A Gentil Carioca, Higienópolis, apresenta até 23 de agosto “Um céu para caber”, primeira exposição individual de Miguel Afa em São Paulo. Com texto de apresentação da curadora e pesquisadora Lorraine Mendes, a mostra reúne um conjunto inédito de pinturas que exploram os limites e as expansões do afeto como experiência estética e política. O céu, aqui, surge como metáfora de amplitude e possibilidade: lugar de acolhimento, respiro e entrega.
Miguel Afa nasceu em 1987, no Rio de Janeiro, RJ. Iniciou sua trajetória artística em 2001, por meio do graffiti, nas ruas do Complexo do Alemão, onde nasceu e cresceu. Mais tarde, formou-se pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua obra propõe uma reconfiguração poética da imagem do corpo periférico, contrapondo os estigmas da marginalização com cenas que evocam afeto, cuidado e resistência. Através de uma paleta cromática enigmática – que não ameniza, mas adensa a narrativa – Migeul Afa constrói cenas que, ao mesmo tempo, revelam o visível e o invisibilizado. Em sua pintura, cor é discurso: esmaecer não é apenas gesto técnico, mas ato de lembrança e posicionamento.
Em “Um céu para caber”, cada pintura é entregue como quem oferece uma dedicatória – à pintura, à vida, e às histórias que nela fazem figura. “Miguel Afa nos apresenta um conjunto de obras que versam sobre os limites daquilo que podemos chamar de amor. Se todos e cada um temos direito ao afeto, ao contato e às nuances de sentimentos que desabrocham ao se relacionar, o céu representa algo infinito, ilimitado, fecundo de possibilidades”, explica a curadora Lorraine Mendes.
A exposição continua no andar superior da galeria com uma seleção de obras inéditas que abordam temas ligados à intimidade e ao erotismo a partir de uma perspectiva sensível e crítica. Em função do conteúdo, essa parte da mostra terá classificação indicativa de 18 anos, respeitando as orientações para visitação de públicos diversos.