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AGENDA CULTURAL

Dia 30: Catálogo de Dias & Riedweg

28/nov

Neste domingo, dia 30 de novembro, às 16h, será lançado o catálogo da exposição “Histórias Frias e Chapa Quente”, dos artistas Mauricio Dias e Walter Riedweg, na Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O lançamento será seguido de mesa-redonda com os artistas, a crítica Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin.

 

A mostra, que pode ser vista somente até domingo, traz obras inéditas e recentes da dupla de artistas Maurício Dias & Walter Riedweg, em curadoria de Andreas Brøgger, curador do Nikolaj Kunsthal, em Copenhague. Fazem parte da exposição as obras “Cold Stories”, “Chapa Quente”, “Sob Pressão”, “Evidência”, “Blocão”, e “Throw” (“Tiro”), de 2004, incluída por ter sido a primeira da dupla de artistas a utilizar imagens de arquivos. A entrada é franca.

Eduardo Srur – Farol

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura, apresenta a instalação “Farol”, de Eduardo Srur, que ficará na lateral da instituição. Réplica de um farol marítimo com seis metros de altura por quatro metros de diâmetro, a instalação é revestida por 20 mil ratos de borracha. A obra abrigará uma cúpula cenográfica, simulando a sinalização náutica dos portos. “Farol” foi apresenta no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em 2013.

 

“A obra representa um farol negro, distante do porto e deslocado de sua função original, que aponta para uma realidade invisível da metrópole: o submundo que o público não vê e desconhece. Atualmente a população de ratos nas grandes cidades supera em até 15 vezes a humana”, conta o artista. Com diversas intervenções urbanas no currículo, Eduardo Srur se utiliza do espaço público para chamar a atenção para o cotidiano das cidades sempre como o objetivo de ampliar a presença da arte na sociedade. Assim como trabalhos anteriores do artista, Farol provocará o olhar e a reflexão do público para uma nova estética e uma perspectiva alterada da realidade.

 

“Farol” tem o patrocínio da Citroën do Brasil, a partir da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso da empresa em sua parceria com a Casa França-Brasil, iniciada em 2011. Desde então, a marca é a patrocinadora oficial de exposições do espaço cultural, como “O ser e o aparecer” (2011), de Valerie Belin; “Chance” (2012), de Christian Boltanski, e “Lugar de Reflexão” (2013), de Cristina Iglesias. “Esta é mais uma ocasião para a Citroën reforçar as relações que mantêm há muitas décadas com o mundo da cultura e da arte. A ambição da marca sempre foi ultrapassar os limites da experiência automobilística, buscando inspirações nas diversas linguagens da arte”, destaca Laurent Barria, diretor de Marketing da Citroën do Brasil.

 

 

Sobre o artista

 

Eduardo Srur nasceu em São Paulo, em 1974. Formado em Artes Plásticas e Comunicação pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Realizou diversas intervenções urbanas, dentre elas: “O Aquário Morto”, no Acqua Mundo, no Guarujá, em São Paulo, em 2014; “Cataventos”, na Praça Júlio Prestes, e “Bicicletas”, na estação de trem Júlio Prestes, ambas em São Paulo, em 2013; “Carruagem”, na Ponte Estaiada da Marginal Pinheiros, em São Paulo, em 2012; “Labirinto”, no parques Ibirapuera, Villa Lobos, Juventude e Ecológico do Tietê, em São Paulo , em 2012; “PETS – A Caminho do Oceano”, na represa Guarapiranga, em São Paulo, também em 2012; “A Arte Salva”, no Congresso Nacional, em Brasília, em 2011; “Touro Bandido”, na Cow Parade, em São Paulo, em 2010; “Nau”, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em 2010; “Sobrevivência”, em monumentos públicos na cidade de São Paulo, em 2008; “Palmitos”, no Parque Villa Lobos, em São Paulo, em 2008; “Caiaques”, no Rio Pinheiros, em São Paulo, em 2006; “Antenas”, no MuBE, em São Paulo, em 2006; “Acampamento dos Anjos”, em Metz e Nuit Blanche, na França, em 2005; “Atentado”, em outdoors na cidade de São Paulo, em 2004, entre outras. Dentre suas principais exposições coletivas estão: “Food”, no SESC Pinheiros, em São Paulo, em 2014; “O Cotidiano na Arte”, na Sala de Arte Santander, em São Paulo, e a mostra na Fundation Izolyatsia, em Donetsk, na Ucrânia, ambas em 2013; “Urban Research at Director Lounge”, em Berlim, na Alemanha, e “Le Printemps de Setembre”, em Toulouse, na França, embas em 2012; “After Utopia”, no Centro per l’arte Contemporanea, em Prado, na Itália, em 2009; “Quase Líquido”, no Itaú Cultural, em São Paulo, em 2008; “Les Rêves du Château”, em Nyon, na Suiça, e “Body as Spetacle”, no Museum of Modern and Contemporany Art Rijeka, na Croácia, ambas em 2007; “The Great Outdoors”, no Impakt Festival, em Utrecht, na Holanda, “Interface”, em Dijon, na França, “Observatori06”, em Valência, na Espanha, “9ª Bienal de Havana”, em Cuba, “Espaço Aberto/Espaço Fechado: Sites for sculture in modern Brazil”, na Fundação Henry Moore, em Leeds, na Inglaterra, “Paradoxos Brasil”, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, e no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, ambas em 2006; entre outras.

 

 

 

Até 05 de janeiro de 2015

Rubens Gerchman na Casa Daros

A exposição “Rubens Gerchamn – Com a demissão no bolso”, na Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta documentos e trabalhos de um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil que, em plena ditadura militar, fundou e assumiu a diretoria da “Escola de Artes Visuais do Parque Lage”, função que exerceu entre 1975 a 1979, possibilitando uma área de livre criação pois além de alunos matriculados nos diversos cursos, Rubens Gerchman permitia que qualquer pessoa frequentasse a escola e seus cursos, mesmo sem estar matriculado.

 

Foi criada para esta mostra uma linha do tempo para que toda a trajetória do artista fosse apreciada. Gerchman foi figura ativa e participante dos movimentos artísticos dos anos 60 como a Tropicália e a Arte Conceitual, num período fervilhante da cultura nacional onde as diversas correntes fluíam, fosse música, cinema e artes plásticas,  revelando nomes como Caetano Veloso e Tom Zé, mas também trazendo à cena nas artes visuais Ligia Pape, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Clark e Barrio.

 

Rubens Gerchman reformulou a Escola e escolheu colaboradores como Celeida Tostes, Helio Eichbauer, Lina Bo Bardi, Ligia Pape, Marcos Flaksman e Xico Chaves. A mostra conta com importantes vídeos com depoimentos de artistas que conviveram  e trabalharam com ele na Escola de Artes Visuais do Parque Lage: Roberto Magalhães, Luiz Ernesto e Cildo Meireles entre outros.

 

 

Até 08 de fevereiro de 2015.

Galeria Modernistas exibe cerâmicas contemporâneas

27/nov

 

A galeria Modernistas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, que investe em exposições a cada dois meses, sempre com curadoria do expert Wilson Lázaro, neste verão terá um charme a mais, pois a mostra “Modelador de Paixão” terá na abertura o Happy Art, uma apresentação de jazz para convidar o público à visitação da exposição. O happening ainda terá edições em janeiro e fevereiro.

 

“Modelador de paixão” é o nome da coletiva de cerâmica que une obras de seis artistas reconhecidos no cenário brasileiro e internacional de cerâmica contemporânea, como Mariana Canepa, Sylvia Goyanna, Solange Mano, Clara Fonseca, Dony Gonçalves e Thelma Innecco.

 

A mostra tem como objetivo fazer com que o público conheça os trabalhos de ceramistas que seguem fazendo a história da cerâmica brasileira e apresentará obras conceituais desses artistas, além de lançar a marca de cerâmicas Modernistas. E, além disso, fomentar e difundir a cerâmica como suporte, tornando-a mais presente no âmbito da arte atual, enriquecendo o circuito artístico na cidade. A exposição ficará na galeria durante dois meses, e ao longo desse período, serão promovidos Work Shops sobre o tema. A apresentação dos trabalhos será feita em todo o espaço onde está inserida a galeria.

 

 

A partir de 06 de dezembro.

Galeria Lume em novo endereço

A Galeria Lume inaugura seu novo espaço no Jardim Europa, São Paulo, SP, e abre a exposição coletiva “Blow Up!”, com obras de todos os artistas por ela representados. Sob curadoria de Paulo Kassab Jr., aproximadamente 40 trabalhos, entre fotografias, esculturas objetos e pinturas, compõem a mostra, que propõe uma nova forma de pensar e analisar a arte, alheia a preconceitos ou amarras pré-estabelecidas.

 

Em um momento especial para a Galeria Lume, a inauguração de seu novo espaço, “Blow up!” desafia o espectador a decifrar as obras de uma maneira particular. Na ocasião, um recorte do portfólio da galeria perfaz a mostra coletiva: diferentes séries, conceitos, olhares e materiais se misturam para instigar distintas formas de pensar. Entre alguns dos trabalhos expostos, temos a série “Flying Houses”, do fotógrafo francês Laurent Chéhère; “Ladies Room Around the World”, da norte-americana Maxi Cohen; “The Non Conformists” e “The Last Resort”, do britânico Martin Parr; e entre os brasileiros, “Priva-Cidade”, “Publi-Cité”, de Rodrigo Kassab; “São Paulo Verticais”, de Paulo D’Alessandro, “Corpo Vago”, de Gal Oppido; a pintura realista “Cantareira”, de Kilian Glasner; além de pinturas de Paulo von Poser e esculturas de Florian Raïss.

 

Fundada em 2011, a Galeria Lume cresceu; os limites de sua antiga sede já não comportavam mais seu vasto portfólio. Com novos artistas, começou a explorar novas mídias, para as quais o espaço físico é primordial. “Além disso, há muito tempo queríamos ter a galeria com acesso mais fácil, e agora chegou o momento.”, comenta Felipe Hegg. Com uma localização privilegiada, a Lume dá um passo adiante e se estabelece como uma referência no mercado. A nova galeria abrigará não apenas exposições como também debates, saraus, cursos livres e, em breve, uma residência artística.

 

Em meio a tamanha diversidade, alguns talvez enxerguem o conjunto de obras dispostas em Blow Up! como belas paisagens, imagens históricas, esculturas e telas tecnicamente perfeitas, seguindo a exatidão de olhos apegados à realidade. Já os afeitos à imagem poética, à imaginação, “verão cheiro de infância em casas que flutuam, ouvirão contos através de indiscretas janelas e questionarão cobras que transformam-se em rios, criando nostalgias de um tempo vivido na memória.”, conclui Paulo Kassab Jr.

 

 

De 27 de novembro a 17 de fevereiro de 2015.

Malu Fatorelli na Galeria Laura Alvim

A aproximação entre o espaço e a passagem do tempo, a produção como “arquitetura de artista”, vinculada ao lugar onde se expõe e à construção dos trabalhos são pilares de “Clepsidra – Arquitetura líquida”, individual de Malu Fatorelli, que a Galeria Laura Alvim inaugura sob curadoria de Glória Ferreira.

 

As obras desta mostra – videoinstalações, gravuras, vídeos e desenhos – acolhem o tempo na relação com a paisagem do entorno, marcada pela repetição das ondas do mar de Ipanema. A vídeoinstalação, que batiza a exposição, reproduz na sala em frente à praia o princípio da clepsidra, o relógio de água do antigo Egito, um vaso cheio do líquido, com um pequeno orifício, que o deixa escoar lentamente. A medida em que a água escorre, surge uma marcação do tempo no interior do recipiente.

 

Malu Fatorelli criou uma projeção panorâmica em 360º do mar de Ipanema sobre todas as paredes da sala. No vídeo, o líquido “escoa” lentamente, até o rodapé, deixando ver linhas, como pautas de caderno, que marcam o tempo.

 

Em 2008, a artista criou uma série de chaves de aço com banho de cobre, nas quais o segredo reproduz o skyline da Lagoa Rodrigo de Freitas. Uma delas serve de base para uma projeção sobre uma tela-mesa, sobre a qual uma fonte luminosa se movimenta, criando sombra e reflexo que aludem a uma espécie de relógio de sol. Este trabalho é intitulado O lugar do tempo (2010).

 

Panorama da Lagoa Rodrigo de Freitas (2008) é um círculo formado por doze chaves sobre arquitetura, perpendiculares à parede. A incidência de luz projeta o desenho do segredo, trazendo a paisagem de outro bairro para dentro da galeria.

 

Mar de dentro (2014) é uma frottage (decalque) a partir de um vitral da escada interna da Casa de Cultura Laura Alvim,  remetendo às ondas do mar. A série de 10 Desenhos vazantes (2014), em grafite e têmpera sobre papel, tem referência na recriação da maré. O vídeo Caderno de mar (2014) são pequenas imagens do mar de Ipanema em preto e branco sobre papel japonês.

 

Em Suíte líquida (2014), uma espécie de ampulheta líquida, a água azul escorre sobre tiras largas de papel japonês de fibra longa, da parede ao chão, e forma desenhos incontroláveis, que tingem o papel de acordo com as condições de umidade e temperatura do espaço.

 

Treze desenhos, sob o título de Espaço sobre tempo (2014), partem da imagem do mar de Ipanema, com variações de luz. Neste conjunto, Malu intervém com grafite, pigmento, relevo seco, e têmpera, do claro para o escuro ou vice-versa, denotando a passagem do tempo.

 

 

Sobre a artista

 

Artista plástica, arquiteta, mestre em Comunicação e Tecnologia da Imagem (ECO-UFRJ) e doutora em Artes Visuais (EBA-UFRJ), Malu Fatorelli é professora adjunta do Instituto de Artes da UERJ. Foi Artista Visitante na Escola Internacional de Gráfica de Veneza, Itália; na Ruskin Sckool of Drawing and Fine Arts da Universidade de Oxford, Inglaterra, com bolsa do British Counsil; no Headland Center for the Arts, CA, EUA; no Instituto Gedok, Munique, Alemanha; e na Universidade de Calgary no Canadá. Possui obras nas seguintes coleções públicas: Biblioteca Nacional de Paris, França. / Linacre College, Oxford, Inglaterra. / Centro Cultural Cândido Mendes, RJ. / Centro Internacional da Gráfica de Veneza, Itália. / Fundação Cultural de Curitiba, PR. / Solar Grandjean de Montigny, PUC, RJ. / SESC, RJ. / Museu da Chácara do Céu, RJ. / MAC Niterói / Museu Nacional de Belas Artes, RJ / EAV Parque Lage, RJ / Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP.  Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil.

 

 

 

De 03 de dezembro a 08 de março de 2015.

Sergio Gonçalves apresenta “Desenhos – anos 80”

Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe a mostra individual “Desenhos – anos 80”, de Jorge Duarte. A exposição acontece em comemoração aos 30 anos da Geração 80, ocorridos agora em 2014 e contará com texto do crítico de arte Fernando Cocchiarale.

 

A mostra reúne cerca de 35 desenhos do artista, que é um dos expoentes da chamada Geração 80. São trabalhos inéditos, realizados nos anos 1980 que refletem a produção de Jorge Duarte naquele período, marcado por sua produção pictórica. Alguns desses trablhos eram estudos preparatórios para pinturas de grandes formatos que foram realizadas na época. Em sua maioria, são obras independentes, realizadas em diversas técnicas como grafite, lápis de cor, nanquim, etc.

 

A principal marca das obras é o traço rápido e impulsivo que dialogam com os grafiteiros e com os cartunistas. O foco temático é a figura humana em ação. Uma grande dose de humor percorre boa parte destes desenhos, mas há também os que são marcados por climas trágicos e angustiantes.

 

“Este conjunto de desenhos de Jorge Duarte, nunca antes exposto, revela a importância fundamental da estruturação gráfica de sua pintura no começo da década de 80. Não é casual que muitos destes desenhos tenham se tornado “estudos” de pinturas que então o consagraram como expoente da nova safra de pintores surgida há três décadas no Brasil”, comenta Fernando Cocchiarale.

 

 

De 27 de novembro a 09 de janeiro de 2015.

Catálogo da Pinacoteca Ruben Berta

26/nov

Em 4 de dezembro de 2014, às 19h, no casarão da Rua Duque de Caxias 973 será lançado o catálogo com as obras do acervo da Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. A publicação apresenta as obras desta coleção, considerada em sua origem heterogênea, mas que mostra um predomínio da produção artística nacional e internacional da década de 1960. As peças carregam assinaturas de artistas consagrados no século XIX, tais como Almeida Júnior, Pedro Américo e Eliseu Visconti, modernos como Di Cavalcanti, Portinari, Flávio de Carvalho, e os – naquele período – promissores Tomie Ohtake e Manabu Mabe. O Catálogo estampa criadores orientais como Afandi, um dos autores mais importantes do modernismo indonésio e o chinês Chang Dai Chien, artista que vem sendo redescoberto no Brasil e colocado em seu país no mesmo patamar de Picasso.

 

A Pinacoteca Ruben Berta também se destaca por possuir obras do movimento pop britânico como as assinadas por Allen Jones e Alan Davie, entre outros. A arte naïf está representada por Manézinho Araújo e João Alves. Do Rio Grande do Sul comparecem Glênio Bianchetti, Angelo Guido, Oscar Crusius entre outros. A publicação possui textos de orientação e analíticos descrevendo o cenário que originou o acervo e identificando a importância desta coleção – no campo das artes – no país. Merece destaque o fato de que a realização do Catálogo só foi possível graças ao patrocínio da ALGO MAIS GRÁFICA E EDITORA e de seus parceiros PORTFOLIO DESING e SCAN – EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA.

 

 

 Abertura da exposição

“20 x Anos 60: um quadro a ser compreendido”

 

Paralelamente ao lançamento do Catálogo da Pinacoteca Ruben Berta será aberta a exposição “20 x Anos 60: um quadro a ser compreendido” com vinte obras pertencentes a coleção.

 

 

Texto de apresentação assinado por Paulo Gomes

 

“A exposição apresenta vinte obras exemplares do período em que foi formada a Pinacoteca Ruben Berta. Esta coleção reflete os embates estéticos e estilísticos da década de 1960. As obras dos artistas brasileiros (natos ou radicados) são o que de mais importante apresenta: um recorte de grande qualidade e de notável relevância para o estudo dos caminhos trilhados pela arte no período. Também se pode afirmar que a coleção permite o conhecimento de uma produção ignorada do grande público e mesmo dos historiadores e críticos. A contemporaneidade deste acervo está, evidentemente, na datação das obras e no recorte geracional de seus autores, mas, fato notável, está principalmente na evidência de apresentar, em obras, as principais tendências e vertentes desse conflitante período da arte brasileira.

 

O recorte da coleção aqui apresentado, dos anos 1960, conta além da numerosa participação de artistas nas Bienais de São Paulo com um expressivo número de premiados em diversas edições do evento. Essas premiações dão a ver uma representação visual das tendências mais evidentes no período, como podemos constatar nas obras de Fayga Ostrower (premiada em 1957), Manabu Mabe (premiado em 1959), Isabel Pons (premiada em 1961) e Maria Bonomi (premiada em 1965). Podemos inferir que a proximidade dos organizadores da coleção, baseados em São Paulo, naturalmente os levaria àquela produção com maior visibilidade no momento, isto é, aqueles artistas destacados e premiados nas Bienais, o maior evento de artes plásticas do Brasil.

 

A Pinacoteca Ruben Berta também permite rastrear uma considerável parte da vida cultural nacional, com as obras dos artistas que estavam atuando no calor da hora dos acontecimentos. O recorte aqui apresentado é particularmente significativo pela representatividade de seus artistas em alguns dos mais destacados momentos da arte brasileira dos anos 1960. Na sua diversidade e riqueza, a Pinacoteca possibilita a percepção de um momento histórico da produção plástica brasileira e a perspectiva de seus instituidores do ponto de vista das escolhas realizadas. As obras que integram esta exposição indicam nas suas trajetórias de objetos as marcas do tempo de origem e de seus autores, estando em aberto a leituras, percepções e ao estabelecimento de novos circuitos.”

 

 

De 04 de dezembro a 27 de fevereiro de 2015.

Recortes de uma coleção – Marcelo Cintra

25/nov

A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura nova edição do projeto “Recortes de uma Coleção” trazendo uma seleção de fotografias do colecionador Marcelo Cintra, em exposição pela primeira vez no circuito cultural paulistano. Com curadoria de Ricardo Camargo e texto de Diógenes Moura, a mostra exibe 18 fotografias – p&b e cor – de dez autores renomados do circuito brasileiro e internacional, como Begoña Egurbide, Cristiano Mascaro, Mario Cravo Neto, Miguel Rio Branco, Pedro David, Pedro Motta, Pierre Verger, Robert Mapplethorpe, Sebastião Salgado e Tuca Reinés.

 

 

O recorte elaborado para a mostra é composto por imagens que, de alguma forma, por algum ângulo, em algum momento entre o olhar e a apreensão da cena pelo profissional, retrata a figura humana; no todo ou em partes, em movimento ou estático. “O conjunto de imagens escolhido na coleção de Marcelo Cintra trata dessa relação: o fotógrafo e o outro, ele mesmo.”, define Diógenes Moura.

 

 

Fases representativas dos fotógrafos com trabalhos icônicos das mesmas estarão dispostas lado a lado, formando um painel visual harmônico e ao mesmo tempo diversificado, abrangendo temas dos mais variados como crenças populares, sadomasoquismo, sensualidade, entre outras.

 

 

A coleção de Marcelo Cintra possui como base primordial o olhar criterioso do colecionador: “somente compro as fotos que me emocionam; seja pelo tema abordado ou pela técnica utilizada” define Marcelo Cintra. A inclusão da fotografia em seu acervo pessoal ocorreu após uma visita, já há alguns anos, a semana de Fotografia em Madrid; sendo que nos dias atuais estas já respondem por 20% de suas obras de arte.

 

 

 

A palavra de Ricardo Camargo

 

 

Em 2010 criamos a exposição “Recortes de uma Coleção” com a intenção de expor obras de criteriosos colecionadores de arte. Neste momento em que a fotografia já é uma realidade de mercado por meio de galerias, feiras e leilões especializados, coloquei-me o desafio de realizar uma exposição totalmente voltada a esta arte. Conheço o Marcelo Cintra há alguns anos e constatei a qualidade de sua coleção, por isso propus a ele apresentarmos um pequeno recorte com 18 selecionadíssimas fotografias adquiridas ao longo dos anos.

 

 

 

Texto de Diógenes Moura

 

A garganta das coisas

 

 

Inventamos a fotografia por quê? Se vemos todas as coisas, por que inventamos fixá-las? Não é bastante vê-las, cada um do seu jeito? O que é uma fotografia se não podemos decifrá-la? Nada. Nenhuma fotografia é a mesma quando a olhamos duas vezes. É como um livro aberto: pode mudar a cada instante. O fenômeno da fotografia que muda a cada instante, como um livro aberto, é o mesmo que faz com que a figura humana transite, pertença, se modifique em signo e representação, apareça e desapareça diante do fotógrafo que terá como missão final de perpetuar uma imagem-persona ou fragmentá-la para sempre. Portanto, o fotógrafo diante da figura humana estará diante de si mesmo, não em um autorretrato, mas, sobretudo, na construção de uma imagem derradeira ou não. Esse o desafio.

 

 

O conjunto de imagens escolhido na coleção de Marcelo Cintra trata dessa relação: o fotógrafo e o outro, ele mesmo. Em situações variadas, em territórios diversos, interiores ou não, prontos para serem investigados como na imagem de Begoña Egurbide, que propõe um jogo de percepções, uma terceira dimensão a partir do inconsciente óptico que provoca uma mudança de cena onde a figura humana aparece e desaparece, avança e recua dependendo da forma e de onde o espectador se coloca diante da imagem, numa proposta contemporânea de busca por uma “outra coisa” que seja interpretada como fotografia.

 

 

Sempre um exercício de linguagem. Que poderá ser no Pelourinho ou em Havana. E sendo assim, unir três nomes fundamentais para a compreensão da fotografia brasileira: Mario Cravo Neto, Miguel Rio Branco e Pierre Verger, o francês Fatumbi, o homem que possuía e possui para sempre os olhos de Xangô. Havana líquida nas imagens de Rio Branco, o automóvel-símbolo, o luminoso como linha do tempo, os cantos da cidade, a silhueta de um homem que quase caminha em direção à câmera do fotógrafo que o vê como uma aparição. Presença e passagem. Como nas imagens de Cravo Neto, ele, que varou as ruas de Salvador para encontrar Legbá, o semelhante junguiano de Exú que o fez transformar Laróyè numa das séries mais importantes e definitivas da fotografia brasileira: sal e iodo sobre o corpo negro, Cristo e Iemanjá barrocos e profanos.

 

 

No universo de um o universo do outro. Exu entende Verger, um mesmo campo ancestral: no candomblé de Joãozinho da Goméia ou multiplicados, Verger no plural sendo um só: em Canudos ou na Guiné-Bissau. Tudo fluxo, natureza em festa na ponta da pedra, no Porto da Barra onde Cristiano Mascaro viu o menino pular de ponta cabeça que virado ao contrário poderá ser o mesmo dorso de Tuca Reinés, longilíneo, um Botticcelli afro, o homem desdobrado no casal que Mapplethorpe levou para o estúdio. Figuras humanas que passam a pertencer à idade do tempo, porque vão do ontem ao muito além. Algo que nos pertence tanto quanto a paisagem submersa de Pedro David e Pedro Motta, os dois corpos que flutuam (não como os corpos/árvore iluminada por feixes de luz de Sebastião Salgado) nas águas que inundaram os sete municípios no nordeste do estado de Minas Gerais, para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Irapé, no leito do rio Jequitinhonha. As casas demolidas, as famílias devastadas. O silêncio que a imagem guardará para sempre.

 

A fotografia é assim, como um livro aberto: poderá mudar a cada instante.

 

 

 

De 25 de novembro a 17 de dezembro.

Raquel Arnaud apresenta Carla Chaim e Ding Musa

A galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta duas exposições simultâneas: Carla Chaim e Ding Musa.

 

 

Carla Chaim

 

Composta por diferentes suportes como desenho, fotografia e escultura, as obras recentes de Carla Chaim na mostra “Pesar o Peso” ocupam o térreo da galeria. Em todas essas mídias, a artista estabelece um diálogo entre o corpo e formas básicas geométricas. As obras evidenciam a dicotomia existente entre o corpo, orgânico em movimento, e as formas duras e estáticas dos desenhos e de peças que parecem ora flutuar, ora pesar no espaço.

 

Nesta exposição, segundo Chaim, o corpo se mostra como agente do trabalho de arte, surgindo como personagem que se transforma em esculturas e volumes. Já os desenhos insinuam o corpo como agente inicial e, no processo de feitura, aparece como agente primordial. Alguns são construídos com grafite em pó sobre papel, matéria primeira de desenhos, rascunhos e anotações. Eles falam do próprio processo de construção de planos, e quase se transformam em esculturas, ou desenhos tridimensionais, pela sutil dobra do papel.

 

Para o crítico Cauê Alves, que assina o texto expositivo, “a discussão da noção de corporeidade fica mais explícita nas fotografias em que a superfície do corpo da artista, em escala real, surge parcialmente coberta pelo mesmo papel japonês de outros trabalhos. Mas nele as dobras retas claramente não se adaptam ao corpo em movimento da artista e, aos poucos, dão lugar aos amassados. A impossibilidade de encontrar uma sincronia completa, um encaixe perfeito entre o corpo e as dobras do papel, resultam em imagens em que os movimentos dos braços e pernas são limitados pela geometria. Mas ao se aproximar da dança, é como se a artista elevasse ao grau máximo a expressividade que uma folha retangular desenrolada pode adquirir. O conflito entre o corpo humano e o corpo do papel se resolve na constatação da origem orgânica em comum compartilhada por ambos”, afirma.

 

Na série “Queda”, o conceito de desenho e de escultura se fundem tanto nos materiais quanto nos diálogos que a artista cria entre as obras e entre a arquitetura da galeria. O plano bidimensional e o  tridimensional se confundem entre o processo inicial e o resultado final da obra. Eles coexistem do início ao fim do processo, se transformando em “desenhos tridimensionais” e “esculturas bidimensionais”.

 

 

Ding Musa

 

No segundo andar, em sua exposição de estreia na galeria Raquel Arnaud, Ding Musa reúne em “Equações” uma série de trabalhos que lida ao mesmo tempo com o conceito de infinito de limite. “A idéia de infinito como experiência sensorial fracassada, ou como uma tentativa humana de experimentá-la através da estética aliada à matemática e a representação e seus limites”, ressalta o artista.

 

Esses trabalhos recentes de Musa, fotografias, objetos de metal, parede de azulejos, e instalação com espelhos, fotografia – singulares ou em duplas, com paralelismos ou espelhamentos, segundo o crítico Paulo Miyada faz pensar em fórmulas químicas, proporções algébricas, equivalências geométricas e equilíbrios de forças. “São notações fundamentais para toda a educação porque nos deixam expressar, quantificar e calcular relações entre grandezas mais ou menos abstratas”, afirma.

 

Segundo Miyada, ainda, muitas das obras da exposição de Ding Musa, principalmente quando há duas ou mais partes similares, convidam o espectador a perscrutar possíveis diferenças entre elas. “Perceber as relações de equivalência aparente e a infinita desigualdade que a realidade traz. É prática que faria bem também para duvidar da pecha de “exatas” que a educação aplica aos campos de conhecimento mais afins às fórmulas e equações”, completa.

 

 

De 26 de novembro a 20 de dezembro.

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