Olá, visitante

AGENDA CULTURAL

art lab na Galeria Marcelo Guarnieri

05/jul

Distribuídos em um quadrado de setenta centímetros, vinte e quatro ponteiros vermelhos giram sem parar. Em outro quadrado de setenta centímetros, giram em tic tac outros vinte e quatro também ponteiros, também vermelhos. São os Relógios para perder a hora de Guto Lacaz, dois dos trabalhos que integram a exposição “art lab”, na Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP. As duas peças formam uma imagem clara do que se apresenta na mostra: objetos animados cumprindo funções absurdas, hipnóticas e humoradas que te convidam para uma dança sem hora pra acabar. O tempo nesta exposição seria algo semelhante ao tempo das crianças, um tempo tomado completamente pela brincadeira, em que a repetição e o delírio se fazem necessários no processo de aprendizagem.

 

Neste caso, uma desaprendizagem, pois aqui adentramos o universo dos objetos que deixaram de ser servos de seu próprio destino: a funcionalidade. Lacaz constrói com tais objetos uma relação tão íntima, que parece ouvir deles os seus desejos mais sórdidos, então retorce os seus sentidos e os liberta da chatice de serem úteis. Em alguns casos o artista vai além, dissecando suas objetidades de tal modo que acabam reduzidos a engrenagens de formas e cores e assim viram coisas: coisas ópticas, cinéticas, elétricas, lunáticas.

 

É o caso de Dauquad cinético, uma espécie de carrossel manipulável formado por quadrados de acrílico coloridos e de superfícies espelhadas que se refletem e projetam cores em diversos ângulos. Ou de Bossa Nova, um conjunto de peças quadradas e brancas que formam um painel também quadrado de dois metros e meio em lento e constante movimento, semelhante ao das ondas do mar. Os títulos dos trabalhos de Lacaz também são algo para se ter em conta, às vezes surgem como contraponto ao que se vê nas obras, às vezes funcionam como chaves de acesso.

 

Tudo o que for produto da criação humana, seja na ciência, na indústria ou na arte, pode virar assunto, em uma abordagem menos celebrativa e talvez mais crítica, certamente bem humorada. Há uma descrença não só pela ideia de progresso científico, mas também pelos grandes símbolos e certezas inventadas pela humanidade. Desse modo, Guto Lacaz convoca em alguns de seus trabalhos elementos clássicos das obras de figuras como Marcel Duchamp e Nam June Paik e os apresenta em novas situações, dando a eles o poder de performar a sua própria existência.

 

Paik Line, trabalho inédito, é constituído por uma torre de televisores modificados. A peça faz referência a Zen for TV, obra de 1963 do artista Nam June Paik, na qual reduz a imagem da tela a um feixe de luz, privando a televisão de sua própria forma e função. O desenho gerado pela linha que atravessa uma extremidade à outra do visor e a posição vertical do aparelho remetem a uma estrutura totêmica, reforçando o caráter contemplativo e imersivo da TV, agora de um jeito anormal. A partir daí Lacaz exagera e multiplica essa ação por seis, construindo um grande totem de mais de dois metros.

 

Em art lab tudo se movimenta e ainda que em curto-circuito, nos movimentamos também. A exposição é a primeira individual de Guto Lacaz na unidade São Paulo da Galeria Marcelo Guarnieri e marca os 40 anos de produção do artista. “Pra mim arte é energia. Importante distinguir arte de obra de arte. Arte é o que está entre a obra de arte e o espectador, algo meio fluido, um plasma. É isso que eu acho que é energia, quando você passa por uma obra de arte e essa obra te capta, é pura energia o que está acontecendo entre você e a obra de arte.”, conclui Guto.
 

Sobre o artista

 

Guto Lacaz, nasceu em
1948. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Artista multimídia, arquiteto, designer e cenógrafo, Guto Lacaz vem investigando, desde fins dos anos 70, as possibilidades da arte, da ciência e da tecnologia a partir de uma aproximação com os objetos de uso cotidiano. Bem humoradas e às vezes absurdas, suas obras buscam desestabilizar comportamentos e leituras automáticas comuns em nossa interação com a materialidade e a espacialidade. Sempre interessado na relação com o espectador, desenvolve seu trabalho em desenhos, objetos, performances, ilustrações, livros, instalações e intervenções em espaços públicos. Guto inventa um mundo torto e maravilhoso onde um batalhão de aspiradores de pó mantém bolas de isopor suspensas no ar e onde cadeiras enfileiradas de um auditório vazio flutuam silenciosas sobre as águas de um lago. Em 2017 ganhou o prêmio APCA na categoria “Fronteiras da Arquitetura”.

 

Membro da Alliance Graphic Internationalle  – AGI. Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José dos Campos em 1974. Em 1995 ganha a bolsa Gugenheim. Entre suas principais exposições individuais, intervenções urbanas e obras públicas, destacam-se: As Quatro Revoluções Industriais – 15 painéis na Av Paulista (2018); Adoraroda. Largo da Batata, Mostra 3M de Arte, São Paulo (2017); Ondas d’água. Sesc Belenzinho, São Paulo (2011); Eletro Livros. Maria Antonia USP, São Paulo (2012); Maquetes Reunidas. Capela do Morumbi – DPH, São Paulo (2008); Garoa Modernista e Pinacotrens. Octógono, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2005); Recortes. Paço Imperial do Rio de Janeiro (1994); Periscópio. Arte Cidade II, São Paulo (1994); Auditório para Questões Delicadas – Lago do Ibirapuera, São Paulo (1989). Entre suas principais exposições coletivas, destacam-se: YOYO, tudo que vai volta. SESC Belenzinho, São Paulo (2018); Situações: a Instalação no Acervo da Pinacoteca do Estado, São Paulo (2017); As Margens dos Mares. SESC Pinheiros, São Paulo (2015); Invento | As Revoluções que nos Inventaram. Pavilhão da Oca – Parque Ibirapuera, São Paulo (2015); Diálogos com Palatnik. MAM-SP (2014); III Bienal da Bahia (2014); Trajetória da Luz na Arte Brasileira. Itaú Cultural, São Paulo (2001); 95 Gwangju Biennale, Coreia do Sul (1995); Brazil Projects, PS1 New York (1988); Modernidade – Arte Brasileira no século XX. MAM-SP (1988); A Trama do Gosto – Um Outro Olhar sobre o Cotidiano. Fundação Bienal, São Paulo (1987); 18ª Bienal Internacional de São Paulo (1985); Primeira Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado. MIS, São Paulo (1978).

 

 

Até 21 de julho

Curadoria na IDA

04/jul

A IDA – Feira de Design do Rio ganha novo formato esse ano, o que vai possibilitar mais visibilidade ao segmento de design e integração com outros programas da ArtRio. O  evento, que acontece de 26 a 30 de setembro, na Marina da Glória, terá curadoria de Renato Tomasi.

 

Com a participação de galerias e estúdios de design, além de designers independentes, a IDA vai dar destaque para o design nacional, a utilização de matéria prima genuinamente brasileira, e o processo de desenvolvimento onde as peças são definidas não apenas pelo senso estético, mas por sua relevância dentro do projeto como um todo e sua usabilidade. Muitas das peças apresentadas na IDA são seriadas e, assim, colecionáveis.

 

O espaço ocupado pela IDA será contíguo ao programa Brasil Contemporâneo, que estreia na ArtRio em 2018. O programa é dedicado a galerias fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, com a apresentação dos artistas que representam. Dessa forma, além de destacar o trabalho de artistas e designers brasileiros, será possível a leitura de como arte e design se complementam e conectam.

 

 

Sobre Renato Tomasi

 

Produtor cultural e curador, Renato Tomasi criou, em 2014, a semana de design de Belo Horizonte – a DMAIS Design. O evento é reconhecido como um dos mais importantes do cenário no país.

 

 

Sobre a ArtRio 2018

 

Reconhecida como uma das mais importantes feiras de arte, a ArtRio se destaca pelos bons resultados alcançados pelos galeristas que participam no evento. Além de receber importantes colecionadores e curadores brasileiros e internacionais, a feira desenvolve um importante trabalho de estimular o crescimento de um novo público através do acesso à cultura. O evento faz parte do calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

 

Além da presença dos nomes de forte relevância já estabelecidos no segmento, a ArtRio possui como foco também apresentar novas galerias e jovens artistas, grandes apostas para o mercado de arte, trazendo frescor e inovação à feira.

 

O Imaginário da Arte

A Mul.ti.plo Espaço de Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, reúne edições de artistas estrangeiros. Sendo a primeira galeria a trazer para o Rio obras múltiplas e gravuras de reconhecidos artistas plásticos estrangeiros, a galeria volta a eles em sua nova exposição. A coletiva “O Imaginário da Arte” fica em cartaz de 20 de junho a 28 de julho e traz um conjunto de trabalhos realizados por vários desses artistas: Antoni Tàpies, Christo, Carlos Cruz-Diez, Ed Ruscha, Georg Baselitz, Jannis Kounellis, Jaume Plensa, José Pedro Croft, Leon Ferrari, Luis Tomasello, Regina Giménez Ross Bleckner, Helen Frankenthaler, para citar alguns.

 

– Trata-se de um campo ampliado que, a um só tempo, afirma a singularidade de cada obra, bem como o universal caráter adimensional da arte, portanto, o despropósito de impor fronteiras a ela. Sendo de todos, também é nossa – diz Maneco Muller, sócio da galeria. – A mostra não tem a pretensão de ser um recorte curatorial, mas simplesmente apresentar estas realizações de elevada voltagem poética.

 

A exposição que apresenta cerca de 20 obras do acervo da galeria não é uma retrospectiva. Mas, de certa forma, conta um pouco da trajetória de uma das atividades que a galeria vem desempenhando durante estes sete anos e meio de sua existência.

Cidades invisíveis de Luiz Martins

O Museu de Arte Sacra de São Paulo -MAS-SP, Estação Tiradentes, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, inaugura “Cidades Invisíveis”, do artista plástico brasileiro Luiz Martins, sob curadoria de Ian Duarte Lucas. A mostra – formada por esculturas, fotografias e vídeos – elege o tempo presente, mesmo que instantâneo, como tema, e se desenvolve a partir do livro homônimo de Ítalo Calvino. Atento à passagem do tempo – em especial acerca de como o indivíduo se relaciona com seus entornos privado e coletivo -, o artista busca, nesta produção, uma poética dentro da relação homem – cidade, considerando vestígios esquecidos pelas ruas.

 

A cidade é cenário para importantes manifestações humanas, que se desdobram em suas entranhas. “Em constante mutação, o homem se insere neste novelo de passagem: passagem do tempo, que tudo transforma, e cria novos significados na memória de quem habita a cidade. E essa poética se manifesta pelos objetos que o homem cria e utiliza em suas mais diversas atividades”, comenta o curador. Em “Cidades Invisíveis”, Luiz Martinsutiliza a linguagem tridimensional para abordar o espaço e suas novas possibilidades territoriais, restaurando e ressignificando o cotidiano pela aplicação do conceito de “semióforo” em objetos e fragmentos, os quais perdem o status de “coisa” e passam a transmitir energia e força afetiva. Nas palavras de José Carlos Marçal de Barros, diretor executivo do MAS-SP: “Na mostra, Luiz Martins nos mostra as cidades que não vemos, nos conduz a pensar no que existe por traz da máscara arquitetônica de grandescidades nas quais vivemos e que, na realidade, não conhecemos. Sentimentos, paixões, alegrias e tristezas, emoções que poucas vezes afloram à vista do público”.

 

Ao se deparar com a presente exposição, espera-se que o espectador entenda a potencialidade de cada objeto, os quais representam, em suma, os reflexos do drama interior do homem em sociedade. Espera-se que sentimentos da individualidade contemporânea se tornem visíveis através deste processo mental. Nos dizeres do curador: “O homem, enquanto um ser artista, é antes de tudo um ser sociável: se expressa na construção de diferentes diálogos com o seu tempo, a sociedade em que se insere, e consigo mesmo. Materializar esta expressão na forma da obra de arte é a maneira mais sublime de contemplar a fugacidade destas relações. O esquecimento desfigura os vestígios que o homem produz, e cabe ao artista revelar a poética destes objetos, por meio de sua sensibilidade, ao perceber algo latente e revelador nas coisas mais simples do cotidiano, memórias de uma vida que o tempo implacavelmente apagou”.

 

 

Sobre o museu

 

Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Sacra de São Pauloé uma das mais importantes instituições do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulopassou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulodetém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

Exposição de Suzana Queiroga

03/jul

No dia 05 de julho, Cassia Bomeny Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura exposição individual da artista plástica Suzana Queiroga, totalmente dedicada à pintura. Com curadoria de Fernando Cocchiarale, curador do MAM Rio, serão apresentados cerca de quinze trabalhos inéditos, que tratam do cromatismo, da propagação de luz e remetem à ideia de infinito e continuidade, em um desdobramento da pesquisa da artista sobre os fluxos.

 

A exposição terá pinturas em tamanhos variados, que vão desde 40cmX40cm até 1,20mX2,40cm. A palheta de cores passa pelo azul, pelo verde e pelo violeta. São cores ligadas  imenso, aos grandes espaços como o céu e o mar, e as relaciono com a ideia de infinito”, explica Suzana Queiroga. Artista multimídia, ela sempre produziu em todos os suportes, como pintura, desenho, vídeo e instalação, mas há sete anos não fazia uma exposição somente de pinturas.Eu comecei minha trajetória artística pintando e nunca deixei de pintar. Estava devendo a mim e ao Rio de Janeiro uma exposição dedicada exclusivamente àpintura, conta.

 

 

“Conforme as anotações da própria artista, é possível concluir que sob as notáveis transformações experimentadas por sua pintura permanece, alinhavando-as, a diferença alternativa de sua fatura luminosa em relação à fatura matérica que frequentemente marcou a  produção daqueles que promoveram a retomada da pintura na década de 1980”, ressalta o curador Fernando Cocchiarale. 

 

 

Há 10 anos a artista pesquisa a questão do fluxo e do tempo. Em sua recente exposição no Paço Imperial, realizada de março a maio deste ano, essas questões se desenvolveram muito ligadas à cartografia das cidades e à paisagem. Nos trabalhos que serão apresentados na exposição na Cassia Bomeny Galeria, a questão dos fluxos continua presente, mas se desenvolve de outra forma, como passagens de tempo e propagações de luz. Nas pinturas, feitas em tinta a óleo ou em tinta acrílica, estão presentes feixes de luz, que parecem “correr no espaço, como uma fotografia do instante”. Há também obras ligadas à questão do infinito, como as formas se subdividem, dando a ideia de que podem continuar se dividindo infinitamente.

 

 

Todos os trabalhos são inéditos, mas as ideias já existem há muito tempo na cabeça da artista, sem terem sido desenvolvidas. As ideias para esses trabalhos estão presentes no meu sketbook desde 2004. Uso o caderno como um lugar de pensamento, sem barreiras ou travos, sem comprometimento com um projeto, de maneira orgânica, no cotidiano, diz Suzana Queiroga, que afirma, ainda, que as questões presentes no caderno muitas vezes são resolvidas anos depois, em trabalhos em diferentes suportes. Quando resolve que é hora de tirar essas questões do caderno, a artista faz um pequeno estudo, que serve apenas de base, mas a pintura é feita diretamente na tela:“é lá que resolvo as questões da pintura, afirma.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Suzana Queiroga nasceu em 1961 no Rio de Janeiro, atua nas artes plásticas desde a década de 1980 e suas poéticas atravessam a ideia de fluxo e tempo. Traz à tona questões da expansão da pintura e do plano dialogando com diversos meios, entre os quais instalações, performances, infláveis, audiovisual e escultura. Participou de importantes exposições, no Brasil e no exterior, como “Miradouro”, no Paço Imperial (2018), “ÁguaAr”, no Centro para Assuntos de Arte e Arquitetura, em Guimarães, Portugal (2015), onde também foi artista residente e a individual “Prelúdio”, na Galeria Siniscalco, em Nápolis (2014); realizou uma individual para o Projeto Ver e Sentir do Museu Nacional de Belas Artes (2017). Acumulou cerca de 12 prêmios como o Prêmio de Aquisição na XVIII Bienal de Cerveira, em Portugal (2015); 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte para aquisição de acervos (2012), pelo qual apresentou a individual “Olhos d’Água no Museu Nacional de Arte Contemporânea de Niterói no ano seguinte; o I Prêmio Nacional de Projéteis de Arte Contemporânea/Funarte (2005) e a bolsa RIOARTE (1999). Foi também finalista do 6º Prêmio Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, cuja coletiva aconteceu no Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia (2017). Foi artista residente na Akademia der Bildenden der Künste Wien, na Áustria (2012), no Instituto Hilda Hilst, em São Paulo (2012), na IV Bienal del Fin del Mundo, na Argentina (2014), entre outros.

 

 

 

 

Sobre a galeria

 

 

Cassia Bomeny Galeria (antiga Um Galeria) foi inaugurada em dezembro de 2015, com o objetivo de apresentar arte contemporânea, expondo artistas brasileiros e internacionais. A galeria trabalha em parceria com curadores convidados, procurando elaborar um programa de exposições diversificado. Tendo como característica principal oferecer obras únicas, associadas a obras múltiplas, sobretudo quando reforçarem seu sentido e sua compreensão. Explorando vários suportes – gravura, objetos tridimensionais, escultura, fotografia e videoarte.

 

Com esse princípio, a galeria estimula a expansão do colecionismo, com base em condições de aquisição, bastante favoráveis ao público. Viabilizando o acesso às obras de artistas consagrados, aproximando-se e alcançando um novo público de colecionadores em potencial. A galeria também abre suas portas para parcerias internacionais, com o desejo de expandir seu público, atingindo um novo apreciador de arte contemporânea, estimulando o intercâmbio artístico do Brasil com o mundo.

 

 

 

De 05 de julho a 15 de agosto.

Porfírio Valladares na Bergamin & Gomide

Abertura da exposição “ (i) móveis “ por Porfírio Valladares na Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP. A exposição é composta por 17 projetos do arquiteto de Minas Gerais, feitos em madeira pelo marceneiro Zé Dias.

 

As peças handcrafted são miniaturas de estilos arquitetônicos que incorporam um duplo significado: ambos são móveis-modelo e escultura-modelo. Por meio destes objetos, Porfírio cria uma analogia entre as gavetas e a habitação urbana e a vida em grandes cidades. Texturas e tons de sulcos, cortes e articulações da madeira, os elementos abertos e acabamento perfeito revelam a poética de obras utilitárias, que trazem à mente edifícios anônimos cujo estilo arquitetônico é considerado “comum”.

 

“Eu sempre gostei de gavetas e acho um conforto em saber que os objetos que eu cuido estão escondidos nas gavetas, protegidos dos olhos curiosos”, afirma Porfírio Valladares.

 

O conceito da exposição reflete Porfírio mal-estar com habitação em grandes cidades. O título, (i) móveis, parece provocante a mim porque trata da idéia da mobília (móveis)- desde que são todas as caixas das gavetas na extremidade e também com os bens imobiliários (imóveis) lançados pelos construtores que colocam geralmente mock-ups dos edifícios a construção em suas vendas, stands, a fim de seduzir potenciais compradores. O arquiteto explica que há um certo desconforto em sua percepção, “esta coisa de ver apartamentos como gavetas, com as pessoas mantidas e empilhadas nos apartamentos/gavetas de edifícios estranhos, em acordos que se tornam cada vez mais bizarros a cada dia, que compõem as cidades em que vivemos.”

 

A exposição mostra madeiras de alta qualidade e presta homenagem ao trabalho dos marceneiros, que estão se tornando cada vez mais raros. A parceria de mais de 35 anos entre Porfírio e Zé Dias resultou nas obras mostradas em “ (i) móveis ”.

 

 

 

Até 04 de agosto.

IMS – SP exibe Seydou Keïta

28/jun

O Instituto Moreira Salles, Avenida Paulista, exibe a extraordinária coleção de fotografias do malinês Seydou Keïta. Ao longo de sua carreira, Seydou Keïta (1921-2001) produziu inúmeros retratos dos habitantes de seu país. Em seu estúdio, localizado perto da estação ferroviária de Bamako, registrava as expressões, os vestuários e os gostos dos visitantes que passavam por lá. Realizadas entre 1948 e 1962, suas imagens também mostram um período de transformação no Mali, quando o país caminhava rumo à sua independência, em 1960.

 

A exposição apresenta 130 obras do fotógrafo, considerado um dos precursores dos retratos de estúdio na África. A curadoria é de Jacques Leenhardt, diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, e Samuel Titan Jr., coordenador executivo cultural do IMS.

 

A mostra, um recorte da extensa produção do fotógrafo, inclui 48 tiragens vintage, em formato de  18 x 13 cm, ampliadas e comercializadas pelo próprio Keïta em Bamako, nenhuma delas jamais mostrada no Brasil. As demais 88 obras são fotografias ampliadas na França, sob a supervisão de Keïta, ao longo da década de 1990, quando sua obra é redescoberta no país e também nos Estados Unidos. Em formatos mais clássicos (40 x 50 cm e 50 x 60 cm) ou francamente murais, chegando a 1,80 x 1,30 m, sinalizam a entrada do seu trabalho num circuito internacional de galerias e museus.

 

 

 

Até 29 de julho.

Performance inédita

Francisco Dalcol é o curador de “∆ORIST∆” e Andressa Cantergiani a convidada da Galeria Ecarta, Porto Alegre, RS. A exposição destaca a produção da artista gaúcha no campo da performance. Fundadora e gestora da galeria Península e da Bronze Residência, ambas em Porto Alegre, Andressa Cantergiani tem realizado projetos individuais e em programas de residência, resultando em ações performáticas tanto em espaços públicos quanto institucionais de cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Berlim e Lisboa.

 

Para apresentar um olhar curatorial sobre essa produção artística que se dá ao vivo diante do público, deixando posteriormente apenas registros como imagens e outros rastros, o curador Francisco Dalcol toma a noção de “aoristo” como mote conceitual.

 

“Trata-se de um tempo verbal remoto, existente em línguas como o grego e o sânscrito, que se refere a um passado indefinido e indeterminado. Ao emprestar o sentido de uma ação ou um acontecimento sem que se defina seu tempo de ocorrência ou duração, a expressão é mobilizada pela curadoria como estratégia de abordagem para revisitar performances que serão apresentadas na exposição por meio de fotografias, vídeos e objetos, com interesse na performatividade própria ao devir desses vestígios”, comenta o curador.

 

Integram o projeto expositivo novas ações e trabalhos que a artista desenvolverá no contexto da mostra na Galeria Ecarta, com destaque para “Combate”, uma performance no Museu do Exército de Porto Alegre, em que Andressa Cantergiani passará vivendo por 7 dias entre os tanques de guerra, carros de combate e objetos bélicos.

 

 

De 28 de junho a 29 de julho.

FIC: Rosângela Rennó e Nervo Óptico

Seminário Ponto de Fuga: Rosângela Rennó na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, a artista mineira é a convidada do último Seminário Ponto de Fuga. O fim de semana traz, ainda, oficina para crianças e Cine Iberê com lançamento de documentário sobre o grupo Nervo Óptico.

 

 

Inscrições online

 

No sábado, 30, às 16h, acontece o último encontro do Seminário Ponto de Fuga, com a artista visual mineira Rosângela Rennó. A artista vai apresentar destaques de sua trajetória e, em especial, seu último trabalho: “Rio Utópico”. Apresentado em 2018 no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, “Rio Utópico” faz um mapeamento fotográfico espontâneo de comunidades do Rio de Janeiro cujos nomes sugerem uma situação utópica. Para a obra, Rosângela trabalhou com jovens moradores dessas comunidades, que foram orientados a fotografar e pesquisar o local onde vivem. A exposição mostra como as pessoas representam seus próprios lugares, como se mobilizam em torno da produção de imagens e como a paisagem do Rio de Janeiro é muito mais diversa do que estamos acostumados a ver.

 

 

Sobre a artista

 

Rosângela Rennó é artista visual e seu trabalho explora fotografias, instalações e objetos por meio da utilização de imagens fotográficas de arquivos públicos e privados, abordando questões acerca da natureza da imagem, seu valor simbólico e seu processo de despersonalização. Realizou diversas exposições individuais, entre elas, na Fundação Gulbenkian, Lisboa/Portugal, Fotomuseum, em Winterthur, e Photographer’s Gallery, em Londres. Seus trabalhos estão em alguns dos principais museus de arte do mundo, como o Reina Sofia, em Madri, Tate Modern, em Londres, Arts Institute of Chicago, Guggenheim, em Nova York, e  Stedelijk, Amsterdan. É formada em Arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte (1987). É Doutora em artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo (1997).

 

 

30 de junho de 2018, sábado, 16h.

Nova galeria em Ipanema

26/jun

A nova Galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou com exposição sob a curadoria de Marcelo Campos. O casarão amarelo da Aníbal de Mendonça, no conhecido “quadrilátero dourado” de Ipanema, passou a abrigar o espaço dedicado à arte contemporânea cuja proposta é ser um centro propulsor da arte, com exposições, mas também performances, workshops, visitas guiadas, com vistas a uma programação diversificada. A exposição de inauguração “Luzes indiscretas entre colinas cônicas” reúne obras de 13 artistas que têm em comum temas relacionados à luz, ao corpo e a paisagem. Os expositores são Anna Kahn, Brígida Baltar, Claudio Tobinaga, Hugo Houayek, Jimson Vilela, Leo Ayres, Lívia Flores, Osvaldo Gaia, Roberta Carvalho, Robnei Bonifácio, Thiago Ortiz, Tiago Sant’Ana e Yoko Nishio.

 

 

A palavra do curador e a exposição

 

A proposta de Marcelo Campos com esta exposição é unir trabalhos que tratem de ideias relacionadas à luz, ao corpo e a paisagem. Ele se baseou no relato de viajantes que se deparavam com as cidades brasileiras e em três conceitos que se tornaram evidentes: a luz, a transbordante paisagem e o gentio. 

 

“Recebi o convite e todo o material dos artistas e logo percebi o interesse da galeria sobre discussões atuais e sociais. A exposição inaugural vai trazer um pouco da consciência de assuntos do presente, cedendo espaço para artistas atuais”.

 

“Mário de Andrade, em O turista aprendiz, destaca a luz das manhãs no subúrbio do Rio de Janeiro e uma ‘certa’ característica “indiscreta” nas pessoas, nas ruas. George Gardner, em Viagem ao interior do Brasil, inicia seu trabalho de campo no litoral e não se furta em valorizar a transbordante beleza da natureza, a cidade por entre ‘colinas cônicas’,” 

 

Os artistas desta exposição olham a cidade como se fôssemos mergulhar de trampolim em direção ao pleno viver. Porém, há outras luzes que transcendem e atravessam esta observação, a luz da noite, das encruzilhadas, dos paraísos artificiais, dos néons, dos espelhos, conclui o curador

 

 

A palavra de Simone Candinelli

 

“A galeria tem a proposta de formar, administrar e representar a carreira de artistas. Por isso, inauguramos com um portfólio diverso, mas em total harmonia com o tema proposto”.

 

 

Até 08 de agosto.

Sua mensagem foi enviada com sucesso!