Design e arte contemporânea

15/mai

A Way Design, Subsolo – Shopping Rio Design, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, convidou o artista plástico Felipe Barbosa para a oitava edição do Way Cultural. Com curadoria de Sergio Gonçalves, sócio da galeria que leva seu nome, a mostra “Mantenha Distância da Zona de Conforto” entra em cartaz a partir do dia 13 de maio.

 

Felipe vem ao longo dos últimos 15 anos se destacando no cenário artístico por unir certa ironia à sofisticação matemática. Partindo de objetos do cotidiano, reconfigurando sutilmente suas formas, o artista alcança possibilidades e conceitos absolutamente inusitados.

 

No Way Cultural, Felipe apresenta 10 trabalhos e propõe uma discussão sobre a tênue fronteira do que é obra de arte e o que é design. “Quis brincar com a ideia da arte camuflada, seja em objetos ou intervenções, como o dodecaedro formado por cadeiras de escritório, instalação que apresentei na Bienal de Forteleza”, explica.“Não é uma questão de nomenclatura e sim de transformar a natureza do próprio objeto. A definição depende do contexto e de quem está olhando”, completa.

 

O artista tenta se redefinir a cada obra. “Meu objetivo é me manter afastado da zona de conforto”. Uma das alternativas em “Mantenha Distância da Zona de Conforto” é provocar à função latente das coisas, tornando mais elástica a liberdade criativa.

 

 

Sobre o artista

 

Felipe Barbosa nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, e graduou-se em Pintura pela UFRJ, e é mestre em Linguagens Visuais pela mesma instituição. Em seus trabalhos, conjuga elementos do cotidiano e faz referências à História da Arte, alterando os significados dos objetos que elege transformar, criando em seu expectador uma sensação simultânea de proximidade e desconforto. O artista expõe regularmente desde 2000, em diversos países ao redor mundo, entre eles México, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Croácia, Lituânia, França, Canadá, Holanda, Inglaterra, Argentina e Japão. Dentre suas mostras recentes, destacam-se Campo de las Naciones, na Galería Blanca Soto, em Madrid, na Espanha; The Record : Contemporary Art and Vinyl, no Miami Art Museum, nos Estados Unidos; Futbol Arte y Passion, no MARCO – Museo de Arte Contemporaneo de Monterey, no México; e Consuming Cultures – A Global View, 21C Hotel-Museum, em Kentucky, também nos Estados Unidos. A partir de dezembro de 2013, passou a ser representado pela Sergio Gonçalves Galeria, no Centro do Rio, onde, em junho, fará sua exposição individual “Quadrado Mágico”.

 

 

O projeto

 

O projeto Way Cultural tem o objetivo de promover o encontro entre a arte e decoração, através de exposições de artistas e designers consagrados, no espaço da loja do Rio Design Leblon. A primeira edição aconteceu em 2007, com a mostra Alumbramentos, da artista plástica Analu Prestes. O evento foi um sucesso e inseriu a Way no calendário de exposições, além de ter movimentado a loja e o restante do shopping com artistas e nomes importantes do design nacional. No ano seguinte, a marca resolveu dar continuidade ao projeto, que não parou mais. Com curadoria de Herbert Henn, o Way Cultural já apresentou mostras da dupla Guilherme Secchin e Carlos França, Ana Durães e Alberto Nicolau. Em 2011 os móveis de design foram elevados ao status de obra de arte. Na edição de 2012, foi a vez do fotógrafo Pedro Duque Estrada Meyer apresentar uma série de imagens inéditas. E, em 2013, Pedro Moog e Leonardo Lattavo fizeram uma homenagem ao pôr do sol carioca, com uma instalação de mais de vinte Poltronas Leblon personalizadas. O Way Cultural busca sempre a participação de artistas e designers talentosos, que têm a oportunidade de expor as suas obras em um local alternativo ao circuito museu, galeria, centro cultural.

 

 

A partir de 13 de maio e até junho.

ARTEFUTEBOLARTE

13/mai

Uma viagem pela história do futebol é a proposta da exposição “ARTEFUTEBOLARTE”, que o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, apresenta no período quase concomitante ao que o Brasil abriga o rito supremo desse esporte, a Copa do Mundo. Com curadoria de Hélio Campos Mello, fotógrafo e diretor editorial da Brasileiros Editora, a mostra exalta o nosso país como o inventor do “Futebol Arte”, a qualidade da produção fotográfica dedicada ao esporte e traça um paralelo, histórico e contemporâneo, com as artes plásticas.

 

Com expografia assinada por Martin Corullon, da Metro Arquitetos, “Artefutebolarte” dividi-se em três núcleos. No primeiro, que ocupa o grande hall do Instituto, criou-se um espaço retangular que remete a arquibancadas de estádio, onde são apresentadas obras dos premiados fotógrafos Jorge Araújo (Folha de S. Paulo), Ricardo Stuckert e Paulo Pinto (Agência Fotos Públicas). A excelência dos trabalhos, que revelam momentos em campo de jogadores como Neymar, Ronaldo e Ronaldinho, deixa claro que além de craques da bola, o Brasil também é celeiro de grandes fotógrafos.

 

O segundo núcleo trata da relação entre a arte e o futebol no Brasil. Uma seleção de fotografias – que mostra desde os primórdios do futebol no final do século XIX até os dias de hoje – é intercalada por imagens de obras de arte correspondentes aos períodos ilustrados pelos feitos do esporte. Pinturas de Almeida Junior, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Rubens Gerchman, Aguillar, Cildo Meirelles e expoentes do cenário artístico atual são exibidas  ao lado de fotografias de Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Romário, Ronaldo, entre outros, com destaque para os anos de 1958, 62, 70, 94 e 2002.

 

Para completar a exposição, uma sala recebe obras do artista plástico Lula Wanderley, em uma espécie de reinvenção do futebol. Jogadas antológicas de Maradona, Pelé, Zidane e Romário são retrabalhadas em três vídeos que registram estes ícones em seus momentos sublimes, mas sem a bola – retirada pela arte de Wanderley.

 

 

De 15 a 25 de junho.

Olhar das mulheres

O Centro Cultural São Paulo, Paraíso, São Paulo, SP, abre a exposição “As Donas da Bola”, com curadoria de Diógenes Moura, reunindo 11 dos mais representativos nomes da fotografia brasileira: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto. A exposição tem um conjunto com 121 imagens, cor/preto e branco, as quais retratam a presença da mulher e suas relações com a cultura do futebol, esporte tão característico do universo masculino.

 

“As Donas da Bola” reúne fotógrafas profissionais com grande experiência no fotojornalismo, seja em trabalhos autorais ou em ensaios, e mostra o lado delas acerca desta tradição, por meio de um modo de ver especial, sensível, de um ponto de vista interior – sem a pretensão de considerá-lo material de consumo. “Essa iniciativa pretende preencher uma lacuna importante ao aplicar a percepção e a consciência social sobre a importância da mulher no futebol enquanto esporte, dentro de uma cultura nacional ainda em formação.”, comenta Diógenes Moura.

 

Neste sentido, o material produzido e apresentado nesta mostra resulta em um documento fundamental para o entendimento e a compreensão da fotografia, a partir de um olhar feminino sobre o maior fenômeno cultural do Brasil.

 

 

De 17 de maio a 13 de julho.

Bauhaus total no Rio

O Instituto Goethe, o Consulado Geral da Alemanha e o Oi Futuro Ipanema promovem no Rio de Janeiro a mostra bauhaus.foto.filme, exposição de fotos e filmes produzidos por professores da Bauhaus, escola superior de design alemã fundada por Walter Gropius, em 1919. A mostra reúne 50 fotos e 20 filmes dos dois acervos mais importantes da Bauhaus: o Arquivo Bauhaus/Museu de Design em Berlim e a Fundação Bauhaus Dessau. Idealizada por Alfons Hug, diretor do Instituto Goethe no Rio de Janeiro, bauhaus.foto.filme tem curadoria de  Christian Hiller, Philipp Oswalt e Thomas Tode (da Fundação Bauhaus Dessau) e de Anja Guttenberger (do Arquivo Bauhaus / Museu de Design em Berlim).

 

Para muitas pessoas, Bauhaus é sinônimo de arquitetura e de design, mas a fotografia e o filme tiveram um papel igualmente importante na famosa escola de design e artes alemã, que teve entre seus professores Mies Van Der Rohe, Marcel Breuer, Paul Klee e Wassily Kandinsky. Depois da Primeira Guerra Mundial, essas novas mídias refletiam perfeitamente o espírito da época. A capacidade de captar em imagem a aceleração da vida sob diferentes pontos de vista aguçou a curiosidade de muitos estudantes e docentes da Bauhaus, que passaram a explorar as possibilidades da fotografia e do filme. Apesar de a fotografia ter sido incluída nos currículos somente em 1929, o uso de câmeras fotográficas e as experimentações em audiovisual já faziam parte do cotidiano da escola antes disso.

 

O Arquivo Bauhaus / Museu de Design, em Berlim, possui o maior acervo de imagens da Escola no mundo, com mais de 40 mil registros fotográficos. Na mostra, a instituição apresenta uma seleção com as 50 obras mais representativas da coleção, que inclui fotografias clássicas de Lucia Moholy, László Moholy-Nagy e T.Lux Feininger, entre outros. Os registros variam de instantâneos a documentos históricos e ilustram o manuseio experimental e profissional da mídia fotográfica na Bauhaus. As fotos produzidas na época compõem uma imagem que até hoje é dominante na vida de uma das escolas de arte mais importantes do século XX.

 

A Fundação Bauhaus Dessau, por sua vez, contribui com uma ampla instalação, com projeções de filmes originais raros em grande formato. Os vídeos possibilitam um contato próximo e sensível com a produção histórica da Bauhaus, evidenciando práticas e conceitos que faziam parte do que Walter Gropius chamava de “ciência do olhar”. O filme, na qualidade de mídia técnica por excelência, foi um elemento fundamental desse programa.

 

bauhaus.foto.filme oferece uma visão abrangente do conjunto de atividades praticadas na Bauhaus e ilustra a influência recíproca entre diversas disciplinas aplicadas na instituição. A instalação exibe, no prólogo, a mesma programação de filmes exibida por Walter Gropius na cerimônia de inauguração do novo prédio da Bauhaus, em Dessau, em 4 de dezembro de 1926. Filmes produzidos por “bauhausianos” e outros contemporâneos compartilham o espaço com entrevistas e adaptações posteriores, em filme, de projetos mais antigos de Werner Graeff, Kurt Schwerdtfeger e Kurt Kranz, de modo a compor um panorama geral do repertório cinematográfico da escola alemã.

 

 

O Arquivo Bauhaus/Museu de Design em Berlim

 

O Arquivo Bauhaus/Museu de Design em Berlim se dedica à pesquisa e à apresentação da história e do impacto da Bauhaus (1919-1933) no desenvolvimento das artes, do design e da arquitetura, o que a transformou numa das mais importantes escolas do século XX. No prédio projetado por seu fundador, Walter Gropius, a instituição guarda a maior coleção do mundo sobre a história da Escola e os diversos aspectos de seu trabalho. Além dos temas relacionados ao seu entorno, o arquivo Bauhaus também se dedica a questões atuais sobre arquitetura e design contemporâneos, posicionando-se como Museu de Design no panorama berlinense de museus.

 

 

A Fundação Bauhaus Dessau

 

A Fundação Bauhaus Dessau, instalada em 1994 dentro do prédio da Bauhaus situado em Dessau-Rosslau, por iniciativa dos governos federal, estadual e municipal, dedica-se à preservação desse rico legado, além de contribuir para compor o atual universo de museus sobre a Bauhaus. Com 26.000 objetos, é a segunda maior coleção da Bauhaus em todo o mundo. Em espaços como as casas dos mestres e o gabinete de trabalho de Walter Gropius, o celeiro de Carl Fieger, as casas com arcadas de Hannes Meyer ou a casa de aço de Georg Muche e Richard Paulick, em Dessau-Rosslau podem ser apreciadas obras marcantes da arquitetura internacional da modernidade.

 

 

De 17 de maio a 20 de julho.

Três do Sul

Percevejo, mostra de Jailton Moreira

 

O Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, apresenta “Percevejo”, exposição individual de Jailton Moreira que reúne uma série de trabalhos recentes e outros realizados na última década. O conjunto de vinte e três obras inclui fotos, vídeos e desenhos. As montagens com fotografias utilizam-se de imagens obtidas pelo artista em viagens pelo mundo que, ao rever este material de arquivo, escolheu-as considerando mais as possibilidades críticas da maneira de expor cada uma delas do que as qualidades formais ou mesmo textuais das mesmas. O grupo de fotografias testa as relações da imagem com o quadro, a moldura e suas potências estruturais. Já os três desenhos exibidos apontam para uma dimensão mental do ato gráfico onde as linhas e as formas são apenas índices para a reconstituição de pensamentos. Os vídeos, por sua vez, indicam direções diversas abrangendo o aspecto conceitual da edição, os limites do discurso artístico e as dimensões temporais da imagem em movimento.

 

 

De 17 de maio a 29 de junho.

Conversa com o artista: dia 31 de maio, sábado, às 16 horas.

 

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Anotações de Eduardo Haesbaert

 

A mostra “Anotações de uma obra depois das cinco”, na Galeria de Arte da Fundação Ecarta, Redenção, Porto Alegre, RS, é composta por uma série de fotografias dos vestígios de uma reforma no atelier do artista: formas, linhas e texturas, que, a partir da visão de Eduardo Haesbaert, adquirem uma surpreendente dimensão pictórica. E, para dialogar com a arquitetura do próprio espaço expositivo, ele faz, também, um desenho nas paredes da galeria.

 

 

De 22 de maio a 13 de julho.

 

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Teresa Poester, o traço das paisagens

 

Em mais de 35 anos de produção, seja no desenho, na pintura, no vídeo, na fotografia ou na gravura, a representação da paisagem – ou pelo menos uma sugestão dela – se faz constante, persistente, no trabalho de Teresa Poester. Em meio a figurações de jardins, pedras, janelas ou mesmo entre abstrações, entre gestos largos ou miúdos, entre linhas e manchas, entre a cor e o preto-e-branco, de repente irrompe uma paisagem. Daí o recorte desta exposição individual de Teresa Poester denominada “Território da Folha – paisagens de Teresa Poester” em cartaz no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MAC-RS, Galeria Sotero Cosme/Casa de Cultura Mario Quintana, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

 

 

Até 15 de junho.

José Damasceno na Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Sobre o Objeto de 8º Grau”, individual de José Damasceno. O artista apresenta sua mais recente instalação, homônima ao título da mostra, além de um conjunto de serigrafias e uma pintura na parede do espaço expositivo. Sobre o “Objeto de 8º Grau” é um conjunto de pequenas esculturas de obsidiana distribuídas sobre duas mantas retangulares de feltro no chão, como recentes descobertas de um sítio arqueológico. Damasceno, que frequentemente emprega em suas esculturas diversos tipos de rochas, dessa vez elegeu a obsidiana que lhe despertou interesse durante suas viagens a Guadalajara. Trata-se de uma espécie de vidro vulcânico, criada a partir da rápida solidificação do magma; amplamente difundida na Mesoamérica pré-colombiana, era usada como espelho e também como ferramenta bélica, e frequentemente associada ao ocultismo e a rituais astecas.

 

Contrastando com a opacidade do feltro, a superfície negra e reflexiva de cada peça de obsidiana reflete em si a imagem de cada uma das outras peças da exposição, criando um jogo de espelhos que, por sua vez, evoca o pequeno texto “La imagen de séptimo grado”, do escritor argentino Macedonio Fernández. Nele, o autor descreve a viagem de uma imagem através de diferentes reflexos (a memória e a representação pictórica entre eles) e defende que em cada qual a imagem deixa sua própria inscrição.

 

De maneira semelhante se colocam os “Estudos Paragráficos II”, um conjunto de doze serigrafias dispostas linearmente na parede contígua à instalação. Nesses trabalhos, a palavra paragráfico revela uma mediação entre a inscrição gráfica e suas possibilidades de materialização, salientando a tensão entre as dimensões bi e tridimensional, o virtual e o real. A obra de Damasceno coloca-se na zona limítrofe onde o imaginário multiplica-se nos diversos reflexos da linguagem, e a experiência do real se dilui nesses reflexos. A proposta de Damasceno não é, portanto, apresentar um objeto de oitavo grau, mas um convite a procurá-lo.

 

 

Sobre o artista

 

José Damasceno nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destacam-se Coordenadas y Apariciones, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha (2008); Espace Topographie de l’Art, 37 Festival d’ Automne à Paris, France, 2008; Viagem à Lua, 52. Biennale di Venezia, Pavilhão Brasileiro, Venice, Italy, 2007; Observation Plan, Museum of Contemporary Art, Chicago, USA, 2004. Em exposições coletivas, destacam-se: Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Ohio, USA, 2014; Biennale of Sydney, Australia, 2006; XXV Bienal de São Paulo, Brasil, 2002. Sua obra está presente em diversas coleções públicas, entre as quais: Cisneros Fontanals Art Foundation – CIFO, Miami, USA; Colección Jumex, DF, Mexico; Daros-Latinamerica AG, Zurich, Switzerland; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, Brasil; MACBA – Museu d´Art Contemporania de Barcelona, Barcelona, Spain; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MoMA, New York, USA.

 

 

De 17 de maio a 14 de junho.

Arquivo vivo

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, apresenta a exposição “O arquivo Vivo de Sérvulo Esmeraldo”, primeira mostra que a instituição realiza após receber em comodato parte do arquivo documental e acervo deste artista cearense com uma das trajetórias mais originais da arte brasileira. Com curadoria do crítico Ricardo Resende, a exposição conta com cerca de 150 itens, entre estudos, gravuras, desenhos, relevos, matrizes, maquetes etc. A seleção reúne um panorama da produção deste artista que flertou com quase todas as formas de representação artística ao longo de mais de quatro décadas e que se encontra em plena atividade.

 

O arquivo agora no IAC ficou guardado intacto por cerca de 40 anos no ateliê do artista e amigo argentino Júlio Le Parc, em Paris, cidade onde Sérvulo viveu e trabalhou por mais de vinte anos, depois de sair do Brasil em 1957. Nessa fase em solo europeu Esmeraldo esteve junto de artistas como Vicente do Rego Monteiro, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Franz Krajcberg, Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró e Rossini Perez. O convívio com seus pares foi de enorme importância para definir sua formação intelectual e artística.

 

Destaque na exposição para as diversas matrizes de gravuras em chapa de metal que formam a base de estudos do artista no campo da arte geométrica e também abstracionista. Para o curador, “os recortes dessas placas de metal despertam interesse especial, pois é possível lhes conferir uma autonomia escultórica depois de terem transportado as imagens para o papel”. Alguns projetos de livro objeto realizados no início da década de 70 e que formam os estudos para os célebres livros objetos do artista também estão na mostra. Segundo o curador, esse conjunto de estudos inéditos agora apresentados ao público, “mostra-nos o seu caminho, que parte da observação de uma folha, de uma planta, de uma semente ou de um pé de milho, para chegar a formas geométricas puras”.

 

 

 

Sobre o artista

 

Cearense do Crato, Sérvulo Esmeraldo nasceu em 1929. O escultor, gravador, ilustrador e pintor, a partir de 1947, frequenta a Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP e mantém contato com Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Em 1951 vem para São Paulo, trabalha na montagem da 1ª Bienal Internacional e no Correio Paulistano, como ilustrador e gravador.

 

Sua primeira individual na capital paulista acontece em 1957, no MAM/SP. Após a mostra, viaja para a Europa com bolsa do governo francês, onde estuda técnicas da gravura em metal e litografia. Nos anos 60, ainda na França, integra o movimento da arte cinética, quando realiza a série dos “Excitáveis”. Retorna ao Brasil em 1978, trabalhando em projetos de arte pública, principalmente esculturas de grande porte que ornamentam a paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde vive e trabalha desde 1980.

 

Sérvulo Esmeraldo participou de diversas exposições, entre elas: 6º Salão Paulista de Arte Moderna (1957), 5ª, 6ª, 7ª e 19ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1959, 1961, 1963, 1987), 14ª Trienal de Milão, 1967 – Itália, Exposição Internacional de Gravura 1970 – Cracóvia – Polônia, Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, 1974, São Paulo – SP, Um Século de Escultura no Brasil, no Masp, 1982 – São Paulo – SP, Brasil + 500 Anos: Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, 2000 – São Paulo – SP, além da grande retrospectiva realizada pela Pinacoteca de São Paulo, em 2011. Sua obra está representada nos principais museus do País e em outras coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

 

 

De 17 de maio até 23 de agosto.

Arte no caos

Trabalhos com pinceladas carregadas de tintas metálicas em fundo preto e prata sobre tela desenvolvem agitados movimentos nas obras de Alex Flemming. Esta é a técnica de pintura que o artista plástico Alex Flemming utiliza na série “Caos“, exibida em exposição pela primeira vez na Galeria Paralelo, Pinheiros, São Paulo, SP. O artista que mora e trabalha em Berlim, Alemanha, desde 1991, surge nesta exposição individual com apresentação assinada por Tereza de Arruda.

 

De acordo com o artista, a utilização das tintas metálicas na composição faz com que as telas reflitam a luz de maneira diferente de manhã, à tarde e à noite, transmutando-as conforme a mudança das horas. As obras de Alex Flemming busca refletir o caos de onde o ser humano veio e se encontra e segue os caminhos para onde ele vai um dia. O artista fixa a transitoriedade da vida. Uma exposição para se pensar.

 

 

Até 12 de julho.

Diálogos Móveis

12/mai

A galerista Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, abre as portas da galeria para a apresentação da instalação “Diálogos Móveis” do artista plástico Luiz Phillippe, que além de ter obras no acervo do colecionador Gilberto Chateaubriand, no MAM-Rio, já realizou exposições individuais em Roma, na Galeria Candido Portinari – Embaixada do Brasil, e na The Economist Art Gallery, de Londres, onde pode comemorar a venda de um de seus trabalhos para o ex-beatle George Harrison. Nesta instalação, que é uma continuidade da conhecida série das cadeiras de pernas cruzadas do artista, o espectador se vê substituído pelas cadeiras, nas quais ele normalmente se sentaria. É impedido por elas próprias, que cruzam as pernas, sentadas sobre si mesmas e dialogam em situações e atitudes até então reservadas a eles. Como se dessem uma pausa para repensar a sua longa existência. “Quem? As cadeiras ou os homens?”, questiona Luiz.

 

A partir de 16 de maio, participando do projeto CIGA / ArtRio – Circuito Integrado de Galerias de Arte.

Até 23 de maio.

Tinho na Galeria Movimento

A partir do dia 16 de maio o público carioca poderá apreciar dez telas que envolvem o cotidiano urbano e todo o caos proporcionado pela metrópole no trabalho de um dos precursores e um dos nomes mais conceituados da arte urbana no Brasil: Walter Tada Nomura, o TINHO. Na mostra “Reflexão”, que acontecerá na Galeria Movimento, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, representante das obras do artista que reside e trabalha em São Paulo.

 

As questões sociais, econômicas e urbanas foram sempre seu objeto de pesquisa. Suas pinturas despertam o pensar. Procuram estabelecer uma comunicação com o espectador de forma a levantar e discutir questões contemporâneas do cotidiano. Dessa necessidade surgiram os personagens, tão emblemáticos em sua arte. Crianças interiores, tristes e sombrias, que trazem no olhar as marcas da sociedade em que vivem. Sua solidão reflete todos os problemas a que estão expostas diariamente e falam mais do que mil palavras. Bastante freqüente também, em sua obra, é a temática dos automóveis batidos. Pesadelos geraram imagens que falam de uma viagem interrompida. Uma forma de censura que impede de chegar ao objetivo final.

 

Tinho mantém paralelamente o contato com o universo da arte urbana e com o meio acadêmico, colaborando com teses de graduação, mestrado e doutorado sobre as relações entre a arte e a cidade. É convidado a participar de discussões e palestras regularmente, como aconteceu na VII Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, em 2007. Acumula em seu currículo participações em mostras coletivas de instituições como Centro Cultural São Paulo, Paço das Artes, MIS, Caixa Cultural, Santander Cultural, Memorial da América Latina e Pavilhão das Culturas Brasileiras, assim como nas bienais de Havana, 2009 e Vento Sul, Curitiba, 2009. Realizou exposições individuais em diversas galerias privadas ao redor do mundo e, a convite do Itamaraty, expôs em Londres e em Moscou.

 

Em 2006 foi convidado a produzir um painel gigante como preparativo para a Copa FIFA 2006, em Berlin, e também participou de exposições em Grenoble e Hossegor, na Franca, Gold Coast, Melbourne e Torquay, na Australia, Beijing e Shangai, na China, Barcelona, na Espanha, Rotterdam, Holanda, Moscou, Russia, Zurich, Suíça, Berlin e Munique, na Alemanha, Varsóvia, Polonia, Milão, Itália, Buenos Aires, Argentina e Santiago, no Chile.

 

Embora tenha a pintura como principal linguagem, Tinho também fotografa, cria objetos tridimensionais, monta instalações, faz colagens, performances, site-specifics. e transforma em arte aquilo que encontra pelos lugares por onde circula.  Em seu trabalho, a vida urbana, os problemas sociais e políticos são questões que se relacionam de forma estética e conceitual. Suas telas muito contribuíram para o reconhecimento do Brasil como um dos principais produtores de arte urbana. Ao se apropriar do que foi refugado, do que pertence a todos e a ninguém, Tinho cria esse delicado jogo entre encenação e realidade. Faz nada mais que arte, recriando continuamente o mundo. “Eu procuro com o meu trabalho estabelecer uma comunicação com o espectador, de forma a levantar e discutir questões contemporâneas que fazem parte do nosso cotidiano. Como um ser metropolitano, minhas questões giram em torno dessa vida urbana, dos problemas sociais a que estamos expostos diariamente e as questões políticas e econômicas que acabam por refletir em todo o nosso viver. Em meu trabalho, essas questões se relacionam de forma estética e conceitual”, finaliza Tinho.

 

 

Sobre o artista

 

Tinho iniciou o desenvolvimento de seu trabalho em atelier estudando na FAAP, se formando em Artes no ano de 1997. Lecionou na rede pública estadual e iniciou sua pesquisa formal procurando entender os relacionamentos humanos dentro da metrópole, assim como a relação dos habitantes com o meio onde vivem. Desde então explora o espaço urbano em busca de um contato íntimo com sua geografia, arquitetura e superfície. Através de um posicionamento social e político, acumula informações das ruas, recolhendo seus restos e selecionando seus conteúdos. Essa pesquisa carrega um aspecto documental e histórico da cidade, principalmente de São Paulo, em meio a vivência particular do artista.

 

 

De 16 de maio a 7 de junho.