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AGENDA CULTURAL

Not Vital no Paço Imperial

23/out

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a obra do célebre escultor suíço Not Vital na primeira exposição institucional do artista na América do Sul. Aos mais de 60 anos de idade e com uma carreira que perpassa quatro décadas, Vital surge como pensador singular e original, cuja prática artística envolve filosofias sobre habitação e vida material. Acostumado a um estilo de vida nômade, Not Vital é um incansável viajante e explorador curioso. Sua obra busca inspiração e admiração em muitos lugares distintos e díspares que, ao longo do tempo, chamou de lar. Criado no pequeno vilarejo de Sent, situado na região elevada e montanhosa do vale Engadin, na Suíça, Vital, desde então, viajou ao redor do mundo. Primeiro fixou residência em Nova York, durante a década de 1980, e, depois, internacionalmente, entre continentes, montou estúdios e construiu esculturas arquitetônicas como habitações transitórias em centros urbanos e vastas paisagens desde o Cairo, Patagônia, no Chile, até Agadez, em Níger, Pequim, na China, Flores, ilha da Indonésia, e no Rio de Janeiro. A mostra foiorganizada por Olivier Renaud-Clément.

 

Envolvendo-se com as impressões culturais locais e assimilando-as em sua prática artística mais ampla, Vital traz obras nesta exposição que exploram o relacionamento entre materialidade, forma e significado; elas apresentam temas familiares que o artista concebe de modos totalmente inesperados. “HEADs” de 2013-2015 é um novo conjunto de obras que traz outra concepção do retrato e atravessa o representacional com o abstrato. Vital buscou inspiração na forma do Buda, que encontrou durante uma viagem ao Laos, em 2013. Transformando a intensa espiritualidade e incrível beleza do ídolo em sua linguagem escultural especial, Vital reduz a representação figurativa a contornos sutis que negam qualquer conceito de expressão individualizada. Desse modo, tanto separadas como coletivamente, as esculturas de Vital evocam as formas mais antigas da arte pré-histórica. Contudo, confeccionada em aço monocromático altamente refletor, sua obra pertence enfaticamente aos avanços tecnológicos da sociedade atual. Desde 2008, quando instalou seu estúdio no distrito artístico de Caochangdi, em Pequim, Not Vital vem colaborando com artesãos chineses especializados para produzir esculturas em aço inoxidável. Para a série “HEADs”, a técnica de revestimento por deposição física de vapor foi empregada de forma a criar superfícies refletoras muito polidas e luminosas. Dominando a presença física dos próprios espaços que habitam, as silhuetas ameaçadoras das esculturas de Vital mobilizam o espectador em um remoinho de reflexõesfluidas.

 

 

Numa instalação que ocupa uma parede inteira de uma galeria, Not Vital apresenta “750 Knives”, obra de 2004. Para esta obra, o artista fincou 750 lâminas de tamanhos variados na parede. Do outro lado, as pontas afiadas projetam-se para fora. Neste trabalho de minimalismo imbuído de poesia, Vital cria um relacionamento entre a obra de arte e o espectador que é ao mesmo tempo ameaçador e instigante. Embora desconcertante em sua devastadora violência, a parede possui uma energia tranquila e poderosa, oferecendo uma imagem de beleza surreal. Incitando a forma escultural da obra com uma surpreendente estética de pintura, as sombras criam desenhos em fluxo, um contrapeso para os óbvios atos de provocação.

 

Utilizando novamente a parede como tela, o artista cria uma obra site-specific para o Paço Imperial que traz uma grande semelhança com os vestígios explosivos de uma guerra de bolas de neve. Em “Snowball Wall”, obra de 2015, Vital emprega a arte performática, jogando contra a parede “bolas de neve” de gesso, cujas formas se rompem com o impacto. O artista usou gesso durante toda a sua carreira e explicou muitas vezes que a atração pelo material origina-se do fato que, por um curto período, o gesso toma a consistência da neve. Transformando e elevando formas corriqueiras em criações extraordinárias, ricamente imbuídas de sentido e significado, Not Vital combina uma diversidade de impressões duradouras e experiências pessoais de terras estrangeiras e populações locais que coletou ao longo de muitos anos. A gênese do trabalho de Vital explora com intensidade seu estilo de vida nômade, mas é igualmente influenciada por seu relacionamento, na infância, com a natureza e sua casa nos Alpes suíços. Essa tensão comanda relacionamentos líricos e contrastantes, que exploram temas de cultura e natureza, abstração e mutação, artifício humano e espécie animal, contextualizando também a beleza misteriosa e o jogo conceitual tão profundamente enraizados na essência da obra de Not Vital. Junto com a exposição no Paço Imperial, Not Vital está construindo uma “House to Watch the Sunset”, no Ji-Paraná, perto de Manaus.

 

 

Sobre o artista

 

 
Nascido em 1948 em Sent, na Suíça, Not Vital estudou em Paris e Roma antes de se mudar para Nova York em 1974. Escultor, Vital é também pintor, construtor de pontes, casas e torres, nômade e eterno explorador. Atualmente, mora e trabalha entre o Rio de Janeiro, Pequim e Sent. Not Vital realizou mostras institucionais individuais em: Museo d’Arte di Mendrisio, Mendrisio, Suíça (2015); Musées d’Art et d’Histoire, Genebra, Suíça (2014); Isola di San Giorgio Maggiore, Veneza, Itália (2013); Ullens Centre for Contemporary Art, Pequim, China (2011); Museo Cantonale d’Arte di Lugano, Suíça (2007); The Arts Club of Chicago, EUA (2006) e Kunsthalle Bielefeld, Alemanha (2005). Em 2001, participou da 49º Bienal de Veneza (com curadoria de Harald Szeeman). Sua obra compõe acervos públicos ao redor do mundo, tais como: Carnegie Institute, Pittsburg, EUA; Dallas Museum of Art, Dallas, EUA; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, EUA; Kunstmuseum Bern, Berna, Suíça; Kunsthalle Bielefeld, Bielefeld, Alemanha; Kunstmuseum Luzern, Lucerna, Suíça; Musées d’Art et d’Histoire, Genebra, Suíça; Museum of Fine Arts, Boston, EUA; Museum der Moderne, Salzburgo, Áustria; Philadelphia Museum, Filadélfia, EUA; The Museum of Modern Art, Nova York, EUA; The Ashmolean Museum, Oxford, Reino Unido; The Brooklyn Museum, Brooklyn, EUA; Toyota Municipal Museum of Art, Aichi, Japão.

 

 

Até 29 de novembro.

Ozi, primeira individual

Comemorando os 30 anos de atuação na cena cultural, o artista plástico Ozi inaugura sua primeira exposição individual, “Ozi Pop Up Show”, na galeria A7MA, Vila Madalena, São Paulo, SP. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. O artista exibe um recorte dessa longa trajetória, através de uma combinação de 47 trabalhos nos quais utiliza, prioritariamente, a técnica do stencil.

 

Para a “festa”, Ozi expõe 17 remixagens do ícone pop Mickey Mouse, de quem é um fãn de longa data, e que também está presente em algumas séries de trabalhos: latas de spray costumizadas – “OZICANS 30 latas”. As “OZICANS” foram produzidas em comemoração aos 30 anos de arte e graffiti, e representam um pequeno recorte da produção com trabalhos antigos, atuais e algumas releituras divertidas de ícones de consumo.

 

Na inédita “MixMickey”, Ozi apresenta uma mixagem do Mickey Mouse com vários personagens de HQ, criando os “Mickeys híbridos”. Já em “Arte Ordinária”, os trabalhos são uma crítica bem humorada ao modo como uma cultura nos é imposta, sem que pensemos antecipadamente nas consequências que isso trará para nossa vida diária.Para o artista, sério e responsável em seu compromisso criativo e educacional, é importante não perder o viés da diversão. Sempre atento, sua inspiração vem do cotidiano.

 

Ozi atua nas ruas desde 1985, imprimindo suas ideias nos muros e paredes da cidade de São Paulo. Com seus trabalhos de stencil bem humorados, por vezes irônicos, questiona o capitalismo, a sociedade de consumo e religião, de forma divertida e descompromissada, sempre com um tom de crítica às mazelas humanas.

 

 

O conceito do artista

 

– “Notícias dos meios de comunicação, alguma frase ou algo que vejo pelas ruas. Alguns assuntos que me incomodam também tem minha atenção. Uso ícones bem conhecidos e de fácil aceitação pelo público, que coloco em situações incomuns. A ideia sempre é causar algum estranhamento para que as pessoas parem para refletir.”.

 

 

Sobre o artista

 

Ozi, artista plástico paulistano, iniciou suas atividades no graffiti em 1985, por incentivo e apoio de dois importantes artistas paulistas: Alex Vallauri (precursor do graffiti em São Paulo) e Maurício Villaça. Desde então, vem ocupando os muros da cidade com seu trabalho, tornando-se parte da primeira geração de artistas envolvidos com o graffiti. Tem participado ativamente da cena street art de São Paulo e de várias exposições no Brasil e exterior, sejam elas em galerias, museus, instituições culturais ou espaços ao ar livre.

 

 

Sobre a galeria

 

A7MA criada em 2012, por Enivo, Jerry Batista, Tché Ruggi, Cristiano Kana e Alexandre Enokawa. Do indivíduo ao coletivo, muito além de um nome – athima (alma em hindu), a ‘A7MA’ é a representação da união de duas casas artísticas: o ‘Coletivo 132’ e a ‘Fullhouse’. Com mais de 100 m² de arte, o repertório cultural da galeria possui mais de 30 exposições em seu catálogo e um acervo variado obras sendo considerada um dos principais espaços na cidade, interessado exclusivamente pela arte de rua.

 

Composta por pessoas cultivadas pelos anos de produção artística e outra dos passantes da Vila Madalena, uma coisa é rápido sacar sobre esse espaço. Ele é amigável e nada opressor – parece uma extensão da rua. A7MA representa a arte que nasceu nas ruas e permanece ganhando visibilidade e reconhecimento no mercado. A cada dia, a cada nova exposição, é como se renovassem na união e no propósito de aproximar a arte de quem quiser ser envolvido por ela.

 

 

De 29 de outubro a 14 de novembro.

Exposição de Cinthia Marcelle

22/out

A terceira mostra individual de Cinthia Marcelle, “em-entre-para-perante”, próximo cartaz da galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abriga uma instalação com pinturas e objetos.

 

Nas paredes, uma série de tecidos listrados, cujas linhas pretas foram pintadas de branco, ficam pendurados bem ao alto, remetendo à imagem de um pátio central de um presídio.

 

No chão, um conjunto de objetos encobertos por cadarço negro, instrumentos que sugerem, em sua maioria, ferramentas utilizadas em situações de fuga. O público caminha em um estreito corredor, em um jogo de oposições entre o que está em cima e o que está embaixo, o que está descoberto e encoberto, solto e atado.

 

 

O conceito da artista

 

Interessa à artista pensar os conceitos de cárcere e fuga, investigando o espaço simbólico (e histórico) dos presídios brasileiros de um ponto de vista de quem vê de fora, de quem experimenta os confinamentos (econômico-sociais e psicológicos) do fora, os limites do dia-a-dia, projetando, ao mesmo tempo, de dentro de seu exercício estético, uma linha de fuga.

 

 

Sobre a artista

 

Cinthia Marcelle nasceu em 1974, Belo Horizonte, Brasil. Graduada em Belas Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (1997-1999). Seu trabalho tem circulado em significantes exposições incluindo Bienal de Havana, Cuba (2006), Bienal de Lyon, França (2007), Panorama da Arte Brasileira, São Paulo e Madri (2007 – 2008), Bienal de São Paulo, Brasil (2010), No Lone Zone, Tate Modern, Londres (2012), Triennial of New Museum, Nova York (2012), Sala de Arte Publico Siqueiros, Cidade do México (2012), Dundee Contemporary Art, Escócia (2012), Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2013), Bienal de Istambul, Turquia (2013), Bienal de Sharjah, Emirados Árabes (2013 e 2015), Secession, Viena (2014). Vencedora de prêmios como o International Prize for Performance, Trento, Italy (2006), Annual TrAIN Artist in Residency award at Gasworks, Londres (2009) e The Future Generation Art Prize, Kiev (2010). Vive e trabalha em São Paulo.

 

 

Até 28 de novembro.

10ª Bienal do Mercosul

A cerimônia oficial de abertura da 10ª Bienal do Mercosul, que ganhou a titulação geral de “Mensagens de Uma Nova América”, ocorre nesta sexta-feira, dia 23 (e até 06 de dezembro), no Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. Está sendo anunciada a presença de membros da Diretoria e do Conselho de Administração, equipe curatorial desta edição, artistas, patrocinadores e parceiros.
A mostra “Antropofagia Neobarroca”, situada no Santander Cultural estará aberta para visitação.As demais mostras abrem para visitação no sábado, 24 de outubro. Em exibição obras dos mais importantes artistas latinos de diversas épocas como dentre outros, Maria Martins, Iberê Camargo, Tunga, Ione Saldanha, Hélio Oitica, Tomie Ohtake, Estevão Silva, Wesley Duke Lee, Amílcar de Castro, Carmelo Arden Quin, Cruz Diez, Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Carlos Asp, João Fahrion, Liuba, Pedro Américo, Oswaldo Maciá, Rubén Ortiz-Toreres, Romanita Disconzi, Avatar Morais, Paulo O. Flores, Didonet Thomas, Francisco Ugarte, Luiz Zerbini e Daniel Lezama.

 

 

Mostras, Espaços Expositivos e Horários

 

Modernismo em Paralaxe
MARGS – Praça da Alfândega, s/n – Centro
Horário: De terça a domingo, das 9h às 19h

 

Biografia da Vida Urbana
Memorial do Rio Grande do Sul – Praça da Alfândega, s/n – Centro
Horário: De terça a domingo, das 9h às 19h

 

Antropofagia Neobarroca
Santander Cultural – Praça da Alfândega, s/n – Centro
Horário: De terça a sábado, das 9h às 19h. Domingo, das 13h às 19h

 

Marginália da Forma / Olfatória: o cheiro na arte
A poeira e o mundo dos objetos/Aparatos do Corpo
Usina do Gasômetro – Av. Pres. João Goulart, 551 – Centro
Horário: De terça a domingo, das 9h às 21h.

 

Plataforma Síntese
Instituto Ling – R. João Caetano, 440 – Três Figueiras
Horário: De segunda a sexta, das 10h30 às 22h. Sábado, das 10h30 às 21h. Domingo, das 10h30 às 20h

 

Programa Educativo e a obra A Logo for America – Alfredo Jaar –

Centro Cultural CEEE Erico Verissimo – R. dos Andradas, 1223 – Centro Histórico
Horário: De terça a sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 10h às 18h

Duas na Emma Thomas

A Galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, SP, exibe, simultaneamente, a exposição “De tudo aquilo que não nos representa”, individual da artista Érica Ferrari, e “No lugar do ar”, ocupação da artista Carolina Martinez que integra a 3ª edição do Work.in.Process – projeto no qual um artista convidado expõe parte de seu processo criativo no segundo andar da galeria.

 

Em “De tudo aquilo que não nos representa”, Érica Ferrari parte de uma pesquisa sobre a funcionalidade do monumento na cidade e o uso do espaço de seu entorno. “Em recente período de residência em Berlim, fiz um estudo de observação dos monumentos daquela cidade. Por ser um lugar com uma história de conflitos e governos díspares, possui os mais variados tipos de monumentos e memoriais, que por vezes são resignificados e alterados com o passar do tempo”, ela conta. Voltando a São Paulo, a partir dessa experiência, a artista direcionou sua atenção aos monumentos da cidade, especialmente em relação aos seus significados como construções simbólicas e de uso.
Na mostra, Érica apresenta uma instalação com cerca de 3 metros de comprimento, feita com cimento, gesso, entulho e outros materiais de descarte. Nesta obra, a artista funde o espaço público que constitui o entorno de um monumento em escala real. Para tanto, foi escolhido como ponto de partida o Obelisco da Memória, o mais antigo monumento de São Paulo, situado no Largo da Memória, no centro da cidade. “Após pesquisar, decidi escolher esse obelisco pois ele funciona quase como um marco vazio, prestando homenagem a sua própria existência. No entanto, o uso publico do espaço em que se encontra é bastante significativo”, diz.

 

Para a artista, trata-se de uma tentativa de pensar sobre um espaço que deveria ser representativo em um sentido – como símbolo cívico – mas funciona de outras formas, como por exemplo ponto turístico, local de permanência de moradores de rua ou mesmo apenas como local de passagem.

 

Em “De tudo aquilo que não nos representa” também são apresentadas três obras de parede, produzidas com madeira, entulho e formica. Em uma delas, diversos obeliscos estão dispostos como em uma reunião ao redor de um espaço retangular vazio. Em outro trabalho, duas bandeiras permanecem hasteadas do lado de fora de uma sala deserta. Também será exibida uma projeção de um vídeo gravado nas cidades de Berlim e São Paulo, na qual a artista mostra a dinâmica que turistas, transeuntes e moradores mantêm com esses símbolos e com os espaços públicos que os circundam.

 

Já em “No lugar do ar”, 3ª edição do Work.in.Process, a artista Carolina Martinez abre ao público seu processo criativo e apresenta obras finalizadas, estudos e trabalhos ainda processo. O segundo andar da galeria será ocupado pelas pesquisas “Perímetros” e uma série de instalações nas quais a artista reflete sobre o vazio. “São pesquisas que sintetizam dois campos que venho explorando desde o início da minha produção: a pintura e a instalação”, conta Carolina.

 

“Perímetros” é uma série iniciada em 2014 em seu ateliê na antiga fábrica Behring. São placas de madeira com pinturas de cantos e ‘quinas’ onde surge o elemento tridimensional das ripas de madeira, representando um rodapé. As ripas ultrapassam o limite das placas pintadas sugerindo um perímetro imaginário e, de certa forma, completando o vazio da pintura. Nesta série, Carolina apresenta ripas não só com o seu significado simbólico, o canto, mas como traços que transformam a obra em objeto, trazendo volume e sombra. A obsessão por espaços vazios e perspectivas incomuns apresentados nesta série são recorrentes no embate estético e conceitual do desenvolvimento da artista, que tem arquitetura como formação.

 

A ocupação “No lugar do ar” também é composta por uma série de instalações que a artista desenvolve desde 2013 e que parte de um estudo realizado em uma residência artística em Nova York. Aqui, o ponto de partida é o site-specific, as características arquitetônicas do ambiente expositivo e seus potenciais apropriados. “A intenção é que através do deslocamento de um elemento ordinário arquitetura local, seja possível uma distorção na perspectiva e consequentemente, na percepção do espaço”, conta.

 

No início de 2015 esta série se desdobrou em “Rodapés Mutantes”, instalação com sessões de rodapés instaladas em cantos e parede numa dimensão escultórica, a partir das características do espaço e que desenha e sugere um movimento contínuo. “Essa é uma obra aberta onde os imprevistos e as falhas avançarão de forma inesperada, só vivenciada no ateliê até hoje, portanto inédita ao público.”

 

 

Sobre Érica Ferrari

 

Nascida em 1981, em São Paulo, é formada em Artes Visuais pela USP. Participou de exposições com o grupo Hóspede e individualmente. Ganhou Prêmios Aquisições em importantes salões de arte do Brasil e recebeu prêmios públicos de incentivo à produção. Nos últimos anos produz instalações e painéis a partir de pesquisa em torno das relações entre a arquitetura, a paisagem e a história. Isso inclui estudos sobre a densidade histórica e simbólica das construções arquitetônicas, as diferentes representações da ideia de paisagem e dos elementos que compõem visualmente nossa compreensão do que é construído e do que é natural. As peças são apresentadas como objetos ou painéis, geralmente construídos com materiais comumente usados em casas e móveis como madeira, gesso e fórmica. Erica apresentou exposições individuais na Galeria Emma Thomas, no Palácio das Artes (Minas Gerais), no Museu de Arte de Ribeirão Preto (São Paulo), na 32° ARCO em Madrid e no Prêmio Festival Cultura Inglesa. Foi artista residente na Casa Tomada (São Paulo), no Sculpture Space em Utica (Nova York) e na Rampa (Madrid). No ano passado, apresentou exposições individuais no Pivô e no Paço das Artes, ambos em São Paulo. De abril a julho desde ano esteve em residência no GlogauAIR, em Berlim, produzindo um novo corpo de trabalhos.

 

 

Sobre Carolina Martinez

 

Artista carioca que através de pintura, fotos Polaroid ou instalações site-specific, estuda o espaço, a arquitetura e o vazio. Procura por conexões que existem entre espaços urbanos invisíveis, arquitetura e cenas da vida cotidiana que muitas vezes passam despercebidas. Em suas obras site-specific busca deslocar algo padrão na arquitetura e de alguma forma procura elevar um elemento ordinário da arquitetura ao status de Escultura. Como no caso dos rodapés na Galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro, 2013) e do roda-teto na Residency Unlimited (Nova York,2015), ao desafiar noções convencionais de arquitetura, distorço a percepção que o espectador tem do espaço. Através de fotos Polaroid procura vazios urbanos e lugares geralmente negligenciados na rotina contemporânea. Assim, a ideia das suas fotografias é mostrar textura e poesia em cenas comuns das grandes cidades, olhando para trás, para a cidade, o espaço real, que é palpável e moldável. Suas pinturas são constantemente apresentadas como um corpo integrado de trabalho que estabelece associações em busca de aspectos (e perspectivas) dos espaços urbanos invisíveis, arquitetura e rotina contemporânea.

 

 

Até 14 de novembro.

A mostra das Musas

21/out

Tassi Espaço Cultural, Pacaembu, São Paulo, SP, abre a mostra coletiva “Musas”, com curadoria de Elizabeth Tenani e obras de Edu Cardoso, Fabrini Crisci, Flammarion Vieira, Piero Figura e Sonia Menna Barreto. O conceito curatorial busca reunir artistas em torno de um tema comum, propondo que cada um crie novas peças para homenagear suas respectivas musas.

 

Para a exposição a Tassi, convidou cinco artistas para que revelem ao público suas musas, mulheres renomadas, que os influenciam ou inspiram de alguma forma. Neste sentido, Edu Cardoso elege Dona Beja para a homenagem, personalidade influente na região de Araxá, Minas Gerais, durante o século XIX. Esta escolha não se deu apenas pelo fato da mitológica beleza de Dona Beja, mas também por sua vida e história estarem repletas de mistérios. “(…) me remete a uma plasticidade com uma certa aura surreal e que tem tudo a ver com a identidade do meu trabalho”, comenta o artista, que apresenta, na mostra, uma tela, pintada com tinta acrílica, tinta óleo e alguns detalhes de tinta spray dourada. Fabrini Crisci, por sua vez, exalta a figura de Marlene Dietrich, atriz e cantora alemã, por quem sempre foi fascinado. “Já pintei várias vezes Marlene e sempre fico hipnotizado com o olhar penetrante sedutor e fatal dela. Morei alguns anos na Alemanha, trabalhando em cabarets, em um destes espetáculos uma atriz, representando Marlene Dietrich, se apaixonava por um autômato, o qual eu representava. Maravilhoso quando o artista ‘encontra’ sua Musa”, relembra Fabrini.

 

Flammarion Vieira participa da mostra celebrando Frida Kahlo, por se identificar com a artista na estética, no modo como viveu amores, dores e paixões. Flammarion já trabalha com este tema há anos, e utiliza colagem e assamblage, inspirado também por Farnese de Andrade e Jean Dubufet. Já Piero Figura resgata o modo alegre e contagiante de Carmen Miranda, escolha que se deu em razão da estética e pela forma lúdica que a artista apresentava o Brasil, sempre cantando e cheia de vida. “Imagino a personagem sempre como se ela estivesse fazendo algo exclusivamente para mim, congelo este instante e reproduzo, utilizando a técnica acrílica sobre canvas”, comenta. Por fim, Sonia Menna Barreto homenageia Catarina de Bragança, Rainha Consorte da Inglaterra, Escócia e Irlanda, entre 1662 e 1685. Após realizar várias pesquisas para um determinado trabalho, Sonia descobriu que foi Catarina, quando na ocasião do casamento com o rei inglês Charles II, quem levou para lá o hábito do chá com bolinhos das 5h; hábito seguido e cultuado pelos ingleses até hoje. “Também introduziu na Corte Inglesa o hábito de servir as refeições em pratos de porcelana, e também inventou o garfo! Foi uma mulher admirável”, diz a artista.

 

Com esta mostra inédita, a Tassi Espaço Cultural confirma sua inserção no circuito cultural paulistano, com proposito de contribuir para a formação artística da população local. De uma forma descontraída, a mostra “Musas” oferece ao público a oportunidade de entrar em contato com a história de personalidades importantes, que inspiram a criatividade em diversas pessoas.

 

 

De 05 de novembro a 22 de dezembro.

Giovani Caramello, nova série

Em novembro, ele que emocionou e intrigou os fãs de esculturas hiper-realistas em todo o Brasil está de volta e com novidades. Após um período em pesquisa e produção, Giovani Caramello, artista representado pela OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, apresenta sua mais nova série de esculturas, ainda inédita, a “Segunda Chance”, na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, em novembro. Composta, inicialmente, por quatro bustos, sendo que somente duas estarão disponíveis para visitação no estande da galeria durante o evento, as peças contam com uma cicatriz no peito que faz uma alusão a cirurgia de transplante de coração. “Para o Giovani todos nós temos possibilidades de renascer todos os dias, e uma das formas mais frequentes de ‘renascer’ em um estado positivo é a proximidade com a morte material. Isso nos faz refletir a respeito do quão frágil a matéria é e como podemos aproveitar as chances diárias que nos são dadas”, revela Thomaz Pacheco, da OMA | Galeria.

 

Entre as curiosidades da nova série estão o próprio processo produtivo de cada peça, que dura em média dois meses para ser finalizado, e os materiais que tornam as texturas mais próximas a de um ser humano real, como fios de cabelos naturais e a aplicação de silicone por toda a extensão da peça.  Segundo o artista, a inspiração de “Segunda Chance” deu-se na fragilidade da vida e a oportunidade de sempre tentar algo novo e melhor todos os dias. “Minha motivação veio de diversas fontes, como em um livro que li e o autor faz afirmações sobre a nossa capacidade de renascer diariamente. Ao criar essa série,  eu mesmo tentei algo novo, por exemplo, ao iniciar as quatro obras simultaneamente. Arrisquei para acertar e ainda estou pensando se vou manter essa metodologia, mas o mais válido nisso tudo é que tentei uma coisa diferente em meu trabalho”, conta.

 

Em novembro, as peças do artista poderão ser vistas na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, São Paulo, SP, entre os dias 4 e 8, no estande da OMA | Galeria. Além dele, outros cinco artistas representados pela galeria – Andrey Rossi, Daniel Melim, Nario Barbosa, RIEN e Thiago Toes – e uma artista visual convidada, Juliana Veloso, vão apresentar suas mais recentes e inéditas produções. Enquanto o evento não começa, confira as primeiras imagens de I, da série “Segunda Chance”.

 

 

Sobre a OMA Galeria

 

A OMA | Galeria é o primeiro espaço privado de artes visuais do ABC. Localizada em São Bernardo do Campo, a galeria está sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em pouco tempo, o espaço tornou-se referência na região e destaca-se no circuito das artes por seus projetos culturais, como encontros, workshops e debates (promovidos pelo OMA| Educação e OMA | Cultural), e por seu quadro de artistas representados (Andrey Rossi, Daniel Melim, Giovani Caramello, Henrique Belotti, Nario Barbosa, RIEN e Thiago Toes).

 

 

De 04 a 08 de novembro na  PARTE – Feira de Arte Contemporânea, São Paulo, SP. 

Museu Afro Brasil celebra aniversário

20/out

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, abre três novas exposições no dia 23 de outubro – comemorando seu aniversário de 11 anos: “Cartas ao Mar” – com fotografias de Eustáquio Neves, “Raízes e Fragmentos – uma viagem ao território mental” – do artista Duda Penteado e “A nossa invenção da arte” – da coleção de Ladi Biezus, que também ganha um catálogo da exposição com lançamento no mesmo dia.

 

 

Exposição “A nossa invenção da arte”

 

Esta mostra, que revela a força da arte tradicional popular, é composta por obras da coleção de Ladi Biezus, uma coleção de arte feita sem intencionalidade, ao longo de 45 anos.

 

Biezus define esta coleção como “Feita sempre de encantamentos avassaladores, sempre por obras tidas como companheiras para a vida, e, portanto, guardadas no templo destinado ao culto pessoal. A exceção à permanência em culto foram alguns presentes feitos a familiares e amigos em momentos muito especiais. Agora chegamos à época dos balanços, à época da prestação de contas a mim mesmo. É maravilhoso deter o olhar sobre uma por uma das obras, relembrar os artistas amigos e cheios de ilusões, desfrutar a inesgotável fascinação que elas ainda exercem e incorrer na tentação de lançar um olhar panorâmico” e ainda complementa “Esta coleção não pretende ser um panorama exaustivo de tudo quanto de bom a arte do povo brasileiro produziu nos últimos 50 anos. São obras que naturalmente aconteceu reunirem-se ao longo do caminho”.

 

Fazem parte desta mostra: José Antonio da Silva, Isabel de Jesus, Mirian Inês da Silva, Emygdio de Souza, Valdomiro de Deus Souza, Mestre Guarany, Mestre Dezinho, Mestre Vitalino, Mestre Nosa, Raimundo de Oliveira, Elza O S, Conceição dos Bugres, Véio (Cicero Alves dos Santos), Ivonaldo Veloso de Mello, Maria Auxiliadora e o inestimável Agnaldo Manoel dos Santos.

 

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de seus 11 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade. O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. Em 11 anos o Museu Afro Brasil já recebeu quase 2 milhões de visitantes, em uma história marcada por exposições de grandes nomes e grandes temas que fazem parte da construção da identidade da cultura brasileira.

Diogo Reis na Q.Guai

Figura querida e lançador de tendências na noite carioca, o produtor cultural Diogo Reis inaugura na Q.Guai, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, sua primeira exposição individual. O artista exibirá série inédita de desenhos. Nesta primeira investida como artista plástico, – ele é sócio, criador e DJ do selo MOO  – traz referências simbólicas extraídas das Fábulas de Esopo — onde animais, deuses, homens e coisas inanimadas dialogam entre si —, passando por manuais de Tarô e Dicionários de Gírias Urbanas. São registros de situações esdrúxulas e surrealistas: personagens que surgem de dentro uns dos outros, objetos banais que viram símbolos fálicos ou derretem como nas pinturas de Dalí, uma de suas influências.

 

 
De 21 de outubro a 12 de novembro.

Serpa + Zalszupin

19/out

A galeria Bergamin&Gomide, Jardins, São Paulo, SP, apresenta a exposição Serpa + Zalszupin. O carioca Serpa e o paulista de origem polonesa, Zalszupin, até onde se sabe não se conheciam, mas é surpreendente a simetria no trabalho de ambos. Enquanto Serpa recortava a tela em tiras e quadrados, Zalszupin recortava as folhas de jacarandá baiano para construir tampos de mesas executados para a L’Atelier. O período coberto pela obra de Zalszupin se inicia nos anos 1950, período de glória da arquitetura brasileira.

 

A paleta de cores encontrada em estudos de Serpa, da década de 1950 e 1960, parece ter sido transferida para os revestimentos escolhidos por Zalszupin para seus estofados. Até os tampos em mármore bege Bahia, o preferido de Zalszupin, se assemelham a pintura livre e mais abstrata desenvolvida por Serpa no início dos anos 1960.

 

A intenção da mostra é expor as semelhanças entre o desenho industrial do designer Jorge Zalszupin e a prática artistica de Ivan Serpa, durante os anos mais prolíficos de suas carreiras, entre as décadas de 1950 e 1970.

 

Pretendemos também com essa mostra, elevar o design a condição de arte. Exibindo um artista que nos anos 1950 criou o Grupo Frente, e teve como pupílos nomes como Lygia Clark, Lygia Pape e Helio Oiticica, ao lado de um dos maiores nomes do desenho nacional, pioneiro na utilização de compensado curvado no Brasil, demonstra a genialidade alcançada por estes mestres.

 

A galeria pretende apresentar uma integração despretensiosa entre o trabalho de cada artista. Em suas paredes, estarão cerca de 25 trabalhos de Ivan Serpa, entre pinturas e desenhos, produzidos entre os anos 1950 e 1970. As 17 peças de mobiliário serão ambientadas informalmente, como dispostas em uma residência.

 

 

De 24 de outubro a 04 de dezembro.

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