla Bárbara Wagner e Benjamim de Burca, de 2017, onde retratos de pessoas que passavam por um terminal de ônibus foram transformados em capas de CDs, partindo de um questionário onde esses personagens definiram os cenários, os temas e as expressões que melhor os representariam. Além da instalação, nesta sala também estão obras de Fábio Morais, Iran do Espírito Santo, Laura Lima, Leda Catunda, Leonilson, Maureen Bisilliat, além do trabalho “Carmen Miranda – uma ópera da imagem” (2010), do artista paranaense radicado na Suécia e no Rio de Janeiro, Laércio Redondo, que aborda os problemas da representação do corpo performático de Carmen Miranda, através da obra composta por ripas de madeira, com objetos diversos, e alto-falantes, que transmitem um texto sobre a cantora.

A série de fotos “Blue Tango” (1984/2003), de Miguel Rio Branco, que retrata crianças jogando capoeira, dá nome à sétima sala, cujo tema é o movimento, a dança, “tanto em obras que trazem o corpo quanto na abstração”, ressalta o curador. Neste núcleo também estão obras de Carla Chaim, Emmanuel Nassar, Enrica Bernadelli, Ernesto Neto, Iole de Freitas, Jarbas Lopes, Luciano Figueiredo, Luiz Braga, Dias & Riedweg, Miguel Rio Branco, Mira Schendel e Rodrigo Matheus.

Na oitava e última sala estará a obra “Menos-valia” (2005-2007), da artista Rosângela Rennó, composta por objetos adquiridos na feira Troca-troca, na Praça XV, no Rio de Janeiro. Os objetos foram seccionados de acordo com os respectivos níveis de depreciação no ato da negociação. Desta forma, os objetos mais negociados aparecem multiplicados na obra. “É um trabalho que também pensa o colecionismo, mas de forma oposta da obra de Pazé, que está na primeira sala. Se ali o olhar dele se voltou para o fantasma da tradição da pintura ocidental, o de Rennó se volta para aquilo que é visto como algo a ser reciclado e, talvez, nunca reutilizado. São formas diferentes de se pensar criticamente uma coleção”, diz o curador Raphael Fonseca. A exposição será acompanhada de um catálogo, que será lançado ao longo da mostra.

SOBRE A COLEÇÃO

Com cerca de 2.500 obras, com foco na produção brasileira a partir dos anos 1940 até o momento atual, a coleção Andrea e José Olympio Pereira é uma das mais destacadas do mundo. A visão cultural que o casal tem de sua coleção vai muito além de ceder obras para mostras individuais e coletivas em museus no Brasil e no exterior. Em 2018, com o intuito de não só acondicionar e guardar parte das obras, mas de dar acesso a pessoas, artistas e estudantes de arte, eles alugaram um antigo armazém de café do século XIX e o converteram em um espaço expositivo – o Galpão da Lapa. A proposta é convidar, a cada dois anos, um curador para montar uma exposição a partir das obras da coleção. O casal não costuma adquirir uma só obra de cada artista. “Quando nos interessamos por um artista, gostamos de ter profundidade. Conseguimos entendê-lo melhor desta forma, pois um único trabalho não mostra tudo. É como um livro, no qual não é possível entender a história só com uma página”. José Olympio Pereira contribui para vários museus no Brasil e no exterior, participando dos conselhos dessas instituições. No Brasil, é presidente da Fundação Bienal de São Paulo e participa do conselho do Museu de Arte de Sâo Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Em Nova York, participa do The International Council of The Museum of Modern Art (MoMA); em Londres, do International Council da Tate Modern e, em Paris, do Conselho da Fundação Cartier para a Arte Contemporânea (Fondation Cartier pour l’Art Contemporain). José Olympio também faz parte do Conselho da ONG SOS Mata Atlântica. Andrea participa do conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e é presidente da ONG Americas Amigas, que luta contra o câncer de mama.

SOBRE O CURADOR

Raphael Fonseca é pesquisador da interseção entre curadoria, história da arte, crítica e educação. Doutor em Crítica e História da Arte pela UERJ. Mestre em História da Arte pela UNICAMP. Graduado e licenciado em História da Arte pela UERJ. Trabalhou como curador do MAC Niterói entre 2017 e 2020. Entre suas exposições, destaque para “Vaivém” (CCBB SP, DF, RJ e MG, 2019-2020); “Lost and found” (ICA Singapore, 2019); “Riposatevi – Lucio Costa” (MAC Niterói, 2018); “A vida renasce, sempre – Sonia Gomes” (MAC Niterói, 2018); “Dorminhocos – Pierre Verger” (Caixa Cultural Rio de Janeiro, 2018); “Regina Vater – Oxalá que dê bom tempo” (MAC Niterói, 2017); “Bestiário” (Centro Cultural São Paulo, 2017); “Dura lex sed lex” (Centro Cultural Parque de España, Rosario, Argentina, 2017); “Mais do que araras” (SESC Palladium, Belo Horizonte, 2017), “Quando o tempo aperta” (Palácio das Artes – Belo Horizonte e Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro, 2016); “Reply all” (Grosvenor Gallery, Manchester, Inglaterra, 2016); “Deslize” (Museu de Arte do Rio, 2014), “Água mole, pedra dura” (1a Bienal do Barro, Caruaru, 2014) e “City as a process” (Ural Federal University, II Ural Industrial Biennial, Ekaterinburgo, Rússia, 2012). Recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça de curadoria (2015) e o prêmio de curadoria do Centro Cultural São Paulo (2017). Curador residente do Institute Contemporary Arts Singapore (2019) e da Manchester School of Art (2016). Integrante do comitê curatorial de seleção da Bienal Videobrasil (2019). Jurado do Prêmio Pipa (Brasil, 2019) e do Prêmio Mariano Aguilera (Quito, Equador, 2017). Participante do comitê de indicação do Prêmio Prima (2018 e 2020). Autor convidado para o catálogo da 32ª Bienal de São Paulo (2016).

 

 

Até 26 de Julho.

Angelo Venosa na Galeria Nara Roesler, Rio

 

A Galeria Nara Roesler tem o prazer de anunciar a individual “Quasi”, de Angelo Venosa, em sua sede carioca. A mostra comemora a longa trajetória do artista paulistano radicado no Rio de Janeiro, cujo compromisso com a experimentação não deixa de lado o rigor técnico.

Nessa ocasião, Venosa apresenta trabalhos recentes, criados desde 2018, que expressam e desdobram as principais características de sua prática, entrelaçando formas, materiais e procedimentos do início de sua carreira com preocupações atuais. A grande maioria dos trabalhos foi desenvolvida com madeira, tecido e fibra de vidro. A partir desses materiais, Venosa elabora formas que apontam para a tensão entre o orgânico e o abstrato. Essas peças nos remetem a fósseis, fragmentos ou corpos inteiros de criaturas desconhecidas, fazendo-nos refletir sobre as diferentes temporalidades presentes no mundo, o passado, o presente e o futuro; assim como nos oferece uma reflexão sobre morte e sobrevivência. De fato, suas figuras sempre trazem algo de familiar e de estranho, de palpável, pela sua fisicalidade, e de mistério, por não nos permitir identificar um referente exato.

Radicado no Rio de Janeiro desde meados da década de 1970, Angelo Venosa participou da cena efervescente que ficou conhecida como “Geração 80”. Venosa é um exemplo de que o grupo de criadores que despontou nessa época não desenvolveu trabalhos apenas voltados para a linguagem da pintura, mas que, segundo a crítica de arte e curadora Daniela Name, “tinham em comum o desejo de recuperar a conexão afetiva com a representação e com as imagens, migrando seus interesses políticos para uma esfera subjetiva e íntima, o que coincide com uma ampliação da liberdade narrativa conquistada no período de redemocratização do país.”

A importante trajetória de Angelo Venosa pode ainda ser verificada pela sua presença em coleções privadas e institucionais, como Museu de Arte do Rio (MAR), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), em Madrid; mas também por ocupar o espaço público. A escultura “Baleia” (1989), na praia do Leme, é apenas uma das inúmeras esculturas do artista espalhadas pelo país, dialogando e transformando o ambiente em que se instaura.

O Feminino na Arte Popular

14/abr

 

O Museu do Pontal, Rio de Janeiro, RJ, no próximo dia 19 de abril, às 17h, promove em seus canais no Youtube e Facebook o encontro virtual “Artes e Saberes Femininos na Tradição Popular”, com a presença das ceramistas Ducarmo Barbosa (Minas Novas e Turmalina, Minas) e Socorro Rodrigues (Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco), a ativista cultural e congadeira Sanete Esteves de Sousa (Quilombo Mocó dos Pretos, Berilo, Minas) e o fotógrafo Lori Figueiró (São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro, Minas). A conversa terá mediação da antropóloga e gestora cultural Joana Corrêa (Milho Verde, Serro, Minas).

O evento celebra ainda o lançamento da segunda edição do livro “Mulheres do Vale, substantivo feminino”, de Lori Figueiró, pelo Centro de Cultura Memorial do Vale, no Serro, Minas.

A conversa abordará as vivências das mulheres e os atravessamentos de gênero em contextos de cultura e tradição popular. No Alto do Moura, a arte popular começa como uma tradição masculina a partir da obra do Mestre Vitalino, seguido por nomes como Zé Caboclo – pai de Socorro Rodrigues – e Manuel Eudócio e Manuel Galdino, entre tantos outros. Somente nas gerações seguintes as mulheres passaram a atuar e serem reconhecidas como artistas e ceramistas. Já na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas, a tradição de arte cerâmica nasceu pelas mãos de artistas mulheres, como Dona Isabel Mendes da Cunha, da comunidade Santana do Araçuaí, Ponto dos Volantes, e de Noemisa, de Caraí, entre tantas outras. Lá, ao contrário de Alto do Mouro, foram os homens que se inseriram posteriormente no campo da arte e do artesanato popular. Sanete Esteves de Souza, quilombola, congadeira e gestora de cultura, abordará também os aspectos interseccionais e raciais que perpassam os desafios de ser liderança e artista no campo da cultura popular.

As lives do Museu do Pontal contam com o patrocínio do Instituto Vale, do Itaú e do BNDES por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Dois artistas baianos

12/abr

 

Vírus, cantor e Moxca, artista plástico, lançam single e clipe de “Eu não quero a sua cruz”, “Ira” serve de instrumento de revolução e caminho na faixa que os artistas apresentam pelo selo 999.

Uma espécie de mantra com beats e versos que batem no fundo da alma. O encontro de dois artistas baianos cansados das imposições coloniais. Um videoclipe de pura arte e beleza. Tudo isso tem em “Eu não quero a sua cruz”, single que o cantor Vírus e o artista plástico Moxca, lançam, através do selo 999 em parceria com a Altafonte.

O filme, dirigido pelos dois, nos coloca dentro da mata, vivendo imagens, pinturas e estrofes que sugerem um caminho de cura através da revolução. A música tem instrumental produzido por JLZ trazendo uma mistura dos estilos Jungle e Footwork. “Porém, a estética traz muitas outras influências. Eu ouço e sinto algo bem erudito, algo mais espacial, por isso prefiro denominar como música experimental”, afirma Vírus.

E nessa experiência, a ira tem papel fundamental. “Ela é um subvertido sentimento elevado a dimensões que nos afasta de senti-la e usá-la. Na música enunciamos a ira como reação, revolução e uma das entradas ao processo de cura. Não é sobre ser a melhor aposta, mas a aposta mais forte, já que este sentimento é inegavelmente transformador”, acredita.

Em “Eu não quero ser a sua cruz”, o artista plástico, Moxca experimenta mais de perto uma outra vertente das artes. Ele pensa que fazer música vai além das intenções de expressão. “Imagens e som impressionam e sugerem inúmeras interpretações, principalmente conosco que somos corpos políticos hoje no Brasil. A vontade de fazer música fez dessa arte algo forte, bonito e poderoso”, afirma.”

 

José Figueroa no MAC Niterói

09/abr

 

O MAC Niterói, RJ, apresenta até o dia 02 de abril a mostra “José A. Figueroa Um Autorretrato”, primeira exposição virtual do Mac Niterói. Sucesso em São Paulo e na capital federal, a exposição chega a Niterói em formato inédito para temporada online e gratuita, traz o olhar sensível do fotógrafo cubano, considerado um dos precursores da fotografia conceitual.

 

 

“O mundo virtual e os eventos online trouxeram consigo um grande benefício e permitiram um maior alcance da arte”, comenta Cristina Figueroa, curadora do evento, crítica de arte (Estudio Figueroa – Vives, Havana) e filha de José.

 

 

Conhecido por registros que ilustram questões sociais e políticas de Cuba, Figueroa apresenta, por meio de suas fotografias, um olhar para o povo cubano e para as transformações sociais que mobilizaram o país durante as últimas cinco décadas. “Cuba vive atualmente uma situação política e econômica complexa. Meu trabalho de tantos anos, talvez nos ajude a refletir sobre nossa história e aproximar um público internacional da realidade cubana”, comenta o fotógrafo, que completa 75 anos de idade e carrega mais de 50 anos de carreira.

 

 

O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc na chamada “Retomada Cultural” e ainda contará com uma série de lives relacionadas à exposição. As datas ainda serão divulgadas.

 

 

A mostra, que reúne 69 fotografias, que vão desde a década de 60 até os dias atuais, procura dar visibilidade aos 115 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, restabelecidas em 1906, “Figueroa sempre esteve intimamente ligado à história da fotografia brasileira. Do ponto de vista histórico e documental, seu trabalho tem muitos pontos de contato com outros fotógrafos brasileiros contemporâneos como Walter Firmo, Nair Benedito, Juca Martins, entre outros”, comenta a curadora, que vê a exposição como uma oportunidade de mostrar ao público pela primeira vez a visão sem preconceitos do artista – testemunha ocular, por mais de 50 anos, da realidade e da vida de seu país.

 

“O Museu de Arte Contemporânea de Niterói busca se reinventar neste momento em que vivemos. Trazer para o museu um grande fotógrafo internacional, mesmo que de forma virtual, é nossa contribuição com o processo de difusão da arte e da cultura mundial”, afirma Victor De Wolf, diretor do MAC Niterói.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

José Figueiroa é um dos personagens mais singulares da história fotográfica cubana atual. Sua experiência de vida e as circunstâncias vividas foram o motor de arranque para uma fotografia que fica na memória de todos pela sua capacidade de representar o que não se vê, ou ainda o que não aparece imortalizado em termos de fotografia. A obra de Figueroa vai além do objetivo documental primordial, ela nos sugere um estado de ânimo, um sentimento compartilhado, um fragmento da história pessoal ou coletiva contada, porém, de uma maneira diferente. E é precisamente através das fotografias de Figueroa que pode-se traçar um mapa político, social e cultural de Cuba dos últimos cinquenta anos, sem deixar nada de fora.

 

 

Na década de sessenta, após o triunfo da Revolução cubana ele era muito jovem para participar ativamente da euforia coletiva, mas suficientemente consciente para reconhecer o que estava vivendo um momento histórico e documentá-lo dentro do estrato social ao qual pertencia. Sua experiência acumulada nos Studios Korda, onde trabalhou como assistente, no início da sua vida profissional, lhe permitiu enfrentar este fenômeno com frescor e liberdade. Mais tarde, sua maturidade profissional o levou a trabalhar com cinema e com a imprensa, o que permitiu cobrir numerosos aspectos da realidade nacional e internacional. Suas escolhas pessoais lhe fizeram fincar o pé em Havana e não emigrar (como fizeram muitos fotógrafos de sua geração) motivo pelo qual sua visão da realidade cubana não é fragmentada, mas comprometida, progressiva e crítica.

 

 

Os anos oitenta corresponderam à guerra em Angola. O final desta década foi marcado pela queda do muro de Berlim e pelo início do colapso do sistema socialista europeu que, com a fragmentação da União Soviética, punha fim a uma estrutura política e econômica da qual Cuba dependia. De um dia para outro, o pais entra em uma depressão conhecida como o “Período Especial” e seus efeitos devastadores foram notados tanto na decadência das cidades, em especial Havana, como no desmoronamento moral de seus habitantes. No ano de 2001, a vida o levou para Nova Iorque durante o ataque às torres gêmeas. Cada um destes conflitos testemunhados por ele, tornaram-se imortalizados através da sua câmera e da sua ótica de cubano.

 

 

José A. Figueroa Um Autorretrato Cubano é, sem pretensão, uma breve antologia de sua obra e uma crônica dedicada a todos que desejam entender nossa história complexa e excepcional. Esperamos que esta exposição possa trazer alguma luz desta realidade, longe de lugares comuns e evitando a visão espetacularizada da cidade, tão atrativa aos olhos dos visitantes. Agradecemos ao MAC Niterói por receber a mostra e a LP Arte por permitir mostrar a obra de Figueroa no Brasil. Esperamos que, com esta exposição, mais caminhos possam se abrir para a fotografia cubana e que o público brasileiro possa entender um pouco mais a história de um país através da visão sem preconceito de um dos testemunhos mais sinceros.

 

 

Cristina Figueroa Vives

 

Live da Fundação Iberê Camargo

07/abr

 

Nesta quarta-feira (7), a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, promove mais uma live da série Iberê Renova, sobre arquitetura de museus, acervo e manutenção. O arquiteto responsável pela conservação e manutenção da instituição, Lucas Volpatto, conversa com Renata Galbinski Horowitz. O bate-papo inicia às 19h, pelo instagram @fundacaoibere.

 

 

Arquiteta e especialista em Gestão e Prática de Obras de Restauração do Patrimônio Cultural, Renata foi diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE e superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Rio Grande do Sul.

 

 

O projeto Iberê Renova foi contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc nº 14.017/2020, Edital Sedac nº 10/2020 – Aquisição de Bens e Serviços, para execução do Plano de Gerenciamento de Riscos: aquisição de equipamentos e materiais para modernização do acervo, a fim de atender aos padrões internacionais para salvaguarda, catalogação e exposição de bens museológicos.

 

 

A Fundação Iberê tem o patrocínio de OleoPlan, Itaú, Grupo Gerdau, CMPC – Celulose Riograndense, Vero Banrisul, Lojas Renner, Sulgás, Renner Coatings, Dufrio e Instituto Unimed Rio Grande do Sul, apoio de Unifertil, Dell Tecnologies, DLL Group, Viação Ouro e Prata, Laguetto Hoteis, Nardoni Nasi e Isend, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS e da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal. A exposição “Pardo é Papel” é realizada pelo Instituto Inclusartiz com patrocínio do Grupo PetraGold.

 

Registro: Fayga Ostrower  

29/mar

 

O MAM Rio como as demais entidades culturais do Rio de Janeiro encontra-se com suas atividades paralisadas. Registre-se a inauguração da mostra panorâmica “Fayga Ostrower: formações do avesso”, ocorrida em 20 de março. Com cerca de 60 trabalhos – entre gravuras, aquarelas, desenhos, tecidos e jóias – a exposição explora a pluralidade da produção da artista. O conjunto possibilita um estudo apurado sobre o abstracionismo informal na arte brasileira e o uso das cores na técnica da gravura.

A atuação de Fayga como teórica e educadora também é destacada. A artista conduziu o curso de composição e análise crítica no MAM Rio, onde lecionou entre 1953 e 1969; escreveu diversos livros e artigos sobre criatividade, processo de criação e arte. Trechos de seus textos, publicações e arquivo documental são apresentados no espaço expositivo, estabelecendo correlações entre a prática em educação e sua criação artística.

A curadoria da exposição “Fayga Ostrower: formações do avesso” é um projeto conjunto da equipe curatorial do museu, com Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, e da gerência de Educação e Participação, com Gilson Plano, Daniel Bruno e Shion Lucas. Saiba mais em www.mam.rio

Sobre a artista

Nascida em Lodz, Polônia, em 1920, Fayga Ostrower emigrou para o Brasil em 1934. Estudou artes gráficas na FGV, foi bolsista da Fullbright em Nova York e recebeu numerosos prêmios, inclusive das bienais de São Paulo e de Veneza. Fayga experimentou quase todas as mídias gráficas, incluindo a estamparia. Foi professora no MAM Rio, entre 1953 e 1969; no Spellman College, em Atlanta, nos EUA; na Slade School da Universidade de Londres; em cursos de pós-graduação em várias universidades brasileiras; e lecionou para operários e em centros comunitários. Fayga foi também uma importante pensadora do abstracionismo informal brasileiro e autora de ensaios e livros. A artista faleceu no Rio de Janeiro em 2001. Obras suas integram coleções de museus no Brasil e no exterior.

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