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AGENDA CULTURAL

Maria Lynch em Salvador


A Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, apresenta a exposição “Maria Lynch – Roda Viva”, com obras inéditas da artista carioca nascida em 1981, um dos nomes de destaque de sua geração. A mostra reúne 12 pinturas em grande formato feitas pela artista entre 2013 e este ano, e uma escultura de parede, em tinta e tecidos, produzida em 2014. Morando em Nova York desde 2013 para uma residência artística na Residence Unlimited, ela também tem exposição agendada na Store Front for Art and Architeture.

 
Os trabalhos apresentados na Roberto Alban Galeria são desenvolvimento de uma série iniciada no ano passado, com “mulheres ausentes, ou projeções de mulheres idealizadas, em meio ou em contradição com um mundo onírico e lúdico”, explica a artista. Ela conta que uma parte das obras foi produzida em Nova York, as pinturas com fundo preto, em que “também procurava essa ambiguidades da representação através das cores, e uma ausência completa de vestígios humanos, como se fosse a cena abandonada por alguém”. A exposição é acompanhada de um catálogo, com texto crítico de Mario Gioia, curador independente, formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

 
Ele observa que “…a produção de Maria Lynch é um corpo estranho na complexa tessitura da arte contemporânea brasileira, nesse começo de século 21, e isso é bom. Para a individual que fica em cartaz na Roberto Alban Galeria, em Salvador, a artista carioca parece desdobrar questões já rascunhadas na história da arte do país. Nessa linha, podemos eleger a percebida em ‘Baile à Fantasia’ (1913), de Rodolfo Chambelland (1879-1967), trabalho-chave da nossa modernidade, quando forma e conteúdo se unem de modo intrincado e salientam esse espírito de tempo (na época, virada do Novecentos para o século 20) que carrega, de modo mais latente ou explícito, a melancolia e o pessimismo. São sentimentos que irão denotar que, sim, o festejo carnavalesco retratado tem data para acabar. Mais o peso de uma Quarta-feira de Cinzas do que a embriaguez dos dias comemorativos. É como se as figuras esvaziadas e em branco das novas pinturas de Lynch fossem reedições contemporâneas desses antigos personagens, só que agora estrelando uma dança desritmada, em ambientes fragmentados, incompletos e não preenchíveis, mesmo que envoltas num colorido sedutor”.

 
O universo feminino é o tema central da pesquisa da artista, que comenta: “a partir do excesso em torno do feminino e do universo lúdico, extermino qualquer traço do mundo masculino, que é uma maneira de evidenciar sua presença perante tal ausência”. “A angústia e a ansiedade nunca são resolvidas, essas são as áreas onde o meu trabalho são instauradas, há uma repulsa à realidade. Recrio uma ficção, uma alegoria, um excesso junto a fragmentos do imaginário. O apagamento da identidade do feminino é mais que a vontade de não estar presente no mundo, e sim o de escondê-lo. Assim restituo um certo mundo, sublimando o real numa lógica particular. Abstrato e erótico, entre o gozo e a culpa, nesses paradoxos, vou encontrando liberdade para a imanência, para a celebração do delírio, da catarse onírica e a diferença imagética.”

 

 
Sobre a artista

 
Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981 onde vive e trabalha. Formada pela Chelsea College of Art and Design, Londres, onde concluiu pós- graduação e mestrado em 2008. Entre suas principais exposições estão “The Jerwood Drawing Prize”, em 2008, com itinerância a partir de Londres para outras cidades da Inglaterra. No mesmo ano participou de “Nova Arte Nova”, no CCBB, Rio e São Paulo. Em 2010, ganhou o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantônio Vilaça, participou da exposição “Performance Presente Futuro Vol III”, Oi Futuro, RJ. Em 2011, integrou a 6º Bienal de Curitiba VentoSul, e em 2012 foi convidada para expor no Paço Imperial, Rio, e para a residência artística Bordalo Pinheiro, em Lisboa, Portugal. Foi também convidada para expor durante as Olimpíadas de Londres, 2012, no Barbican Centre. Em 2013 fez exposição individual na Galeria Anita Schwartz e foi convidada pelo Itamaraty a fazer residência em Lima. Maria Lynch está presente em importantes coleções públicas como Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Centro Cultural Candido Mendes,  Coleção Gilberto Chateubriand, Brasil/MAM Rio, Ministério das Relações Exteriores, Palácio do Itamaraty, e Committee for Olympic Fine Arts, em Londres.

 

 

De 11 de dezembro a 12 de janeiro de 2015.

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