Olá, visitante

AGENDA CULTURAL

Galeria Marcelo Guarnieri Rio

13/jun

Em sua primeira exposição individual na Galeria Marcelo Guarnieri em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, Masao Yamamoto, artista residente na cidade de Gamagori, Japão, exibirá três séries fotográficas distintas – “A Box of Ku”, “Nakazora” e “Kawa=Flow'”, realizadas entre 1990 e 2015. Junto a essas fotografias, são apresentadas cinco Caixas-Poemascada caixa tem em seu interior uma série de fotografias e um Haikai. Outro formato de exibição presente na mostra se dá através de livros, que são pensados pelo artista como um espaço expositivo dotado de uma dinâmica mais próxima do observador – livros sanfonados confeccionados a mão com imagens em escalas menores que as que comumente o artista realiza. As fotografias de Masao sinalizam a potência de uma poética da delicadeza. O artista possui trabalhos em coleções públicas e particulares nos EUA, no Museu Victoria&Albert, de Londres e na Maison Européenne de la Photographie, em Paris.

 

Em um mundo em que a imanência entre o homem e a natureza parece sinalizar uma ruptura, Masao Yamamoto debruça-se em suas fotografias para um olhar que ainda salvaguarda esta união. Em pequenos formatos, as imagens são tessituras, brechas, espaços de singularidades daquilo que mantém as relações entre os seres humanos e o espaço cíclico do natural: a memória e o tempo. O cotidiano, aspecto que singulariza o humano, torna-se no descuido do tempo algo ordinário. Interessa ao olhar não ocidental de Yamamoto, enxergar nas “pequenas coisas” imagens que se tornaram invisíveis no cotidiano, transformando-a em um profundo belo estético. Nada é pretensioso e desmedido, pois obedece ao tempo natural da vida. Após fotografar as imagens, o artista deixa que o tempo ordene a sua força, carregando consigo, em seu bolso, os momentos capturados. Com esse deslocamento, do homem-artista, as fotografias sofrem alterações: manchas, rasgos e vincos. As imagens têm seu tempo dilatado, um álbum construído com personagens e cenas de uma memória coletiva e em envelhecimento provocado.

 

Após a passagem por “imagens amareladas e em contraste acentuado” em “Box of Ku”, Masao sugere a suspensão do tempo, um intervalo, e que na língua de seu país pode ser traduzido como Nakazora, “um estado onde os pés não tocam o chão, o espaço entre o céu e a terra”. “Kawa=Flow” parte de um princípio budista, recontado pelas palavras do artista: “Buda ensinou que uma pessoa começa a viver para a morte no dia em que nasce, e não há nada mais óbvio que isso”. Série recente de sua obra intui, nesta, a dilação do tempo entre a vida e a morte ou os processos que ocorrem no espaço da natureza: Um rio, fluxos e passagens – nascimento/morte – passado/futuro.

 

obra de Masao Yamamoto é representada no Brasil pela Galeria Marcelo Guarnieri.

 

De 18 de junho a 23 de julho.

SIM galeria, mostra e livro

A SIM Galeria, Curitiba, PR, convida para o bate papo de lançamento do livro de Paolo Ridolfi com a presença do artista e do curador da mostra Agnaldo Farias. HOJE, segunda-feira, 13 de junho de 2016, às 19h30. Ao mesmo tempo a galeria apresenta a exposição “Chafariz” na qual o artista apresenta seus mais recentes trabalhos em pinturas e objetos.

 

A obra pictórica de Paolo Ridolfi, em janelas, ora mais, ora menos figurativas, promove com a exposição “Chafariz”, sobretudo, uma série de encontros fortuitos entre cores incisivas, linhas vigorosas e superfícies diversas. Conservando o que é informal e comunitário, próprios do espaço que ocupa o chafariz, o título da exposição articula a integração em suas obras entre marcas de memórias individuais do artista- como traços de um rabiscar aprendidos na infância- e coletivas – como os índices tipográficos de cartazes urbanos que o cercam.

 

Paolo Ridolfi revela em “Chafariz” um momento de abertura em sua criação para a intervenção do acidental e do acaso revelados tanto na alteridade do seu inconsciente como na cidade ao redor. O movimento que primordialmente ordena e coordena toda a produção aqui cede lugar a graciosas surpresas que escorrem sobre suas telas, cobrem os tridimensionais rígidos, que espontaneamente evocam elementos recorrentes ao mesmo tempo em que convidam a presença de formas inéditas.

 

A data de abertura da exposição marca também o lançamento do livro intitulado “Paolo Ridolfi” com organização da SIM Galeria e curadoria de Agnaldo Farias, assim fazendo da exposição “Chafariz” um marco de dupla importância na trajetória de Paolo Ridolfi e na trajetória da arte contemporânea brasileira.

 

Entreolhares

O Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera – Portão 10 (acesso pelo portão 3), instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abre no dia 18 de junho, a exposição “ Entreolhares – poéticas d’alma brasileira” – um amplo recorte da arte popular brasileira, com curadoria de Fábio Magalhães e Edna Matosinho de Pontes. A arte popular brasileira é um dos destaques do acervo do Museu Afro Brasil em um dos núcleos mais apreciados pelos visitantes, onde eles encontram sua história, suas raízes, e lembranças do dia a dia.

 

Segundo os curadores: “Esta mostra é composta por cerca de 200 obras, pertencentes a instituições públicas e coleções privadas, abarca um longo período da produção artística popular. A partir da década de 40 até a contemporaneidade,  o recorte curatorial reúne um conjunto abrangente e diversificado da expressão autoral de criatividade popular, desde as carrancas do mestre Guarany, das cerâmicas do mestre Vitalino, até os grandes mestres atuais, ativos nas diversas regiões do Brasil. Diversos estados estarão aqui representados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,  Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, de onde vem esta rica coleção.

 

Nos anos 40/50, as obras de Vitalino, Louco, Agnaldo dos Santos e Geraldo Teles de Oliveira tiveram grande repercussão no meio artístico e chamaram a atenção da sociedade para o enorme significado da expressão popular. Houve grande valorização da arte popular autoral. Djanira, Heitor dos Prazeres, Jose Antônio da Silva, Agnaldo dos Santos participaram das Bienais de São Paulo.

 

Mário de Andrade e os modernistas já haviam demonstrado grande interesse pela arte popular, desde a década de 1920.  Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cícero Dias, Guignard, entre vários outros artistas dão mostras de proximidade poética com a arte popular.

 

Percebe-se também, atualmente, grande confluência entre poéticas de artistas contemporâneos (Efrain Almeida, Marepe, Emmanuel Nassar, Alex Cerveny) e de artistas populares (Véio, José Bezerra, Marinaldo Santos). Nos últimos anos, são muitos os críticos de arte voltados ao estudo da arte e artistas contemporâneos que organizaram exposições abordando a expressão popular.

 

 

 

Dos artistas

 

A mostra reúne um grande número de artistas populares, reconhecidos e consagrados, como Vitalino, Mestre Guarany, Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Artur Pereira, Geraldo Teles de Oliveira, Itamar Julião, Nino, José Antônio da Silva, Mestre Molina, Isabel Mendes da Cunha, Alexandre Filho, Louco, Poteiro, Ranchinho, entre outros, além de artistas populares mais jovens que se destacam nas mais diversas regiões do Brasil.

 

A exposição conta com artistas modernos e contemporâneos, sensíveis às expressões e temas populares e pretende estabelecer diálogos entre eles – que se dá no encontro amoroso entre o popular e o erudito. Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Guignard, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Siron Franco, Beatriz Milhazes, Nelson Leirner, entre outros, estarão ao lado daquelas de Adir Sodré, Heitor dos Prazeres, Paulo Pedro Leal, Cardosinho. Esse encontro de poéticas voltadas para um Brasil profundo diz respeito à nossa identidade e traz à luz as narrativas do que somos ou do que sonhamos que somos.”

 

A exposição recebeu incentivos do projeto PROAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e é patrocinada pela CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz.

 

 

De 18 de junho a 07 de agosto.

Rememorando Tunga

10/jun

O artista brasileiro Tunga – o primeiro artista contemporâneo a expor suas obras no Louvre, em Paris – morreu aos 64 anos. Tributos vindos do mundo das artes lamentaram a perda do artista, que trabalhou com escultura, performance e vídeo, nunca se esquivando do caráter muitas vezes surreal de suas obras.

 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Adriana Varejão o classificou como “um artista visceral, um alquimista”, enquanto Waltercio Caldas afirmou que o Brasil perdeu um de seus maiores artistas. O curador Hans-Ulrich Obrist postou uma imagem de tributo no Instagram, enquanto a diretora da Frieze, Victoria Siddall, escreveu no Twitter: “Triste ao saber da morte de Tunga, artista brasileiro que tinha apenas 64 anos e continuava fazendo um grande trabalho”.

 

Tunga, nascido Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão em Palmares, PE, é um dos artistas contemporâneos mais conhecidos do Brasil. Ele representou o país na Documenta 10, em 1997, e estava entre os quatro artistas que representaram o Brasil na Bienal de Veneza de 2001. Sua instalação “A La Lumière des Deux Mondes”, de 2005, foi a primeira exibição de um artista contemporâneo no Louvre.

 

Sua instalação “Eu, Você e a Lua” será um dos destaques da Unlimited, na Art Basel 2016, que acontece agora, entre 13 e 19 de junho.

Fonte: Touchearte

 

Exposição Futurama 2

09/jun

A Secretaria do Estado da Cultura e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MACRS, inauguram dia 14 de junho a exposição coletiva “Futurama 2″ com curadoria de Ana Zavadil, curadora-chefe, e Letícia Lau, curadora assistente, nas galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme da Casa de Cultura Mário Quintana, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. Na ocasião a Secretaria também fará o lançamento do FAC setorial das Artes Visuais.

 

A exposição apresenta jovens produções artísticas com uma pluralidade de linguagens, suportes e mídias, dando continuidade da exposição “Futurama”, realizada em 2014, com o objetivo de mapear a produção recente e dar continuidade a pesquisa da curadora Ana Zavadil, autora do livro “Entre: curadoria A-Z”, de 2013, no qual foi registrada a produção artística gaúcha dos anos 2000 a 2010.

 

Os expositores, oriundos de algumas universidades do estado como a Universidade de Caxias do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Feevale, Universidade do Extremo Sul Catarinense, e artistas com produções independentes. São eles: Adriani Araujo, Alan Cichela, Beatriz Harger, Cássio Campos, Chana de Moura, Camila Piovesan, Carine Krummenauer, Carolina Luchese,Cristine Losekann Marcon, Daiane Ferrari, Daniel Eizirik, Diane Sbardelotto, Eduardo  Andrejew, Gelson Soares, Gabriela Picancio, Gustavo Souza, Helena Alíbio, João Alberto Rodrigues, Juliana Veloso, Lidiane Fernandes, Lívia dos Santos, Lizandra Caon, Louise Kanefuku, Manoela Furtado, Mariana Riera, Nilton Santolin, Maria Luciana Firpo, Priscila Kisiolar, Rafael Terra, Sandro Bellorini, Tânia Oliveira, Thiago Quadros, Tom Ferrero e Vanessi Reis.

 
De 14 de junho a 24 de julho.

Livro de Adriana Fontes

A artista Adriana Fontes lança seu fotolivro “Vestes Vestígios Rastros do Tempo”, no dia 09 de junho, das 19h às 22h, na Livraria Argumento, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. A edição bilíngue (português e inglês) é um desdobramento da instalação audiovisual de mesmo nome, realizada na Galeria do Lago, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. Com 100 páginas, o livro reúne 98 fotografias selecionadas da exposição. A direção de arte é de Roberto Caldas – Garagem Design Integrado, com selo da Editora Philae.

 

A Instalação “Vestes Vestígios Rastros do Tempo” que gerou o livro foi um site specific (trabalho de arte criado exclusivamente para a galeria),  desenvolvido a partir de estímulos sensoriais e poéticos do Palácio do Catete (atual Museu da República), com curadoria de Isabel Portella. Ao longo de 12 meses, Adriana capturou imagens e sons do museu numa “conversa” imaginária com o espaço, palco de tantos acontecimentos sociais, articulações políticas e momentos de comoção nacional. A pesquisa transformou-se em dois vídeos projetados em tecidos fluidos que pendiam do teto. As imagens e a trilha sonora remetiam ao palácio como um local imaginário, transportando o espectador a outros espaços. O livro reúne uma série de fotografias feitas para essa instalação, na Galeria do Lago.

 

“O olhar de Adriana Fontes recai sobre detalhes que a cercam e coloca sobre eles novas luzes. As fotos vão revelando a delicadeza captada por Adriana em fragmentos de um tempo que antes parecia estagnado. São rastros do passado, vestígios que deixam pistas do que ocorreu nos salões centenários do Palácio da República”, comenta Isabel Portella. “O fotolivro é mais do que uma reprodução das imagens da exposição. Aqui, o discurso toma uma forma bidimensional, num tempo linear e sequencial, determinado pelo próprio objeto. As imagens são trabalhadas em duplas, criando novas frases visuais e novas sequências poéticas. A impressão traz uma nova dimensão perceptiva, revelando estilos que passam do abstrato à fotografia clássica”, explica Roberto Caldas.

 

 
Sobre a artista

 

Adriana Fontes especializou-se em Figurino Histórico Teatral e Cinematográfico, na Escola Arte Moda, em Florença (Itália); e em Pintura na Escola de Belas Artes Massana, em Barcelona (Espanha). Graduou-se em Licenciatura em Artes pela Bennett, RJ, fez pós-graduação em História da Arte e da Arquitetura no Brasil na PUC-RJ, e mestrado em História Social da Cultura também pela PUC-RJ. Fez diversos cursos de pintura, desenho e escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Foi Professora de Artes (e Figurino) em projetos culturais e em cursos no Rio de Janeiro, como na Universidade Estácio de Sá. Foi Cenógrafa e Figurinista em diversas produções teatrais e cinematográficas, como no grupo O Tal. Atuou no Atelier de Cerâmica, desenvolvendo peças escultóricas e utilitárias. No campo de Arte e Educação, trabalhou em importantes projetos, como o Núcleo de teatro da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; Programa Educativo do CCBB – RJ; Núcleo de crianças e jovens da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; MAM Educação, RJ.; e Centro Cultural Telemar, RJ. Fez pesquisa histórica de arte para a novela “Paixões proibidas”. No Museu Histórico Nacional, RJ, realizou a pesquisa e curadoria pedagógica da exposição “Caminhos de Santiago”; “Arte no Período Românico em Castela e Leão”. Fez a coordenação pedagógica do programa educativo do Museu das telecomunicações/Centro Cultural Oi Futuro, RJ. Participou da exposição “Campo de Livros II” no Centro Cultural da Justiça Federal, RJ, com o livro de fotografias “Desalinho” com curadoria de Marcos Bonisson. Seus trabalhos em vídeo já foram apresentados em mostras no Parque Lage, RJ. e no Centro Cultural do Castelinho, RJ, com curadoria de Analu Cunha. Recentemente, no Centro Cultural Getúlio Vargas RJ, participou do “AVID”, mostra de vídeos experimentais com curadoria de Marcos Bonisson.

 

 
Sobre a Editora Philae

 

A Editora Philae foi fundada em 2011 pelos sócios Gabriela Weeks e Marcus Telles. Seus primeiros lançamentos foram romances de novos autores em língua portuguesa. Em sua estreia, foi contemplada com o Edital de Apoio a Novos Autores Fluminenses da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, com o romance “A escolha de Sócrates”, de Claudio Telles. Em 2014, iniciou seus lançamentos na área de artes, com o livro “Cabeça”, de Milton Machado, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em setembro de 2015, lançou o aplicativo Casa da Marquesa de Santos, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Junto com a Secretaria de Cultura do Município do Rio de Janeiro, a editora está produzindo a exposição virtual e o livro com o acervo do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. Outro recente lançamento foi o livro comemorativo dos 20 anos de carreira do artista Walter Goldfarb, com patrocínio dos Correios.

 

Brennand por Emanoel Araújo

07/jun

A exposição “Francisco Brennand – Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”, no Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, com curadoria de Emanoel Araújo, nas palavras de Sérgio Rial, presidente da entidade,  servirá de “…motivo de dupla comemoração para o Santander por reunir e trazer para Porto Alegre dois nomes consagrados nos meios cultural e artístico brasileiro. O olhar apurado do curador evidencia a grandiosidade das obras do artista pernambucano e enfrenta com maestria o desafio de colocar um trabalho tão cheio de significados e mitologia, em um espaço com arquitetura eclética e rico em detalhes como o Santander Cultural. Os visitantes poderão viver por alguns momentos o universo mágico criado por Francisco Brennand, a partir de 1971, data em que transforma em ateliê as antigas ruínas da abandonada Cerâmica São João, de propriedade do seu pai. Num terreno de 14 mil metros quadrados, duas mil esculturas se espalham por jardins, pátios e lagos deixando o lugar “prenhe de uma atmosfera profana e ao mesmo tempo quase sagrada”, na sensível visão de Emanoel Araujo. Pela busca de recriar, ou pelo menos se aproximar, desse ambiente tão rico de sentimentos, histórias e mistérios, a exposição foi dividida em quatro vertentes: o teatro das representações mitológicas; o corpo em transmutação interior; os frutos da terra e as vítimas históricas”. Em exibição, esculturas, pinturas e vídeos distribuídos pelas galerias do Santander Cultural. Paralela à mostra, serão apresentados na sala de cinema quatro filmes com o artista como tema central.

 

 

De 07 de junho a 04 de setembro.

Linguagens do corpo carioca

01/jun

O Museu de Arte do Rio inaugura “Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)”. Resultado de uma vasta pesquisa realizada sob a curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Milton Guran. A exposição reúne 800 obras de artistas consagrados – como Evandro Teixeira, Pierre Verger, Mario Testino, Bruno Veiga, Ana Stewart, Ricardo Chaves, Ricardo Beliel, Ana Kahn, Benoit Fournier, Marcia Zoet, Marcelo Correa, Daniel Martins, Alexandre Mazza, Gustavo Malheiros, – e nomes menos conhecidos, mas que igualmente captaram a essência da alma carioca por meio de seus trabalhos. A mostra integra a programação do “FotoRio 2016” e tem o apoio do banco J.P. Morgan.

 

“Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)” será inaugurada em 07 de junho, ocupando a galeria A do Pavilhão de Exposições. Para marcar a ocasião, às 11h, acontece uma Conversa de Galeria aberta ao público e com entrada gratuita. Participam do bate-papo os curadores e alguns dos artistas cujas obras integram a mostra.

 

Em cartaz durante os Jogos Olímpicos, a exposição toma como ponto de partida o corpo de quem vive na cidade para pôr em discussão a identidade social como uma espécie de gíria gestual. A abordagem transversal, característica comum às mais diversas mostras do MAR, se repete em “Linguagens do corpo carioca”, que é dividida em núcleos e traz à tona as mais diversas faces da vida na cidade.

 

Entre as tendências lançadas por aqui estão o highline (exercício de equilíbrio sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixo no alto) e o surfe no trem. A camaradagem e a aproximação entre as classes, possível devido à segregação social marcante, estarão presentes em imagens do antigo Píer de Ipanema e dos cotidianos do samba e das comunidades. Também serão representadas as multidões nos jogos no Maracanã, manifestações políticas e até as filas do INSS. A famosa ginga das capas de discos da bossa nova, a cultura afro, a relação com o mar e personagens do imaginário do Rio também integram a mostra.

 

Na contramão das belezas de ser carioca, o visitante é confrontado com um Rio melancólico e marcado pela violência, por uma oposição ao prazer. Nesse contexto, três séries merecem destaque: a primeira, da artista Ana Khan, mostra o vazio deixado no exato local onde pessoas foram vítimas de balas perdidas; seguindo a mesma poética, fotos do coletivo Mão na Lata, feitas com uma câmera pinhole – que por ter uma fixação lenta da imagem não capta movimentos- mostram locais onde há somente construções, sem qualquer tipo de vida; fechando o núcleo, a série “Universidade Federal”, de Walter Carvalho, reflete sobre os lugares do crime na cidade.

Rio, Cidade-Sede

Mais de 10 pintores brasileiros mostram os encantos da cidade carioca sob a ótica naif aos visitantes do Museu Internacional de Arte Naïf, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, na exposição “Rio, Cidade-Sede Maravilhosa”. Patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura, a mostra abre no dia 02 de junho, e conta com cerca de 25 telas – muitas inéditas – retratando as praias, contornos e relevo da natureza exuberante do Rio de Janeiro através das pinceladas de artistas como Lia Mittarakis, Bebeth, Dalvan, Fabio Sombra, Ozias, Sergio Murillo, Roberto de Carvalho, Helena Coelho, Cezino e Tomzé.

 

Jacqueline Finkelstein, museóloga e diretora do MIAN, que assina a curadoria, destaca alguns quadros, como “Pichadores II” e “Piscinão de Ramos”, de Dalvan, além de um em especial, feito por Helena Coelho e doado pela artista para o fundador do MIAN, Lucien Finkelstein, quando ele comemorou seus 70 anos, “Homenagem aos 70 anos de Lucien”. A curadora dividiu a exposição em dois espaços: Galeria Sensorial, no térreo, e Sala de Atividades Educativas, no subsolo. Um gigantesco painel interativo localizado nos jardins do museu irá reproduzir a tela “Jardim Botânico” da artista Bebeth, possibilitando que os visitantes tirem fotos com os rostos posicionados nos locais indicados. A produção é assinada pela Arte Cultura, dirigida pela gestora cultural Patrícia Castro.

 

 

Esculturas táteis

 

Segundo Tatiana Levy, coordenadora sócio-educativa do MIAN, as seis esculturas táteis agregam um aspecto tridimensional às pinturas, uma vez que apresentam interpretações das obras, criadas pelas arte-educadoras Maria Matina e Licia Gomes, feitas a partir de materiais reutilizados. “As esculturas ficarão próximas de suas obras “mãe”, permitindo que através do toque o público sinta-se transportado para os Arcos da Lapa, Morro do Corcovado, Pão de Açúcar, Maracanã, Jardim Botânico e as praias. A ideia é brincar e imaginar-se parte da cidade, passeando através do olhar e do toque por atrativos culturais e naturais do Rio”, explica Tatiana.

 

 

Sobre o MIAN

 

Com 20 anos de existência, o MIAN é o maior museu de arte naïf da América Latina. Localizado no Cosme Velho, em um casarão do século XIX, próximo ao Trem do Corcovado, o museu conta com um acervo de 6 mil obras de artistas de todos os estados brasileiros e de mais de 100 países. As telas abrangem um período extenso desde o século XV até os dias atuais, oferecendo um panorama diversificado da arte naïf.

 

 

Até 31 de outubro.

Cristina Ataíde & Felipe Góes

31/mai

As salas da Galeria Virgílio, Pinheiros, São Paulo, SP, exibirão uma dupla de exposições paralelas com um ponto em comum: ambas são compostas por paisagens. A diferença entre elas está nas plataformas utilizadas e na fonte de inspiração das peças. Enquanto “Ocaso”, a individual do jovem artista brasileiro Felipe Góes, exibe telas com paisagens imaginárias, “Até o abraço”, da artista portuguesa Cristina Ataíde reúne esculturas e desenhos criados a partir dos cenários que ela observou em sua viagem pela Serra do Mar, no litoral do Brasil.

 

“Ocaso”, por Felipe Góes

 

A exposição tem curadoria de Douglas de Freitas da mais recente produção  de trabalhos de Felipe Góes, talento que ganha um destaque cada vez maior no cenário artístico nacional. Todas as obras são realizadas a partir de uma intenção inicial que se dissolve ao longo do processo da pintura: áreas alagadas podem se tornar planícies e nuvens se transformam em manchas indefinidas de cor, por exemplo. É desse processo que vem o nome “ocaso”, uma alusão ao momento em que algo termina ou chega ao seu limite. Tinta acrílica e guache, figuração e abstração, clareza de significado e ambiguidade são as técnicas e palavras-chave que definem os quadros de Felipe. O objetivo do artista é desconstruir os processos tradicionais das pinturas de paisagens, que remetem a lugares existentes, e ativar outras maneiras do público se relacionar com as imagens, traçando relações entre a obra e o repertório de lembranças e experiências de cada um.

 

“Até ao abraço”, por Cristina Ataíde

 

Em outra sala da galeria estarão reunidas as obras de Cristina Ataíde. Como grande parte de sua produção, as pequenas esculturas e desenhos foram produzidas durante uma viagem. “Os trabalhos refletem o afeto e a proximidade que experimento ao atravessar o Oceano e me sentir enleada com as pessoas e paisagens que toco e percorro, que tento compreender, viver e incorporar. Estas peças vão conviver e abraçar o espaço e fazer reviver as emoções que senti”, explica. Em 2012, depois de percorrer a Serra do Mar, totalmente imersa na Mata Atlântica, ela criou obras que revelam montanhas, rios e cidades. O nome da exposição “Até o abraço”, é um trecho de uma frase escrita pelo poeta alemão Novalis.

 

Sobre Cristina Ataíde

 

Nasceu em Viseu, Portugal. Vive e trabalha em Lisboa. A sua obra é feita muitas vezes em viagens, sempre transitando entre a escultura e o desenho, passando pela fotografia e vídeo. Licenciada em Escultura pela ESBAL em Lisboa, frequentou o Curso de Design de Equipamento da mesma escola. Foi diretora de produção de Escultura e Design da Madein, Alenquer, de 1987 a 1996, onde trabalhou com vários artistas como Anish Kapoor, Michelangelo Pistolleto, Keit Sonnier e Sergio Camargo. Também foi professora convidada da Universidade Lusofona em Lisboa de 1997 a 2012 e bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian, F.L.A.D, Fundação Oriente e SEC. Fez algumas residências artísticas e diversas exposições internacionais.

 

 

De 08 de junho a 23 de julho.

Sua mensagem foi enviada com sucesso!