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AGENDA CULTURAL

EXPOSIÇÃO DESDOBRAS

06/nov

 

A exposição “desdobras” reúne trabalhos recentes de sete artistas que participam, desde o início do ano, do projeto de residência artística da Casa do Cactus, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP. Inaugurada em novembro de 2013 com o propósito de contribuir com o panorama de produção e divulgação de cultura na cidade de São Paulo, a Casa do Cactus é um laboratório onde são desenvolvidas pesquisas e atividades sobre as mais diversas áreas, entre elas música, dança, cinema e artes plásticas.

 

“desdobras”, segunda mostra coletiva realizada na Casa, conta com obras de Janina McQuoid, Manuela Costa Lima, Marília Del Vecchio, Paula Marujo, Taygoara Schiavinoto, Thiago R. e Viviane Vallades, com curadoria de Lara Rivetti. Os trabalhos apresentados, quase todos inéditos, foram desenvolvidos em paralelo a uma série de encontros entre artistas, curadores e equipe de produção, de modo que os diálogos estabelecidos durante esse processo foram decisivos para a conformação final da coletiva.

 

Na abertura de “desdobras”, serão vendidos múltiplos criados pelos artistas que participam da exposição em um evento gratuito e aberto ao público.

 

 

De 13 de novembro a 04 de dezembro.

Em São Paulo e Ribeirão Preto

Desde que inaugurou a unidade de São Paulo em março deste ano – a Galeria Marcelo Guarnieri encerra a programação de 2014 com a coletiva “Contínuo”, unindo, simultaneamente, uma  exposição nas duas unidades, em São Paulo e Ribeirão Preto. A partir do dia 08 de novembro (sábado), no espaço da Alameda Lorena, o público pode conferir as recentes pesquisas de 27 artistas da geração contemporânea, em diversas linguagens como vídeo, instalação, pintura, fotografia e escultura. Destaques para a instalação de Amélia Toledo, para o ensaio sobre a Amazônia do fotógrafo Edu Simões, e para as obras de artistas como Deborah Paiva, Ana Paula Oliveira, Pedro Urpia, Marcus Vinicius, Luiz Paulo Baravelli, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado e Rogério Degaki.

 

Dando continuidade em suas pesquisas acerca da pintura tridimensional, Amélia Toledo apresenta a instalação “Sem Título”, como um dos destaques inéditos da exposição. Cordas que pendem do teto ao chão, pintadas na cor azul, verbalizam um convite à relação entre o espaço, a obra e a percepção do público. “Horizonte”, instiga pelo inusitado uso de acrílico com o linho em grande dimensão.

 

Integrante do novo elenco que a galeria exibiu na edição da SP-Arte/Foto deste ano, Edu Simões propõe a série dos anos 80 com 12 imagens intituladas “Amazônia”. Na poética visual do artista, salta aos olhos o uso da linguagem P&B, como contraponto ao imaginário recorrente quando se aborda uma das regiões mais ricas em natureza do país. Há espaço nas fotografias para os nativos e trabalhadores, como para a vegetação e a paisagem com as suas texturas, dobras que criam outras figuras e refletem o papel que o jogo de luzes possui em sua fotografia autoral.

 

Na pintura, o trabalho de Deborah Paiva sugere temas do cotidiano, as relações sociais pensadas a partir das distâncias espaciais e temporais, a impossibilidade dialógica na solidão, como inevitáveis da condição humana. Suas imagens trabalham estes temas, contrapondo-os com o uso da técnica de guache sobre papel. Utilizando uma técnica diversa, a de óleo sobre papel, a artista possibilita outro olhar de seu trabalho em obras como “Dança”, “Sem Título”, “Sem Título” e “Vernissage”, todas de 2014, nas quais os tons de preto e branco prevalecem. Por seu turno, Marcus Vinicius, mostra um desdobramento de sua individual realizada na unidade de São Paulo neste ano.  Em seu universo de pesquisa, manifesta-se sua investigação a partir da materialidade das obras, de um elemento central desenvolvido em quinze anos de carreira, a Estrutura Quadro. O conceito deve ser compreendido como uma estrutura com dimensões pré-estabelecidas, que ligada à parede preserva seus caracteres bidimensionais, cujos elementos podem ser estudados separadamente e repropostos segundo uma ordem estabelecida pelo artista.

 

Ana Paula Oliveira repensa as dimensões das obras na sua pesquisa em “Harbour View”,  ao propor esculturas em pequeno formato. Criando uma espécie de sobreposições de telas de vidros transparentes colocadas assimetricamente lado a lado, os objetos sugerem espaços e perspectivas de olhares em relação com o ambiente. Pedro Urpia mostra o seu “Arquivo à deriva”, um objeto em formato de arquivo, no qual mini portas laterais guardam seis pinturas diferentes. Apresentadas na década de 80 no MAM-SP as icônicas estruturas de metal de Luiz Paulo Baravelli integram-se à exposição com mais uma série de pinturas inéditas. As esculturas vazadas podem ser compreendidas, a partir de suas interações com pontos de apoios, como a parede. Ainda nesta linguagem, duas esculturas de parede em preto e dourado de Flávia Ribeiro. Conhecido pelo seu universo com forte apelo do imaginário lúdico, Rogério Degaki – artista falecido em 2013 – terá duas peças esculturas apresentadas.

 

Num total de mais de 70 obras, o conceito curatorial de “Contínuo”, além da aproximação de diversas linguagens e artistas de vários períodos, insere a possibilidade de conhecer desdobramentos das recentes pesquisas dos 27 nomes que integram a coletiva. “Trata-se de um panorama dos artistas representados pela Galeria”, explica Marcelo Guarnieri. Em março, durante a ocasião de abertura da unidade de São Paulo, o galerista afirmou, ainda, o desejo em propor um intercâmbio entre as duas unidades.

 

“Contínuo” encerra o ano de 2014 na esteira desta proposta, trazendo a mais recente produção artística contemporânea, com nomes como Alice Shintani, Amelia Toledo, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Cristiano Mascaro, Deborah Paiva, Edu Simões, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado, Gerty Saruê, Guilherme Ginane, Guto Lacaz, Ivan Serpa, João Paulo Farkas, José Carlos Machado, Liuba, Luciana Ohira e Sergio Bonilha, Luiz Paulo Baravelli, Marcello Grassmann, Marcus Vinicius, Mariannita Luzzati, Masao Yamamoto, Paola Junqueira, Pedro Hurpia, Renata Siqueira Bueno, Rogerio Degaki e Silvia Velludo.

 

 

Abertura em São Paulo: 08 de novembro (sábado), das 10 as 19 horas.

 

Abertura em Ribeirão Preto: 28 de novembro (Sexta-feira), das 19 as 22 horas.

Eliane Prolik: Mira & Múltiplos

05/nov

Em paralelo à exposição “Da Matéria ao Mundo”, que acontece no Museu Oscar Niemeyer, a artista plástica Eliane Prolik lança seus mais recentes trabalhos em uma exposição pop-up na SIM Galeria, Curitiba, Paraná. A mostra “Eliane Prolik: Mira & Múltiplos” apresenta a série inédita de esculturas de mesa e dois múltiplos que trazem questões significativas da poética da artista.

 

Em metal, as obras de Eliane Prolik articulam elementos geométricos, urbanos e cotidianos. Suas esculturas constroem uma variedade de intensidades luminosas e ópticas, que capturam o dinamismo do corpo no espaço e na arquitetura. Também fazem parte da exposição os “Tapumes”, de 2013, elementos que criam uma espécie de labirinto para o espectador e que integram a exposição individual da artista no MON, além de “Brise”, de 2014, composta por esculturas suspensas que colocam o tempo em evidência.

 

A mostra ainda traz a obra Mira, realizada entre 2013 e 2014, exibida na feira ArtRio e adquirida para o acervo do Museu de Arte do Rio, o MAR.

 

“É uma obra muito interessante, em que há um aspecto reflexivo. Nessa escultura, você busca o horizonte ao mesmo tempo em que se vê”, explica Guilherme Simões de Assis, diretor da SIM Galeria, que representa a artista com exclusividade.

 

 

De 05 a 12 de novembro.

San Poggio na Galeria Oscar Cruz

 

O artista argentino San Poggio, inaugura sua primeira exposição individual no Brasil: “A Leitura Submissa”, cujo título tem origem em uma pintura de Magritte chamada “A Leitora Submissa”, e do qual, o artista alterou apenas uma letra.

 

San Poggio vem trabalhando no campo pictórico, desenvolvendo uma série de pinturas em grandes formatos nas quais se desenrolam inúmeras cenas interconectadas. A confecção de sistemas de relações entre elementos e personagens é uma constante em sua obra, que envolvem o espectador em um processo de complexo estudo.

 

Tal complexidade na obra de San Poggio é com frequência interpretada como narrativa. No entanto, o processo de criar pinturas em sistema de “loop” parece contradizer o dispositivo quadro, como recorte ou janela, para um mundo imaginado. A imagem como sistema fechado, cujo espaço retorna sobre si mesmo, como um relato que se reinicia constantemente, reforçando desta forma, a sensação de confinamento e de repetição infinita; provocando uma desorientação no espectador, que não consegue compreender o significado, que parece manifestar-se claramente.

 

Na exposição que apresenta nesta ocasião na Galeria Oscar Cruz, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, alguns objetos e elementos extraídos das pinturas surgem no espaço da galeria, em uma série de instalações que ampliam o campo de indagação e de suas possíveis leituras. As pinturas também excedem o campo pictórico, pois o exploram questionando-o sobre sua condição de dispositivo de leitura. O quadro como sistema, revela seu funcionamento quando a repetição, as variações, derivações ou disfunções, contradizem constantemente nossa tentativa de ler nas imagens um discurso articulado.

 

 

 

Sobre o artista

 

Santiago Poggio, La Plata, Argentina, 1979. Vive e trabalha entre Buenos Aires e La Plata.

Anos 2000 – Principais exposições individuais

 

2014 – A Leitura Submissa, Galeria Oscar Cruz, São Paulo, Brasil; 2013 – No one can write a book, Mohs Exhibit, Copenhague, Dinamarca; Alguna Edad de Oro, Museo Emilio Caraffa, Córdoba, Argentina; Moloch, Artis Galeria, Córdoba, Argentina; El tiempo perdido buscando, 2ª Bienal de Arte y Cultura,La Plata, Argentina; Los primeros fríos, Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires, Argentina; Madrigales, motosierras y otras cosas, Jardin Oculto Galería, Buenos Aires, Argentina; Recital (Nº2), performance con Lucia Savloff, Jardin Oculto Galería (Buenos Aires, Argentina; 2009 – Recital (Nº1), performance con Lucia Savloff, Museo de Arte Emilio Petorutti, La Plata, Argentina; It’s alive!, Jardín Oculto Arte Museo Contemporáneo, Buenos Aires,  Argentina; San Poggio, Residencia Corazón, La Plata, Argentina; 2008 – La nube rara, Museo Provincial de Corrientes, Argentina; Pinturas, Sudaca Tienda de Arte, La Plata; Caprichos, Paseo de la Imagen 1, Auditorium Centro de las Artes, Mar del Plata, Argentina; 2007 – El vergel de los niños, Cordón Plateado Espacio de Arte, Rosario, Argentina; 2006 – San Poggio, Galería Isidro Miranda, Buenos Aires, Argentina; Obras, Museo de Arte Contemporáneo; Latinoamericano, La Plata, Argentina; 2005 – Noosfera, Centro Cultural Borges, Buenos Aires, Argentina; 2004 – Noosfera, Centro Cultural Islas Malvinas, La Plata, Argentina; 2003 – Noo, Biblioteca Pública de la   Universidad Nacional de La Plata, Argentina; 2002 – Industria Hargentina, Galería Tempesta, La Plata, Argentina; – ARTeMAIl, serie de imagens digitais enviadas periódicamente por correio eletrônico; Espejo, ação em espaço público, Centro de Arte Moderno, Quilmes, Argentina; – Industria Hargentina, Centro de Arte Moderno, Quilmes, Argentina; 2000 – El Gran Asco, Centro Cultural Islas Malvinas, La Plata, Argentina.

 

 

De 18 de novembro a 20 de dezembro.

Gonçalo Ivo em Paris

A Galerie Boulakia, Paris, apresenta 15 pinturas em grande formato produzidas nos últimos três anos pelo pintor Gonçalo Ivo. Nesta segunda exposição na Galerie Boulakia, a primeira data de 2012, e sua sétima exposição individual em Paris, Gonçalo Ivo, fiel a ele mesmo e à pintura, atividade que desenvolve desde jovem, continua aprofundando questões plásticas que lhe são caras como a cor como forma autônoma de linguagem, uma geometria mais próxima da poesia do que do rigor e uma latente espiritualidade gerada pela sua proximidade e admiração aos grandes mestres do passado.

 

Aos 56 anos, instalado há quinze anos com sua família e seu ateliê em Paris, o artista que conviveu em sua juventude com Iberê Camargo, Aluisio Carvão e que tinha nas paredes da casa paterna Lygia Clark, Volpi, Eliseu Visconti e muitos outros mestres modernos e antigos, apresenta agora para o publico francês séries inéditas de trabalhos.

 

 

Sobre o artista

 

Arquiteto de formação, filho do poeta Lêdo Ivo, desde pequeno convive com artistas e escritores como João Cabral de Mello Neto. Artista internacional com obras no Museu de Arte Geométrica de Dallas, de Long Beach, California e nos principais museus brasileiros como Museu Nacional de Belas Artes, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e Museu do Mar, no Rio de Janeiro entre outros. Possui diversos livros publicados sobre sua obra com textos dos mais relevantes críticos de arte como o francês Marcelin Pleynet e os brasileiros Frederico Morais, Fernando Cocchiarale e Roberto Pontual.

 

 

Sobre a Galerie Boulakia

 

Fundada em 1971, a Galerie Boulakia representa os grandes nomes da historia da arte, dos impressionistas a Jean-Michel Basquiat passando por Picasso, Fernand Leger, Damien Hirst, e Chagall. Sustentou no inicio da carreira obras de artistas então desconhecidos como Sam Francis, Alechinsky, Jorn e Appel. Instalada na Avenue Matignon n° 10, a Galerie Boulakia é das mais prestigiosas galerias francesas.

 

 

De 02 de dezembro a 05 de janeiro de 2015.

O TOM DO AZUL

04/nov

O Gris Escritório de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP,  abre a exposição coletiva “#kindofblue”, com curadoria de Sue-Elie Andrade-Dé, composta por cerca de quarenta fotografias de Beto Riginik, Cassandre Sturbois, Cholito Chowe, Julia Milward, Gabriela Portilho, Luiz Trezeta e Victor Dragonetti, dois desenhos e uma peça exclusiva do designer de mobiliários e artista plástico Rodrigo Edelstein, além de uma instalação com esculturas, da artista plástica Norma Grinberg, e um livro de Julia Milward. Inspirada na cor azul e em todas as possibilidades criativas que a envolvem, a mostra acontece sob uma perspectiva de improvisação, de multiplicidade, imersa em cores que delimitam o espaço do indefinível, construindo e desconstruindo elementos.

 

Através do tempo, o azul deixou de ser apenas uma cor – evoluiu e se tornou um conceito versátil. Em nossa sociedade, o azul tem o efeito psicológico do frio e da masculinidade, mas é também considerado como a cor da verdade, e de forma mais negativa, da melancolia e da morte. “Quem nunca se assustou ao ver aparecer o famoso ‘blue screen’ na tela do computador?”, comenta a curadora da exposição. Em “#kindofblue”, a intenção é explorar todos esses conceitos, em obras que não necessariamente reproduzem a coloração, mas que, de alguma forma, transmitem as sensações que o azul carrega. Citando algumas peças que fazem parte da mostra, uma fotografia de um crânio humano coberto com tinta azul, de Cholito Chowe; Gabriela Portilho expõe “Luz”, com uma paisagem composta por coqueiros e um fundo degradê com tonalidades que vão do cinza ao azul; Victor Dragonetti apresenta “Ana”, fotografia em preto e branco retratando uma mulher tirando a blusa, sozinha em um ambiente melancólico; e “Ópera do Malandro”, em que Beto Riginik fotografa um homem vestido de mulher em um clima vintage de câmeras analógicas antigas, com fundo que mescla diferentes tons de azul.

 

Para a mostra, destacam-se como referências o famoso disco de jazz de Miles Davis, “Kind of Blue” – do final da década de 1950, composto como uma série de esboços “modais”, com o intuito de deixar os músicos interpretarem as músicas no improviso, da forma mais espontânea possível; O artista francês Yves Klein, que se proclamava dono do céu, inventando o IKB (International Klein Blue), um pigmento azul que tem a capacidade de provocar uma sensação quase perturbadora de proximidade e de infinito simultaneamente; Claude Machurat, psicanalista da Association Lacanienne Internationale pour le Cercle Castellion, que evoca o azul como a “música dos olhos” – fazendo referência ao compositor Frédéric Chopin em sua busca da “note bleue”.
Contribuindo com a proposta original do GRIS Escritório de Arte, “#kindofblue” traz para seu acervo novas linguagens, com foco na fotografia emergente e incentivando projetos singulares, proporcionando ao público a oportunidade de vivenciar uma experiência cultural consistente, em um ambiente criativo e inspirador.

 

 

De 08 de novembro a 20 de dezembro. 

H.A.P Galeria: duas mostras

À frente da H.A.P Galeria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, Heloisa Amaral Peixoto recebe conjuntos inéditos de trabalhos das artistas Bel Barcellos e Claudia Melli. É a primeira vez que a galerista apresentará individualmente duas artistas nas salas térreas de seus sobrados. A investida dupla, segundo Heloisa, vem de uma coincidência temporal – o bom momento de Bel e Claudia, após período de investigações e desenvolvimento de suas produções artísticas; além do próprio entusiasmo ao ver o resultado do amadurecimento de cada uma delas.

 

 

Bel Barcellos, casa 11

 

Formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio, com mestrado na mesma área na University of Hull, Inglaterra, Bell Barcellos avança em seus opostos repletos de feminilidade ao apresentar um conjunto de treze desenhos e uma pintura, tendo a linha do bordado como linguagem principal. As imagens divagam sobre a relação homem-mulher, seus afetos, encontros e desencontros, e destacam-se, sobretudo, pelos grafismos criados como pano de fundo em seus alvos tecidos.

 

“De início os bordados eram apenas símbolos que entravam em meio às aguadas de acrílica ou aos traçados de grafite, remetendo ao trabalho das mulheres rendeiras, das rezadeiras e de um universo feminino esquecido no século XXI. Depois, os bordados tornaram-se tão fortes e reveladores de uma linguagem que me traduzia, que passaram a compor o desenho como um todo, figura e fundo”, conta Bel, que passou parte da infância no Recife, grande referência no ofício, e inaugura sua primeira mostra composta somente por desenhos bordados.

 

Em “Entre linhas”, ela retrata várias fases do relacionamento de um casal. Os desenhos bordados em preto têm seus personagens em primeiro plano costurados entre as linhas do fundo, que formam grafismos ao serem tencionadas, ora mais próximas, ora mais distantes. Já no díptico “Sobre nós”, Bel amplia a dimensão das telas, criando um contraponto cromático entre elas. Em uma das telas, o bordado fino e preciso de uma árvore seca, posta em meio a um casal, se sobressai no tecido e contrasta com as aguadas de acrílica preta que formam o céu nebuloso e fluido da outra tela. Por fim, em formato pequeno, a série de três trabalhos “Solo” aborda a mulher conectada a elementos da natureza, plena em sua solidão, mas sugerindo, talvez, traços de melancolia.

 

Nestes últimos anos, Bel Barcellos vem mostrando seu trabalho em individuais pelo Brasil (São Paulo, Recife, Petrópolis) e no exterior (México e Alemanha). Em 2014 completa 20 anos em sua trajetória como artista plástica, tendo também atuado em sua área de formação, artes cênicas, bem como na literatura com seus livros infantis.

 

 

Claudia Melli, casa 9

 

Com formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, e após recente temporada em Basel, na Suíça, Claudia Melli volta à H.A.P Galeria com série de nove desenhos inéditos. Nela, a artista aborda a questão da luz e do enquadramento, pontos centrais no conjunto de sua obra, mas criando desta vez novos horizontes, perspectivas e atmosferas de silêncio. São imagens de observação, captadas e guardadas em sua memória, registros que a motivaram a explorar possibilidades, deixando a neutralidade do preto e branco e dando lugar a composições monocromáticas.

 

O nanquim sobre o vidro permanece como técnica, porém agora ela opta pela introdução do azul em tinta acrílica como pigmento. A tonalidade foi escolhida para a reprodução de um momento transitório entre o dia e a noite, ou a noite e o dia. Insere assim um cromatismo como novo elemento pictórico em seus trabalhos e passa a lidar com questões relacionadas com a pintura, somando-se àquelas trazidas da fotografia, sem, contudo, deixar de lado o preto e branco tão particular de sua trajetória. Outro fator inédito são os novos formatos 85 x 130 cm, predominantes na mostra.

 

“Com a introdução da cor passei a lidar com características que pertencem à pintura, não mais apenas as questões da fotografia, que eu trazia para o desenho procurando ficar no limite entre um e outro. Não que esse interesse tenha ficado para trás, mas somou-se a ele a busca pelas soluções pictóricas”, conta Claudia.

 

 

De 08 de novembro a 06 de dezembro.

Inox exibe Burle Marx

A galeria Inox de Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, exibe oito nanquins – da série “Erótica”  – de  Roberto Burle Marx. Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século XX, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final dos anos 1920. De volta ao Brasil, continuou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Belas Artes. Os jardins planejados por Burle Marx eram comparados a pinturas abstratas, alguns bem curvilíneos, outros de linhas retas, usando plantas nativas brasileiras para criar blocos de cor. Além de paisagista de renome internacional, também foi um pintor notável, além de escultor, tapeceiro, ceramista e designer de jóias.

 

 

Sobre a Inox

 

Sócios da Galeria Inox, os irmãos Carneiro, Gustavo e Guilherme são colecionadores fanáticos de arte e conhecidos por possuírem um olhar apurado, curadoria afinada e bastante seletiva. O gosto pela arte esteve presente desde cedo em suas vidas, trazidas através dos pais, donos de um antiquário. O primeiro contato que tiveram com arte contemporânea, e o início de sua coleção, foi através do artista Palatnik. Os irmãos quando adolescentes comercializavam em feiras de antiguidade os animais em acrílico produzidos em série pelo artista na década de 1970. Já revelavam talento para comercialização desde bem novos. Hoje eles são donos da Galeria Inox, espaço dedicado a exposições de arte contemporânea que existe há 5 anos, no shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. Além da galeria, os irmãos cuidam de uma coleção pessoal rica e bem extensa, dividida entre suas casas. O acervo conta com artistas renomados como Oscar Niemeyer, Abraham Palatnik, Burle Marx, Nelson Félix, Angelo Venosa, Tunga, Rodrigo Andrade, Brígida Baltar, Adriana Varejão, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Iole de Freitas, entre muitos outros dos quais são fãs. “Temos esta coleção porque precisamos, é um vício, uma necessidade”. Afirma um dos irmãos.

 

 

De 05 a 22 de novembro.

Em Ribeirão Preto

A Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, apresenta a exposição individual da artista Elisa Bracher. A artista possui uma produção de mais de duas décadas e transita entre diferentes linguagens como o desenho, gravura, escultura e fotografia. A exposição apresentada exibe trabalhos realizados na década 90 e algumas produções recentes.

 

Ocupando todo o espaço da galeria, as obras são divididas de um lado pelas esculturas de madeira, gravuras e lençóis de chumbo e, do outro lado, pelas esculturas em ferro. Ao percorrer o espaço nos deparamos com as obras que se agigantam em relação ao espectador: o corpo que transita entre os trabalhos é confrontado a criar novas relações espaciais devido às grandes escalas das obras.

 

Esculturas em madeira: os trabalhos de Elisa, pesados em sua estrutura e leves em sua composição visual, sempre estão em tensão. As esculturas de madeira têm em sua composição as marcas do corte e o desgaste do tempo. Elas se equilibram escoradas em sua própria estrutura e em arranjo totêmico exibem toda a sua força e grandeza, maiores que o corpo humano, colocam-se no espaço imponentes a confrontar quem as observa.

 

Esculturas em ferro: as linhas das esculturas em ferro refazem o espaço, não o rebatendo, mas criando outros espaços em sua concepção dentro/fora. Ao avistar o trabalho com um certo distanciamento, as peças remetem a uma ordenação e concepção formalista, de perto isto é quebrado devido à irregularidade do material empregado. Do mesmo modo como nas esculturas de madeira, as marcas do feitio estão presentes, com um maçarico, Elisa esculpe as barras de ferro, dando ao material uma nova forma repleta de textura e deformidades.

 

Gravuras: as gravuras feitas com maquinários industriais evocam uma sofisticada articulação entre técnica/intuição: delicadeza de linhas e massas negras obtidas num processo de gravação de intenso embate entre matéria e ferramenta. Nesta articulação constrói-se uma poética que transita entre paisagens e memórias sob a forma de densas áreas negras e frágeis linhas que cortam o branco do papel.

 

A escala de grande proporção equiparada ao tamanho de um ser humano, repensa a imagem gravada e é observada com determinado distanciamento.  Aqui a gravura traz um embate corpo a corpo com o espectador, convidando-o a integrar e adentrar por entre as linhas que cortam o branco e entre o negro profundo que nos afasta de qualquer definição que limite e determine o espaço, como parede/fundo; finito/infinito.

 

Lençóis de chumbo: Os lençóis de chumbo são recortes que descem em paralelo à parede, possuem uma densidade que, ao contrário da gravura, não nos dá a possibilidade dos brancos, os olhos percorrem a estrutura da obra parando nas linhas formadas pelas sobreposições do material. Tais trabalhos têm um desenvolvimento recente na produção da artista e seguem concomitantes a outras técnicas.

 

 

Sobre a artista

 

Elisa Bracher, nasceu em 1965  em São Paulo, cidade onde vive e trabalha. Formada em artes pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado. Foi artista residente no The Article Circle, Noruega, Pólo Norte, 2014; no Atelier Iberê Camargo, 2006 e Out There – Sainsbury Centre For Visual Arts Norwich, Inglaterra, 2005. Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se nas seguintes instituições: MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo; MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia; Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural São Paulo; Museu Nacional Belas Artes; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Paço Imperial – Rio de Janeiro; Musée d’Art Contemporain de Bordeaux; Centre de La Gravure et de I ‘Image Imprimée – Bélgica. Seus trabalhos fazem parte de diversas coleções públicas e privadas: Fundação Cultural de Curitiba; Museu Nacional de Belo Horizonte; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna da Bahia; Centro Cultural São Paulo.

 

 

Até 25 de novembro.

Na fachada do Oi Futuro

29/out

O “Grande Campo”, projeto de arte pública do Oi Futuro no Centro Cultural do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, ganhará uma obra de Suzana Queiroga, artista conhecida por seus guaches acompanhados de versos que formam poemas visuais. No que a artista chama de “gigantesca folha de papel”, foram desenhados os versos “Me apequeno/ Voo/ Me separo/ Vento” sobre uma imagem do mar, dos ventos e do ar. O projeto tem relação direta com a série de desenhos “Livro do AR”, apresentada em 2013, no MAC, em Niterói, onde Suzana Queiroga reflete sobre o último voo do pai, morto em um desastre aéreo quando a mãe estava grávida da artista. A curadoria é de Alberto Saraiva.

 

 

A palavra da artista

 

“Foi como dar um salto radical do intimismo da pequena folha de papel para a escala urbana”, resume a artista sobre este trabalho.

 

 

A partir de 04 de novembro.

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