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AGENDA CULTURAL

Palatnik no CCBB/Rio

31/jan


O CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe a retrospectiva itinerante do mestre internacional da arte cinética Abraham Palatnik, com curadoria assinada por Pieter Tjabbes e Felipe Scovino. “A Reinvenção da Pintura” apresenta 92 obras produzidas entre os anos de1940 e 2000. A exposição composta por pinturas, desenhos, esculturas, móveis, objetos e estudos do artista brasileiro conhecido por obras que combinam luz e movimento e, em muitos casos, utilizam instalações elétricas.“A obra de Palatnik caracteriza-se por uma qualidade inegável: permite não só observar as passagens do moderno ao contemporâneo, mas também estudar e reconhecer uma das

 

primeiras associações entre arte e tecnologia no mundo, um diálogo cada vez mais presente a partir da metade do século XX. Esta exposição ultrapassa os limites da pintura e da escultura modernas, intenção que o artista manifestou claramente nos Aparelhos cinecromáticos, nos Objetos cinéticos e em suas pinturas, quando passou a promover experiências que implicam uma nova consciência do corpo”, pontuam os curadores no texto de apresentação da exposição.

 

Segundo os curadores, a singular contribuição de Palatnik para a história da arte não se dá apenas por sua posição como um dos precursores da chamada arte cinética- caracterizada pelo uso da energia, presente em motores e luzes-, mas também pela leitura particular que faz da pintura e em especial pela articulação que promove entre invenção e experimentação:“Seu lado ‘inventor’ está presente em uma artesania muito particular que o deixa cercado em seu ateliê por porcas, parafusos e ferramentas construídas por ele mesmo e não pelas tintas,imagem característica de um pintor. O crítico de arte Mário Pedrosa e o escritor Rubem Braga já afirmavam, na década de 1950, que Palatnik pintava com a luz”.

 

“Palatnik dinamizou a arte concreta expandindo-a para além de seu campo usual e integrou-aà vida cotidiana por intermédio do design. Ao longo de sua trajetória, o artista produziu cadeiras, poltronas, ferramentas, jogos e sofás, entre outros objetos. Sua obra habita o mundo de distintas maneiras, apontando para uma formação incessante de novas paisagens e leituras à medida que diminui, desacelera e molda o tempo. Nesta exposição reunimos todos esses momentos da obra extraordinária de Abraham Palatnik. Uma obra que oferece ao público experiências marcantes e solicita, em troca, uma entrega total”, afirmam os curadores.

 

 

A palavra da curadoria

 
A obra de Abraham Palatnik (1928) caracteriza-se por uma qualidade inegável: permite não só observar as passagens do moderno ao contemporâneo, mas também estudar e reconhecer uma das primeiras associações entre arte e tecnologia no mundo, um diálogo cada vez mais presente a partir da metade do século XX. Esta exposição ultrapassa os limites da pintura e da escultura modernas, intenção que o artista manifestou claramente nos Aparelhos Cinecromáticos, nos Objetos Cinéticos e em suas pinturas.A retrospectiva“Abraham Palatnik- A Reinvenção da Pintura” começa pelas obras nas quais se vê a técnica acadêmica com a qual ele romperia no final da década de 1940 para dedicar-se à arte cinética, caracterizada pelo uso da energia, presente em motores e luzes, com as séries Aparelhos Cinecromáticos e Objetos Cinéticos.

 

Essa mudança de rumos na produção de Palatnik ocorreu em um momento decisivo para a arte nacional. Nascia a Bienal de São Paulo, um dos marcos na entrada do país no circuito da arte internacional. Palatnik participou da Bienal de 1951 com um Aparelho Cinecromático, uma invenção- tão artesanal quanto engenhosa – de uma pintura feita de luz e movimento.Se os Aparelhos Cinecromáticos criaram uma nova forma de pintar, os Objetos Cinéticos podem ser vistos como uma renovação na forma de ocupar o espaço. No lugar dos volumes da escultura, esses aparelhos lúdicos, coloridos e quase sempre motorizados ocupam o espaço com movimento, aproximando a pesquisa de Palatnik das proposições de Alexander Calder e Soto. Palatnik foi um dos precursores da arte cinética e da arte concreta. Mas também dinamizou a arte concreta, expandindo-a para além de seu campo usual, e integrou-a à vida cotidiana por intermédio do design. O experimentalismo e a organicidade sobrevoam a sua trajetória – em particular na série de obras que utilizam a madeira como suporte e meio,aproveitando os desenhos naturais dos veios dos troncos de jacarandá.

 

Na década de 1980, o artista inicia outra pesquisa com cor: a criação de telas com cordas coladas para dar volume, e novamente a exploração das cores com a tinta. Na série W, o artista estuda os jogos óticos resultantes do corte (que hoje realiza com laser) e subsequente reagrupamento de tiras de madeira pintada, técnica que teve origem na série Relevos Progressivos (feitos com papel cartão) iniciada na década de 1960. Palatnik movimenta as varetas do ‘quadro fatiado’ no sentido vertical, ‘desenhando’ o futuro trabalho, construindo um ritmo progressivo da forma, conjugando expansão e dinâmica visual e “explorando o potencial expressivo de cada material”. A produção de Palatnik, apresentada nesta retrospectiva em todas as suas facetas, intriga e encanta: suas obras vão construindo uma narrativa visual marcante e profundamente elaborada sobre os horizontes alargados por ele.

 

 

Até 24 de abril.

Lugares do delírio

Num momento de desafios cotidianos ao que outrora pode ter parecido uma ideia inquestionável de racionalidade – como nos episódios recentes de intolerância que têm produzido violências inadmissíveis em escala local e global -, o MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Praça Mauá, Rio de Janeiro, RJ, inaugura em 07 de fevereiro, seu programa de exposições de 2017, com uma mostra dedicada ao delírio, força criadora que concerne a todos em sua capacidade política de reposicionar a razão. Se o século XXI tem nos impelido a rever o senso (em especial, o “bom senso” e o “senso comum”), não poderíamos fazê-lo sem reconsiderar também o “dissenso” e o nonsense, aquilo que hipoteticamente não possuiria laços de sentido. A partir dessas indagações, “Lugares do delírio” foi idealizada há mais de dois anos por seu primeiro diretor cultural, Paulo Herkenhoff. A seu convite, a curadora Tania Rivera propôs uma delicada trama de experiências, obras e projetos que dão a ver formas de resistência e de agenciamento de forças inconformes a modelos de racionalidade.
“Lugares do delírio” reúne trabalhos e práticas significativas em torno do delírio e da dimensão produtiva da loucura. Apresenta uma trama de experiências e artistas que atuaram no território da saúde mental no Brasil, especialmente a partir dos anos 1940, com o trabalho da dra. Nise da Silveira no Centro Psiquiátrico Pedro I. Curadoria de Tânia Rivera.

 

Local: 2º andar do Pavilhão de Exposições

 

No dia da abertura, 07 de fevereiro, às 16h, haverá Conversa de Galeria e performance “In Atto”, de Anna Maria Maiolino. Parte da programação da exposição “Lugares do delírio – Programa arte e sociedade no Brasil III”, a performance liga e se desenvolve entre as duas personagens: uma jovem, outra anciã e com o público circunstante. A obra se reveste de alguns aspectos de rituais e proporciona a afirmação da vida sobre a morte.
“In ATTO”: é uma obra, uma linguagem que expressa afecções. A performance liga e se desenvolve entre as duas personagens: uma jovem, outra anciã e com o público circunstante. A obra se reveste de alguns aspectos de rituais e proporciona a afirmação da vida sobre a morte. Sandra realiza uma paisagem sonora e corporal composta de vocalizações, cantos e fala. Temos voz e um corpo que se movem com grande dose de improvisação. Anna, a mulher anciã está por perto, atenta e solicita. Ela metaforicamente e simbolicamente é mestre e serva da jovem para a volta à vida.
A performance in ATTO foi apresentada primeiramente na galeria Raffaella Cortese na exposição individual da artista: CIOè em Milão, em abril de 2015. A seguir foi realizado um vídeo-documento da mesma.
Local: Térreo do Pavilhão de Exposições do MAR.

Os Sem Galeria

30/jan

O Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido pelo Mapa das Artes, já em sua 8ª edição, e em cartaz na Galeria Sancovsky, Pinheiros, São Paulo, SP, só foi possível graças à confiança dos 194 artistas inscritos, pois eles acreditaram na necessidade e nos benefícios de um projeto inusitado. Eles aceitaram pagar uma taxa de R$140,00 em favor de um evento coletivo, já sabendo que beneficiaria especialmente dez deles, mas daria oportunidades a todos, como a possibilidade de ter seu portfólio visto por três jurados renomados.
A adesão desses artistas a um projeto simples, mas ousado, é a prova que, com trabalho, organização e criatividade, é possível criar alternativas democráticas para a exibição, divulgação, documentação e comercialização da produção artística contemporânea. E assim driblar qualquer crise política ou econômica.

 
Vale sempre lembrar que o Salão dos Artistas Sem Galeria não é um evento destinado apenas a jovens artistas, mas sim a artistas de todas as idades que, por uma razão ou outra, não estejam representados por alguma galeria em São Paulo, cidade que, infelizmente, ainda monopoliza o mercado.

 
O Salão agradece o júri desta 8ª edição, formado por Adriana Duarte, Paula Alzugaray e Rodrigo Editore, e toda a equipe do Mapa das Artes. Agradece ainda o apoio das galerias Zipper e Sancovsky (ambas de São Paulo), Orlando Lemos (de Belo Horizonte), Potrich (Goiânia) e Patricia Costa (Rio de Janeiro), que exibirão as obras dos dez artistas selecionados e que, juntas, transformaram este evento no Salão mais itinerante do Brasil.

 
Celso Fioravante/Editor do Mapa das Artes

Novíssima Pintura Brasileira

A exposição “A luz que vela o corpo é a mesma que revela a tela” apresenta trabalhos da geração de artistas pós-internet. A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta inaugurou a exposição “A luz que vela o corpo é a mesma que revela a tela”, que apresenta 100 obras da produção recente de 36 pintores contemporâneos brasileiros. Sob curadoria de Bruno Miguel, a mostra é um recorte heterogêneo que mescla artistas já consolidados com outros menos recorrentes nas grandes exposições e busca revelar como a pintura é contaminada pelo pensamento de seu tempo e como prossegue viva comentando as questões do mundo atual. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.

 

A mostra é dividida em nove temas – “O individuo social”; “Narrativas outras”; “Em ruínas; Corpo Fim”; “O Belo e não”; “Imagem-margem-poesia”; “Habitat; Deus ex”; e “Transbordamentos” -, que estabelecem relações subjetivas entre pintores surgidos a partir do fim dos anos 1990. “O fato de terem suas pesquisas desenvolvidas e afirmadas após o surgimento da internet não é um dado conceitual e sim um recorte curatorial para investigar um momento específico da história da pintura brasileira, da arte e do mundo”, explica o curador. Em cada tema, as questões são apresentadas a partir de contrastes e oposições, e o ritmo da exposição se desenha em processos híbridos de criação.

 

Em “A luz que vela o corpo é a mesma que revela a tela”, além do curador Bruno Miguel, que também participa da mostra como expositor, foram convidados a exibir o resultado de suas investigações e experimentações no campo da pintura contemporânea os artistas Alan Fontes, Alexandre Mury, Alvaro Seixas, Ana Elisa Egreja, Ana Prata, Bruno Belo, Bruno Dunley, Bruno Vilela, Caio Pacela, Camila Soato, Dalton Paula, Eder Oliveira, Fabio Magalhães, Gabriel Secchin, Gisele Camargo, Gustavo Speridião, Julia Debasse, Makh Hanamakh, Marcelo Amorim, Marcone Moreira, Mariana Leico, Mariana Palma, Marina Rheinghantz, Paloma Ariston, Paulo Almeida, Paulo Nimer Pjota, Pedro Varela, Rafael Alonso, Rafael Carneiro, Rodrigo Martins, Rodrigo Torres, Sidney Amaral, Thiago Martins de Melo, Victor Mattina e Vitor Mizael.

 

A mostra é uma produção de ADUPLA, formada por Anderson Eleotério e Izabel Ferreira, responsável por importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Athos Bulcão, Milton Dacosta, Carlos Scliar, Henri Matisse e Bandeira de Mello, entre outros.

 

 

 

Até 12 de março.

Em Salvador

27/jan

O Instituto Cervantes de Salvador, Bahia, apresenta na Galeria Massarda, no Palacete das Artes, no bairro da Graça, a videoinstalação “Doze Pinturas Negras”. Trata-se de um projeto audiovisual do artista ÁngelHaro, que promove uma dramatização de doze das “Pinturas Negras” do renomado pintor espanhol Francisco de Goya.

 

Francisco de Goya representa um marco na história da pintura. Como pintor da Corte Real Espanhola, criou trabalhos excepcionais que influenciaram diretamente o movimento Impressionista. Suas “Pinturas Negras”, no entanto, vão além no que diz respeito à técnica e à temática. Além de marcarem o início do Surrealismo e Expressionismo do século XX, expõem o clima sociopolítico da Espanha de então ao explorar a psiquê e os conflitos internos e externos do país. Em sua obra, Goya revelou fatos que não faziam parte do discurso oficial espanhol, descobrindo, assim, novo uso para sua arte: a pintura como forma de denúncia.

 

As “Pinturas Negras” desafiaram o regime político da época e, ao sobreviverem à Inquisição e se tornarem patrimônio cultural contemporâneo, simbolizaram um grito que não é facilmente silenciado. Nascidos da condição isolada do artista em sua Quinta delSordo, nos arredores de Madri, os conflitos internos de Goya não eram independentes da circunstâncias políticas que o cercavam. Com o fim do Iluminismo e a volta do regime Absolutista, sua loucura é, também, a loucura de seu tempo. Justamente por estar no limite da própria sanidade, Goya pode retratar os horrores do regime de Fernando VII através da representação de seu próprio horror.

 

Cinquenta anos após a partida de Goya para a França, em 1874, o barão Emile d’Erlanger, novo proprietário da Quinta delSordo, comissionou o francês Jean Laurent para fotografar os murais que adornavam várias das salas da propriedade. Essas fotografias, cujos negativos em vidro originais estão atualmente sob os cuidados do IPCE (Instituto do Patrimônio Cultural da Espanha), serviram de guia para transferir os trabalhos para a tela, possibilitando, assim, a restauração posteriormente feita por Salvador Martínez Cubells. Strappo, o processo de separação adotado por Cubells, é uma técnica agressiva que não garante a efetiva transferência de tinta e requer extensivo trabalho nas imagens. Isso significa que as obras que vemos hoje no Museu do Prado não são exatamente aquelas que Goya pintou nas paredes da Quinta delSordo, pelo menos no que diz respeito à sua qualidade plástica.

 

O artista multimídia ÁngelHaro partiu das fotografias de Laurent para reinterpretar as “Pinturas Negras”, criando uma análise do gesto e do impulso físico presente nas obras. Em cada peça audiovisual, o artista alude aos diversos métodos pictóricos empregados por Goya e traduz sua gestualidade em vários registros de movimento, luz, figurino e maquiagem. Todas as cenas foram captadas em alta resolução com câmeras HD 4k utilizando sistema de chromakey. A imagem de fundo criada por Haro é inserida na pós-produção e, por final, as tonalidades são corrigidas digitalmente para equilibrar a gama de cores.

 

O tratamento da iluminação respeita o compromisso de Goya com a subjetividade em cada um de seus trabalhos. Assim, uma iluminação dramática é combinada com efeitos de luz pintados em alguns dos personagens, como em “Saturno devorando um filho”. Além disso, os figurinos são baseados na gestualidade de cada cena. Dos trapos de “BruxasSabá” ou as deformidades de “Saturno devorando um filho” ao realismo de “Leocadia” e a volatilidade de “Visão fantástica”.

 

 

Sobre o artista

 
ÁngelHaro nasceu em Valência, Espanha, em 1958, e passou a infância em Paris até mudar-se com sua família para Murcia, onde estudou engenharia. Atua não só como artista visual, mas também como diretor artístico de teatro, cenógrafo, diretor de cinema e artista gráfico. Sua primeira mostra individual aconteceu em Murcia no ano de 1979. Já realizou exposições nas principais cidades da Espanha, e também em Chicago, Nova York, Paris e países como África do Sul, República Dominicana, Lituânia e Bélgica. Dentre suas principais exposições estão: Estrelladel Norte, na Iglesiadel Salvador del Convento de Verónicas, em Murcia, Espanha, 2015; La Tregua, na Tabacalera, Madri, Espanha, 2014; WaysofanUnruly Man, na Res Gallery, em Johannesburgo, África do Sul, 2012; Suitemelancolie, na Galerie Lina Davidov, Paris, França, 2011; Belfegor, no Museo de Bellas Artes de Murcia, Espanha, 2009; e OnPaper, na HaimChanin Fine Arts, Nova York, EUA.

 

 

Até 05 de março.

MAM 2017 com Anita Malfatti


Com curadoria de Regina Teixeira de Barros, mostra celebra centenário da primeira mostra de arte moderna no Brasil. Cerca de 70 obras, entre desenhos e pinturas de retratos, nus e paisagens, ilustram três fases da carreira de Anita Malfatti.
O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Grande Sala, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, abre, no dia 07 de fevereiro, a exposição “Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna”, apresentando obras representativas da trajetória de um dos mais importantes nomes da arte brasileira do século XX. Para retratar a vasta produção da pintora, desenhista, gravadora e professora Anita Malfatti (São Paulo – SP, 1889 – 1964), a curadora Regina Teixeira de Barros concebeu a mostra como uma homenagem ao centenário da exposição inaugural do modernismo brasileiro, uma individual de Anita aberta em dezembro de 1917, e que recebeu severa crítica do conservador Monteiro Lobato na ocasião. A mostra do MAM exibe desenhos e pinturas que ilustram retratos, paisagens e nus de três fases distintas da trajetória artística, expostas ao lado de fotografias e documentos da época como cartas, convites e catálogos, com patrocínio Master: Bradesco, PWC.

 
Cem anos se passaram desde que a Exposição de arte moderna Anita Malfatti alterou os rumos da história da arte no Brasil, por ser a primeira mostra reconhecidamente moderna realizada no país e considerada o estopim para a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Realizada no centro de São Paulo, entre 12 de dezembro de 1917 e 10 de janeiro de 1918, a individual da artista exibia 53 obras, sendo 28 pinturas de paisagem e retratos, 10 gravuras, cinco aquarelas, além de desenhos e caricaturas. O conjunto representava um consistente resumo de seis anos de produção da artista, compreendidos pelos anos de aprendizado na Alemanha (1910-1913) e nos Estados Unidos (1914-1916), além de trabalhos realizados no regresso a São Paulo. Até então, a cidade de São Paulo só havia sediado mostras de arte de cunho acadêmico. Segundo a curadora, a mostra de Anita foi recebida com assombro e curiosidade, tendo visitação intensa e venda de oito quadros expostos, mas após a publicação da crítica de Monteiro Lobato intitulada “A propósito da exposição Malfatti”, no jornal O Estado de S. Paulo de 20 de dezembro de 1917, boa parte do público concordou com as ideias do renomado autor, fazendo com que cinco obras compradas fossem devolvidas. Regina explica que desde então, o nome de Anita ficou associado ao de Lobato. “Adepto fervoroso da arte naturalista, Lobato desdenhou dos ismos da arte moderna (como expressionismo e cubismo), mas não deixou de reconhecer a competência de Anita elogiando o talento fora do comum e as qualidades latentes da jovem artista”, explica a curadora.

 
No MAM, a mostra Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna conta com obras que abrangem diversos aspectos da produção, apresentando uma artista sensível às tendências e discussões em pauta ao longo da primeira metade do século XX. A exposição tem como finalidade apresentar um recorte da trajetória de Anita, dividindo em três momentos: os anos iniciais que a consagraram como o “estopim do modernismo brasileiro”; a época de estudos em Paris e a produção naturalista; e, por fim, as pinturas com temas populares. A exposição inicia com um conjunto de trabalhos realizados na Alemanha, seguido de retratos e paisagens expressionistas exibidos em 1917, que causaram grande impacto no, até então, tradicional meio paulistano, entre as quais os óleos sobre tela “O japonês” (1915/16), “Uma estudante” (1915/16), “O farol” (1915) e “Paisagem (amarela) Monhegan” (1915). Desse período também consta um conjunto de desenhos a carvão, composto de nus masculinos e retratos.

 
Entre a primeira e a segunda parte da mostra, sobressai o interesse pela temática nacional, onde figuram trabalhos famosos como “Tropical” (c.1916), “O homem de sete cores” (1915/16) e “Figura feminina” (1921/22). Além desses, constam obras realizadas a partir do convívio com os modernistas como o pastel “Retrato de Tarsila” (1919/20), a pintura “As margaridas de Mário” (1922) e o célebre desenho “O grupo dos cinco” (1922), que retrata os modernistas Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e a própria Anita Malfatti.

 
No segundo nicho são apresentados os frutos dos anos de estudo em Paris, que representam uma fase mais naturalista em que são produzidas paisagens europeias como nas pinturas a óleo “Porto de Mônaco” (c. 1925) e “Paisagem de Pirineus, Cauterets” (1926), e nas aquarelas “Veneza, Canal” (c.1924), “Vista do Fort Antoine” em Mônaco (c. 1925), somados a desenhos de nus feitos com linhas finas e suaves na década de 1920. São desse período também pinturas singulares como “Interior de Mônaco” (c. 1925) e “Chanson de Montmartre” (1926).

 
Para finalizar, a terceira parte engloba trabalhos realizados nos anos 1930-40, época em que a artista se dedicou a retratar familiares, amigos e membros da elite, além de temas populares. Destacam-se as obras “Liliana Maria” (1935-1937) e “Retrato de A.M.G.” (c. 1933), em que figuram sua sobrinha e o amigo Antônio Marino Gouveia, ambas com tratamento naturalista. Na primeira, o fundo neutro é substituído por uma paisagem à maneira renascentista; na segunda registra uma de suas pinturas que pertencia à coleção do retratado. Nessa fase, apresentam-se ainda paisagens interioranas e temáticas populares como em “Trenzinho” (déc. 1940), “O Samba” (c. 1945), “Na porta da venda” (déc. 1940-50). A mostra se encerra com pinturas aparentemente naïf e reveladores da habitual ousadia da artista, em que utiliza cores fortes para criar espaços mais achatados como em “Composição” (c.1955) e “Vida na roça” (c.1956).

 

 

Sobre a curadora

 
Regina Teixeira de Barros é curadora independente e historiadora da arte especializada em arte brasileira moderna. Possui Mestrado em Estética e História da Arte pela ECA-USP e é doutoranda do Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP. É professora de História da Arte Moderna e Contemporânea na Faculdade Santa Marcelina desde 2002. Ministra a disciplina de Curadoria de Exposições de Arte na pós-graduação em Museologia, Colecionismo e Curadoria do Centro Universitário Belas Artes. Entre 2003 e 2015, trabalhou na Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou diversas curadorias como Tarsila viajante, Arte no Brasil: uma história do Modernismo na Pinacoteca de São Paulo e Arte construtiva na Pinacoteca. Como curadora independente, destacam-se Antônio Maluf (Centro Universitário Maria Antônia da USP, 2002), Tarsila e o Brasil dos modernistas (Casa Fiat, BH, 2011) e Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz (Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2016).

 

 
De 07 de fevereiro até 30 de abril.

Wolfenson no Anexo/Millan

26/jan

O Anexo Millan, Anexo, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta série inéditas de fotografias na exposição individual “Nósoutros”, de Bob Wolfenson, realizadas nas ruas de visitadas pelo mundo afora, com ênfase em Nova Iorque. O fotógrafo paulistano apresenta, desta vez, um conjunto de 28 trabalhos feitos ao longo de quatro anos, em cerca de 15 cidades do mundo, sempre em esquinas, cruzamentos e faixas de pedestres.

 

A palavra do artista
Nósoutros
A ideia desta série me ocorreu em 2012, num passeio pela praia de Coney Island, nos arredores de Nova York. Ao iniciar o caminho de volta a Manhattan, observei com interesse uma massa de desconhecidos entre si que aguardavam para atravessar a rua depois de um dia de lazer intenso sob o sol escaldante do verão nova-iorquino. A postura compartilhada de meros pedestres esperando o sinal abrir os tornava semelhantes, ao mesmo tempo que figurinos e tatuagens, anatomia, cor da pele e atitude (euforia ou introspecção) os distinguia. Fotografei-os com minha Leica de pequeno formato e guardei essas imagens como uma simples curiosidade de viajante. Mais tarde, ao revê-las em meu computador, surgiu a vontade de fotografar e organizar cenas como aquela mundo afora, ressaltando um dos mais marcantes paradoxos do ser humano, tão evidente naquele primeiro instante registrado: o de ser igual e diferente, o desejo de pertencer a um grupo e ao mesmo tempo querer se distinguir dele.

 

A ambição de criar painéis representativos de identidades humanas diversas porém genéricas me levou a vários países e populações. Um ano depois voltei a Coney Island, devidamente equipado com uma câmera de médio formato cuja performance na captura das imagens em alta definição é sua característica principal – suponho e quero que este aspecto permita ao espectador passear os olhos pelas ampliações e ver até o que o fotógrafo não enxerga quando dispara o obturador. Escolhi também fotografar grupos mais singulares, como os judeus ortodoxos de Crown Heights, os afro-americanos do Harlem, ambos em Nova York, bem como executivos engravatados chegando ao trabalho num típico dia de frio do inverno inglês, na City londrina. No mais, a maioria das cenas mostradas aqui foi feita a partir da procura fortuita de lugares onde o afluxo de transeuntes parecesse adequado ao meu intuito. No entanto, ao postar a câmera em um cruzamento e apontá-la para os que vão atravessar a rua, encontrei naturais desconfianças, mas encontrei também: as velozes transformações dos hábitos urbanos, os múltiplos signos da moda e a pluralidade étnica cada vez mais comum na vida contemporânea. Tudo isso emoldurado por recortes nas grandes metrópoles e pela condição climática vigente de cada época e local, a qual determinava a roupa e os humores dos passantes.

 

O processo de realização das fotografias seguiu princípios rígidos: as tomadas foram sempre feitas em cruzamentos ou faixas de segurança, e as pessoas estavam de fato naqueles lugares, mesmo que não tenham sido fotografadas no mesmo momento em que as que aparecem a seu lado na cópia final. Fiz algumas montagens para ressaltar os pressupostos que me levaram a realizar esta ideia. Por mais racional que seja uma empreitada como esta, o imponderável estará sempre presente enquanto houver o instante fotográfico. Nos anos em que me dediquei a este trabalho, pude perceber claramente que quando se está com uma máquina fotográfica no meio da rua, mesmo que com um tripé e com conceitos específicos em mente, não se pode controlar muita coisa. A rua é viva e nos impõe essa vivacidade.

 

 

 

 

De 31 de janeiro a 24 de fevereiro.

 

Limberger na Pinacoteca

23/jan

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Praça da Luz, São Paulo, SP,museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo -, apresenta dois trabalhos do artista Fernando Limberger no Pátio 1, térreo do museu. Os trabalhos exploram o uso de diferentes espécies de arbustos, árvores e sementes a fim de propor a reflexão sobre a relação entre Natureza e Cultura. A mostra tem apoio da Regatec para o sistema de irrigação.

 

“Contenção Verde” é o primeiro trabalho, uma espécie de reprodução mimética de um jardim urbano, com terra, plantas adultas de até oito metros de altura, e, ao mesmo tempo, mureta de concreto e grades. São espécies arbóreas, arbustivas herbáceas, nativas e exóticas colocadas juntas em um mesmo espaço, formando um grande volume verde cercado por grades de ferro, como aquelas presentes nos parques da cidade de São Paulo. A luz é natural e a irrigação sustentável e projetada.

 

O jardim, de formato octogonal, ocupa o centro da sala, com circulação para o público na área externa a ele. A ironia em “Contenção Verde” são as grades que estão ali para definir dois espaços distintos, um com vegetação e sem pessoas, e outro sem vegetação e com pessoas. “Quando o visitante passar pela passarela verá a copa das árvores e esse volume verde confinado. As grades segregam as plantas das pessoas, ao mesmo tempo que retém a sua expansão. Uma realidade antagônica que fala sobre a imposição de certa racionalidade aos espaços, vista também nos jardins urbanos. Ao mesmo tempo em que coloca o homem como a figura central no manejo da vegetação”, explica Pedro Nery, curador da exposição.

 

“Botânica SP” também encontra-seexposta no Pátio 1 e trata-se de uma sementeira gigante que contém 150 espécies diferentes de sementes coletadas em ruas, praças e parques da cidade, todas catalogadas e acompanhadas de placas informativas. Ali elas são irrigadas e brotarão livremente em tempos distintos. “A ideia é que durante os três meses de exposição haja uma transformação que possibilite o visitante acompanhar o crescimento dos brotos”, completa Nery.

 

 

 

Até 20 de fevereiro.

Territórios

O Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, CRAB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Territórios”, com direção geral e concepção visual de Bia Lessa, e curadoria de Renata Piazzalunga, do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação, que mostra de uma forma lúdica e atraente o universo dos artesãos das cidades de Poço Redondo, Sítios Novos e Poço Verde, em Sergipe, e Ilha do Ferro e Entremontes, em Alagoas.

 

As paredes históricas de três grandes salas do CRAB foram recobertas por compensado de madeira, para serem bordadas com centenas de metros de fios de lã, e quase 2, 5 milhões de pregos, que formam escritas que revelam quem são, como vivem e como trabalham esses artesãos, em instalações criadas pela premiada diretora e cenógrafa. Bia Lessa explica que “o público verá o rigor, o tempo empregado e o trabalho árduo desses artesãos, e seu valor”. “A exposição reúne produtos feitos pelos artesãos antes, durante e depois do projeto realizado ao longo de três anos pelo SEBRAE e IPTI, que viabiliza economicamente as associações locais desses artistas”, diz. “Mais do que interativa, a exposição tem uma proposta colaborativa, de estar junto”, destaca.

 

A montagem de “Territórios” envolveu mais de 60 pessoas, em três equipes, em um trabalho manual realizado ao longo de quase três semanas e doze horas diárias. “Queria que os espaços tivessem este dado artesanal, levar a estética dos artesãos para as salas”, diz a diretora. Bia Lessa traduziu visual e artisticamente as informações colhidas pelo projeto, que mapeou, pesquisou e trabalhou junto a 120 artesãos organizados em cinco associações. A exposição detalha principalmente o universo dos artesãos de Poço Redondo, a cidade sergipana onde foram mortos Lampião e Maria Bonita.

 

 

Percurso da exposição

 
Na primeira sala de “Territórios”, estão centenas de quadros contendo imagens e informações sobre a cidade, seus personagens e sua história, com legendas escritas à mão por um grupo de jovens calígrafos de São Paulo. O chão será coberto por um tapete onde se verá impresso um mapa com a relação entre a cidade e as metrópoles. Sobre o chão, uma bola de 1,5m de diâmetro, feita em fibra de vidro, conterá informações sobre Poço Redondo, e poderá ser girada por uma ou mais pessoas, em um movimento conjunto para que a leitura seja partilhada.

 

 

Paredes bordadas

 
Na segunda sala, o público verá paredes recobertas por tramas de linhas coloridas sobre uma escrita bordada com fios de lã vermelha que mostra o trabalho associativo dos artesãos. No centro do espaço 19 cadeiras, em círculo, fazem uma alusão às reuniões, e, sobre cada um dos assentos, estará um trabalho feito pelos artesãos antes da chegada do projeto do SEBRAE/IPTI. “Um dos fatos revelados pelo projeto é que o elo de confiança estabelecido é fundamental. Tudo é tênue, delicado, sutil. Não são relações fáceis e óbvias. Eu gostaria que o público perceba esta delicadeza, que isso se reflita em sua atitude diante da exposição. Por isso também a presença da linha nesta sala, que representa esta sutileza”, explica Bia Lessa.

 
Na terceira sala, foram empregados mais de 2 milhões 419 mil pregos, que formam uma caligrafia que conta a história do que pensam e sentem os artesãos,suas dificuldades e sonhos, em frases e conceitos retirados do questionário respondido por eles durante o projeto. “Um prego sozinho é só um prego. Junto pode ser outra coisa. É a ideia da associação: um sozinho faz uma coisa, mas quando se tornam juntos, trabalham em um coletivo, transformam, tem uma lógica, uma postura diferente”, ressalta Bia Lessa.

 
Um gigantesco rolo de tecido, com 40 metros de comprimento, cairá de um andaime, e ondulará sobre cavaletes na extensão da sala. Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo; pelo Módulo Barroco na Bienal do Redescobrimento, em 2000, e por diversas exposições, peças de teatro, óperas, shows etc. Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo; pelo Módulo Barroco na Bienal do Redescobrimento, em 2000, e por diversas exposições, peças de teatro, óperas, shows etc. Bordeiras da Coopa Roca escreveram sobre o tecido o detalhamento das atividades dos artesãos, registrado no blog da associação. Para ler o conteúdo, o público poderá estender o tecido através de uma manivela.

 
“Os pregos e as linhas fazem parte do processo de trabalho deles, o bordado, a renda, tudo feito à mão, em um diálogo real com os materiais usados por eles e a tecnologia, ligando todos os conteúdos”, diz Bia Lessa. Linhas de lã percorrem o teto de todos os espaços, e “costuram as ideias do que está na exposição”. Cada uma das salas tem uma trilha sonora própria, composta por Dany Roland. O percurso da exposição termina na loja do CRAB, onde estarão as criações dos artesãos feitas em parceria com os designers do projeto.

 

 

Instalação na calçada em frente ao CRAB

 
Os outros quatro municípios abrangidos pelo projeto do SEBRAE/IPTI estarão em uma instalação na frente do CRAB, na calçada, onde quatro bolas de 1,5m de diâmetro conterão informações sobre esses locais. “As bolas irão conviver com os transeuntes, dentro do objetivo do convívio compartilhado”, explica Bia Lessa que afirma ser “louca pela Praça Tiradentes”! “Tem tanta coisa bacana que acontece a sua volta, como os dois teatros, o Centro Carioca de Design, o Studio-X, a Estudantina, o Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, e a exposição criou um espaço de diálogo com essa rica história”, conta.

 
Bia Lessa conta que ao ser convidada pelo SEBRAE a ideia inicial era mostrar somente as peças de artesanato. “Mas quando comecei a pesquisar o assunto deparei com o processo de trabalho realizado junto aos artesãos. Achei inusitado e sofisticado, pois é um trabalho transformador e dinâmico, unindo tecnologia e artesanato. Isso seria o diferente, pois expor produto artesanal tem em todo o lugar”, diz.

 

 
Ficha técnica

 
Concepção e Direção Geral – Bia Lessa; Curadoria – Renata Piazzalunga (Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Inovação); Trilha Sonora – Dany Roland; Design gráfico – Rico Lins; Design de Luz-– Binho Schiffer e Bia Lessa; Arquitetura – Lucia Vaz Pato; Produção Executiva – Arlindo Hartz.

 

 

Sobre Bia Lessa

 
Bia Lessa, paulista 58 anos, artista responsável por trabalhos nas áreas de teatro, ópera, artes plásticas e cinema. Recentemente ganhou o prêmio de melhor longa- metragem na categoria Novos Rumos, no Festival do Rio com o filme “Então Morri”; lança no próximo dia 24 de janeiro, no MAM, o livro “Então, Maria Bethânia”, de sua autoria. Foi responsável pelo pavilhão Humanidade 2012, no Forte de Copacabana durante a RIO + 20; pela reinauguração do Theatro Municipal do Rio com a ópera “Il Trovatore”; pelo pavilhão do Brasil na EXPO 2000, na Alemanha; pelo reinauguração dos painéis “Guerra e Paz”, de Portinari, na ONU, em Nova York; pela exposição “Grande Sertão Veredas”, na inauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo; pelo Módulo Barroco na Bienal do Redescobrimento, em 2000, e por diversas exposições, peças de teatro, óperas, shows etc.

 

 

 
Sobre o CRAB

 
Instalado em um conjunto de três prédios do século 18, em plena Praça Tiradentes, no Centro do Rio, o Centro SEBRAE de Referência do Artesanato Brasileiro é um espaço para a qualificação do artesanato brasileiro, e tem como principal missão promover o artesanato nacional, contribuindo para o melhor posicionamento de imagem dos produtos feitos à mão no Brasil. O CRAB apresenta o artesanato ao mercado revelando suas histórias, origens, territórios, indivíduos e coletivos que criam objetos como expressão da cultura e da criatividade brasileira. O CRAB é também espaço de conexão e de diálogo com outros segmentos da economia criativa como o design, a arquitetura, a música, o audiovisual, a literatura, a moda, as mídias e a cultura popular. O complexo arquitetônico do CRAB está regido pela legislação de proteção aos bens tombados pelo IPHAN, na esfera federal; pelo INEPAC, na estadual; e pelo IRPH, órgão municipal. Os três prédios fazem parte do Corredor Cultural do Rio Antigo, criado para preservar áreas históricas. A loja-evento, como experiência de consumo, comercializa o melhor artesanato brasileiro, sempre em diálogo com as exposições.. O CRAB possui ainda espaços multiuso, como um auditório de 100 lugares, uma midiateca e salas para oficinas. Os ambientes são destinados à capacitação, formação, especialização, pesquisa e experimentação. Também recebem shows, encontros, debates, palestras, lançamentos de produtos e cursos livres.

 

 

Sobre o IPTI

 
Fundado em 2003, em São Paulo, o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) é uma instituição privada, com fins não lucrativos, com o objetivo de desenvolver soluções integradas entre tecnologia e processos humanos, nas áreas prioritárias de educação, saúde pública e economias criativas. Em 2006 o IPTI iniciou diálogos com o Governo de Sergipe a fim de instalar naquele estado um Centro de Tecnologias Sociais, associado a uma experiência de promoção de desenvolvimento social e econômico, com base em uma integração entre arte, ciência e tecnologia (The Human Project). O objetivo era aplicar conhecimento científico e tecnológico para a construção de um modelo inovador, baseado em uma integração coordenada e sustentável entre design contemporâneo e processos artesanais, para o desenvolvimento de produtos com alto valor agregado, estabelecimento de inovação e aumento da competitividade. Em 2013 o IPTI foi vencedor do Prêmio FINEP de Inovação, na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), pela região nordeste.

 

 

 

De 20 de janeiro a 19 de abril.

Agostinho no MASP

19/jan

O pintor primitivo Agostinho Batista de Freitas recebeu especial atenção do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, através de amplo trabalho de campo e a realização de um esmerado catálogo do qual participam críticos especialmente convidados para uma nova reflexão sobre a obra do artista.

 
Esta exposição reúne 74 pinturas realizadas entre as décadas de 1950 e 1990, incluindo cinco telas recentemente doadas ao acervo do MASP, fazendo com que, pela primeira vez, a obra de Agostinho Batista de Freitas (1927-1997) esteja presente na coleção do Museu, corrigindo uma lacuna histórica.

 
Instalada na arquitetura franca e direta de Lina Bo Bardi (1914-1992), com suas transparências e aberturas para a paisagem urbana, a obra de Batista de Freitas convida a uma visão ativa sobre São Paulo, com suas complexas dinâmicas urbanas, histórias e diferenças sociais.
Agostinho Batista de Freitas, São Paulo faz parte de um importante eixo da direção artística do MASP, que pretende questionar os conceitos de arte erudita e popular, dedicando mostras a artistas autodidatas, frequentemente de origem humilde ou reclusos, operando fora dos circuitos tradicionais do sistema da arte.

 
Essas estratégias hoje comportam ainda a reencenação de “A mão do povo brasileiro”, uma das mais célebres e polêmicas exposições organizadas pelo Museu, e a realização de mostras que privilegiam a leitura de temas populares no modernismo brasileiro, como Portinari popular. A ideia é construir um museu aberto, múltiplo e plural, que seja permeável a diversas culturas.

 
As histórias de Batista de Freitas e do MASP se misturam. O diretor fundador do MASP, Pietro Maria Bardi (1900-1999), introduziu o trabalho do artista no circuito de arte ao realizar sua primeira individual, em 1952. Ele tinha apenas 25 anos de idade, morava no bairro do Imirim, na Zona Norte de São Paulo, pintava e mostrava suas obras nas ruas do centro de São Paulo, onde Bardi o conheceu. Parte fundamental deste projeto é a publicação de um extenso catálogo, com reproduções de todas as obras em exibição, documentos raros e fotografias de época, além de seis ensaios inéditos dos curadores e de críticos especialmente convidados a produzir novas reflexões sobre um artista até então marginalizado pela história da arte o­ficial. (Fernando Oliva, Curador, MASP / Rodrigo Moura, Curador adjunto de Arte Brasileira, MASP).

 

 

 
Até 09 de abril.

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