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AGENDA CULTURAL

Talentos da Fotografia

23/nov

A mostra “Novos Talentos: Fotografia Contemporânea no Brasil” estará em exibição em Brasília, DF, na Caixa Cultural Galerias Piccola I e II, SBS – Quadra 04, Lotes 3/4 – Asa Sul. São cinquenta trabalhos de dez consagrados artistas brasileiros, com curadoria da historiadora Vanda Klabin e coordenação e idealização de Afonso Costa. A mostra apresenta visões fotográficas variadas, com linguagens e processos de criação únicos que se utilizam de momentos políticos, da mutabilidade da natureza e até do próprio corpo como experimento.

 

“As obras apresentadas servem como um interessante panorama de visualização da produção da fotografia contemporânea nacional. A ideia da curadoria é tirar partido deste frescor em uma mostra que reúne as obras mais próximas ao espírito inquieto desses artistas, cada um na sua dimensão particular, sempre em incessante processo criativo. Eles repensam, rediscutem e reinventam a extraordinária tradição fotográfica por meio de um pensamento plástico atual, com desenvoltura artesanal, intelectual e imaginativa inéditas até aqui”, explica a curadora. Essas peculiaridades podem ser conferidas nos trabalhos expostos dos artistas brasileiros Alexandre Mury, Arthur Scovino, Berna Reale, Gustavo Speridião, Luiza Baldan, Matheus Rocha Pitta, Paulo Nazareth, Raphael Couto, Rodrigo Braga e Yuri Firmeza.

 

Paulo Nazareth, por exemplo, apresenta a série Notícias da América, resultado de suas peregrinações a pé e de carona pelo continente americano, onde imagens e acontecimentos mostram as diversas realidades sociais. Na série “Rosa Púrpura”, Berna Reale, que está representando o Brasil na Bienal Internacional de Veneza, contou com a participação de 50 jovens de Belém para discutir a questão da violência contra a mulher.

 

Com um trabalho mais político, Gustavo Speridião apresenta a série Movimento – Ayotzinapa Vive!, em que registra manifestações e atritos em regiões urbanas do México e do Rio de Janeiro. A violência, o desencanto e a condição da miséria humana estão presentes na impactante série Brasil, de Matheus Rocha Pitta. O artista mistura carnes vermelhas em um processo mimético com as areias escaldantes de Brasília.

 

A partir de imagens produzidas em São Paulo e no Chile, Luiza Baldan cria contrapontos para os espaços solitários, onde a sensação de vazio, aliada ao silêncio, circula livremente em cenários ora intimistas, ora urbanos.

A parceria entre o homem e a natureza está presente nas fotos de Rodrigo Braga, que cria um documento visual perturbador. Yuri Firmeza registra as ruínas da cidade histórica de Alcântara, primeira capital do Maranhão, construída no século XIX na esperança de hospedar o imperador D. Pedro II. Atualmente o lugar tem um centro espacial, instalado pela Força Aérea Brasileira. O artista aproveita a paisagem para mostrar o tempo sedimentado, não linear, não cronológico. A série Ruínas propõe o pensamento crítico à lógica de crescimento das metrópoles.

 

Já os artistas Alexandre Mury, Arthur Scovino e Raphael Couto utilizam o próprio corpo para suas práticas artísticas. Erotismo, rituais e mitologias estão presentes na série “Nhanderudson” – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, de Scovino. Alexandre Mury representa os quatro elementos naturais – ar, água, fogo e terra – a partir de seu próprio corpo. Enquanto para Raphael Couto, as ações de metamorfose do corpo se dão no detalhe, no fragmento. Ele parte de uma sensibilidade corporal e acrescenta reflexão sobre a linguagem plástica.

 

 

De 25 de novembro a janeiro de 2016.

Exposição “Zeitgeist” em BH

19/nov

A exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim”  reúne, pela primeira vez no Brasil, no CCBB de Belo Horizonte, MG, um panorama consistente da respeitada comunidade artística de Berlim, traduzindo o espírito de uma época marcada por contradições e reinvenções. A mostra reúne pintura, fotografia, videoarte, performance, instalação e a cultura dos clubs berlinenses, na visão de 29 renomados artistas.

 

A exposição tem curadoria assinada por Alfons Hug e foi idealizada pelo Goethe-Institut. Participam os artistas Christian Jankowski / Cyprien Gaillard / Frank ThielFranz Ac kermann /Friederike von  Rauch / Julian Rosefeldt/Julius von Bismarck & Julian Charrière / Kitty Kraus/Marc Brandenburg / Marcel Dettmann / Marcellvs L/Mark Formanek / Martin Eberle / Michael Wesely/Norbert Bisky / Reynold    Reynolds / Sergej JensenSven Marquardt / Thomas Florschuetz / Thomas/Rentmeister / Thomas Scheibitz / Tobias Zielony/Sala Clube Berlim / Heiko Hoffmann/DJs em Soundtube: Rødhåd / Head High/Massimiliano Pagliara / Answer Code Request/Tale Of Us / David August e Modeselektor

 

Marcada por duas guerras mundiais e dividida pelo Muro durante quase três décadas, a capital da Alemanha se reergueu das cinzas.  Da vida improvisada dos anos 1990, as contradições que caracterizaram a cidade, reinventada a partir de dois mundos, acabaram por formar, pouco a pouco, o Zeitgeist – espírito de uma época, a partir do qual a arte, a cultura e as relações humanas evoluem – que hoje projeta sua influência muito além da Europa Central e atrai artistas do mundo todo com seu magnetismo.O percurso concebido para a mostra “Zeitgeist” é uma oportunidade de vivenciar alguns dos aspectos que fazem de Berlim um lugar encantado entre extremos, e que são recorrentes no modo de existir da metrópole. Como observadores atentos da vida da cidade, do mesmo modo que o pintor Adolph von Menzel (1815-1905), um dos maiores representantes do realismo alemão, os artistas da mostra exibem aspectos marcantes da capital da Alemanha.

 

No dia 27 de novembro, haverá o evento Clube Berlim na Sala Multiuso.

 

Até 11 de janeiro de 2016.

Duas mostras individuais

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, exibe, simultaneamente, as individuais “Areia Movediça”, de Talita Hoffmann, e “Eu Não Estou Aqui”, de ZNort, ambas com curadoria de Paulo Kassab Jr. Em “Areia Movediça”, Talita Hoffmann apresenta uma série com pinturas relacionadas a espaços em obra, construções, áreas abandonadas ou em constante transformação, mesclando desenhos arquitetônicos, cores e estruturas com elementos do design gráfico urbano. Por sua vez, ZNort utiliza técnicas e suportes variados, em trabalhos que abordam temas inerentes ao ser humano e ao “ser artista”, levantando questões como ser ou não ser algo, pertencer ou não a algum lugar, ter ou não ter valores – como status e reconhecimento.

 

Em sua individual, Talita Hoffmann estabelece uma relação entre a constante mudança dos espaços urbanos – de terrenos baldios a novas construções, além de áreas abandonadas – com o imaginário da areia movediça que, em sua opinião, tem sempre um aspecto cômico e fantasioso, elementos presentes em sua obra. Com influências que passam pelas cores e traços da arte naïf, até o design gráfico e a fotografia urbana, a artista se utiliza de estilo e técnica recorrentes em seu portfólio, porém, desta vez, não se nota a presença de personagens, focando exclusivamente nos detalhes arquitetônicos. Nas pinturas da exposição, podem ser observadas referências às técnicas de colagem e desenho, as quais fazem parte do processo criativo de Talita: “Geralmente parto de fotografias de espaços urbanos (…). A elas, junto outras imagens de catálogos, pedaços de publicidade, ou desenhos que vou coletando. Para esta série em especial, utilizei várias fotos do Google Maps, inclusive com as falhas em glitch’”.

 

Com inspiração filosófica, ZNort propõe uma reflexão aprofundada sobre devaneios existenciais. Em sua própria definição: “‘Eu Não Estou Aqui’ é uma forma de brincar com o aspecto místico que o artista exerce sobre o espectador. E quando digo “eu não estou aqui”, nego minha própria presença na obra. Eu não sou, eu não estou, eu não valho…”. Neste sentido, ZNort exibe obras em que busca utilizar materiais que dialoguem com cada conceito, em técnicas já dominadas pelo artista – como esculturas em madeira e parafina, e bordados -, bem como novos experimentos, a exemplo da substituição de bronze por concreto. Em algumas peças, ZNort pinta o concreto em cor de bronze, ressignificando um material considerado barato, ao lhe conferir uma aparência nobre. Citando uma peça da mostra, “Eu Valho um Milhão de Dólares” nos remete ao trabalho de Damien Hirst com borboletas reais, mas, aqui, utilizando borboletas de plástico, no intuito de apontar um contraponto ao preciosismo de sua referência.

 

Com estas exibições individuais de Talita Hoffmann e ZNort, a Galeria Lume marca o encerramento de seu calendário de exposições em 2015. A coordenação é de  Felipe Hegg e Victoria Zuffo

 

 

De 26 de novembro a 20 de janeiro de 2016.

Na Galeria Fortes Vilaça

17/nov

Paralelamente à exposição “Interior Design” de Simon Evans – que inaugura amanhã, 18/nov às 19h, na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São paulo, SP, será apresentado o curta-metragem “Cutaways” da artista polonesa Agnieszka Kurant no segundo andar da galeria. Assim como a exposição de Evans, o filme será exibido até o dia 22/dezembro.

 

 

Realizado em parceria com o premiado editor de cinema Walter Murch de “Apocalypse Now” e “O Poderoso Chefão”, o trabalho de Kurant traz à tela o universo invisível de personagens que, apesar de concebidos e filmados para certas produções cinematográficas, foram completamente excluídos na edição final. Em seu filme, a artista escolhe três desses coadjuvantes omitidos para lhes dar sobrevida, extraídos de obras cultuadas de Kubrick, Tarantino e Sarafian. Entre os atores que aceitaram reprisar seus papéis, está a atriz Charlotte Rampling.

 

 

“Cutaways” retrata o encontro de personagens de produções distintas, como se tivessem ganhado vida autônoma e passassem a compartilhar o mesmo limbo narrativo. O enredo toma como base os roteiros originais de cada filme, aproveitando inclusive algumas das falas. Três atores aceitaram reprisar seus papéis depois de anos da trama original: Charlotte Rampling como a caronista de Vanishing Point (de Richard C. Sarafian, 1971, lançado no Brasil como Corrida contra o Destino); Abe Vigoda como o advogado e melhor amigo do protagonista em The Conversation (de Francis Ford Coppola, 1974, lançado no Brasil como A Conversação); e Dick Miller como o dono do ferro-velho de Pulp Fiction (de Quentin Tarantino, 1994).

 

 

Uma sequência de nomes hollywoodianos encerra a projeção, informando que vários outros atores também interpretaram personagens fantasmas em suas carreiras. A tipografia de cada nome é baseada naquela usada nos cartazes de seus respectivos filmes, como se a artista propusesse um jogo de descobrir de quais títulos eles foram excluídos.

 

 

 

Sobre Agnieszka Kurant

 

 

Agnieszka Kurant nasceu em 1978 em Lodz, na Polônia, e atualmente vive e trabalha em Nova York. Dentre suas exposições individuais, destacam-se: exformation, Sculpture Center (Nova York, 2013) e Stroom den Haag (Haia, Holanda, 2013); 88.2 MHz, Objectif Exhibitions (Antuérpia, Bélgica, 2012), Theory of Everything, Museum of Modern Art (Varsóvia, Polônia, 2012). Já participou da diversas mostras importantes como a Bienal Performa de Nova York (2013 e 2009), Bienal de Arquitetura de Veneza (2010), Bienal de Bucareste (2008), Bienal de Moscou (2007), além de diversas outras coletivas em instituições como Guggenheim (Nova York, 2015), MoMA PS1 (Long Island, 2013), Witte de With (Roterdã, 2011), Tate Modern (Londres, 2006), Palais de Tokyo (Paris, 2004), entre outros.

 

 

 

Até 22 de dezembro.

Oi Futuro Ipanema apresenta

O Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir de 21 de novembro, a exposição “Encontros Carbônicos 2015 – Futuro em disputa”, com 25 trabalhos dos artistas Andrea Hvistendahl, Cinthia Marcelle, Daniel Steegmann Mangrané, Tiago Mata Machado, Maíra das Neves & Pedro Victor Brandão, Marina Fraga, Pedro Urano, Milton Machado, Paulo Paes, Simone Cortezão e Rodrigo Amarante, este último também músico e compositor. Em dezembro, nos dias 12 e 13, a galeria receberá sessões interativas da obra “Our Move”, da artista sueca Andrea Hvistendahl, um jogo de tabuleiro em que os participantes organizam um mapeamento de agentes, relações de poder e territórios a partir de assuntos importantes para a sociedade. Cada peça posicionada no tabuleiro exige que se estabeleça um consenso entre os participantes e esta negociação é o próprio jogo.

 

Também em dezembro, de 18 a 20, será realizado um ciclo de conversas públicas sobre o futuro com os artistas Milton Machado, Louise Ganz e Ines Linke, o climatologista Alexandre Araújo Costa, o filósofo Rodrigo Nunes, a arquiteta Margareth Pereira, a professora Ivana Bentes, a curadora e crítica Daniela Labra, entre outros pesquisadores. Os curadores e organizadores de “Encontros Carbônicos” são Marina Fraga e Pedro Urano, artistas e editores da revista online de arte e ciência “Carbono”.

 

“A exposição reunirá obras inéditas e outras que serão revisitadas dentro de um novo contexto. Mais do que um culto ao novo, o que nos interessa é colocar obras, ideias e autores em relação”, afirmam os curadores Marina Fraga e Pedro Urano. Eles acrescentam que os encontros de dezembro buscam discutir “perspectivas sobre o futuro, e as formas de disputá-lo no presente, investigando eixos como previsões/provisões, utopia/distopia, construção/destruição, projeto/arbitrariedade, na direção da imaginação de novos modos de existência”.

 

O projeto é patrocinado pela Oi, Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. Com apoio cultural do Oi Futuro.

 

 

Artistas e obras da exposição

 

Da artista Cinthia Marcelle, estarão na exposição os vídeos “Leitmotiv”(2011) e “O Século”(2011, 9’37”), realizado em parceria com Tiago Mata Machado. No primeiro, uma área vazia é recoberta, em alguns instantes, por correntes de água vindas de todos os lados. No segundo, vemos uma rua, e, a seguir, objetos voam de uma extremidade à outra, sem que se veja quem os arremessa. O mesmo passa a ocorrer do outro lado da tela, até que toda a paisagem, antes vazia, está coberta de entulho e fumaça.

 

Do artista Daniel Steegmann Mangrané serão apresentadas doze fotografias da série “Novos Estudos” (2013), sobre o aumento do desmatamento, e a instalação sonora “Surucuá, Teque‐teque, Arara” (2013), onde são escutados sons gravados na mata atlântica brasileira, que são serão interrompidos abruptamente, deixando o ouvinte com o som do espaço expositivo.

 

Da dupla Maíra das Neves & Pedro Victor Brandão será apresentada a escultura “Gigante minerador”(2014), uma máquina de mineração de criptomoedas, parte integrante da estrutura financeira criada pelos artistas, onde o fundo gerado pela máquina éutilizado por determinada comunidade para investir em projetos comuns. Também da dupla de artistas estará a série de fotografias “Formação da Supercélula”(2014), uma sequência fotográfica 3D em três partes: uma narrativa visual sobre a  invocação, a ação e os rastros de Thurisaz – o gigante do raio, da ruptura e da revolução – em um bosque, e ainda o vídeo“þ(thorn)”(2014), que será exibido no Teatro do Oi Futuro Ipanema.

 

Marina Fraga e Pedro Urano mostrarão a escultura “Tempo-fóssil” (Ampulheta de Betume), de 2015, uma ampulheta feita artesanalmente de vidro e madeira, e com betume no seu interior. Nela, a viscosidade do betume, resíduo final do petróleo, aponta para outra escala de tempo. Pedro Urano também apresentaráum díptico de 2015, “Sem título”, com duas fotografias justapostas que revelam o interior de um túnel. Em uma delas não há um fim visível. Na outra, épossível enxergar uma pequena abertura.

 

Do artista Milton Machado estarão duas fotografias (1990) das esculturas “Módulo de Destruição na Posição Alfa” e “Nômade”, que registram essas peças instaladas e expostas no Museo Civico Gibellina, na Sicília, Itália, em 1990. As esculturas partem de personagens conceituais da série “História do Futuro”, narrativa que trata de um sistema de pontes gigantescas de modo a reconstituir, artificial e progressivamente, a Pangeia, o continente único separado por cataclismos no período Cambriano. Seráexibido também o livro “História do Futuro”(2012), que reúne o processo do trabalho ilustrado com esboços, desenhos, textos, e imagens de instalações e exposições desenvolvidas pelo artista desde 1978. Com textos do autor, da psicanalista e crítica de arte Tania Rivera e do historiador da arte Guilherme Bueno, o livro apresenta um mundo imaginário e seus habitantes, personagens conceituais.

 

Do artista Paulo Paes estará a obra “Fisália Virgem” (2015) uma escultura composta por objetos de plástico descartados pelo consumo urbano e materiais naturais, que aguarda sua imersão no mar para, ao interagir com o meio, atrair e fixar vida marinha e assim consolidar um local com alta atividade biológica.

 

O músico e compositor Rodrigo Amarante expõe o filme musical “Mon Nom” (2015), realizado em animação, em que apresenta dois personagens caminhando por paisagens desérticas feitas a partir de colagens do artista. O vídeo é parte de uma série de filmes musicais do álbum “Cavalo”, criados e dirigidos por Rodrigo, em colaboração com outros artistas.

 

A artista Simone Cortezão produziu o vídeo “Subsolos” (2015) e apresenta uma versão inédita para a exposição, em que mostra o crescimento de uma cava de mineração que, cotidianamente, leva embora toda uma montanha atéoutros continentes.

 

 

Jogo interativo

 

No dias 12 e 13 de dezembro, o público será convidado a participar de sessões do jogo de tabuleiro interativo “Our Move (OM)”, 2011, conduzido pela sua criadora, a artista sueca Andrea Hvistendahl, na galeria Oi Futuro em Ipanema. O consenso entre os participantes é um aspecto fundamental do jogo: todos devem concordar sobre o posicionamento de cada peça. O objetivo do jogo é instaurar este processo de fomento de diálogos. Os participantes determinam um assunto, um lugar e contexto – um problema que envolve pessoas ou uma situação real. A partir das discussões, os jogadores definem os grupos de agentes envolvidos na situação e dispõem no tabuleiro as peças – feitas em acrílico colorido – que têm significados como: conhecimento, medo, violência, muros, pontes de comunicação, dinheiro, status, entre outros. As peças foram projetadas para gerar diferentes associações visuais e permitem um mapeamento das relações entre os grupos envolvidos no assunto debatido. “A obra ‘Our Move’ promove um mapeamento visual e material de situações complexas. Ao fomentar o diálogo e a construção de consensos, o jogo se revela um instrumento precioso para a disputa do futuro.”, observam os curadores. “Jogar o “Our Move” é, em geral, transformador: ele tensiona pré-conceitos, explicitando premissas tácitas econvidando cada participante a ouvir o outro, na direção não da mera tolerância, mas do desenvolvimento de uma espécie de ‘xenofilia’, para usar um conceito desenvolvido pelo artista dinamarquês Olafur Eliasson, ou seja, de um amor pela diferença, o oposto da xenofobia. O jogo revela um mundo aberto à fricção.”.

 

CONVERSAS ABERTAS – PROGRAMAÇÃO

DIA 18 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Imaginar o futuro

 

Daniela Labra – Curadora de artes visuais e crítica de arte, doutora em História e Crítica da Arte pela PPGAV EBA/UFRJ. Pesquisadora pós-doutoranda na ECO/UFRJ com o projeto ‘Depois do Futuro: Ruínas e reinvenções da Modernidade nas artes contemporâneas’.

Rodrigo Nunes –Filósofo –Doutor pelo Goldsmiths College (University of London) em Filosofia Moderna, Filosofia Continental Contemporânea, Metafísica e Filosofia Política, Filosofia e a Questão Ambiental.

Alexandre Araújo – Climatologista. Bacharel em Física pela Universidade Federal do Ceará (1992), Mestre em Física pela Universidade Federal do Ceará(1995), Doutor em Ciências Atmosféricas pela Colorado State University (2000), com Pós-Doutorados pela Universidade Federal do Ceará(2000-2001) e pela Universidade de Yale (2004-2005).

 

 

DIA 19 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Utopia/ distopia: construção e destruição, projeto e arbitrariedade

 

Margareth Pereira – Arquiteta, com graduação em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-UFRJ (1978), graduação em Urbanismo pela Universitéde Paris VIII (1979), DEA em Etudes Urbaines (1984) e Doutorado (1988) pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (1984). Realizou seu pos-doutorado na França (no Institut d’Urbanisme de Paris e na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales) e na Inglaterra (Centre for Urban History da University of Leicester) em 2004.

Milton Machado – Artista, professor de história da arte da EBA/UFRJ, arquiteto-urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ). É Mestre em planejamento urbano e regional pela UFRJ (1985) e Doutor em artes visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000).Terceiro palestrante a confirmar

 

DIA 20 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Outros modos de existência

 

Ivana Bentes – Professora da Escola de Comunicação da UFRJ. Pesquisadora em Comunicação, cultura e política com mestrado e doutorado pela UFRJ. Atual Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.É curadora na área de arte e mídia, cinema, audiovisual.Thislandyourland – dupla de artistas. Desenvolvem trabalhos em diversas mídias que relacionam arte, natureza e cidade. Em seu projeto “Thislandyourland”, trabalham questões em torno dos usos e do acesso à terra e realizam imagens que possibilitam pensar outros modos de vida.

 

Louise Ganz é artista visual, arquiteta, professora naEscola Guignard – UEMG e doutoranda na EBA-UFRJ.

 

Ines Link é artista visual, cenógrafa, professora da Universidade Federal de São João del Rei (MG) e doutora pela EBA-UFMG.

 

Paulo Petersen – Engenheiro agrônomo. Coordenadorexecutivoda AS-PTA- Agricultura Familiar e Agroecologia e vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia. Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade Internacional de Andaluzia. Integra o Fórum Permanente de Agroecologia da Embrapa e a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, órgão vinculado à Secretaria Geral da Presidência da República. Atua como editor da revista Agriculturas: experiência sem agroecologia e é membro do conselho editorial da Revista Brasileira de Agroecologia e da Agroecology and Sustainable Food Systems.

 

 

CARBONO – REVISTA ONLINE DE ARTE E CIÊNCIA

 

Fruto da vontade de reunir pesquisas, práticas e perspectivas interdisciplinares sobre o mundo, a revista online Carbono foi criada em 2012, já tendo produzido oito edições. No ano passado, seus editores, os artistas Marina Fraga e Pedro Urano, quiseram materializar os diálogos promovidos pela revista, e daísurgiu o projeto Encontros Carbônicos, pensado para realizar, junto ao público, esta experiência transdisciplinar. Nessa direção, “deslocamos a discussão do ambiente acadêmico para uma exposição de arte”, afirmam. “Obras de arte nos afetam sensorial e intelectualmente, muitas vezes instaurando uma realidade que diverge da racionalidade em que estamos acostumados a localizar o pensamento. Abre-se, então, uma fresta para novas idéias”.

 

 

De 20 de novembro a 20 de dezembro.

Janeiro.

EAV Parque Lage/ livro 40 anos

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage promove dia 18 de novembro de 2015, às 19h, o lançamento do livro “O que é uma escola livre?” (Oca Lage e Editora Cobogó, 2015), uma compilação de mais de cem depoimentos escritos especialmente a convite da diretora da instituição, Lisette Lagnado. A publicação reúne mais de cem depoimentos de artistas, críticos, poetas, pensadores, professores, estudantes, curadores e dirigentes de instituições no Brasil e no exterior, que responderam à pergunta: “O que é uma escola livre?” Na noite de lançamento haverá leitura de trechos do livro, projeções no Palacete de imagens históricas, a cargo da artista Tina Velho e seus alunos do Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV, em sincronia com obra sonora de Franz Manata e Saulo Laudares.  

 

“Como celebrar os quarenta anos de uma das instituições mais cultuadas da cidade por seu compromisso com a redemocratização do país e a emergência de novos valores?”, indaga Lisette Lagnado no texto de apresentação. “Este modesto livro se propõe a interrogar o futuro de uma escola de arte consagrada por uns e outros como ‘lugar anárquico’ ou espaço para trocas, ‘jardim da oposição’ e invenção de percursos, espaço mítico de experiência e formação de plateias”, explica. “Longe de pretender ser exaustivo, procurou-se dar voz às múltiplas e contraditórias expectativas em torno da missão de uma escola de arte no século 21”. Lisette Lagnado conta que os depoimentos poderiam ter até trezentas palavras, serem “uma única frase, ou ainda virem na forma de uma imagem”. “A publicação contemplou professores fundadores e atuais, ex-diretores, ex-alunos e estudantes em vias de formação, além de artistas e figuras públicas que tenham passado pela EAV ou se dediquem à difusão da arte e da cultura”, destaca.

 

Marcio Botner, presidente da Oca Lage, organização social que administra a Escola, instituição pertencente à Secretaria Estadual de Cultura, diz que a EAV Parque Lage “é o Taj Mahal da cultura”. “Foi um presente de amor de Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni”, e que seria “importante conhecermos o passado e entendermos o presente para darmos um salto para o futuro. Isto é que é liberdade!”. Para a elaboração do livro, Lisette Lagnado coordenou uma comissão editorial integrada por Fernando Cocchiarale, Helio Eichbauer e Roberto Conduru (que formam a Comissão de Ensino da Escola), Marcio Botner, e Marcelo Campos, coordenador do Memória Lage, projeto selecionado pelo Edital Petrobras 2012, que reuniu, catalogou e digitalizou cinco mil documentos do acervo da EAV Parque Lage. “O que é uma escola livre?” integra uma série de atividades em torno das comemorações dos 40 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

 

 

Sobre a EAV Parque Lage

 

Fundada em 1975 pelo artista  Rubens Gerchman (1942-2008), que a dirigiu até 1979, a EAV Parque Lage é uma referência no país pela liberdade criativa e seu caráter pluridisciplinar, e também está intimamente ligada à cidade do Rio de Janeiro, por suas atividades artísticas e culturais. Foi cenário de emblemáticos filmes do Cinema Novo, como “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, e “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, e ainda de “O homem do Rio” (1964), de Philippe de Broca, com Jean-Paul Belmondo e Ariane Mnouchkine. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage ocupa uma área de cerca de 175 mil metros quadrados, à beira da Floresta da Tijuca, e aos pés do Corcovado, e tanto sua área verde, com variedade de espécies da Mata Atlântica, como seu conjunto arquitetônico, são tombados como patrimônio paisagístico, ambiental e cultural pelo IPHAN. Seu Palacete-sede foi construído em 1924 pelo empresário Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni (Roma, 1888-1962), e o casal se notabilizou pelas festas e saraus que ofereciam à sociedade da época.

 

 

Sobre a Cpobog

 

Criada em 2008, a Editora Cobogó é especializada na publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Entre os diversos títulos lançados estão livros de Andy Warhol (A filosofia de Andy Warhol  e Popismo), Hans Ulrich Obrist (Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6, Caminhos da Curadoria); Ariane Mnouchkine (A arte do presente);  John Cage (De segunda a um ano);  Merce Cunningham (O dançarino e a dança), além das coleções Dramaturgia, com importantes textos do teatro contemporâneo brasileiro e internacional, e O Livro do Disco, que mergulha no universo de álbuns emblemáticos da história da música brasileira e internacional. Em artes visuais, o catálogo da editora inclui as monografias bilíngues dos artistas brasileiros contemporâneos Adriana Varejão, Erika Verzutti, Nuno Ramos, Efrain Almeida, Rivane Neuenschwander, Paulo Nazareth, Laura Lima, Rodrigo Andrade, Luiz Braga, Alexandre da Cunha e Paulo Monteiro, entre outros. Além disso, também foram publicados os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI, Desdobramentos da Pintura Brasileira séc. XXI, Fotografia na Arte Brasileira séc. XXI e Outras Fotografias na Arte Brasileira séc. XXI.

 

Livro de Inos Corradin

16/nov

O crítico de arte Jacob Klintowitz comunica que o pintor Inos Corradin homenageará a sua cidade de eleição, Jundiaí, São Paulo, SP, com uma exposição de pinturas na bela sede do SESC. Também na programação, o lançamento do livro de sua autoria sobre o trabalho do artista, denominado “O ilusionista na estrada”. O conhecido crítico afirma ainda que terá “….a alegria de dar uma palestra sobre o extraordinário percurso de sua pintura e o diálogo que ela mantém com a Commedia dell’arte e com a nossa época”.

 

 

A palavra do autor e crítico de arte

 

A seguir, um recorte mínimo do que Jacob Klintowitz já escreveu sobre o artista e cuja síntese emocional é: “…ao fim e ao cabo, em Inos Corradin todo mar é lua e toda lua é sonho”.
“A alma manifesta do trabalho de Inos Corradin, aquele que o acompanha desde sempre, o Ilusionista, o mágico, este artista da transformação e das aparências…”.

 

“Talvez Inos Corradin seja só um pintor poeta, esteja entre aqueles cuja obra pretenda traçar um mapa do labirinto incompreensível e indecifrável que é a nossa vida neste universo feito de formas que englobam formas e de presenças que não vemos”.

 

“O cotidiano, para os paisagistas, adquire uma notável identidade. De certa maneira, ao imaginar ou colher um fragmento, o paisagista inventa a paisagem: ele acorda a memória do Paraíso.”

 

 

A partir de 24 de novembro.

Na dotART em Belo Horizonte

A renovada Galeria dotART, bairro Funcionários, Belo Horizonte, MG, apresenta na galeria 1, a exposição coletiva “O dia se renova todo“, e na galeria 2, a primeira exposição individual do fotógrafo Fabiano Al Makul denominada “Outros olhos para ver”. No mesmo dia, lança os livros/obra “Galáxias“, de Antonio Dias e Haroldo de Campos e “Galpão Gaveta“, de Paulo Climachauska. Com 41 artistas e 50 obras a coletiva “O dia se renova todo dia” apresenta: pinturas, desenhos, fotografias, gravuras, objetos e esculturas. Os artistas foram convidados pelo curador Wilson Lazaro, diretor artístico da galeria, que exibe a primeira grande mostra e apresenta o conceito da nova identidade da dotART, desenvolvida pelo designer Felipe Taborda.

 

 

O time escalado para as duas exposições e lançamentos é composto dos mais diversos idiomas visuais: Adriana Varejao, Janaína Tschape, AnishKapoor, Leonilson, Cássio Vasconcellos, Pedro Varela, Paul Morrison, Richard Serra, FransKrajcberg, Rubem Ludolf, Tomás Saraceno, Ivan Navarro, Sarah Morris, PhilipeDecrauzat, Lygia Pape, Rubem Valentim, Rubem Ianelli, Alexander Calder, Iole de Freitas, Nelson Felix, Cildo Meireles, Michael Craig-Martin, Antonio Dias, Paulo Pasta, Paulo Climaschauska, Volpi, Andy Warhol,Wanda Pimentel, Lucia Laguna, Marina Saleme, Celso Orsini, Nelson Leirner, Anna Maria Maiolino, Paulo Campinho e Marina Rheingantz.

 

 

Sobre Antonio Dias e o livro obra “Galáxias”

 

Antonio Dias nasceu em 1944, em Campina Grande, na Paraíba e, ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Artista multimídia, tem a pintura como elemento de forte presença em seu trabalho. Em meados dos anos sessenta, ganhou uma bolsa do governo francês e foi morar em Paris. Depois de um longo período no exterior, entre Milão, na Itália, e Colônia, na Alemanha, volta, em fins dos anos noventa, a dividir seu tempo com o Brasil, onde tem residência no Rio de Janeiro. O projeto desenvolvido por Antonio Dias junto com Haroldo de Campos (1929-2003) no começo da década de setenta, leva o mesmo nome do famoso livro-poema do poeta concretista – “Galáxias”. E, mais de quarenta anos depois, ganha a participação da designer Lucia Bertazzo em sua produção. Com edição de 93 exemplares, e grande formato – 70cm x 50cm com 7cm de altura – “Galáxias” é um estojo de fibra de vidro revestido em tecido, que contém, em cada exemplar, um conjunto de 32 objetos feitos pelo artista, agrupados e acondicionados em dez caixas de madeira impressa com peles, tema presente em sua obra. Esses objetos – foram realizados manualmente – revêem a trajetória artística de Antonio Dias no período dos anos setenta. A realização de “Galáxias”, a cargo da UQ/ Aprazível Edições, demandou quatro anos de cuidadoso trabalho, com centenas de provas e protótipos, e grande diversidade de materiais empregados: tecido, acrílico, foam, plástico, algodão, pergaminho. As formas de impressão também variam entre fotogravura, tipografia, hot stamping, serigrafia e pouchoir. Metade da edição foi adquirida por colecionadores e importantes museus: MAC de Niterói (Coleção João Sattamini), MAM Rio (Coleção Gilberto Chateaubriand), Pinacoteca  de São Paulo e MoMA de Nova York.

 

 

Sobre Paulo Climachauska e o livro obra “Galpão Gaveta”

 

A obra de Paulo trabalha, sobretudo, com a operação de subtração e de retirada. Trata-se de um déficit que vai além da abstração numérica e se aproxima de questões econômicas, sociais e políticas, mesmo quando o artista elege a natureza como tema. No texto que acompanha a obra de 7 itens e 18 exemplares está escrito: “O Galpão Gaveta, este que você acabou de ler, começou a ser habitado em junho de 2012. Galpão é o lugar em que o extrato dos seres e o sumo das coisas se depositam. Eles podem ser habitados, sim!, por poéticas e por traços. É o que decidiu fazer Paulo Climachauska ao recolher réguas e compassos, telas e tintas, papéis e espelhos. Tudo colecionado dentro de seu imaginário e transformado em matéria-viva: o Galpão Gaveta.” Uma gaveta pode ser uma obra de arte? Pode. Uma não, muitas. O Galpão Gaveta, invento que se atribui ao artista Paulo Climachauska, traz dentro de si uma multidão de objetos. Vamos contar?

 

1. Um estojo em aço, pintado na cor laranja, de 50 x 40 cm (com 9 cm de altura) que contém… uma gaveta. 2. A gaveta, por sua vez, contém seis outros objetos. 3. O primeiro é uma pintura original sobre cartão telado em cada exemplar. Isso mesmo: um original em tinta acrílica, assinado no verso. 4. O Livro de Areia, revestido em tecido, traz arabescos gráficos do que se passa pela cabeça do artista. 5. Já o Livro dos Espelhos, também revestido em tecido, se entreabre num firmamento de números. 6. Outro estojo contém cinco gravuras e um surpreendente texto, todos impressos em serigrafia sobre acetato, revelando galpões em perspectiva – aqui denominados de “Catedrais”. 7. Uma dupla de esquadros em aço niquelado sai do berço da caixa e ficam de pé, como se esculturas fossem.

 

 

Sobre Fabiano Al Makul

 

Fabiano Al Makul é apaixonado, vai ao mundo pelo coração. Sua pesquisa não é sistemática.Os temas parecem escolhidos ao acaso, como se começasse sempre pela curiosidade. Pode ser uma canção musical, um encontro… e ao fim a imagem é sempre um gesto de afeto. Suas representações formam histórias, têm a ver com a liberdade que existe na ficção. Fantasias e sonhos: esse é sempre o começo do criar desse artista. Ele quer fazer você se emocionar diante das suas criações! Uma boa criação é construída com amor, por nuances de cores e lembranças de lugares. Há um momento especial onde o autor captura a passagem da vida e a coloca junto com o sentir “arte”. A beleza da imagem tem o poder da transformação de cada dia vivenciado, é realidade presente em quase todas as esferas do cotidiano, da estética. Vale lembrar a história da arte e seus segmentos, que conseguiam estabelecer-se porque havia “beleza” em todos os movimentos. A cor, o movimento e a música se unem ao desejo e à fragilidade, em momentos únicos da vida e em cada cena retratada por Fabiano nas suas composições visuais. Sua fotografia cria um frescor raro, que está nos romances, na alma da velha-guarda do samba, nas canções populares, nas viagens, nos lugares, na arquitetura e nas pessoas… cada um, quando entra em contato com sua obra, sente que ele traz à superfície um mundo híbrido, onde os limites entre as culturas, os meios ou linguagens são cada vez mais indefinidos. É com um “olhar de beleza” que poderemos ultrapassar quaisquer fronteiras ainda demarcadas e admirar, sentir e penetrar nas criações exibidas. O artista captura suas imagens no instantâneo da ação de ver, registrando com novo olhar as cenas do cotidiano e “escrevendo” textos com rimas de luz e sombra. Esse é o nosso poeta Fabiano!

 

Sobre a Galeria dotART

 
A dotART foi criada por Feiz e Maria Helena Bahmed nos anos setenta e é pioneira na divulgação e promoção da arte  em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais. Agora, surge a renovada Galeria dotART, que, com planejamento e pesquisa, desenvolve um plano para a carreira de cada um dos artistas que representa na região buscando as soluções mais criativas e eficientes, apoiados em pesquisa, consultoria, curadoria, publicações e gestão de projetos para as instituições.

 

A renovação acontece. Fernando Bahmed e Leila Gontijo são herdeiros de Maria Helena e Feiz, atuam no mercado de arte, e assumem a galeria trazendo novo vigor para os projetos. Luciana Junqueira, passa a fazer parte da dotART. Ao grupo, somam-se Wilson Lazaro, diretor artístico, e toda a equipe: Felipe Taborda, Francisco Santos, Hélio Dalseco, Ivanei Souza, Jéssica Carvalho, Robson Gomes e Sérgio Souto.

 

Ao longo dos últimos 40 anos, vários artistas já passaram pela galeria: Volpi, Amilcar de Castro, Leda Catunda, Frans Kracjberg, Cildo Meireles, Fernando Lucchesi, Marcos Coelho Benjamin, Iberê Camargo, Ianelli, Siron Franco, Bruno Giorgi, Amelia Toledo, Iole de Freitas, Marina Seleme, Sara Ramo, Paulo Campinho, Eduardo Sued, Sonia Ebling, Rubem Valentim, Angelo Venosa, Alexandre Calder, Anish Kapoor, Leonilson, Adriana Varejão, Niura Bellavinha, José Bento, Fabiano AL Makul, Adriana Rocha, Regina Silveira, Gonçalo Ivo, Paulo Pasta, Nelson Felix, Daniel Senise, Iran Espirito Santo, Manfredo de Sousa, Vik Muniz, Fernanda Nanam, Cristina Canale, Ana Horta, Paulo Climachauska, Antonio Dias, Anna Maria Maiolino, Paulo Campinho, José Bechara, Judith Lauand, Hércules Barsotti, Cícero Dias, Celso Orsini, Roberto Magalhães e Wanda Pimentel, entre outros.

 

 

A partir de 25 de novembro.

Legendas: Iole de Freitas

Cassio Vasconcelos

“TRANS” mostra de Victor Arruda

10/nov

Na exposição “TRANS”, individual de Victor Arruda na Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, serão exibidas onze pinturas realizadas entre 2014 e 2015. Victor Arruda retrabalha algumas das imagens mais recorrentes em sua produção desde a década de 70, motivado por seu interesse pela psicanálise.

 

Segundo o artista: “Escolhi o título “TRANS” porque tem tudo a ver com minha ATITUDE e com palavras e/ou CONCEITOS que muito me interessam no momento: TRANSVALORAÇÃO, TRANSVIAR. TRANSVERSAL, TRANSPOR, TRANSPARÊNCIA, TRANSMISSÃO, e – last but not least – TRANSVANGUARDA & TRANSGÊNERO…”.

 

 

A palavra do artista

 

Venho há algum tempo refletindo a respeito das imagens recorrentes em meu trabalho. Objetos, (revólver, chave, buraco de fechadura, cigarro, faca, sapatos, maços de dinheiro, etc) partes de corpos que surgem, muitas vezes desconectados, decepados (olho, seio, pênis, cabeça, mão, braço, o coração “anatômico”…), situações envolvendo sexo e abuso de poder financeiro (como nas pinturas “Salário Mais Justo”, “Dr. Jorginho”, “As Vítimas (que se fodam)” ou atitudes hipócritas (tanto nas questões pessoais “O Anjo de Irajá”, “O homófobo Ingênuo”, como sociais ” Cena Carioca”). Sem falar dos “abismos”, série em que as repetições reafirmam o sentido das obras. Tenho pensado muito a respeito de como e por que razão volto aos mesmos signos, às mesmas cenas, situações… Seriam fixações neurótica e/ou tentativas – inconscientes – de escapar delas?   Há uma teoria – freudiana – sobre sonhos recorrentes em pessoas que sofreram grandes traumas. Talvez algo semelhante ocorra na arte (pelo menos no caso de alguns artistas, como eu…). Mesmo que em situações muito menos graves – mas sérias o suficiente para causar perturbações.

 

Sou um artista contemporâneo e minha produção está ligada não apenas ao conhecimento da história da arte, que é o meu principal interesse intelectual, mas também à psicanálise. Faço análise psicanalítica há muitos, muitos anos, e também leio bastante a respeito. Tenho assistido, como ouvinte, a muitos cursos e palestras, e alguns psicanalistas têm escrito textos sobre minhas pinturas, etc.

 

Essa PERMEABILIDADE tem sido importante e fértil para mim, e é nela que me apoio para aprofundar minha curiosidade a respeito das repetições obsessivas que percebo em meu trabalho. É por acreditar profundamente que esse constante retorno tem influenciado no meu processo de amadurecimento e de transformação que resolvi criar esta nova série de pinturas, onde as imagens se repetem, mais uma e outra vez, iguais ou como se vistas em seu próprio espelho. No meu próprio espelho (de Alice, obviamente). E, espero, se reflitam no espelho próprio de cada um que as olhe.

 

 

De 11 de novembro a 11 de dezembro.

O hobby em Fernando Ribeiro

A Galeria Mônica Filgueiras, Jardins, São Paulo, SP, expõe “Meu Hobby na Arte”, do artista plástico Fernando Ribeiro, com curadoria de Marcello Hirsch e Felipe Giaffone. Autointitulado um “piloto frustrado”, o artista recria nas telas alguns modelos de carros que gostaria de ter pilotado, utilizando a mesma técnica de outros trabalhos para buscar resultados inéditos.

 

Em uma tentativa de unir a arte que domina com uma paixão pessoal, Fernando Ribeiro apresenta sua nova série de pinturas, as quais abordam o universo automobilístico. Pintados em tinta acrílica sobre papel algodão, alguns modelos icônicos de carros são reproduzidos nas obras inéditas do artista. “Busquei colocar minha visão nas tonalidades, mas mantive a base das cores, ressalvando o critério iconográfico de cada modelo de carro”, comenta. Neste sentido, citando alguns dos trabalhos que perfazem a mostra, Fernando recria a famosa McLaren de Ayrton Senna, que tinha como patrocinadora uma grande marca de cigarros; o Porsche esportivo que carregava a logomarca do famoso vermute italiano; o lendário modelo de corridas Elf-Tyrrell, entre muitos outros.

 

Em “Meu Hobby na Arte”, Fernando Ribeiro constrói uma relação cronológica e histórica com o automobilismo, por meio de suas pinturas realistas, e fala sobre uma paixão que nunca havia sido abordada em sua obra. Imagens tradicionais, familiares principalmente aos aficionados pelo tema, porém impressas com a visão do artista, “(…) em ângulos distorcidos, grandes oculares de minha ótica”, como define o próprio.

 

 

De 12 a 28 de novembro.

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