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AGENDA CULTURAL

Delson Uchôa na SIM Galeria

30/set

A pintura é o assunto central da exposição individual de Delson Uchôa, que entra em cartaz na SIM Galeria, Batel, Curitiba, PR. A mostra reúne pinturas e fotografias do consagrado artista alagoano “que buscam conversar com olhos de quem sabe ouvir”. A pintura é apresentada como um conto, com alto teor de narrativa.

 

“Enquanto pinto, penso, e o pensamento permanece preso, ele é o espírito da pintura. Esse é o princípio. Então essas pinturas convidam para uma conversa. Há casos que elas falam sozinhas, há casos em que elas mandam me chamar, aí conversamos juntos.E são só ensinamentos. Por isso, a conversa é longa entre a pintura pensante, o autor, e quem contempla a obra”, explica Uchôa.

 

Uma fluidez própria da água aparece de maneira direta ou indireta em todas as grandes pinturas que integram a mostra, como “Oceano e Equinócio”, ambas de 2012. “O Oceano propõe uma luz transgênica, uma totalidade luz-cor. Ele é auto idêntico. Gosto da pintura porque ela ensina os homens a ver o sensível e o místico. A pintura é boa para o homem, ela nos ajuda a dialogar”, acredita.

 

“Neurocondução”, trabalho mais recente de Delson Uchôa na mostra, faz uma conexão do artista com a paisagem e a topografia, e também enfatiza a relação dele com uma cor que viaja e se transforma no tempo. O título é uma das inúmeras referências biológicas e clínicas com que Delson, formado em Medicina, povoa sua história nas artes plásticas, como explica Daniela Name no texto de abertura da exposição.  A obra é uma tela feita de lona muito grossa com desenho em preto feito a partir das linhas de dobra (como um origami). Essa superfície foi exposta ao ar livre, à ação do sol e da chuva.

 

“Neurocondução” fala da condição carnal da minha pintura, da eletricidade da cor; do sensível e sensitivo fio condutor, axônio. Quando o assunto é a apresentação do corpo médico ao corpo da pintura, da pele humana a pele da tela, do vermelho venoso purpúreo, ao sangue arterial oxigenado. O meu vermelho é o encarnado”, informa Uchôa, informando que “Entretela”, uma das obras da exposição, também é resultado da construção de uma “tela cultivada”.

 

Delson também usou os elementos e cores de sombrinhas, daquelas feitas de nylon made in China, como referência de cor para pinturas e também compor cenários que foram registrados em fotos da série “Bicho da Seda”, realizada no sertão nordestino. Algumas obras da série integram a individual na SIM Galeria.

 

De acordo com o artista, no seu trabalho a foto aparece mais como um suporte, portanto a obra se torna uma pintura expandida.  “O bicho da seda é um projeto que prioriza  a luz do sol, aconteceu no cerrado,  no descampado luminoso luz tórrida, árida paisagem, atmosfera e temperatura fabulosa para estridente palheta. A pintura se instala, ou seja, é construída com a cor das sombrinhas chinesas”, contextualiza.

 

“Quando o bicho é personagem, sua imagem conversa com o teatro, performance, vídeo, cinema, fotografia, e então o Bicho testemunha o entorno, ele é um reporte, um brincante.  Ele é mitologia, ele sou eu”, conclui.

 

O artista estará – em novembro – com uma exposição no Ludwig Museum, na Alemanha. Considerado um dos nomes mais importantes da Geração 80, Delson Uchôa tem obras que compõe as coleções permanentes da Pinacoteca de São Paulo, da Fundação Edson Queiroz, do MAC de Niterói, do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Recife), do Museu Nacional de Belas Artes,  e também do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, o artista também foi convidado para participar da Bienal de Veneza, Bienal do Cairo, Bienal de Havana, na Bienal Internacional de Curitiba (2013), e na 24ª Bienal de São Paulo.

 

 

Sobre a SIM Galeria

 

Fundada em 2011 em Curitiba, a SIM Galeria nasceu para atuar como um espaço difusor de arte contemporânea, exibindo artistas brasileiros e internacionais com investigações nos mais variados suportes:  pintura, fotografia, escultura e vídeo. Ao longo dos últimos três anos, a SIM foi palco de uma série de mostras individuais e coletivas organizadas por curadores convidados, como Agnaldo Farias, Jacopo Crivelli, Denise Gadelha, Marcelo Campos, Fernando Cocchiarale e Felipe Scovino. A galeria também é responsável pela assinatura de catálogos e outras publicações. A SIM ainda trabalha em conjunto com instituições brasileiras e estrangeiras com o intuito de promover exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais.

 

 

De 01 a 31 de outubro.

34º Panorama no MAM-SP

Destacar as primeiras manifestações artísticas tridimensionais de que se tem notícia, produzidas entre 4.000 e 1.000 anos A.C., no território que hoje é o Brasil e propor uma experimentação sobre como isso pode dialogar com a produção nacional contemporânea. Esse é o mote do “34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui”, mostra bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibiorapuera, São Paulo, SP, com curadoria de Aracy Amaral, curadoria adjunta de Paulo Miyada e consultoria do arqueólogo prof. André Prous.

 

Para traçar um paralelo entre as esculturas pré-históricas encontradas em uma faixa que se estende no que hoje é o sudeste do Brasil até o Uruguai e propor um diálogo atual, os curadores convidaram Berna Reale, Cao Guimarães, Cildo Meireles, Erika Verzutti, Miguel Rio Branco e Pitágoras Lopes – seis artistas de gerações e regiões diferentes e com pesquisas artísticas contrastantes. Os selecionados produzem trabalhos que conjecturam o Brasil e que são apresentados ao lado das cerca de 60 esculturas líticas em pedra polida exibidas pela primeira vez numa grande exposição, que une o presente e o passado e aguça a discussão sobre a arte nacional.

 

A ideia dos curadores é trabalhar questões de território, paisagem e passagem do tempo, fazendo com que as esculturas arqueológicas atuem como núcleo condutor da exposição. Os artistas exercem são os interlocutores da ancestralidade ao mostrar a relação estabelecida entre passado e presente por meio das obras elaboradas, exclusivamente, para a mostra e feitas em diferentes suportes como vídeos, esculturas, fotografias, pinturas e instalações. O resultado revela um conteúdo visceral, telúrico e eventual afinidade com os artefatos pré-históricos. “As preciosidades da nossa remota antiguidade são de indiscutível perícia técnica, inventividade formal e coesão estilística e cultural”, explica a curadora Aracy Amaral.

 

O “34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui” é uma chance de projetar o horizonte poético e plástico de povos que lidaram com a passagem do tempo de maneira distinta da atitude – ora extrativista, ora desenvolvimentista – que predomina na ocupação do Brasil desde o período colonial até hoje. Segundo estudos, as peças pré-históricas tinham utilidade religiosa e de ritual e foram encontradas em sambaquis (morros artificiais feitos de conchas) edificados há milhares de anos por sucessivas gerações das populações costeiras chamadas de povos sambaquieiros. “Os montes de conchas formam uma poderosa imagem de como construir relações profundas com ideias de ancestralidade e de tempo, mas que, infelizmente, são tratados com indiferença pela maior parte dos pesquisadores e artistas brasileiros, um reflexo da desatenção que temos sobre nossa própria história”, comenta Paulo Miyada.

 

 

Sambaquis e povos sambaquieiros

 

Sambaquis são montes de conchas e valvas de moluscos criados pelo homem e encontrados ao redor do mundo em contextos e dimensões variadas. Os sambaquis foram formados em intervalos que podiam durar mais de mil anos e crescer em altura e extensão, chegando a ser altos como um prédio de seis andares e largos como um quarteirão. Alguns serviam de base para habitação, cemitério ou centro cerimonial, enquanto outros ainda tinham funções múltiplas como habitação, ateliês de trabalho e sítio funerário. Embora pudessem reunir sepultamentos, os sambaquis perdiam referência a pessoas ou momentos específicos para atuar como um monumento à própria ideia de ancestralidade. No Brasil há concentrações desse tipo de estrutura, com destaque para a faixa de, aproximadamente, mil quilômetros de extensão no litoral sul do país. É a essa região que estão associados os chamados povos sambaquieiros que possuíam raro dom para o trato do material do entorno e que manipulavam pedras com refinamento e precisão. Ao longo de milhares de anos, essa povoação produziu centenas de sambaquis, peças líticas, ferramentas e artefatos, mas sofreu gradual desaparecimento. Antes da chegada dos portugueses, novos grupos indígenas, primeiro os Gês e depois os belicosos tupis-guaranis conquistaram a região da costa, trazendo novos costumes e crenças. Hoje, sambaquis são preservados como patrimônio arqueológico, mas até algumas décadas atrás eram utilizados como fonte para materiais de construção. Nas desmontagens, objetos, ferramentas, artefatos e sepultamentos foram perdidos. Muitas das peças em exposição foram descobertas em desmontes de fins extrativistas e removidas sem o registro arqueológico adequado. Agora, por lei, apenas escavações arqueológicas organizadas podem intervir nos sambaquis remanescentes. Foram registradas quase 300 esculturas de pedra ou de osso, mas dezenas desapareceram desde meados do século XX. As peças preservadas são conservadas em museus, sendo que as maiores coleções estão nas cidades de Joinville e Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e centros de pesquisa em arqueologia.

 

 

A Exposição

 

A Grande Sala apresenta dois vetores: o primeiro eixo contempla as cerca de 60 peças líticas exibidas em vitrines posicionadas longitudinalmente pelo espaço expositivo. A maior parte dessas esculturas são de rochas magmáticas, chamadas de diabásios, e que eram produzidas por polimento e lascamento, trabalhadas com ajuda de água e areia e, por vezes, afiadas em pedras abrasivas. As peças provêm de diversas instituições como Museu de Arqueologia e Etnologia da USP; Museu Nacional, da UFRJ; Instituto de Ciências Humanas, da UFPEL; Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (MASJ); Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da UFSC; Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da UFPR; Museu do Homem do Sambaqui, de Florianópolis; além de Div. Museos y Patrimonio Dpto. Cultura e Museo de Arte Precolombino e Indígena (MAPI), ambos do Uruguai.

 

A outra parte da exposição contempla as obras feitas, exclusivamente, para este Panorama e que são apresentadas numa ordem que remete ao passado distante e vai trazendo, aos poucos, o público de volta para o tempo atual. Introduzindo os visitantes ao universo dos povos sambaquieiros, a primeira obra exibida é a do mineiro Cao Guimarães, que viajou para o litoral de Santa Catarina para verificar os lugares em que antes existiam sambaquis. Sob um viaduto de Florianópolis, Cao encontrou um solo coberto de conchas, ostras e berbigões. Não era um sambaqui envolto pela urbanização, mas um terreno ocupado por trabalhadores que passam o dia separando moluscos das valvas. O artista criou uma fabulação sobre o lugar e a relação com o tempo e a paisagem. As imagens atuais foram articuladas em um vídeo que atravessa tempos distintos do mesmo território somado a material de arquivo de monumentos mexicanos que, juntos, formam o vídeo-ensaio “Filme em Anexo”, de 15 minutos, que conecta a questão de território e poematiza o espaço e o tempo.

 

Miguel Rio Branco, conhecido por trabalhar pintura, foto e vídeo de forma sinestésica e por abordar questões do território brasileiro sem se ater a classificações, apresenta a instalação “Wishful thinking”, que envolve toneladas de pedras, entulho, plantas e televisões. Numa sala fechada e clara, o artista cria uma ruína construída, mas com ares de estufa, que mostra como a natureza quer tomar seu lugar de volta e provoca inquietações sobre o que aconteceria com o planeta com o possível fim da humanidade. Nas TVs são exibidas uma série de fotografias que ilustram fragmentos de cidades envelhecidas, quebradas, cenas de abandono e detritos. O projeto é uma versão imersiva que mostra um caminho a percorrer, abordando pensamentos, memórias e processos de transformação. “Em outras palavras, esta nova obra reforça o caráter enigmático da mostra, trazendo parcelas daquilo que é do território. Neste caso enquadrado como zona de decaimento, sujeira, tensão, relaxamento e, ao mesmo tempo, inexplicável beleza”, explica Miyada.

 

O carioca Cildo Meireles, um dos nomes mais importantes da arte brasileira e reconhecido internacionalmente por lidar com temas referentes a território, história, política e memória traz uma obra onírica e simbólica. Para a exposição, Cildo realiza Fronteiras Verticais, um dos projetos da série Arte Física, concebido em 1969, quando tinha 21 anos. O trabalho consiste em elevar a altitude do país em alguns centímetros ao utilizar um pequeno fragmento de kimberlito (pedra de valor geológico) no cume do Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude, localizado no norte do Amazonas próximo à fronteira com a Venezuela. Ao colocar em ação, o artista polemiza noções de território em um projeto de alcance simbólico. Para a realização da obra, o artista contou com a participação de yanomamis, índios detentores do espaço naquela região para a expedição de cerca de duas semanas. Extremamente cuidadoso em zelar pela integridade do local, sagrado para essa etnia, a pequena pedra foi aderida sem agressão ao espaço. O projeto, que foi levado a cabo pelo também artista Edouard Fraipont e assistido por Miguel Escobar, é apresentado em vídeo, acompanhado de estudos, documentos e registros fotográficos da empreitada.

 

A mais jovem entre os artistas selecionados, a paulistana Erika Verzutti pertence a uma geração mais recente, mas já com reconhecimento da crítica. Escultora, o trabalho de Erika é difícil de definir por ser mais intuitivo, porém repleto de referências, sejam elas históricas, artísticas ou de design. Ao inventar, misturar e embaralhar, a artista cria formas simples possíveis de traçar relação de comparação com os zoólitos pela afinidade morfológica, tamanho e semelhança. A peça-chave para a exposição são os “cemitérios”, obras que ela trabalha ao longo do ano e dão errado ou não são utilizadas. Então, as peças abandonadas são acumuladas e depois reunidas numa só criando um grande trabalho, que possui notável relação com os sambaquis e com símbolos funerários que refletem sobre a passagem do tempo e mostram uma ancestralidade explícita.

 

Pitágoras Lopes apresenta oito telas em grandes formatos que estão entre o abstrato e o figurativo e misturam manchas, rabiscos e texturas. Pintor que produz com compulsão, Pitágoras passou meses trabalhando para a mostra e utilizando cores arenosas e terrosas, azuis marinhos e traços que fazem pensar em registros rupestres e silhuetas análogas às peças sambaquieiras, além de conchas, mares e morros. O artista goiano tem um trabalho que mistura referências e bebe da água da pintura de rua, do pop e da ilustração, mas sem ser classificado em nenhuma delas. “A produção visual de Pitágoras enreda uma espécie de cosmogonia na qual a observação atenta de um cotidiano marginal converge com a fantasia e com o delírio”, exemplifica Miyada.

 

Por fim, a paraense Berna Reale, artista comprometida com o presente e com a problemática social do País, apresenta duas obras que finalizam o fluxo da exposição e, ao mesmo tempo, trazem o público de volta para a atualidade. A primeira é um vídeo que ilustra a corrupção e a violência ao misturar políticos engravatados e vítimas fatais da violência urbana. O segundo trabalho é uma instalação ambientada numa sala fechada e escura que simula uma boate popular, onde o som são sirenes e barulhos típicos de uma viatura policial e a iluminação são as luzes vermelhas e azuis de emergência filtradas por uma tela fixada no teto e perfurada por tiros à queima roupa de diferentes calibres. Para contrastar com o clima tenso e pesado, no centro do inferninho são oferecidos aos visitantes suspiros dispostos em bandejas. “À pergunta “para que pode servir a arte”, a obra de Berna Reale responde sempre: a arte serve para estar junto com os conflitos do seu tempo. Não para resolvê-los, não para ensinar algo sobre eles e nem para apagá-los, mas, ao contrário, para torná-los presentes, visíveis e ásperos, ” finaliza o curador.

 

 

Sala Paulo Figueiredo

 

A Sala Paulo Figueiredo fica reservada para ser um espaço de aprofundamento do tema proposto pelo 34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui. No local, são apresentados alguns zoólitos, acompanhados de ferramentas utilizadas na confecção das peças líticas e que também pertencem aos museus das universidades. No centro da sala, mesas e vitrines apresentam informações sobre o contexto da civilização dos povos sambaquieiros com explicações, perguntas e respostas, mapas e ilustrações. Nas paredes, são exibidos trabalhos anteriores ou recentes dos seis artistas selecionados e que se relacionam, de algum modo, com a mostra na Grande Sala.

 

 

De 3 de outubro a 18 de dezembro

Palestra de Fernanda Feitosa

29/set

O novo projeto do Baretto Londra, Hotel Fasano, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, que promove palestras sobre o mundo das artes, realiza seu primeiro encontro, aberto ao público, na próxima quinta feira, 1º de outubro. Fernanda Feitosa é quem irá conduzir o “Alpha Talks”, ela é a diretora da SP-Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo, considerada o mais relevante evento do mercado de arte no hemisfério sul. Fernanda Feitosa irá tratar da SP-Arte e do mercado da arte no Brasil. A ideia do projeto é das jovens Manuela Sève e Renata Thomé.

 

“Semeando o campo de novas ideias e propostas inovadoras, acreditamos que colecionadores e interessados podem vir a fazer uma grande diferença no Brasil e no mundo. Vamos construir uma comunidade das artes para unificar e fortalecer o meio. Queremos realizar um aprendizado coletivo”, explicam as idealizadoras.

 

Para completar a noite e aguçar os sentidos, o chef Paolo Lavezzini prepara um apetitoso jantar para os participantes. A clássica caprese italiana – salada preparada com tomates frescos, selecionada mozzarella de búfala e carnudas azeitonas pretas – dárá início ao deleite. Em seguida, suculento risoto de funghi porcini será servido para os comensais. E como não poderia deixar de ser, vinho tinto acompanha o prato principal.

 

 

O Projeto

 

O “Alpha Beats + Alpha Talks” é uma parceria do Baretto-Londra com a Geração Alpha. O objetivo dos encontros musicais + palestras é contextualizar e aproximar o universo das artes de pessoas interessadas, integradas ou não, no mercado das artes visuais.

As “Alpha Beats” contemplarão o universo musical ligado ao mundo da arte. As festas serão momentos de confraternização e interação entre os participantes. As noites seguem com uma fantástica seleção de sucessos que proporcionam reflexão ao clima casual e artsy. Para completar, apresentações ao vivo também prometem surpreender o público.

 

Já o “Alpha Talks” promoverá circuito de debates conduzidos por convidados especiais. Uma vez por mês, um artista selecionado, entre os maiores nomes da arte contemporânea internacional, será apresentado em formato TED, com os principais destaques de sua carreira. Após a compacta apresentação, um debate/estudo sobre o tema será estimulado entre os participantes.

 

 

Sobre as idealizadoras

 

Manuela Sève iniciou sua carreira como analista de empresas na Gávea Investimentos e, durante sua vivência no mercado financeiro, desenvolveu um amplo conhecimento de modelos de funcionamentos organizacionais. A família, por sua vez, sempre atuou no mercado de arte, tanto na ponta de produção como na de venda: seu pai é galerista desde a década de 1970. Cresceu, assim, em meio a artistas, obras de arte e galeristas – personagens fundamentais desse meio.

 

Renata Thomé trabalhou em algumas das mais respeitadas e tradicionais empresas de arte do mundo, como a casa de leilão Christie’s e a galeria David Zwirner. Antes de juntar-se ao time do Geração Alpha, Renata fundou a REN-ARTs, LLC, com sede em Nova Iorque; a empresa que visa facilitar a colaboração entre empresas de arte na América Latina e no mundo através de um serviço de consultoria e já realizou projetos com alguns do lideres no setor de arte e tecnologia, como por exemplo, a casa de leilão online Paddle8.

 

 

Sobre o Baretto Londra

 

Versão carioca do Baretto de São Paulo, o melhor Bar de Hotel do Mundo, segundo a revista inglesa Wallpaper, o Baretto Londra – localizado no Hotel Fasano Rio – oferece drinks exclusivos e receitas italianas. Sob o comando do restaurateur Rogério Fasano, a badalada casa oferece ambiente intimista e requinte na medida certa. No bar, o premiado barman André Paixão, assina a carta de drinks e o chef Paolo Lavezzini é o responsável pelos quitutes. Uma homenagem do restaurateur a sua cidade preferida, o Londra (Londres em italiano) mistura atmosfera rock and roll com clima de pub. No ambiente, duas enormes bandeiras da Inglaterra “italianizadas” em vermelho, branco e verde sobressaltam das paredes de tijolos. Para chegar ao bar, desfila-se por 18 metros de uma passarela de vidro iluminada, cercada por cortinas de veludo púrpura e linho branco. Ao entrar, depara-se com clima envolvente e decoração chique com charmosas mesas rústicas de madeira, poltronas e sofás de couro. Capas de disco de vinil emolduradas cobrem as paredes de tijolos. Os lps das melhores bandas inglesas são da coleção pessoal de Rogério Fasano, escolhidos a dedo pelo próprio.

A cor fremente de Gonçalo Ivo

28/set

A Galeria Simões de Assis, Curitiba, PR, inaugura exposição individual de pinturas de Gonçalo Ivo. O catálogo desta nova exibição traz textos assinados pelo escritor angolano – também artista plástico – Valter Hugo Mãe e Felipe Scovino, crítico de arte e curador que responde pela apresentação do artista expositor.

 

 

Sobre o artista

 

Não apenas mais um colorista

Felipe Scovino

 

Duas pesquisas ou situações simbólicas me chamam a atenção na experiência de presenciar o trabalho de Gonçalo Ivo: a sua capacidade de criar módulos distintos de experiência cromática em suas telas e a abertura para a ideia de uma partitura na maneira como compõe, e aqui leiam com o duplo sentido que essa palavra pode ter (fazendo um enlace tanto com a composição de uma música quanto a ideia de criação que ela também possui), a aparição da linha.

 

E isso não é pouco. Imagino que o leitor desse texto deva estar cansado da quantidade de subterfúgios e pouca vitalidade que uma parcela da chamada pintura contemporânea possui. Gonçalo se mantém à parte disso. Sua obra transita entre dois mundos muito próprios da história da arte brasileira e mundial. Suas referências internacionais variam entre a delicadeza e o misterioso abstracionismo de Paul Klee, a experiência arrematadora do abstracionismo geométrico de Vieira da Silva, a cor-luz pulsante de Rothko e os color fields de Barnett Newman, para me ater a alguns. No campo brasileiro, sua pesquisa cria conexões com a passagem entre o moderno e o contemporâneo, o ponto paradigmático da experiência de maturidade da arte brasileira. Estou me atendo ao período de aparecimento, ransformação e quiçá diferença que as obras de matriz construtiva introduzem de forma ampla no país. É a geração de Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Ivan Serpa, Volpi e Willys de Castro.

 

Acredito que foram guias espirituais, mestres, que Gonçalo acompanhou atentamente e que deles, entre outros, extraiu a essência de suas pesquisas e simultaneamente criou, Gonçalo, a sua própria trajetória. Percebam a semelhança e ao mesmo tempo as marcas pessoais de Volpi e Gonçalo ao compararmos a série “Ogiva” do primeiro e o tríptico azul em madeira realizada pelo último e exposto nessa mostra. A imagem de uma arquitetura religiosa, a relação não fortuita entre espaço e plano e finalmente a tridimensionalidade da pintura são pontos em comum, além da experiência com a têmpera, técnica renascentista, artesanal, utilizada pelos dois pintores em suas obras. Contudo, penso que aqui Gonçalo cria o seu caminho próprio. É a experiência com a cor que traduz isso. O artista cria uma corporeidade para a cor; não da forma como Hélio Oiticica fez e relata em seus textos mas como uma cor que possui matéria e significativamente espessura, “odor”, pois ela é toda corpórea, física, maleável. Há um fascínio ou investimento para que o olhar se converta em algo tátil. E mesmo quando a expande para o espaço, com seus objetos em madeira, que por sua vez criam um diálogo interessante e consistente com arte africana, há um desejo de continuar falando sobre pintura e não exatamente sobre tridimensionalidade ou escultura.

 

É perspicaz o fato de que Gonçalo particulariza os módulos de cor em sua pintura. Faz uso de um vocabulário geométrico mas não é exatamente a forma abstrata, imagino, a sua real preocupação mas as (inúmeras) qualidades e aparições que a cor venha a possuir. Para cada campo que constrói a cor ganha um significado e uma aparição ao mundo muito própria: pode se exibir com uma matéria áspera, suave, delicada, retraída, pulsante. É a maneira como orienta as pinceladas e o número e a forma como realiza as investidas de tinta sobre a tela que fazem essa percepção de que a cor em Gonçalo seja sempre diferente.  Não há separação,também, entre tela e moldura, pois esta é criada à revelia pelo artista. É comum vermos linhas verticais pintadas lado a lado definindo o que seria o papel da moldura. É na aparição da linha, por sinal, que assistimos à gestualidade do artista e seu embate com um suposto entendimento de que a pintura geométrica é racional e rigorosa. Está lá, na pintura de Gonçalo, assim como em Mondrian, guardadas as devidas especificidades de cada obra, uma linha torta e assumidamente humana. Descrevendo outra qualidade da linha de Gonçalo, percebemos o quanto ela é harmônica e musical. Aliás, a aproximação entre música e pintura já fica evidente na escolha dos títulos das obras (contraponto, acorde, prelúdio, etc). A  qualidade intervalar que é construída por meio dos módulos de cor me leva a crer que suas pinturas, agrupadas em um conjunto, podem ser lidas também como uma partitura. As linhas como notas a serem lidas que logo reverberam uma melodia que atravessa o espaço em que essas obras estejam habitando. É algo mágico e inventivo perceber essas centelhas que têm uma função inacreditável: nos tornar mais sensíveis ao que nos cerca, percebermos um instante de crença no homem para além da barbárie que assistimos todos os dias. Claro, não há som mas a ideia de que possam ser percebidas para além de sua materialidade e possam, portanto, criar vida em um outro regime, agora de escuta, é sensacional. Ampliar essa capacidade da pintura é demonstrar que, a contragosto de alguns, a pintura não morreu. Pelo contrário, o artista nos ajuda a entender que há muitos caminhos, sentidos e existências para essa técnica milenar. Portanto, a obra de Gonçalo não se traduz como um exercício de persistência da geometria ou de balancear, contrapor e/ou associar cores mas fundamentalmente provocar um estado de inovação do campo pictórico e associá-lo às mais distintas imagens e qualidades. Repito: a fabricação dessa operação não é para muitos.

 

 

Cromatismo

Valter Hugo Mãe

 

Por vezes imagino que nos salvamos de toda a matéria e viramos apenas identidades que
habitam a cor. A cor é um substantivo da matéria. Tenho sempre a impressão de que se rebela contra adjetivá-la e se torna tudo, como um ser que espera. As cores esperam. Enquanto lemos a luz, a cor torna-se alguém. Sabe coisas e é alguém. Um dia, desintegrados, talvez sejamos esplendorosa e unicamente participações na luz. A pintura de Gonçalo Ivo é mais do que um estudo da cor, é uma escola para a cor. Ali, ela aprende. Amadurece, como animal efectivamente caçado, que não pode mais deixar de assumir sua evidência no mundo. Cada tela é uma classe, feita de superior mestria, onde a luz incide para se adorar já não enquanto acaso mas enquanto inteligência. É esta a diferença entre a cor por consciência e a casual. O trabalho de Gonçalo Ivo, cientista desta arte, é um modo de revelação, não enquanto delirante tentativa mas exatamente enquanto pronúncia de sábio que chega cada vez mais perto do que não se podia ver. As suas telas existem como provas de um gesto de luz semelhante ao gesto de Deus. A luz sabe o que faz. Nas telas de Gonçalo Ivo a luz aprende a fazer.

 

 
A arte deixa cair o figurativo porque a realidade exposta já não é suficiente, talvez nunca o
haja sido e a insatisfação dos artistas esteve sempre comprovada, até tragicamente. A
libertação da arte em relação à obrigação de representar, ou de apresentar cabalmente o seu significante, é fundamental para adentrar um espaço mental, que não deixa de ser também uma dimensão da realidade, caracterizado por uma imprecisa questão para uma ainda mais imprecisa resposta. Chegar à questão é o desafio, obter alguma resposta é a absoluta improbabilidade. O trabalho de Gonçalo Ivo pode ser a negação total da matéria para que a alma de cada coisa se liberte apenas no comportamento da luz. Neste sentido, faz-me sentir como a espiritualidade de tudo. Uma espiritualidade bastante que advém exclusivamente do poder da arte. Salvas da sua contingência material, todas as coisas se apresentam como atributos apenas mentalmente consideráveis, que é modo racional, pragmático, para se referir questões de alma. Gosto de pensar que as telas de Gonçalo Ivo são o despido dos corpos, corpos nenhuns, porque ainda assim se manifestam de modo fremente, o que comprova a sua intensa existência, como intensas podem existir outras realidades também insondáveis.

 

 
Aquém da transcendência, muitas coisas são suficientemente transcendentes, vulgo, coisas da arte. Aludindo à ideia de despir matéria, a pintura de Gonçalo Ivo lembra tecidos, isso que as manualidades inventaram para protecção e adorno e que se faz do intrincado de fios ínfimos. A ideia de intrincado interessa-me. Ainda que nos deparemos com a impressão de uma limpeza tremenda, o rigor da pintura de Ivo é uma forma de virtuosa ourivesaria da cor. Igual a facetar um diamante, o ofício deste pintor é o de depuração do comportamento da luz. Sim, como dizia, as suas telas são escolas para a cor. Ela, ali, aprende.

 

O belo poeta Martin Lopez-Vega (no perfeitíssimo catálogo Contemplaciones, editado na
Espanha pela Papeles Mínimos) diz que nas telas de Gonçalo Ivo, profundamente planas, não há relevo, apenas geografia. Gosto muito. Tudo passa a ser sobretudo um lugar, como se pudéssemos efetivamente entrar num espaço sem, contudo, nada se definir por inteiro. Somos acolhidos, mas o que nos acolhe é a pura liberdade. Se as suas telas fossem tecidos, estaríamos sob eles ainda que o ato de observar nos crie a sensação de permanecermos sobre ou diante das coisas. Na arte, e porque é uma transcendência específica, o dentro e o fora, o cima e o baixo, podem simplesmente ser predicados inutilizados. Na arte, e porque provavelmente é a única transcendência existente, o dentro e o fora, o cima e o baixo, podem simplesmente ser predicados inutilizados. Tudo no trabalho de Gonçalo Ivo o explica. Essa convicção de que, na geografia, existe afinal caminho para o lado de lá da matéria, como aferição de uma alma, como passeio pela luz, colhendo cores igual a quem colhe um ramo generoso de rosas. Amo rosas.

Porto, 12 de abril de 2015.

 

 

De 01 a 31 de outubro.

A proposta da Índica

Inspirado na histórica Indica Galllery de Londres, que impulsionou a contracultura dos anos 1960, a Índica surge neste momento de turbulência e oportunidades como uma nova
plataforma de arte no Rio de Janeiro, englobando galeria de arte contemporânea, loja de design sustentável, publicações, rádio, intervenções urbanas, diálogos e eventos que pretendem pensar o país e os novos rumos da arte.

 

A galeria foi inaugurada no último dia 13 de setembro, com uma boiada e exposição de Ronald Duarte, com curadoria de César Oiticica Filho e texto de Renato Rezende. O terceiro sócio da Índica é Sergio Cohn, da Editora Azougue. O grupo de artistas e pensadores em torno do projeto, inclui dentre outros os nomes de Mariana Roquete Pinto, Gabriela Gusmão, Claudia Roquete Pinto, Dione Boy, Carlos Vergara, José Oiticica Filho, Gabriela Gusmão, Fernando Codeço, Hélio Oiticica e Neville de Almeida, Alex Cerveny e Lee Jaffe.

 

Como contrapartida sustentável além de trabalhar com a Tucum em fair trade e com várias
etnias indígenas a Índica traz coleções sustentáveis da Mameluca, Zerezes e terravixta que compõe essa rede de apoio às iniciativas sociais e ecológicas junto a outros designers, artistas, músicos, poetas que lutam por um mundo melhor e mais limpo.

Brasileiros na Tate Modern

24/set

Obras de sessenta e quatro artistas de vinte e oito países estão representados na exposição “The EY Exhibition: The World Goes Pop”,  na Tate Modern, Londres, Inglaterra, montada para contar a história mundial da Pop Art, abrindo novos caminhos e revelando um lado diferente deste fenômeno artístico e cultural. Da América Latina à Ásia, da Europa ao Oriente Médio, a exposição “The World Goes Pop” liga os pontos entre a arte produzida ao redor do mundo durante as décadas de 1960 e 1970, mostrando como diferentes países e culturas responderam ao movimento. Desde a política, o corpo humano, as revoluções domésticas, os materiais de consumo, protestos e folclore – tudo será exposto e explorado na mostra, em suportes variados que contemplam inclusive capotas de automotivas e máquinas de pinball. Vários artistas brasileiros integram a exposição, nomes como Antonio Dias, Wesley Duke Lee, Glauco Rodrigues, Anna Maria Maiolino, Claudio Tozzi, Romanita Disconzi, Raymundo Colares, Marcelo Nitsche e Teresinha Soares.

 

Até 24 de janeiro de 2016.

Ângulos da notícia

Nos 450 anos do Rio de Janeiro, o Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  abre ao público a exposição “Ângulos da Notícia – 90 anos de fotojornalismo do Globo”. São mais de 150 fotografias de Custódio Coimbra, Bruno Veiga, Sebastião Salgado, Eurico Dantas, Marcelo Carnaval e Marcia Foletto, entre outros grandes nomes do fotojornalismo nacional, que diariamente emprestam seus olhares para levar informação à milhares de leitores. Com curadoria do MAR e O Globo, a exposição apresenta um Rio que passa cotidianamente pelas páginas do jornal, com suas alegrias, dores, destruição e reconstrução, num testemunho de uma cidade que não para de se reinventar.

 

 
Cada núcleo da exposição terá seu texto assinado por jornalistas e colunistas conhecidos do grande público. Miriam Leitão escreverá sobre o período da ditadura, que na exposição será apresentado por imagens que abrangem desde as primeiras movimentações para o Golpe de 64 até fotos raras do cadáver do estudante Edson Luiz, com a propriedade de quem viveu os terrores da época. Ainda na área política, Merval Pereira contextualizará o cenário anterior ao ano de 1961, com o isolamento do poder em Brasília, e o lento processo de redemocratização que leva à constituição de 1988. Os debates sobre habitação social e transformações urbanas, temas amplamente discutidos em exposições do MAR, dessa vez serão tratados por Sergio Magalhães, enquanto o editor de Sociedade, William Helal Filho, discorrerá sobre religião e educação, assuntos que também fazem parte da rotina do museu.

 
Apaixonado pelas mulatas do carnaval, Ancelmo Gois escreverá sobre os registros da festa e sua relação com a cultura afro-brasileira. Imagens que ajudam a reforçar o imaginário da cidade maravilhosa, unindo o Rio e seus contornos, vistos do chão e do céu, serão traduzidas pelo texto do veterano João Máximo. Já na contramão da alegria e da beleza carioca, as dores causadas por catástrofes naturais, pela violência e pelo agressivo processo de pacificação serão expressadas por Paulo Motta, editor executivo do Globo.

 

O amor pelo esporte virá representado por Fernando Calazans em um núcleo que reúne
grandes lances do futebol, a primeira capa do ídolo Ayrton Senna e cenas inusitadas de
diversas modalidades. A música popular brasileira e seus grandes personagens serão introduzidos pelo cronista Nelson Motta. Já o fotojornalismo do Globo será apresentado pelo editor de opinião, Aluísio Maranhão, e a mostra contextualizada por Ascânio Seleme, diretor de Redação.

 

 

Atualmente dirigida por Antônio Ribeiro, a seção de fotografia do Globo valoriza o papel histórico e contemporâneo de um jornal na elaboração da notícia cotidiana. O design gráfico do veículo, renovado em 2012 por Chico Amaral – que trabalhou na remodelação de jornais como El País (Espanha), The Independence (Inglaterra), Clarím (Argentina) e O Estado de São Paulo –, estabelece uma nova relação entre imagem e texto.

 

“Ângulos da Notícia – 90 anos de jornalismo do Globo” celebra o aniversário do maior jornal da cidade e integra uma série de exposições que ressaltam a importância do fotojornalismo ao lado de mostras como “Kurt Klagsbrunn, um fotógrafo humanista no Rio” e “Evandro Teixeira: a constituição do mundo”. A série será completada com exposições sobre as revistas O Cruzeiro e Manchete, que serão organizadas em breve. Para marcar a abertura da mostra, uma Conversa de Galeria reúne jornalistas, fotógrafos e curadores no dia 29 de setembro, às 11h. Parte das obras em exibição serão doadas ao acervo do MAR.

 

 

A partir de 29 de setembro.

Frida Kahlo em São Paulo

Desde antes de sua abertura, a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, já está garantida como o maior e mais provável recorde de público na capital paulista. A mostra entra em exibição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.  Com curadoria de Teresa Arcq, a exposição revela uma intricada rede que se formou no México, tendo como figura central, a pintora Frida Kahlo. A mostra conta com cerca de 100 obras de 16 artistas nascidas ou radicadas no México: Alice Rahon, Bona Tibertelli,  Bridget Tichenor, Cordelia Urueta, Jacqueline Lamba, Kati Horna, Leonora Carrington, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, María Isquierdo, Olga Costa, Remedios Varo, Rosa Rolanda e Sylvia Fein. Entre os trabalhos exibidos, 20 obras são telas de Frida Kahlo, mostradas pela primeira vez no Brasil. Considere-se como altamente importante esse número de peças em exibição pois a artista criou apenas 143 pinturas ao longo de sua carreira. Ainda haverá 13 obras sobre papel de Frida e retratos seus feitos por grandes fotógrafos que foram seus amigos em vida. Depois de passar pela capital paulista, a exposição segue para Rio de Janeiro e Brasília.

 

 

De 27 de setembro a 10 de janeiro de 2016.

Prêmio CCBB Contemporâneo

23/set

A exposição “Ultramarino”, de Vicente de Mello, o terceiro dos dez projetos selecionados para a temporada de 2015-2016 do Prêmio CCBB Contemporâneo**, se despede da Sala A do CCBB Rio na segunda, 28 de setembro. Em “Ultramarino”, o artista recobre as quatro paredes do espaço com uma colagem de lambe-lambes da imagem ‘Átomo Jacaré’, de sua autoria, feita em silkscreen. A instalação de Vicente de Mello se propõe a ser o outro lado do mar.

 

O impacto monumental da sala se dá, à primeira vista, com a projeção de luz led branca, “varrendo” o ambiente como um farol, sobre as paredes e depois com a projeção de luz led vermelha, que irá alterar o azul para um magenta vibrante. As gamas de magenta transformam as imagens, de pequenos “plânctons”, em tramas sanguíneas. Como se o sangue azul, referente ao mito de ser nobre, se transfomasse em sangue vermelho.

 

 

Sobre o artista

 

Vicente de Mello, nasceu em São Paulo, SP, 1967. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e especializou-se em História da Arte e Arquitetura no Brasil, pela PUC Rio. Além de inúmeras exposições individuais e coletivas, o artista tem livros publicados. O mais recente é Parallaxis [Cosac Naify], de 2014.  Em 2007, ganhou o APCA de melhor exposição de fotografia em São Paulo, na Pinacoteca do Estado, com a mostra “moiré.galáctica.bestiário / Vicente de Mello – Photographies 1995-2006”.

 

 

 Prêmio CCBB Contemporâneo 2015-2016

 

A série de exposições inéditas, em dez individuais, contempladas pelo Prêmio começou com grupo Chelpa Ferro [Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler], seguido da mostra de Fernando Limberger [RS-SP]. Depois de Vicente de Mello [SP-RJ], sucedem-se as de Jaime Lauriano [SP], Carla Chaim [SP], Ricardo Villa [SP], Flávia Bertinato [MG-SP], Alan Borges [MG], Ana Hupe [RJ], e Floriano Romano [RJ], até julho de 2016.

 

 

Até 28 de setembro

Dois na Colômbia

Dando seguimento a sua agenda de feiras internacionais, a Galeria Lume, de São Paulo, SP, participa da edição 2015 da Odeón – Feria de Arte Contemporáneo, em Bogotá – Colômbia. Em seu stand, expõe obras de dois artistas brasileiros que se destacam no cenário cultural: Akira Cravo e Talita Hoffmann. A proposta curatorial é que cada um utilize sua própria linguagem para apresentar elementos e situações encontrados em grandes centros urbanos.

 

Sob o ponto de vista da comparação que faz sobre diferenças culturais entre países, Akira Cravo pode ser considerado um etnólogo. O artista encontra nas ruas e no povo da Bahia a motivação para seu trabalho. Sobre as obras do artista, o curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, comenta: “Suas fotografias nascem em uma demanda por planos maiores, profundidade de campo, brilho, mas acima de tudo, para mostrar o teatro da natureza humana.”. Por sua vez, Talita Hoffmann leva à Odeón suas pinturas que remetem às periferias de cidades americanas arruinadas pela crise e pela falta de emprego, em sociedades capitalistas, inspirada pela obra do renomado fotógrafo americano Walter Evans.

 

Com estes dois artistas, a Galeria Lume marca sua segunda participação nesta feira que representa um importante mercado latino americano, firmando sua posição no cenário internacional e conquistando novas oportunidades para os artistas por ela representados.

 

 

 

De 02 a 05 de outubro.

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