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AGENDA CULTURAL

Na Casa das Rosas

21/mai

O Mundo Líris, plataforma de desenvolvimento artístico e desdobramento de projetos, inaugurou a exposição “Distâncias Sutis”, na Casa das Rosas, Bela Vista, São Paulo, SP. Formado por 10 fotógrafos – Beatriz Pontes, Bernardo Dorf, Daniele Queiroz, Flávia Tojal, Helena Rios, Luciana Mendonça, Marcelo Guarnieri, Márcio Távora, Marina Piedade e Renata Angerami -, além de Marcelo Greco, que atua também como orientador, o grupo exibe aproximadamente 30 imagens e alguns elementos de seus processos criativos. A distância entre os mundos interno e externo – relação intrínseca à criação artística -, e a distância entre imagem e palavra perfazem o universo apresentado na mostra.

 

Após o recente lançamento da publicação impressa Líris #1, os artistas se reúnem novamente na exposição Distâncias Sutis, cujo escopo aborda a cidade e seu caráter perturbador. “Pela projeção de nossos desejos e pela ilusão de que o ‘lá’ seja melhor que o ‘aqui’, criamos nosso relevo emocional na cidade, que se modifica perante nossos olhos a todo instante.”, comenta o grupo. Neste contexto, cada fotógrafo exibe uma visão particular sobre o tema, com fotografias, desenhos, colagens, obras feitas com técnicas mistas, além de alguns textos.

 

Ainda, alguns objetos utilizados no processo criativo serão expostos, evidenciando pequenos rastros significativos para a concepção de cada trabalho. Citando alguns desses itens, temos cadernos de anotações, croquis, carimbos, instrumentos de desenho como penas de nanquim, arquivos pessoais, livros que serviram como referência e inspiração para os fotógrafos, entre outros.

Ao longo dos últimos 10 anos, o Mundo Líris – grupo de estudos iniciado por Marcelo Greco para discutir e pensar a imagem como forma de expressão – cresceu e transformou-se em realizador de publicações eletrônicas, exposições coletivas e individuais, imersões fotográficas, ações educativas, intercâmbios internacionais etc.

 

O Mundo Líris também promeve uma mesa redonda, no dia 22 de maio, às 19h30, ocasião em que o convidado Luiz Antônio Jorge discutirá fotografia e literatura com alguns participantes do grupo, com mediação de Marcelo Greco.

 

Com mais este projeto, o Mundo Líris encurta a distância entre o universo da fotografia e as pessoas que se interessam por arte e literatura. Com trabalhos diversificados, o grupo convida a todos para esta experiência sutil e reveladora.

 

 

Mesa redonda : 22 de maio.

 

Até 31 de maio.

Contaminação (+ que) cromática

A dualidade de interpretações – uma matérica, real, e a outra metafórica –, assim como a multiplicidade de referências, são caraterísticas das pesquisas dos artistas contemporâneos. Essa tendência se manifesta na composição de “Contaminação cromática”, exposição do artista Fernando Limberger na Praça Victor Civita, São Paulo, SP. As formas concretas concebidas nos canteiros promovem a abalroação da fisiologia do olhar contra as leis morfológicas de estruturação da matéria, dos precedentes da arte contra os da natureza. Provoca-se uma tensão óptico-espacial nas sugestões de movimento, mesmo que despontem os contrastes entre os elementos construídos e os orgânicos, a dualidade entre artifício e meio natural. Uma cartografia sensorial posta em prática a partir de um sistema de estratégias aprendidas para tornar as representações cada vez mais adequadas. É uma nova e transitória arquitetura do espaço.

 

 
A palavra do curador

 
Essa nova contaminação se expande além da referência à função original do recinto expositivo – um antigo incinerador de lixo cujos espaços o artista provê de novas funções/tarefas –, assim como a posição do público perante essas alterações. A estrutura se dilata espacial e funcionalmente a partir das grades plásticas que constrói.

 

Limberger traslada a arte para o real ao colocar areia pigmentada em algumas áreas dos canteiros já existentes na Praça, provocando assim alterações cromáticas e compositivas na estrutura rotineira do espaço público e modificando as particularidades morfológicas do ente vegetal já existente. Já as obras das séries “Um” e “Ação”, da década de 1990, constituem esboços dos projetos de ocupação posteriores, tanto pela questão espacial como pela cromática. Ao acrescer a matéria pictórica em blocos alternados de composição e cromatismo, o artista estabelece uma relação estrutural com a pintura e rejeita qualquer relação ou tradução superficial ou literal das formas da natureza para a arte e vice-versa. O “novo adubo” nos canteiros e a nova matéria na parte inferior da chaminé, onde desta vez a variação cromática é contaminante, contaminam as possibilidades sensórias que oferecem ao articular os elementos plásticos da arquitetura com as obras numa concepção de arte total. Nos desenhos e maquetes – como no múltiplo “Sem retorno”, de 2002/2013 –, evidencia-se a provocação ao inacabado e ao efêmero executado, aos sonhos e desejos. Nas instalações, a inutilidade do utilitário comum e, ao mesmo tempo, as combinações (im)possíveis. Nos canteiros, a absorção do inovador/novo/similar. Efeitos estéticos manifestam-se, assim, na estruturação de processos plásticos que afloram a constante inquietude da pesquisa do artista e constroem um itinerário circular para o espectador.

 
Nas salas do espaço interno da Praça, Limberger mostra várias instalações, esculturas, 1 Espaço público único em São Paulo, a Praça Victor Civita foi construída em uma área anteriormente degradada e agora oferece ao público, gratuitamente, ampla programação cultural, esportiva e de lazer, além de educação ambiental. Com um projeto arquitetônico inovador, a praça dispõe de palco e arquibancada para 290 pessoas, diversos equipamentos, e do prédio do antigo incinerador Pinheiros, também recuperado, aberto para receber exposições e eventos. O incinerador Pinheiros funcionou entre 1949 e 1989. A praça foi construída em 2008.

 
…O paisagismo é assumido pelo artista como acontecimento cultural e, nessa conexão com a arte, ambos são orientados para duas frentes: o entorno e a interlocução. Assim, em todo o conjunto trabalha-se com o papel formativo da arte.   Em todas as obras, os contrastes entre variações cromáticas e texturais intensificam a tensão entre os planos e espaços em múltiplas, singulares formas e estruturas geométricas. Isso se vê já nas séries em que o artista utiliza madeira reciclada com vestígios de fogo, o que evoca e reforça a consciência ecológica de maneira processual, na aparente simplicidade do múltiplo, a partir de uma ação plástica, bem como o compromisso de re-elaboração na própria pesquisa que faz dos elementos da natureza: as ciências e a arte e suas conexões. Essas possíveis incompatibilidades de matérias e referências estão presentes em obras como “Fome, azul” (2002). Já a permanente fertilidade nas relações de contraposição de formas e cores, das obras e do contexto, uma constante na produção do artista, é tangível nas instalações da série Fértil, na Fazenda Serrinha (Bragança Paulista, 2003); em Verde e amarelo, no Centro Cultural São Paulo (2008);

 

Complementares, na exposição Ecológica, MAM-SP (2010); Vermelho-pungente (para Dona Cristina), na Casa M, 8ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2011) e Três canteiros para dois guris, na Fazenda Dois Guris (Sapucaí Mirim, 2012). Verde infinito (2015) faz referência à Coluna sem fim (1938), de Constantin Brancusi (1876-1957), um dos pioneiros da abstração e dos principais nomes da chamada vanguarda moderna. Como o célebre escultor romeno, Limberger nutre a obra de elegância visual. Com a utilização repetida do mesmo objeto/forma, desvenda-se, na peça, a tendência do artista de aproximar o objeto de arte ao objeto de uso cotidiano, tratando ambos como presenças tridimensionais no espaço. Atinge, assim, formas mais despojadas, libertando-as das aparências de superfície para revelar a beleza intrínseca dos próprios materiais utilizados. A partir do uso de materiais sensíveis, ao mesmo tempo o artista elimina a representação clássica da escultura, num questionamento do pedestal a partir da ideia de objeto que media a relação da escultura com a realidade.

 
Na produção de Limberger, a memória é um elemento protagonista. O artista explora a sensorialidade dos suportes tradicionais e a subjetividade da arte. Da expansão e conexão dos canteiros aos desenhos, dos desenhos às maquetes, às instalações, ao público, à arquitetura, na contenção aparente das obras na sala expositiva, na compatibilidade dos materiais reciclados e/ou a reciclar, transformados no mesmo material: o artista reflete e convida o espectador à contemplação, à reflexão, à contenção e à possibilidade de fazer, na mutabilidade permanente em que se faz o olhar, na diferença entre o agora e o ainda há pouco. (Andrés Hernández São Paulo, 2015).

 

 
Até 28 de junho.

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De Lisboa para a Gamboa

A exposição “Rejunte”, de Fábio Carvalho, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, será inaugurada no dia 27 de maio, às 18 horas, na Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ. Obras inéditas e registros da ação artística em Lisboa, Portugal, realizada a partir do projeto de intervenção urbana “Aposto”, no qual o artista criou três novos padrões de azulejos impressos a laser sobre papel, que foram aplicados com cola de amido em fachadas de prédios lisboetas onde os azulejos originais haviam desaparecido por deterioração ou vandalismo.

 

Foram 35 dias e 300 peças aplicadas em 45 pontos de intervenção. Os “azulejos de papel”, ao mesmo tempo que causam um certo estranhamento ao olhar, podem ser por vezes facilmente confundidos com os azulejos originais. Os projetos de arte urbana de Fábio Carvalho atuam como pequenas inserções, que invadem o espaço e ganham uma força maior ao tensionarem o que já estava lá.

 

Tudo começou a partir dos trabalhos da série “Delicado desejo”, formados por um patchwork de diversas rendas, originalmente produzidas para serem usadas como apliques em roupas femininas. Neste caso, elas são combinadas em formato de armas de fogo em tamanho real,  contrapondo a delicadeza do material com os artefatos normalmente associados com a virilidade bruta. Na exposição “Rejunte” serão apresentadas 4 peças desta série: 3 pistolas e 1 fuzil modelo AR-15. De acordo com o artista, sua produção atual procura questionar o senso comum que reforça a incompatibilidade entre força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade, propondo uma discussão sobre estereótipos de identidade de gênero.

 

A série “Transposto”, trabalho inédito desenvolvido especialmente para a exposição “Rejunte”, parte de azulejos e fragmentos de azulejos portugueses coletados pelo artista em caçambas de lixo de Lisboa, resultado de restos de obras de remodelagem das antigas casas de finais do século XIX e início do século XX. O material foi inserido em moldes com cimento, de forma a se criar “pedaços de parede”, como se tentasse resgatar uma memória daquilo que estes azulejos um dia foram por tanto tempo, antes de serem descartados.

 

Sobre estes “pedaços de paredes” foram colados os mesmos “azulejos de papel” usados na intervenção urbana em Lisboa. O curador Marco Antonio Teobaldo acompanhou pessoalmente a ação artística em Lisboa e ressalta que com este trabalho inédito surge uma transposição das ações urbanas de Lisboa para o Rio de Janeiro, através de azulejos e simulacros de azulejos.

 

A exposição propõe ainda uma ação interativa batizada de “(Re)Junto”, na qual os visitantes poderão colar um “azulejo de papel” diretamente sobre as paredes da galeria, delegando ao público a composição final da obra, numa referência direta a Athos Bulcão, que por vezes deixava por conta dos operários a decisão de como os azulejos deveriam ser aplicados em seus painéis, como ocorreu por exemplo, com a obra da Praça da Apoteose, Sambódromo, Rio de Janeiro, 1983.

 

 

De 27 de maio a 25 de julho.

No Santander Cultural: José Damasceno

20/mai

José Damasceno, artista contemplado com diversos prêmios, começou a se dedicar às artes plásticas no início dos anos 1990. Sua habilidade caracteriza-se pela capacidade de dialogar com o ambiente onde está inserido, e busca despertar nos espectadores a sensação de transitoriedade entre a “fantasia e a lógica”. Seus trabalhos seguem um desenvolvimento investigativo das relações entre espaço e pensamento, onde situações intrigantes convidam a observar e pensar a respeito daquilo que se vê. O artista já participou das bienais internacionais de São Paulo, Veneza, Sydney e do Mercosul, além de ter coleções expostas em diversos museus tais como o Museum of Modern Art – MoMA, em NY.

 

Agora, o artista exibe “Plano de observação” na unidade de cultura do Santander, Porto Alegre, RS, um espaço cuja arquitetura é inspirada nos períodos barroco-rococó, art nouveau e neoclássico, suas obras soam provocadoras e estimulantes. Com curadoria de Ligia Canongia, a exposição traz cinco grandes instalações com formas e cores tão variadas e distintas que possibilitam um olhar diferente a cada visita, incentivando o exercício de repensar o que vemos como ponto final de uma trajetória de observação.

 

 

De 20 de maio a 26 de julho.

Claudia Melli no MAM/Rio

Para chegar ao resultado final de suas obras, a artista paulistana Claudia Melli trabalha antes com a memória de um lugar, lembranças, que provocam uma ilusão ao espectador. De longe, parecem fotografias, mas basta se aproximar para perceber traços de nanquim sobre vidro, que remetem a um cenário que lembra a fotografia cinematográfica.

 

 

Claudia, que ano passado passou uma temporada em Basel, onde expôs seus trabalhos em uma instituição suiça voltada para a arte contemporânea brasileira, abre sua primeira exposição institucional no Brasil no dia 30 de maio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A mostra “Lugares onde nunca estive” oferece um percurso pela produção de Claudia Melli nos últimos anos, onde foram selecionadas obras relevantes dentro de cada série. Na exposição serão apresentados 17 trabalhos e outras obras inéditas, quatro em técnica mista utilizando a fotografia e a maior parte em vidro, em diversas dimensões.

 

 

A artista costuma abordar em suas obras a questão da luz e do enquadramento, criando novos horizontes e perspectivas, que são resultado de registros de sua memória que a motivaram a explorar possibilidades, se apropriando de paisagens imaginárias, retomando as indagações sobre a natureza de nossos mecanismos de percepção. Sua técnica de desenho utilizando o nanquim sobre o vidro testa os limites entre desenho, pintura e imagem, tornando perto o que parece distante.

 

 

 

A relação com o vidro

 

 

Claudia Melli começou a pintar com nanquim, papel, tinta, tela, ou seja, materiais que já vinha usando em outros trabalhos. Depois de muitos experimentos, a artista percebeu que o vidro atendia perfeitamente às suas expectativas. Segundo ela, produzir suas obras utilizando o vidro a ensinou a lidar com as questões do material, ora problemáticas, ora fascinantes, e ela foi descobrindo e trabalhando aos poucos com a transparência, o espelhamento, a fragilidade, a condição de que a pintura é feita nas costas do vidro, ou seja, de traz para frente. Assim outras séries e outras paisagens foram sendo pensadas e construídas na medida em que essas questões iam se conectando com seus interesses e com o desenrolar do seu trabalho. “Quase tudo que vemos, vemos através do vidro. É o vidro da janela de casa, da janela do trabalho, o vidro do carro, o vidro da televisão. O vidro se torna a pele onde o dentro e o fora se juntam, a nossa casca do ovo, frágil proteção”, afirma a artista.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Claudia Melli nasceu em São Paulo, onde morou até os 14 anos. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1980, onde construiu sua formação artística. Começou a se interessar por pintura no final dos anos 1990 e passou a frequentar aulas no Parque Lage, de pintura, desenho, gravura, teoria, arte digital, entre outros. Influenciada por artistas como Sugimoto, Gerhard Richter, Sindy Sherman, James Turrell, On Kawara e Wong Kar Way, pela relação que o trabalho deles tem com a representação da realidade, ou uma suposta realidade, Claudia vem traçando sua carreira utilizando o desenho, a luz, o enquadramento e o pensamento da fotografia. Já participou de exposições individuais no Rio de Janeiro, São Paulo e em Basel, Suiça, e recebeu em 2012 o II Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. Seus trabalhos estão em coleções como o Instituto Figueiredo Ferraz; Coleção Gilberto Châteaubriant – MAM RJ; Coleção Banco Espírito Santo ; Artur Lescher; Heitor Martins e José Olympio Pereira.

 

 

 

De 31 de maio a 15 de agosto.

 

Mufraggi na Paulo Darzé

19/mai

Dia 21 de maio, a Paulo Darzé Galeria de Arte inicia a sua temporada de exposições 2015 com a exposição individual de Toussaint Mufraggi, apresentando 25 pinturas em óleo sobre tela. O artista nasceu e vive em Ajácio, na Córsega, França. Sua obra está em coleções públicas e privadas internacionais – Estados Unidos, Espanha, Países Baixos, Alemanha, Itália, Suécia e Brasil.

 
Para o crítico italiano Guido Curto, a obra de Mufraggi encontra elementos nas paisagens da sua terra, solitária, dura, cheia de vento e belíssima. Segundo ele, que assina a apresentação da mostra, um de seus quadros mais grandiosos e emblemáticos se intitula “Tarra mea” e o olhar do artista se estende entre céu e mar, na direção dos horizontes distantes e indefinidos com duas grandes obras dedicadas a “Viaggi impossibili” e a ” l’Enlevement d’Europe”.

 
A maior parte da exposição é constituída por obras do ciclo “Memória”, 17 telas de 2014, nas quais o fundo branco é “poupado” e como uma folha cândida de papel se transforma na base sobre a qual se estendem pinceladas intensas, vibrantes, radicalmente abstratas.

 

 

A palavra do artista

 
“A minha terra é, sempre, o sujeito eterno da minha inspiração. Porque se eu devo me exprimir com sinceridade, devo falar e escrever ou pintar temas nos quais eu estou totalmente imerso. Resta o fato de que eu vivo e trabalho no vilarejo de Villanova. Do meu atelier, todos os dias posso admirar o cenário eterno onde os meus antepassados passaram suas vidas trabalhosas, e onde faço uma pintura que aspira à própria eternidade. Pinto com a sensação de ainda viver as vibrações que a terra me transmite e que percebo desde a minha infância, e minha pintura pode dar memória àquilo que passou ou desapareceu.”

 

 
Até 20 de junho.

Na Anita Schwartz Galeria

18/mai

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir do dia 23 de maio, e do dia 25 de maio para o público, a exposição “Lona”, com 18 pinturas inéditas, em grandes dimensões, feitas pelo artista Gustavo Speridião exclusivamente para esta sua individual que ocupará todo o espaço de arte do Baixo Gávea.

 

O artista, nascido em 1978, é um nome destacado em sua geração, e tem integrado diversas exposições no Brasil e no exterior, como “Parasophia 2015”, com curadoria de Shinji Kohmoto, em Kyoto, Japão; “Here There (Huna Hunak)”, com curadoria de Gunnar B. Kvaran, Thierry Raspail e Hans Ulrich Obrist, no Museum of Art Park, em Doha; “Imagine Brasil”, com curadoria de Gunnar B. Kvaran, Thierry Raspail e Hans Ulrich Obrist, em Lyon, França, e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; e a individual “Geometrie. Montage. Equilibrage. Photos e Videos”, com curadoria de Jean Luc Monterosso, na Maison Européene de La Photographie, em Paris, em 2013. Ele tem trabalhos em importantes coleções, como Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro.

 

O título da exposição é extraído do suporte utilizado, lona de algodão, e as pinturas estarão expostas sem chassi, presas diretamente na parede, “em uma montagem simples”, conta o artista. No grande espaço térreo da galeria, serão quatorze pinturas, com dimensões de 2mx7m cada uma, e no terraço serão quatro lonas, com formato de 5,9m x 2m a 1,80 x 1metro.

 

Esta série de lonas é um desenvolvimento do trabalho de Gustavo Speridião, que tem como foco a pintura e a política, “explorar o plano pictórico e questões políticas, utilizando tinta, carvão e colagens (palavras, abstrações e cartazes)”. O artista fez uma colagem nas lonas com material gráfico coletado entre 2007 e 2014 em vários países, como Brasil, Bolívia, Portugal, Espanha, México, França, Grécia, Rússia e Turquia : “ – São cartazes de rua, políticos, de movimentos sociais”. “Este material ilustra o início da crise econômica mundial de 2008, e seus desdobramentos políticos”, diz ele.

 

No contêiner do terraço será exibido em looping o vídeo “Movimento [Moviment]” (2007/2014), com imagens capturadas entre 2007 e 2014, em diversos países, sobre o movimento social internacional. “Apresentarei obras cujos temas refletem o processo revolucionário mundial e outras que, não se ligando à este processo pelo tema, estão profundamente tomadas e coloridas pela nova consciência que dele surgiu. Utilizo o mesmo plano para campos aparentemente distintos; abstrações panfletárias, pinturas escritas e panfletos abstratos”. Esta é a segunda individual de Gustavo Speridião na Anita Schwartz Galeria de Arte. A primeira foi em 2011.

 

 

Até 04 de julho.

Wilma Martins em livro

Sábado, 23 de maio, às 15h, no Salão Nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, a artista plástica Wilma Martins, – mineira, radicada no Rio de Janeiro -, lança os livros “Cotidiano (Caderno do desenho)”  e “Caderno de Viagem”, vencedores da segunda edição do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais.  As publicações são parte das comemorações dos 80 anos de vida e 60 anos de sua carreira artística. Os livros serão distribuídos ao público. No dia do lançamento, haverá mesa-redonda com os críticos Frederico Morais (organizador das publicações), as psicanalistas e pesquisadoras de artes visuais Tania Rivera e Flávia Corpas, e a artista.

 

Os dois livros, de caráter fac-similar, reproduzem os cadernos de desenho que Wilma Martins manteve ao longo do tempo. Em suas gravuras, desenhos e pinturas, o universo feminino é personagem principal, por sua pesquisa de imagens do cotidiano e do interior da casa. O projeto pretende destacar a importância do desenho em seis décadas de produção plástica de Wilma Martins, e a relação desta com outras técnicas usadas pela artista, como a pintura, aquarela e a xilogravura.

 

“Cotidiano”, 144 páginas, reúne quase 70 registros de grande parte de sua produção em desenho e pintura, com um texto de apresentação do organizador e uma síntese curricular. Já “Caderno de Viagem”, 140 páginas, reúne mais de 50 desenhos de viagens pelo Brasil, pelos Estados Unidos, Europa e América Latina, acompanhados de trechos de textos de autores, como Julio Cortázar, Sylvio de Vasconcellos, François Cali, Jorge Luiz Borges e Ítalo Calvino, e uma síntese curricular. A tiragem de 1.000 exemplares – 500 de cada livro – será distribuída para centros de pesquisa, fundações, museus, bibliotecas públicas, bibliotecas de universidades com cursos de graduação e/ou pós-graduação na área de Artes Visuais, assim como artistas, críticos, curadores e pesquisadores.

 

Essas publicações e mais um livro de capa dura, abrangendo todas as técnicas da artista, com lançamento no final deste ano, são resultado da mostra “Wilma Martins: Uma Retrospectiva”, realizada no Rio de Janeiro, no Paço Imperial, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, onde foi eleita pelo jornal O Globo uma das dez melhores exposições de 2013 e em Belo Horizonte, na Galeria do Minas Tênis Clube, de março a junho de 2014. Com curadoria de Frederico Morais, a mostra reuniu cerca de 140 obras, de coleções particulares, como a de Gilberto Chateaubriand, e acervos públicos como do MAM Rio, entre gravuras, desenhos, pinturas, aquarelas e  ilustrações para jornais e livros infantis, de 1955 a 2008.

 

Sobre a retrospectiva, Ferreira Gullar escreveu: “(…) essa gravadora, que explorava um universo noturno e delirante, tornou-se depois a desenhista diurna, de desenho limpo e lúcido, que parece constituir o ápice de sua aventura estética. Essa fase de Wilma está entre as melhores coisas que a arte brasileira produziu nestas últimas décadas (…)”, Folha de S. Paulo, 5 de janeiro de 2014. Amigo de Wilma Martins, o escritor Silviano Santiago avaliou o desenho da artista como uma das produções mais destacadas do país, mas também uma das mais desconhecidas. “É um paradoxo”, disse Santiago.

 

 

Sobre a artista

 

Wilma Martins nasceu em Belo Horizonte, 1934, onde frequentou o Instituto de Belas Artes entre 1956 e 1959, tendo como professor Alberto da Veiga Guignard. Além da pintura, do desenho, da gravura e da ilustração, ela exerceu atividades como diagramadora no jornal Estado de Minas e nas revistas Alterosa, de Belo Horizonte, e Jóia, do Rio de Janeiro, e desenhou figurinos para o Balé Klaus Vianna e para o Teatro Universitário (ambos em Belo Horizonte). A artista fez individuais em Belo Horizonte, Ouro Preto, Salvador, Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Curitiba e Buenos Aires. Ela participou das bienais internacionais de São Paulo (1967), Ljubljana/Iugoslávia (1967), Veneza (1978), Genebra e Berlim (1969), entre outras. Seu trabalho esteve na Bienal da Bahia de 1966 e 1968, no Salão Nacional de Arte Moderna de 1961, 1968 e 1975, e no Panorama de Arte Atual Brasileira, do MAM SP (1969 e 1974).

 

Wilma Martins recebeu o Prêmio Itamaraty, na Bienal de São Paulo de 1967, o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna, em 1975, e o Prêmio Principal do Panorama de Arte Atual Brasileira em 1976, no MAM SP, e outros como ilustradora de livros infantis.

Fotografias de Daniela Dacorso

A Galeria Luhda, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, programou para o dia 22 de maio, a exposição “Auto-focus”, individual de Daniela Dacorso, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, na qual a artista apresenta 12 trabalhos inéditos, que representam a sua pesquisa sobre as periferias do Rio de Janeiro, um retrato inusitado de fatos corriqueiros nos subúrbios cariocas, mas que adquirem uma ironia delicada pelo olhar da fotógrafa.

 

Conhecida por ser a primeira fotógrafa a registrar o funk carioca nos anos 90, Daniela Dacorso vem fazendo suas incursões na cena underground desde então, assim como o seu trabalho de fotojornalismo proporcionou-lhe situações mais próximas de seu objeto de estudo e interesse. O seu olhar se volta para determinados pontos nas paisagens suburbanas que passam despercebidos aos menos atentos. Arquitetura, música, dança, religiosidade, moda e arte compõem este caldeirão cultural encontrado pela artista em suas andanças. Daniela Dacoroso admite existir o que chama de “um raciocínio plástico e um sentimento artístico” que lhe interessa nestes locais, cpompletando seu pensamento : ” – É uma lógica que cria soluções alternativas que espelham uma afetividade que eu busco como voyer, nestes espaços urbanos”.

 

O curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, afirma: “…mesmo dentro de uma situação de fragilidade social ou pobreza, Daniela Dacorso consegue imprimir doçura e leveza em cada imagem produzida”. Assim surgiu a obra “Boia”, em que uma cabeça emerge no centro de uma boia, em um dia de Sol a pino em pleno Piscinão de Ramos, 2012. Outra obra que remete a uma poética com a assinatura de Dacorso é “Podrinho”, 2013, que retrata o momento em que o dono de uma barraca de comida de rua finaliza um “podrão” (sanduíche com todo tipo de ingredientes da junk food juntos). O nome no diminutivo é uma espécie de apelo afetivo ao formato da obra, que será apresentada no tamanho de 30 cm X 40 cm.

 

Esta é a primeira exposição individual da artista na Galeria Luhda, que “…se volta para artistas contemporâneos que proporcionam novos olhares sobre o mundo em que vivemos”, como conta a galerista Ludwig Danielia.

 

 

De 22 de maio a 20 de junho.

Rodrigo Torres na SIM galeria

O título da nova exposição do artista plástico Rodrigo Torres já sugere a experiência que as obras provocarão no público : “Trompe-l’oeil “. A mostra entra em cartaz na SIM Galeria, Batel, Curitiba, PR, e reúne  cerca de 30 obras que propõem dar início a construção de lugares fictícios através da manipulação de objetos do cotidiano; a ideia da mostra, não é narrar uma história, mas apenas sugerir uma narrativa, a criação de um possível lugar a partir de diferentes objetos.

 

Quase todas as obras da exposição foram criadas em 2015, e apenas uma delas, no ano 2014. Uma das obras se chama “Esquecidos”, onde o artista cria relações de invisibilidade ao trabalhar com giz pastel e lápis de cor sobre placas de vidro jateado.

 

“Trompe-l’oeil”  gira em torno dessa antiga técnica artística de pintura, que ao “pé da letra” significa enganar o olhar. Essa técnica cria uma ilusão óptica para apresentar formas que não existem de verdade, por meio de truques de perspectiva. Na exposição, objetos do cotidiano como vassoura, balde, extensão elétrica e até mesmo uma caixa de fósforo, que não costumam ser dignos de muita atenção, formam a base do pensamento das obras assinadas por Rodrigo Torres.

 

 

A palavra do artista

 

“Tipo esses filmes “baseado em fatos reais”, ou mesmo a ideia que temos de antigas civilizações a partir de achados arqueológicos. Por exemplo, apenas recentemente conseguimos visualizar as estátuas gregas como elas eram originalmente, ou seja, coloridas. Uma Grécia antiga repletas de estátuas branquinhas é uma ficção baseada nos fatos que conhecemos”.

 

“Entretanto, nessa exposição, não estou contando uma história, apenas sugerindo uma narrativa. Essa é a minha guia, num sentido mais espiritual talvez, que atravessa minhas exposições”.

 

“Os objetos em questão, não demandam olhares atentos. Dificilmente alguém vai se dar ao trabalho de olhar atentamente, por um minuto, para uma vassoura. Nós percebemos que ela está ali, que cumpre sua função e isso basta”.

 

“Por vezes pode não parecer, mas a minha linha de pensamento está enraizada na pintura e no desenho. Nessa exposição isso fica ainda mais claro. Me apoiei em alguns pilares da história da pintura, como as técnicas do trompe-l’oeil, natureza-morta e paisagem. Para além da técnica, vou buscar ocupar a galeria com vestígios de um lugar em construção e ao mesmo tempo passar uma sensação de abandono”.

 

 

Sobre o artista

 

Formado em pintura pela EBA-UFRJ, Rodrigo Torres trabalhou como assistente do artista plástico Luiz Zerbini entre 2006 e 2010. Participou de várias exposições, dentre elas: Volta NY, Nova Iorque, 2015; Frestas, Mostra Trienal das Artes, SESC Sorocaba, 2014; Parque das Transgressões, SIM Galeria, Curitiba, 2013 e Grana Extra, Paço das Artes, São Paulo, 2012. Recebeu o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea em 2013 e o Prêmio Aquisitivo no 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos.

 

 

Sobre a SIM Galeria

 

Fundada em 2011 em Curitiba, PR, a SIM Galeria nasceu para atuar como um espaço difusor de arte contemporânea, exibindo artistas brasileiros e internacionais com investigações nos mais variados suportes:  pintura, fotografia, escultura e vídeo. Ao longo dos últimos três anos, a SIM foi palco de uma série de mostras individuais e coletivas organizadas por curadores convidados, como Agnaldo Farias, Jacopo Crivelli, Denise Gadelha, Marcelo Campos, Fernando Cocchiarale e Felipe Scovino. A galeria também é responsável pela assinatura de catálogos e outras publicações. A SIM ainda trabalha em conjunto com instituições brasileiras e estrangeiras com o intuito de promover exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais.

 

 

 

Até 06 de junho.

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