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AGENDA CULTURAL

Tunga no MAR

26/jun

O Museu de Arte do Rio – MAR, sob gestão do Instituto Odeon, abre ao público “Tunga – o rigor da distração”. Tendo como eixo central a produção em desenhos do artista, a mostra reúne cerca de 200 obras, muitas delas inéditas, criadas entre 1975 e 2015. O projeto foi realizado pelos curadores Luisa Duarte e Evandro Salles, diretor cultural do MAR, em parceria com o Instituto Tunga, guardião do conjunto da obra do artista. Esculturas, filmes, fotografias e textos (pensados pelo artista como obras) completam a mostra, que acontece 12 anos depois da última individual do artista no Rio de Janeiro e é a primeira após o seu falecimento, em 2016, na cidade em que escolheu viver.

 

Organizada cronologicamente, a mostra revela que Tunga não era especialista em apenas uma linguagem. “Em Tunga, o desenho era tomado como o seu espaço de elaboração. É a partir deles que, muitas vezes, nascem e se desenvolvem as poéticas fundamentais de sua obra, que depois se expandem para outras mídias, como fotografias, performances, vídeos e textos ficcionais”, conta Evandro Salles.

 

O público poderá acompanhar esse processo ao longo de um percurso que inclui desde trabalhos dos anos 1970, quando já se anunciava o forte vínculo de Tunga com a psicanálise, passando por núcleos que apresentam momentos marcantes da obra, como as séries “Xifópagas Capilares” (1984) e “Semeando Sereias” (1987) e, mais recentemente, as aquarelas “Quase Auroras” (2009). Estarão ainda em exibição uma série de estudos – desenhos que se relacionam com obras escultóricas por vir.

 

Outro aspecto que fica evidente são as parcerias feitas pelo artista ao longo da vida. No vídeo “Resgate” (2001) estão presentes o compositor e poeta Arnaldo Antunes e a coreógrafa Lia Rodrigues. O filme em 16 mm “Heaven Hell’s/Hell’s Heaven” (1999) traz a respiração de Marisa Monte e Arnaldo Antunes como trilha sonora. Já o filme “Nervo de Prata” (1986), por sua vez, é uma parceria com Arthur Omar.

 

A exposição traz também uma cronologia da obra do artista e diversos fragmentos de seu pensamento através de entrevistas em vídeo e trechos de falas inscritos nas paredes. A ideia é promover um encontro do público com a potência do pensamento de Tunga. “São várias as entrevistas nas quais o artista descreve a si mesmo como um clínico geral e teórico. Ou seja, alguém que tinha um programa poético que podia ser desdobrado em inúmeras linguagens – escultura, desenho, performance, filme, texto, etc. Tunga pensava muito bem e de forma muito clara, tanto sobre seu próprio trabalho como sobre a arte em geral. Acho que esse pensamento tem um poder de atração imenso”, comenta Luisa Duarte.

 

Segundo a curadora, o título da exposição, retirado de um escrito do próprio artista, reflete o interesse de Tunga pela aliança entre inconsciente e programa poético: “O rigor da distração condensa uma ideia importante para o artista, qual seja, a de valorizar o que acontece enquanto estamos distraídos ou mesmo dormindo, sonhando – quando o inconsciente emerge – e conectar isso a um rigor, um fazer que possui um programa poético extremamente sofisticado tanto em termos formais quanto em temos conceituais”, finaliza Luisa Duarte.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido em Pernambuco e radicado no Rio de Janeiro, Tunga tornou-se um dos nomes mais importantes de sua geração. Integrou a X Documenta de Kassel, 1997, com curadoria de Catherine David. Tunga também foi o primeiro artista contemporâneo a ter uma obra exposta na pirâmide do Museu do Louvre, Paris, em 2005.

 

 

Abertura: 30 de junho, às 16h.
Performance de música experimental com O Grivo:

sábado, 30, às 17h30 e às 18h.

Domingo, 1º, às 16h30.

 

 

De 30 de junho até o final de novembro.

Recorte contemporâneo

A exposição que está em cartaz no Grande Hall do Santander Cultural, Porto Alegre, RS, denominada “RSXXI – o Rio Grande do Sul Experimental”, recebeu a assinatura de Paulo Herkenhoff na curadoria.

 

A exibição reúne 80 obras de 12 destacados artistas da nova cena contemporânea gaúcha.
Esta exposição, que parte de uma sigla de fácil memória e que provoca curiosidade, “RSXXI”, se propõe a articular a força do processo de criação contemporâneo de artistas locais. Ainda que sem a pretensão de um levantamento completo, a iniciativa se firma como um foro de reconhecimento com um relevante recorte: André Severo, Cristiano Lenhardt, Daniel Escobar, Laura Cattani e Munir Klamt (Ío), Isabel Ramil, Ismael Monticelli, Leandro Machado, Marina Camargo, Michel Zózimo, Rafael Pagatini, Romy Pocztaruk e Xadalu apresentam fotografias, livros, instalações, vídeos, objetos, esculturas, serigrafias e documentos.

 

 

Até 29 de julho.

Sergio Rodrigues no Itaú Cultural

22/jun

A partir de sábado 09 de junho, o Itaú Cultural, Avenida Paulista, São Paulo, SP, apresenta a exposição “SerEstar – Sergio Rodrigues” que homenageia o arquiteto e designer carioca que ganhou fama internacional com a icônica poltrona “Mole”. A mostra se propõe a apresentar outras faces de seu trabalho, muito além da cadeira, que se tornou principal referência quando se fala do designer.

 

Com curadoria de Daniela Thomas, Mari Stockler, Felipe Tassara e Fernando Mendes, a exposição evoca, já em seu título, o essencial do trabalho de Sergio – o estar como elemento inseparável do ser. Toda sua trajetória profissional foi marcada por uma preocupação em criar objetos e espaços para pessoas, priorizando o conforto e o aconchego.

 

Em três pisos do instituto estarão distribuídos móveis, maquetes, desenhos e plantas dos seus mais de 60 anos de carreira, todos conduzidos pela voz do próprio Sergio, através de diferentes trechos de textos, palestras e entrevistas dele fixados nas paredes. Com a descontração que se nota mesmo em um texto escrito, o homenageado encanta ao demonstrar seu cuidado e apreço pela arquitetura e pelo mobiliário genuinamente brasileiros, além de sua paixão por nossas matérias-primas.

 

A exposição se propõe a apresentar a extensão de sua obra e para isso se organiza por espaços temáticos que contemplam diferentes momentos de sua trajetória e produção. No piso -2, são apresentados sua história e sua família – Sergio foi filho do pintor Roberto Rodrigues e sobrinho do dramaturgo Nelson Rodrigues –, sua formação, o interesse pela arquitetura de interiores e o início da carreira.

 

Seguindo a visita, o piso -1 apresenta histórias e estudos de algumas de suas famosas obras de mobiliário, além de exibir as próprias – entre elas as poltronas “Mole” e “Chifruda” e o banco “Mocho”.

 

Por fim, o piso 1 propõe um mergulho no extenso trabalho de Sergio Rodrigues como arquiteto, apresentando o SR2 – seu sistema de casas pré-fabricadas – e as histórias, maquetes e plantas de alguns dos trabalhos que realizou com esse método, como o Iate Clube de Brasília, sua residência e seu escritório.

 

 

De 09 de junho a 05 de agosto.

Tony Camargo no MON

19/jun

O Museu Oscar Niemayer, MON, Curitiba, PR, apresenta na Sala 2, exposição panorâmica de Tony Camargo. “Seleta Crômica e Objetos”, contempla 20 anos de produção do artista reunindo pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos. “Seleta Crômica e Objetos” é acompanhada de catálogo com textos inéditos de Arthur do Carmo e Paulo Herkenhoff.

 

A produção de Tony Camargo sintetiza importantes questões poéticas da arte brasileira produzida a partir dos anos 2000. Conjugando o rigor visual da tradição construtiva com ações performáticas e o humor do gosto popular, o artista trabalha o confronto de sistemas poéticos aparentemente opostos, explorando os limites do espaço e da linguagem pictórica.

 

A cor é o elemento fundamental que alinha uma produção diversa e questiona, entre outros temas, as articulações entre a linguagem controlada das imagens comerciais e a irracionalidade do sujeito no caos mundano. Para o artista, suas fotos e vídeos pertencem a uma atmosfera poética que surge do embate entre o rigor plástico de suas pinturas geométricas de origem construtiva e o caos criativo de suas performances personalistas, diretamente conectadas à imprevisibilidade da vida. O resultado é uma profunda investigação sobre a espacialidade do mundo real.

 

A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, destaca a singularidade da produção que compõe a mostra. “Manipulando formas e cores, Tony Camargo cria uma estética própria, reconhecível nas diferentes linguagens que explora. O Museu Oscar Niemeyer abriga em seu acervo grandes nomes da arte paranaense, e recebe com satisfação o trabalho deste artista contemporâneo do Paraná”.

 

A exposição “Seleta Crômica e Objetos” integra o projeto “Pintura Esférica”, realizado com o apoio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e com incentivo do Banco do Brasil.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1979 no município de Paula Freitas, no Paraná, Tony Camargo concluiu o curso de Artes Visuais na Universidade Federal do Paraná em 2001. Ao longo de 20 anos tem produzido uma obra complexa e diversa, contemplando pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos. Participou de mostras coletivas como a X Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015); PR/BR, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2012); e Nova Arte Nova, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo, 2008 e 2009). Entre suas exposições individuais, destacam-se Novas Planopinturas, na Galeria SIM (Curitiba, 2016); Fotomódulos e Desenhos, na Galeria Casa Triângulo (São Paulo, 2010); e Fotomódulos, no Paço das Artes (São Paulo, 2008). Recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (2012), o Prêmio Rumos Itaú Cultural (2006) e foi nominado para o Prêmio Pipa (2010, 2011 e 2017). Tem peças em coleções como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu Oscar Niemeyer e Museu de Arte do Rio.

 

 

Até 1º de julho.

Fotografias da fé

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Luz, ao lado da estação Tiradentes do Metrô, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Guarda o Círio de Nazaré”, da fotógrafa brasileira Soraya Montanheiro, sob curadoria de Juan Esteves. A mostra apresenta 45 fotografias realizadas a partir de 2013, as quais retratam fiéis envolvidos na liturgia que aproxima a Imagem Original da Nossa Senhora de Nazaré – única de origem amazônica e venerada na basílica do Santuário, em Belém, PA – à Imagem Peregrina, confeccionada no final dos anos 1960 pelo escultor italiano Giácomo Vincenzo Mussner. Na ocasião da abertura da exposição, também será lançado livro de título homônimo, contendo o trabalho completo desenvolvido pela fotógrafa.

 

A atração de Soraya Montanheiro pelo ritual do Círio de Nazaré vai além de sua fé católica e de uma curiosidade por novas histórias.  Desde sua primeira participação no evento, em Belém, ficou fascinada pela ação da Guarda do Círio, evidenciada na organização dos cortejos. “A Guarda da Nossa Senhora de Nazaré é composta por 2.000 homens voluntários, que acompanham a Imagem e trabalham por dias consecutivos durante os festejos do Círio de Nazaré, e pelas cidades que a Imagem é levada. O objetivo do meu trabalho é o registro e pesquisa da atividade desses homens da Guarda de Nazaré”, comenta a fotógrafa. A partir de então, a autora seguiu a Imagem Peregrina por cidades como Rio de Janeiro e Niterói, pela região do Baixo Amazonas – como Terra Santa, Porto Trombetas, Juriti Velho, Óbidos, Santarém e Oriximiná. Por Viana, no Maranhão; Muaná, na Ilha de Marajó; e São José do Rio Preto, em São Paulo. Um caminho sustentado não apenas por sua crença mais pessoal, mas por uma complexa articulação profissional, resultando em uma intimidade com a temática, obtida sistematicamente nestes percursos que representam uma amplitude documental inédita.

 

Ao abordarem uma grande diversidade de expressão religiosa, as imagens concretizam um trabalho de representação documental de uma fé elevada. Nas palavras do curador Juan Esteves: “Estas fotografias, que contornam a inefabilidade, nos trazem a certeza na percepção de que a manifestação perene dos devotos, expressa no culto a Nossa Senhora de Nazaré, nos conduz ao pensamento mais complexo e duradouro da fé cristã no Ocidente”.

 

 

De 28 de junho a 29 de julho.

Laura Lima em Milão

18/jun

A exposição “Cavalo Come Rei”, individual de Laura Lima, é o cartaz da Fondazione Prada em Milão, Itália. A curadoria é de Elvira Dyangani Ose e faz parte do programa Slight Agitation 4/4. O trabalho de Laura Lima é uma tentativa extravagante de distorcer os sentidos que determinam nossa percepção através de três grandes esculturas, cada uma contribuindo para a formulação de uma taxonomia aparentemente absurda.

 

As três obras monumentais que ocupam o espaço da Cisterna se relacionam com a verticalidade do local: Pêndulo”baseado no Pêndulo de Foucault, pendula a obra “Pescador ao Sol”, de Salvador Dali.  “Telescópio”, uma labiríntica estrutura de andaimes, leva o público a dois patamares a 10 metros do chão, onde, no primeiro patamar, têm aulas de astronomia com astrônomos do Cívico Planetário Ulrico Hoepli de Milão, e no segundo patamar, encontram um telescópio apontado para a clarabóia e cegado pela luz do sol. A última obra, “Pássaro”, em co-autoria com o artista Zé Carlos Garcia, mostra um pássaro gigante caído do céu, apenas iluminado pela luz natural do lugar.

 

A intervenção sugere um jogo de xadrez, que acaba por criar um espaço ilusório onde os espectadores são convidados a circular livremente, em uma tentativa de distorcer os nossos sentidos, através de três grandes esculturas. Uma delas é “Pássaro” (2016), feita por Zé Carlos Garcia e Laura Lima, inspirada na série criada pelo artista em 2010. A obra é composta por penas pretas, que lembram as asas de um grande pássaro. Na mostra, o enorme animal que parece ter caído do céu no espaço da exposição por acaso. Zé Carlos Garcia estudou zootecnia e trabalhou com carnaval e, para ele, as obras da série “Pássaros” trazem a questão da brasilidade, sem o clichê do verde e amarelo. Obras inéditas desta série poderão ser vistas no Rio de Janeiro a partir de outubro na exposição individual do artista na Cassia Bomeny Galeria, em Ipanema.

 

Mostras prorrogadas

As exposições “ARRUDA, Victor”, uma retrospectiva da trajetória do artista Victor Arruda, com curadoria de Adolfo Montejo Navas, e “Monolux”, de Vicente de Mello, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, foram prorrogadas até o dia 9 de setembro de 2018, e as exposições “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado, ficam em cartaz até o dia 22 de julho de 2018. “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, foi prorrogada até o dia 12 de agosto de 2018.

 

 

No próximo dia 27 de junho, devido ao jogo do Brasil, o MAM Rio abrirá excepcionalmente às 10h30 e fechará às 14h. A bilheteria será encerrada às 13h30.

 

O MAM Rio está com oito exposições em cartaz nos três andares do icônico prédio modernista projetado por Affonso Reidy (1909-1964). No foyer, o artista Matheus Rocha Pitta faz uma homenagem às vítimas da violência no Rio, com três instalações na exposição “memória menor”, em curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, curadores do Museu. No segundo andar, estão a retrospectiva “Victor Arruda”, com obras emblemáticas do artista nascido em 1947, com curadoria de Adolfo Montejo Navas; “Monolux”, o poético trabalho de Vicente de Mello, com fotografias feitas sem câmera, em que objetos foram colocados diretamente sobre papel fotográfico dentro do laboratório,  com curadoria de Eucanaã Ferraz; “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, que reúne obras feitas a partir da decodificação de três chutes emblemáticos: dois de Pelé, e um de Bruce Lee; e a exposição fotográfica “Escrever com a luz – Vittorio Storaro”, do renomado diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro, com curadoria de Giovanni Storaro. No terceiro andar, o público poderá percorrer um panorama da história da arte moderna e contemporânea, em três exposições com destaques do vasto acervo de mais de 16 mil obras do Museu: 250 trabalhos de cerca de 90 importantes artistas brasileiros e estrangeiros, em “Alucinações à beira Mar”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado.

 

Matheus Rocha Pitta – memória menor
Espaço: Foyer
Até o dia 1º de julho de 2018

 

ARRUDA, Victor
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Vicente de Mello – Monolux  
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Analívia Cordeiro – Chutes Inesquecíveis
Espaço: Segundo andar – 2.3

Até o dia 12 de agosto de 2018

 

 

Escrever com a luz – Vittorio Storaro Período
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Vittorio Storaro Período – Escrever com a luz 
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Estados da abstração no pós – guerra e Guy Brett: A proximidade crítica
Espaço: Terceiro andar – 3.1 e 3.2
Até o dia 22 de julho de 2018

 

Alucinações à beira mar
Espaço: Terceiro andar – 3.3
longa duração

Aline Pascholati em Piracicaba

14/jun

A artista plástica Aline Pascholati exibe “Projeto Quotidiano” exposição inspirada na rotina dos centros urbanos que chega à Piracicaba, São Paulo, SP, na Sala Da Vinci, Centro Cultural Martha Watts.

 

A exposição é composta por uma instalação, uma colagem e vídeos que retratam o cotidiano e o compartilhamento do espaço coletivo urbano. A ideia surgiu da experiência de morar em Paris, devido ao caos da metrópole e a repetição do dia a dia. A reflexão deu origem à tela que dá nome ao projeto e é composta de um fundo branco imaculado e atemporal sobre o qual foram coladas em forma de círculo figuras recortadas de revistas, um material bastante comum.

 

O círculo é uma representação abstrata da imagem antiga do “Ouroboros”, serpente que come o próprio rabo e representa o eterno retorno. Essa colagem também foi a primeira obra que a artista expôs em sua carreira, no Salon Art en Capital – Salon des Indépendants no Grand Palais, em Paris, em 2011. A instalação é uma transposição material em 3D da tela, com objetos reais dos mais diversos cotidianos. Os visitantes poderão participar ativamente da obra, onde será possível deixar objetos que passarão a compor a instalação. A video-instalação propõe uma reflexão sobre a repetição diária e a rapidez do mundo contemporâneo através de imagens de pés caminhando em duas grandes estações de metro, São Paulo (Paulista-Consolação) e Düsseldorf (Hauptbanhof). A escolha de retratar apenas os pés representa o anonimato das grandes cidades e a maneira como somos frequentemente vistos – muitas vezes como números.

 

 

Sobre a artista

 

Artista plástica que também escritora sobre Arte e Cultura, Aline Pascholati, é diplomada em História da Arte pela Université Paris 1 –  Panthéon-Sorbonne, Paris, com grandes exposições e projetos acumulados em sua carreira. Com apenas 27 anos, Aline explora as mais diversas técnicas para se expressar, dentre elas pintura, fotografia, vitral, instalação, ilustração e vídeo arte. Já participou de exposições individuais e coletivas em sete países (Brasil, França, Itália, Eslovênia, Peru, Irã e Síria). Além de criar, a artista também tem seu próprio site sobre arte e cultura, o Artrianon, e um canal no YouTube no qual explica arte de maneira divertida, o Art Insider.

 

 

Até 29 de junho.

O oráculo piedoso de Lanezan

12/jun

Sob o título “Oráculo Piedoso”, a exposição individual do artista Martin Lanezan abre no dia 16 de junho na Galeria Sancovsky com curadoria de Maria Catarina Duncan. A exposição reúne pinturas, esculturas, tecidos, uma instalação inédita e intervenções site-specific. A maioria das obras expostas datam de 2018 e foram produzidas particularmente para a exposição. As obras exibidas sugerem um diálogo sobre diversidade de conhecimento, uma vez que aproximam práticas artísticas manuais como a costura e a pintura a processos ancestrais de oferendas e construção de amuletos. O universo místico e artístico se integram e atravessam constantemente, na série ‘Ponchos’ o artista utiliza de tecidos simples e corriqueiros para costurar paisagens vestíveis que abrigam o corpo dos visitantes e ao mesmo tempo emanam sentidos e memórias do artista. Três peças dessa série são apresentadas de forma instalativa, penduradas em galhos de arvores coletados que se articulam em um equilíbrio de cordas e pesos de pedras e vegetais.

 

A relação entre equilíbrio e desequilíbrio, caos e ordem, delírio e consciência se evidenciam tanto no processo de produção dos trabalhos quanto nas decisões curatoriais. O artista e a curadora desenvolveram um trabalho conjunto por mais de três meses em que se encontravam frequentemente para elaboração da exposição, lendo, escrevendo e produzindo juntos. Esse processo permitiu um acompanhamento mútuo, para que ambos se libertassem da rigidez de suas práticas, resultando na ampliação da produção de Lanezan para além da pintura e a transformação na escrita da curadora que produziu um poema ao invés de um texto curatorial.

 

Partindo do poema ‘La Boca’ de José Watanabe (Laredo, Peru 1945 – 2007) o título “Oráculo Piedoso” se refere a possibilidade de perceber indicações mágicas nos objetos mais corriqueiros, no caso do poema, a boca de um crânio entre-aberta permite que uma criança atinja um nível elevado de compreensão, pela qual ele agradece “a vida cega”. Ao atingir esse estado de agradecimento e lucidez, beira-se a loucura e o absurdo, um oráculo piedoso está contido em tudo, basta nos aproximarmos com atenção. A exposição se propõe a traçar pensamentos cosmológicos ativando processos geológicos como a decomposição, a cristalização e a transformação, para produzir formas de conhecimento que não passam necessariamente pela razão. Na série ‘Colônia’ o artista pinta fungos em processo de putrefação, a decomposição se apresenta como necessária para renovação e ao mesmo tempo se refere a condição migratória do artista. Ao se aproximar do desconhecido interroga-se tudo aquilo que já nos é conhecido.

 
“Nunca houve uma frase clara. A boca
como um oráculo piedoso
travava suas próprias frases diante da criança:
Eu sei agora
E a gradeço a vida cega”

‘La Boca’ de José Watanab

 

Sobre o artista 

 

Nascido em 1982 Madariaga, Província de Buenos Aires, Argentina. Atualmente vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em Artes Visuais com ênfase em Pintura Estudou em UNA (Universidad Nacional de Arte, Argentina). Participou do grupo de estudos de Eduardo Molinari, Gabriel Baggio e Ernesto Ballesteros. Realizou uma serie de exposições individuais, incluindo,“Diário dos últimos dias”, Ruby, BsAs, Arg, 2015; “Cayahuari Yacu”, Casa Fonte, SP, 2014;“Hacer un pozo”, Trillo Sustentable, Misiones, Arg, 2012; “Lo que vive en el monte”, Proyecto A, BsAs, Arg, 2011; “La mitad del Mar”, Sapo Galería, BsAs, Arg, 2010 e“De Ceremonia”, Galería Crimson, BsAs, Arg, 2008. Além de exposições coletivas, como “O maravilhamento das coisas”, Galeria Sancovsky, SP, 2018; “Tristes Trópicos”, Galeria Mezanino, SP, 2017; “End Vehicles: Scketches for later works”, Ferro Strouse Gallery, NY, 2012 e“Tus defectos te hicieron perfecto”, Cobra ; Colección F.D.A.C.M.A, Meridion, 2012, entre outras. Recebeu o prêmio no Barrio Joven ArteBA 2012; primeiro prêmio Projeto A 8 ª edição, 2009.

 

Sobre a curadora 

 

Maria Catarina Duncan nasceu no Rio de Janeiro, atualmente vive em São Paulo. Formada em Culturas Visuais e História da Arte pela Goldsmiths College, University of London (2010 – 2014), desenvolve pesquisas no Centro de Estudos Africanos na FFLCH – USP. Trabalhou como assistente curatorial na 32a Bienal de São Paulo, ‘INCERTEZA VIVA’ (2015 – 2016). Integrou a Equipe curatorial do ‘Pivô Arte e Pesquisa’ (2014-2015) e foi assistente de curadoria, para as exposições ‘Terra Comunal Marina Abramovic’ no Sesc Pompéia (2014), ‘Alter-Heróis’ no MAC – USP Ibirapuera (2014) e “Still Being” do artista Antony Gormley no Centro Cultural Banco do Brasil (2012). Participou das residências artísticas Lastro Travessias Ocultas na Bolivia (2016- 2017) e Lastro Centro América na Guatemala (2015-2016) e foi curadora convidada das exposições “Lastro em Campo – percursos ancestrais e contemporâneos” no SEsc Consolação (2016) e “Travessias Ocultas – Lastro Bolívia” no Sesc Bom Retiro (2018). Assinou a curadoria de exposições ‘Fio Corpo Terra’ no espaço Saracura (RJ), ‘é.é.é’ da artista Manoela Medeiros no projeto Zip’Up e ‘Pai dos Burros’ de Teresa Berlinck e Julio de Paula na Oficina Cultural Oswald de Andrade e no Sesc Rio Preto.

 

 

De 16 de junho até 14 de julho.

Na Silvia Cintra+Box4

“Como vão as coisas” é a primeira exposição individual do artista paulistano Alexandre Canonico no Rio de Janeiro e a galeria que responde por esse lançamento é a Silvia Cintra+Box4, Gávea. O título escolhido reflete exatamente a ideia que permeia todos os trabalhos da mostra e sua pesquisa artística, que é como um material se relaciona em relação a outro no espaço. Arquiteto de formação, Canônico parte sempre de materiais que são facilmente encontrados no nosso cotidiano, mais precisamente em lojas de construção. Arruelas, espumas, barras de ferro, chapas de compensado e areia são o ponto de partida de suas esculturas. O encontro, ou desencontro, entre essas partes é que compõe cada obra. A instalação “Campo”, a maior obra da exposição, ocupa toda a parede do fundo da galeria com grandes arruelas que são cobertas por barras de aço pintadas. As mesmas arruelas estão presentes em dois outros trabalhos, onde elas “percorrem” e desenham em compensados de madeira. Fazem parte da mostra ainda duas séries de gravuras e uma escultura de tubos de aço contorcidos e perfurados.

 

 

Sobre o artista 

 

Alexandre Canonico é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e atualmente vive em Londres onde realiza pós-graduação na Royal Academy. Sua prática é fortemente influenciada pela lógica e estética do desenho arquitetônico e da abstração geométrica. Formalmente, os trabalhos tendem a uma resolução simples e a uma economia de gestos.

 

 

De 13 de junho até 21 de julho.

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