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AGENDA CULTURAL

Fotógrafos internacionais

03/mai

A exposição “Face a face com grandes fotógrafos”, do artista chinês Zhong Weixing, que estreia dia 11 de maio no Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ, traz ao país obras realizadas em um ambicioso projeto desenvolvido pelo artista desde 2015. Fotógrafo e colecionador de arte, Zhong, especialista em capturar paisagens e detalhes de viagens, foca neste projeto um outro cenário: os maiores nomes da fotografia contemporânea mundial.

 

Com curadoria de Jean-Luc Monterosso e Milton Guran, a exposição traz retratos feitos em estúdio de nomes como os brasileiros Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco e Vik Muniz, além de feras internacionais como Robert Frank, Bernard Plossu, Duane Michals, Cristina de Middel, Martin Parr e William Klein, entre outros. A ideia é buscar a personalidade do fotógrafo por trás das lentes. Depois de mergulhar intensamente na obra do autor ou autora que tem diante de si, Zhong nos oferece uma visão plural e uma interpretação bastante pessoal do retratado, como fragmentos da obra destes autores.

 

A inspiração de Zhong Weixing para a realização deste projeto vem do ano de 1851, de uma séria criada pelo caricaturista francês Félix Nadar, que planejou fazer um retrato das celebridades de seu tempo, em quatro pranchas litográficas. Somente uma ficou pronta, na qual retratava mais de 250 escritores e jornalistas, e que entrou para a história como o Panteão Nadar.

 

 

Fotógrafos retratados na exposição

 

Alain Fleischer, francês, vive e trabalha na França. Fresnoy, 2016; Alberto Garcia Alix, espanhol, vive e trabalha na Espanha. Paris, 2016; Andres Serrano, norte-americano, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2016; Arno Rafael Minkkinen, finlandês, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2017; Bernard Faucon, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bernard Plossu, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bruno Barbey, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Christine Spengler, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Cristina De Middel, espanhola, vive e trabalha no México e no Brasil. Paris, 2016; Daido Moriyama, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Duane Michals, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Elliott Erwitt, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Gianni Berengo Gardin, italiano, vive e trabalha em Milão. Milão, 2016; Harry Gruyaert, belga, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Jean-Pierre Laffont, francês, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Joan Fontcuberta, espanhol, vive e trabalha em Barcelona. Paris, 2017; JR, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Klavdij Sluban, esloveno, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Martin D’Orgeval, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Martin Parr, inglês, vive e trabalha na Inglaterra. Paris, 2016; Martine Barrat, francesa, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Miguel Rio Branco, brasileiro, vive e trabalha no Brasil. Paris, 2016; Neal Slavin, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Nobuyoshi Araki, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Orlan, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Patrick Zackmann, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Pierre et Gille, franceses, vivem e trabalham em Paris. Paris, 2017; Ralph Gibson, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Robert Frank, suíço, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Sabine Weiss, suíça, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Sebastião Salgado, brasileiro, vive e trabalha em Paris. Paris, 2015; Valérie Belin, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Vik Muniz, brasileiro, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Paris, 2016; Vincent Perez, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; William Klein, norte-americano, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Yann Arthus-Bertrand, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016.

 

 

Sobre Zhong Weixing

 

Nascido na província de Chengdu, na China, em 1962, é colecionador de arte e fotógrafo, membro da China Photographers Association e presidente da Chengdu International Photography Exchange Association. Seu trabalho é regularmente publicado pelas revistas China Photography, PIXEL, Tibet Geographic, dentre outras. Entre as obras assinadas pelo artista estão: Peru Photographic Travelogue – Woodstock on the Summit, Sri Lanka Photographic Travelogue – A Momentary Reincarnation, Madagascar Photographic Travelogue, Carnet de Route Photographique, Obscure Sky with Yellow Land e Lost Paradise, com a qual ganhou o Grand Jury Prize no 12th Pingyao International Photography Festival em Pingyao, China.

 

 

Texto dos curadores

 

Um panteão de fotógrafos

 

Em 1851, o caricaturista francês Félix Nadar, antes de fazer fama como fotógrafo, se propôs a desenhar o retrato das celebridades do seu tempo e apresentar o conjunto em quatro pranchas litográficas em formato de panorâmica. Destas, apenas a primeira foi efetivamente publicada, em 1854, reunindo mais de 250 escritores e jornalistas. Assim nascia o chamado Panteão Nadar. É nessa linha de ação que se inscreve o trabalho de Zhong Weixing. Em 2015, ele começou a fotografar, de forma sistemática, os maiores fotógrafos da cena contemporânea. Renovar o gênero do retrato, eis o desafio que Zhong se propôs.

 

Trabalhando em estúdio, ele utiliza quase sempre um fundo negro e luz difusa. Instalado diante do seu modelo, realiza uma série fotos através das quais tenta, não exatamente revelar a pessoa por trás da personagem, mas sobretudo o fotógrafo por trás da pessoa. Seus retratos surgem como se fossem, eles mesmos, fragmentos da obra desses autores. A participação ativa dos retratados, que propicia um diálogo construtivo entre os dois fotógrafos, ao invés de uma confrontação, caracteriza o que poderíamos chamar de simbiose criativa de Zhong Weixing. O conjunto dessas imagens se constitui, portanto, em um painel excepcional da fotografia contemporânea. Um panteão sem dúvida mas, sobretudo, uma homenagem vibrante a todos aqueles que fazem da fotografia uma arte maior do nosso tempo.

 

Jean-Luc Monterosso e Milton Guran

 

 

De 11 de maio a 16 de julho.

Livro de Lucia Koch

Será em Porto Alegre o lançamento da publicação “Lucia Koch”, e o local escolhido é o Bar Ocidente, espaço cultural localizado no bairro Bom Fim. Primeiro livro de caráter monográfico sobre a artista gaúcha Lucia Koch, conta com a participação de renomados expoentes da curadoria e da crítica de arte internacional, que possuem íntima relação com a produção artística de Koch, como Dan Cameron e Jochen Volz.

 

Intervenções com filtros, vidros, vídeos e fotografias são algumas das mídias que a artista escolheu para investigar a luz e sua espacialidade, sempre em diálogo com a arquitetura na qual se instalam seus trabalhos e com aqueles que os vivenciam. O livro é resultado de projeto realizado via Lei de Incentivo à Cultura com o apoio do Ministério da Cultura e patrocínio da Verde Asset Menagement. Lançamento organizado por Koralle Pintura e Desenho e a Associação para o Patronato Contemporâneo – APC.

 

 

Sobre a Associação para o Patronato Contemporâneo – APC‎

 

A Associação para o Patronato Contemporâneo – APC é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2011 pela Galeria Nara Roesler para viabilizar a realização de projetos institucionais e estimular o patronato cultural. A fundação da APC reflete o desejo da Galeria Nara Roesler de criar e fomentar plataformas críticas de experimentação para seus artistas e a necessidade de proporcionar oportunidades pertinentes de patronato para seus colecionadores.

 

A APC elabora e executa projetos que promovem a valorização, desenvolvimento e difusão do patrimônio artístico e cultural contemporâneo no Brasil e no exterior, incentivando a pesquisa, a educação e a democratização do acesso à cultura. Tal propósito se efetiva por meio de linhas específicas de atuação, como publicações, exposições, consultorias e produções culturais, residências artísticas, entre outros.

 

A APC estabelece parcerias com demais pessoas e entidades, públicas e privadas, para realização de seus projetos, visando sempre a criação de espaços para o debate sobre arte e cultura. A gestão dos projetos é feita pela associação desde sua elaboração, captação de recursos e produção até a divulgação e/ou distribuição final. Para tanto, a APC é mantida por diversos recursos, dentre eles doações e verbas obtidas por meio de leis de incentivo fiscal.

Guerreiro: 50 anos de profissão

Para comemorar 50 anos de profissão, o fotógrafo Antonio Guerreiro vai expor no famoso Bar Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, a partir desta terça-feira, dia 02 maio, retratos de 50 belas e incríveis mulheres cariocas – seja ela de nascimento, adoção ou vocação. “Meninas do Rio” terá imagens em preto e branco e sem retoques, diz o fotógrafo:

“ – Sou de um tempo em que não existiam silicone, botox nem photoshop”.

 

Mulheres famosas ou ícones da beleza nacional como Leila Diniz, Tônia Carrero, Zezé Motta, Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), Luiza Brunet, Gal Costa, Maria Bethânia, Marília Pêra, Glória Pires e Suzana Vieira dentre outras, estarão em exibição.

 

Do retrato de Marília Pêra, sorrindo com a mão no queixo, ele só se recorda que foi feito “na casa onde ela morava com o Nelsinho Motta, quando eram casados”. Guerreiro fotografou várias capas de Gal Costa, inclusive a do LP “Índia”, censurada pela Ditadura. A imagem dela que estará na exposição, no entanto, é outra. Dela, ele lembra que a fotografia foi realizada em 1985 para a capa da “Vogue”, quando ele era o fotógrafo da revista. O título da reportagem era: “Sex Symbol”.

Coleções do MAM-Rio

02/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta, a partir do próximo dia 6 de maio, com entrada aberta ao público, a exposição “A volta das coleções do MAM”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, que reúne quase 100 obras em séries, conjuntos, múltiplos, sequências e associações de 24 artistas de diferentes nacionalidades e gerações. Para os curadores, a exposição permite ao visitante uma compreensão dos processos poéticos desses artistas.

 

Os artistas presentes na exposição são: os brasileiros Alair Gomes, Antonio Dias, Antonio Manuel, Athos Bulcão, Cabelo, Carlos Zilio, Geraldo de Barros, Gilvan Samico, Ivan Grilo, Jac Leirner, Mário Fontenelle, Milton Machado, Raymundo Collares, Rosangela Rennó, Vicente de Mello e  Waltercio Caldas; os alemães Bernd & Hilla Becher, Grete Stern, Josef Albers, Wolf Vostell; a norte-americana Diane Arbus; o taiuanês Hsieh Tehching  e o espanhol Juan Pratginestós.

 

Todos os trabalhos pertencem às três grandes coleções do Museu – a própria, a de Gilberto Chateaubriand e a de Joaquim Paiva, que somam mais de 16 mil obras. Com a abertura desta exposição, o terceiro andar do MAM passa a ser destinado,  exclusivamente, à exibição de seu acervo.

Patrocínio: Lei de Incentivo à Cultura e mantenedores do MAM: Petrobras, Bradesco Seguros, Rede D´Or São Luiz e Organização Techint. Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal – Ordem e Progresso.

 

 

De 06 de maio a 06 de agosto.

 

A Sugestão em Cor

A Galeria Oscar Cruz exibe a mostra coletiva “A Sugestão na Cor: Entre a Abstração e a Figuração”. A exposição investiga a relação cromática no trabalho de dez artistas de diferentes países. Produzidas nos últimos quinze anos, as obras reunidas tem a cor como elemento central na relação entre a abstração e a figuração.

 

Em todas as obras, a justaposição de cores decorre de decisões estéticas  mas também teóricas. Algumas mais abstratas outras mais figurativas, nenhuma delas se encaixa confortavelmente em nenhuma das duas categorias. É como se uma única realidade não bastasse para despertar o espectador para uma interação mais profunda, para uma experiência absolutamente pessoal com a obra.

 

Alguns dos artistas exploram a abstração diretamente pela perspectiva da história da arte, como é o caso do inglês Michael Stubbs, que faz uso de repetidas camadas de tinta e estêncil, e também da brasileira Luisa Editore, com suas complexas construções geométricas. Cores vivas em pinturas abstratas formam a base da obra da argentina Graciela Hasper. Para Hasper, uma pintura não é uma representação do mundo, mas sim uma representação de ideias. As pinturas de sua conterrânea Mariana López também se utilizam de cores fortes e vibrantes, mas já contam com uma justaposição de abstração e figuração como forma de inspirar narrativas entre ficção e realidade.

 

A pintura da brasileira Mariana Palma, por sua vez, é um imersão sensorial na experiência visual do tato. Nesta obra, Palma nos apresenta uma surrealista composição de elementos que remetem a objetos que existem no mundo real, sem no entanto fazer qualquer sentido por si só ou mesmo em conjunto. A fisicalidade destes elementos é gritante: tecidos de seda ricamente estampados, entalhes góticos, pastilhas de vidro brilhantes, pelo de animais, decorações frias de alabastro e ferro, e outros elementos convivem juntos em cores intensas que saltam ao espectador. Tudo isto porém sem nos permitir qualquer identificação exata; nem abstrata nem figurativa, a obra mostra a sua força em seus estímulos visuais.

 

Interessada em temas sociais e culturais como teorias de gênero, a argentina Adriana Minoliti lança mão tanto do abstrato quanto do figurativo para construir uma cena de realidade virtual. Se utilizando de cores fortes e formas geométricas como linguagem, fica a cargo do espectador extrair significados da imagem—e, consequentemente, sem perceber dar a ela sentido de vida real.

 

Também figurativa, o interesse de Monica Millán passa pela tradição do desenho de representação da natureza e da cultura dos bordados. Com a mistura impossível de cores, mais do que belas imagens de flores, plantas e animais, a obra desperta uma incerteza sobre o que se vê e propõe mais um mundo imaginário, romântico e lúdico do que uma representação do mundo real.

 

Ao restringir a composição de sua obra, Hildebrando de Castro deixa a sua pintura intencionalmente ambígua, flertando com a herança concretista ao mesmo tempo em que nos revela apenas o suficiente para sugerir a representação de um edifício modernista. E seu uso de cores fortes nos tons de terra vão de encontro ás formas geométricas e artificiais da imagem. Ao remover qualquer indício de edifício habitado, nos resta apenas formas abstratas e espaços vazios.

 

Com suas pinturas pequenas e evocativas o pintor inglês Gareth Cadwallader, produz tanto obras abstratas quanto figurativas. Aqui, Cadwallader reduz ao máximo a representação da capa da revista National Geographic, deixando apenas um retângulo laranja dentro de uma moldura amarela. Duas cores e uma forma, o retângulo. Lançando mão de um ícone tão reconhecido, esta pintura aparentemente simples e abstrata é mais do que isso.

 

A obra de Luiz Alphonsus é uma pintura cósmica. A tela pintada de um intenso azul real texturizado é interrompida por formas geométricas contornadas pelo que parece ser poeira interestelar. Uma paisagem abstrata de um espaço que apenas podemos imaginar. É um véu sobre o desconhecido.

 

 

Paula Cruz

 

 

 

 

De 16 de maio a 14 de julho.

Ecce Homo na Verve Galeria

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a mostra coletiva “Ecce Homo”, com participação de Alex Flemming, Allis Bezerra, Florian Raiss, Francisco Hurtz, Gabriel Wickbold, Guilherme Licurgo, Hudinilson Jr., João di Souza, Leonilson, Marcelo Auge, Maurício Coutinho e Paulo von Poser. Sob a curadoria de Ian Duarte Lucas, 16 trabalhos apontam o masculino como tema e apresentam diversas visões acerca deste território e suas incontáveis possibilidades, por meio de colagens, desenhos, esculturas, fotografias e pinturas.

 

 

Ao longo da História, uma pluralidade de descrições identitárias foram imputadas ao homem – por muito tempo, em caracterizações restritas aos distintos papéis sociais por ele representados na sociedade. “Além das tentativas a fim de defini-lo a partir de sua identidade biológica, coexistem ainda inúmeras teorias discutidas no campo da psicanálise e da sociologia”, comenta Ian Duarte Lucas. Até a contemporaneidade, vemos a evolução de conceitos sobre o masculino, combinados e justapostos, e passamos a entender que certamente não há uma única resposta.

 

 

Neste contexto, “Ecce Homo” busca ressaltar a construção do indivíduo masculino em sua singularidade, a despeito de conceitos e definições generalizadas, apresentando obras de artistas homens que revelam a memória, a descoberta da sexualidade, o resgate de elementos simbólicos, a construção e o questionamento de imagens e o desejo de pertencimento – paralelamente às pequenas e grandes narrativas que originaram suas identidades como artistas, refletidas em trabalhos que tratam deste universo.

 

 

Em um tempo em que as próprias fronteiras de gênero são questionadas, a exposição ressoa a pergunta essencial de Nietzsche em sua famosa obra Ecce Homo: “Como se chega a ser o que se é?”. Histórias, por vezes muito pessoais, despertam a reflexão nos espectadores, ao contarem um pouco do caminho percorrido por cada artista no sentido de encontrar respostas a esses questionamentos. Coordenação de Allann Seabra.

 

 

 

De 03 de maio a 24 de junho.

Fabio Mauri na Bergamin & Gomide

25/abr

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar a partir de 11 de março a primeira exposição individual no Brasil do artista italiano Fabio Mauri, o qual participou em 2012 da dOCUMENTA (13), em Kassel, além de seis edições da Bienal de Veneza (1954, 1974, 1978, 1993, 2013, 2015).

 

A mostra FABIO MAURI (SENZA ARTE) foi realizada em parceria com Olivier Renaud-Clément e com a galeria suíça Hauser & Wirth, que abriga toda a coleção do artista, e fez em 2015 e 2016 uma grande retrospectiva de Mauri nos Estados Unidos e em Londres.

 

Mauri nasceu em Roma, em 1926, e teve sua vida e obra marcadas pelo fascismo. Sua família era proprietária de uma das editoras mais importantes de literatura no país, por consequência, Mauri foi criado entre escritores e artistas e naturalmente se tornou amigo próximo de intelectuais e grandes nomes da vanguarda italiana do pós-guerra, como Ítalo Calvino, Umberto Eco, Pier Paolo Pasolini e Jannis Kounellis.

 

No final dos anos 1950, Mauri inicia sua produção artística em formatos tradicionais, como pinturas em telas e desenhos em papéis. Desde então, sua obra já tinha grande preocupação com questões ideológicas e políticas, o que foi acentuado nas décadas seguintes com o desenvolvimento da sua produção em formatos mais contemporâneos, em particular seu interesse pela “imagem projetada” e pela “tela escura” do cinema e da televisão – através de vídeos e projeções – além do elemento cênico, que se dava através da inserção do público dentro da obra em suas ações/performances e instalações, seja de forma participativa ou apenas como observador.

 

Segundo Carolyn Christov-Bakargiev, curadora da dOCUMENTA (13) e do Castello di Rivoli, “É verdade que Mauri abordou temas numerosos e diversos, usando uma variedade de abordagens expressivas, mas um fio comum fundamental, quase uma obsessão, percorre todos os seus movimentos, apesar do caráter multiformes de sua obra. Subjacente a todas as suas obras está uma meditação na tela – o cinema e a televisão – e as implicações da projeção para a sociedade e para a subjetividade contemporânea.”

 

Para a exposição na galeria, 25 obras foram selecionadas: no salão principal dois carpetes de grandes dimensões vão ocupar o centro da galeria, com as frases  Forse l’arte non è autonoma  [Talvez a arte não seja autônoma] e Non ero nuovo [Eu não era novo], ambos de 2009, e que fizeram parte da dOCUMENTA (13), em 2012, além de uma série de colagens e as instalações On the Liberty (1990) e Ventilatore (1990); no segundo ambiente serão apresentados treze trabalhos da série Photo Finish (1976); a última sala foi reservada para uma projeção do vídeo Seduta su l’ombra, de 1977. Todos os trabalhos são inéditos no Brasil e retratam um recorte abrangente da obra do artista.

 

Trabalhando em paralelo aos principais movimentos artísticos da época, como a Pop Art e a Arte Povera, Mauri colocou em discussão o papel da comunicação midiática como formadora da sociedade lá na década de 1960, quando a televisão ainda dava os primeiros passos. Enquanto artistas na Europa e nos Estados Unidos exploravam as nuances do consumismo e dissecavam os materiais essenciais da criação artística, Mauri abria frente para um questionamento que iria além da estética e da representação: como dar forma a algo tão abstrato como uma ideologia? Qual o papel do artista, do público e da mídia dentro dessa discussão? A problemática que o artista investigou por tantos anos é um assunto extremamente atual nos dias de hoje, sua obra reflete pontos cruciais da vida em sociedade e do pensamento do homem moderno.

 

Em 2015 a obra Il Muro Occidentale o del Pianto [O muro ocidental ou das lamentações], de 1993, ocupou a primeira sala do pavilhão central na 56a Bienal de Veneza, com curadoria de 56ª Bienal de Veneza, com curadoria de Okwui Enwezor. No mesmo ano o artista participou também pela primeira vez da Bienal de Istambul e sua obra foi incluída como parte da exposição permanente do Castello di Rivoli, enquanto outros trabalhos foram adquiridos pelo Centre Pompidou, em Paris.

Até sábado,  29 de abril de 2017.

Ibeu 80 anos

Bairro com vocação artística que abriga ateliês e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, ganhará um reforço de peso no início do mês de maio, quando a tradicional Galeria de Arte Ibeu, abre suas portas em uma casa da Rua Maria Angélica. Motivos para comemorar, há de sobra: trata-se da exposição que marca os 80 anos do Ibeu, “A Insistência Abstrata, nas coisas”, mostra coletiva com acervo do Ibeu e curadoria de Cesar Kiraly.
Foram selecionadas onze obras emblemáticas dos artistas Anna Maria Maiolino, Bruno Belo, Claudia Hersz, Eloá Carvalho, Gisele Camargo, Lena Bergstein, Manoel Novello, Paula Huven, Raul Leal, Rosângela Rennó e UbiBava. “O acervo da Galeria foi obtido através de doações dos artistas que nela expuseram ao longo dos anos. Isso fornece à coleção um caráter intensamente afetivo”, avalia Kiraly. Para ele, o maior desafio é o de estabelecer um sentido combinado, que não existiria sem a sua imaginação. Como o nome indica, nesta “A Insistência Abstrata, nas coisas” são privilegiadas obras abstratas, algumas delas inéditas, de artistas que fazem parte do cânone da arte brasileira, como Ubi Bava, Anna Maria Maiolino e Lena Bergstein, combinadas com as de artistas abstratos contemporâneos, que recentemente tiveram individuais no Ibeu, como Manoel Novello e Gisele Camargo.

 

“A intenção é mostrar como os objetos abstratos estão presentes no cotidiano, e como fazem parte da materialidade das coisas, peças de construção da vida comum. A relação entre as figuras tem a ver com a resistência do abstrato, mas também com o empréstimo lírico de um registro para o outro. O abstrato ora segura o fôlego, como na pequena tartaruga do Bruno Belo, ora aporta no âmbito conceitual, na maleta ‘duchampiana’ da Claudia Hersz”, complementa o curador.
A história da galeria
A Galeria em Copacabana foi inaugurada em março de 1960. Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, IberêCamargo, Josef Albers, Alexander Calder, Antonio Manuel, Lygia Pape, Artur Barrio, entre muitos outros ícones, já tiveram seus trabalhos expostos por lá. Nas décadas anteriores, antes da inauguração do espaço em Copacabana, o Ibeu promovia arte através de parcerias com espaços como o Instituto dos Arquitetos do Brasil, Ministério da Educação e Associação Brasileira de Imprensa.

 

 

Acessibilidade e mesma área expositiva mantida em projeto de arquiteto
No novo espaço de 52m², projetado pelo arquiteto Maurício Castello Branco e iluminado por Rogério Emerson, não houve perda de área expositiva linear em relação à estrutura anterior, em Copacabana. Além disso, o acesso ficou bem mais fácil e a sinalização externa foi beneficiada pelo fato de estar instalada em uma casa.
Programação do ano já está definida
Segundo Renata Pinheiro Machado, Gerente Cultural do Ibeu, a Nova Galeria de Arte Ibeu contará com projetos de exposições individuais e coletivas, mantendo sua história nas artes visuais, que começou em 1940. “Nomes como o de Julia Kater e Pedro Tebyriçá figuram entre os aprovados no edital de ocupação de 2016/2017, como também o de Maria Fernanda Lucena, premiada na última coletiva “Novíssimos”. Aliás, o próprio Salão de Artes Visuais Novíssimos 2017 tem data de abertura marcada entre julho e agosto”.

 

 

 

De 02 de maio a 09 de junho.

O caos de Loro Verz

A Galeria VilaNova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inaugura a exposição “FELIZMENTE NÃO CONSIGO TE ESQUECER”, do artista plástico, cartunista, designer e ilustrador Loro Verz. Com curadoria de Bianca Boeckel, 14 obras são apresentadas nesta individual, cujo tema permeia o caos interior de quem se vê incapaz de sair de determinada zona de conforto, a aflição gerada por planos em relação ao futuro e a infinidade de caminhos que se pode escolher para seguir em frente.

 
Nesta nova mostra da Galeria VilaNova, são exibidas peças que evidenciam o desconforto traduzido em cores e formas variadas, sobrepondo imagens e camadas de tonalidades com traços ora abstratos, ora representativos. Além de telas quadradas e em formatos tradicionais, Loro Verz talha as bordas de algumas obras, como se o conteúdo das mesmas extrapolasse os limites dos suportes que utiliza. Formado em Artes Plásticas, Loro Verz desenvolve seu trabalho seguindo um método por ele denominado “Free Jazz imagético”, pelo qual a criação se torna algo inteiramente intuitivo, livre de definições e amarras, o que acaba por refletir suas visões e experiências pessoais. “Arte é o reflexo de como penso, uma espécie de mapa interno. É o inconsciente tomando conta e mostrando suas cores verdadeiras. É um estado entre a razão e a não-razão. Cada obra é uma surpresa, um exercício de experimentação.”

 
O título “FELIZMENTE NÃO CONSIGO TE ESQUECER” faz alusão a algo que não desapareceu por completo, o que abre espaço para o desconforto. O caos representa o ponto de partida, no sentido de se definir outras possibilidades, as quais se sobrepõem na formação de novas perspectivas e rotas. Tais elementos estão diretamente ligados à produção de Loro Verz, desde seus quadrinhos até as telas da presente exposição.

 
Por sempre buscar novos materiais e formas de se expressar, a experiência do artista se torna uma grande experimentação. Assim, ele descreve seu ateliê como sendo, na verdade, um laboratório. Em uma realidade que, infelizmente, escancara o egoísmo cada vez mais presente nas Artes Plásticas, o resultado desta alquimia de imagens cabe ao espectador decifrar, uma vez que cada um possui uma leitura distinta daquilo que lhe é apresentado. Nesta imensidão de possibilidades, conceitos permanecem suspensos e são formados, individualmente, na cabeça de quem tem acesso às obras.

 
Partindo do pressuposto de que quanto mais experimentações, mais rico é o vocabulário de uma pessoa ou artista, Loro Verz conclui: “Experimentar é uma ferramenta básica de sobrevivência”.

 

 
De 25 de abril a 06 de junho.

Avenida Paulista

Com esta exposição, o MASP volta a atenção para seu entorno, compreendendo a avenida Paulista não apenas como local onde o Museu está inserido, mas também como objeto de consideração e reflexão. Trata-se de uma atenção significativa no contexto dos 70 anos do Museu (inaugurado em 1947 num edifício da rua 7 de Abril no centro de São Paulo e transferido para este edifício em 1968): a mostra representa um olhar para este local icônico da cidade, que é ao mesmo tempo cartão-postal e palco de embates e disputas de muitas ordens.
Quais são os temas que atravessam a avenida Paulista, com seus mais de 120 anos e 2.800 metros de extensão? Os contrastes econômicos e sociais, o capital financeiro e o comércio informal, o capital simbólico e as instituições culturais, as manifestações políticas e as questões de sexualidade (com uma das maiores paradas LGBT do mundo). Símbolo de São Paulo, a avenida Paulista carrega também as contradições, fricções e tensões de uma cidade rica, complexa e desigual.
A exposição é dividida em dois grandes segmentos. O primeiro segmento, na parede da esquerda e do fundo da galeria do 1º andar, inclui representações da avenida Paulista, com fotografias, documentos, pinturas, registros de ações performáticas, objetos e cartazes históricos de 38 autores, de 1891 a 2016, organizados cronologicamente. O segundo segmento é composto por 14 novos projetos comissionados para a exposição, que ocupam a entrada, o meio e o lado direito da galeria do 1º andar (André Komatsu, Cinthia Marcelle, Graziela Kunsch, Ibã Huni Kuin com Bane e Mana Huni Kuin, Lais Myrrha, Marcelo Cidade, Mauro Restiffe e Rochelle Costi com Renato Firmino), a galeria do 1º subsolo (Daniel de Paula), a sala de vídeo no 2º subsolo (Luiz Roque), o Vão Livre (Marcius Galan), e por uma intervenção na pinacoteca do 2º andar (Dora Longo Bahia), além de projetos não realizados de Ana Dias Batista e Renata Lucas reproduzidos no catálogo da exposição.
Como parte de Avenida Paulista, ocorre uma programação semanal de 13 oficinas e 8 sessões de filmes. As oficinas—propostas por companhias de teatro, coletivos, arquitetos e artistas—utilizam a avenida como palco e espaço criativo, ativando suas histórias e seus espaços de memória. As sessões de filmes—organizadas por Dora Longo Bahia com o grupo de estudos Depois do Fim da Arte—acontecem no pequeno auditório do Museu no 1º subsolo e refletem sobre o lugar do artista na cidade.
É importante pensar esta exposição como um desdobramento da vocação arquitetônica e urbanística do próprio edifício de Lina Bo Bardi (1914-1992), tendo em vista suas características fundamentais—a transparência, a permeabilidade, a abundância no uso do vidro, as plantas livres e a suspensão do volume de concreto—que permitem que o olhar e a cidade atravessem o Museu. Nesse sentido, pensar o MASP é debruçar-se sobre as questões da cidade e, sobretudo, sobre o local onde está instalado desde 1968.

 
Lista de artistas

 

3NÓS3, Agostinho Batista de Freitas, Ana Dias Batista, André Komatsu, Antônio Moraes, autores desconhecidos, Carlos Fadon, CIA de Foto, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle, Cláudia Andujar, Cristiano Mascaro, Daniel de Paula, Dora Longo Bahia, Dulcinéia Aparecida Rocha, Edu Garcia, Eduardo Castanho, Enzo Ferrara, Ferreira Gullar, Graziela Kunsch, Guilherme Gaensly, Hans Gunter Flieg, Ibã Huni Kuin com Bane e Mana Huni Kuin, Ivan Grilo,Ivo Justino, Juan Pérez Agirregoikoa, Juca Martins, Jules Martin, Kleide Teixeira, Lais Myrrha, Lina Bo Bardi, Luis Carlos Santos, Luiz Hossaka, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Roque, Marcelo Cidade, Márcia Alves, Marcius Galan, Maria Luiza Martinelli, Maurício Simonetti, Mauro Restiffe, Maximiliano Scola, Mick Carnicelli, Milton Cruz, Nair Benedicto, Nicolau Leite, Renata Lucas Roberto Winter, Rochelle Costi com Renato Firmino, Sérgio Bertoni, Sonia Guggisberg, Thomaz Farkas, Werner Haberkor e William Zadig

 

CURADORIA Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Tomás Toledo, curador; com Camila Bechelany, Luiza Proença, Fernando Oliva, curadores, MASP, e Amilton Mattos, Universidade Federal do Acre

 

 

Até 28 de maio

 

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