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AGENDA CULTURAL

Artista pioneiro do graffiti

A CAIXA Cultural Brasília, apresenta a exposição “Ozi – 30 anos de Arte Urbana no Brasil”, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Ozi é o nome artístico de Ozéas Duarte, um dos pioneiros da arte urbana brasileira, que celebra com esta exposição, três décadas de trabalho. Ozi se destaca, no Brasil e no exterior, pela pesquisa sobre a técnica de estêncil, com forte influência da estética Pop. No espaço expositivo, o visitante irá conhecer um inventário de uma importante parte da Street Art brasileira, com documentos, registros fotográficos, depoimentos e obras do artista em diferentes tipos de suportes, que datam desde 1984 até o período atual. A exposição abriu com bate-papo com o artista e o curador, seguido de visita mediada.

 

De acordo com o curador, Marco Antonio Teobaldo, graças ao patrocínio da CAIXA, a exposição conseguiu reunir pela primeira vez um material raro, que remonta à história do graffiti no Brasil. Agora, depois de ser visitada por mais de 47 mil pessoas em Recife, o público brasiliense vai poder conferir um pouco de toda essa trajetória. Segundo revela Marco Antonio Teobaldo, durante a pesquisa para realização da mostra, foram entrevistados desde artistas que fizeram parte da primeira geração da cena urbana até os novos, traçando um panorama da Arte Urbana no Brasil e comprovando a importância da obra de Ozi neste contexto.

 

 
A exposição

 

A exposição está dividida em quatro segmentos: Rua, Arte fina, Matrizes e Bio. No segmento “Rua”, são expostas obras em grandes dimensões, trazendo a linguagem utilizada por Ozi nos espaços públicos dos grandes centros urbanos. Em “Arte Fina”, estão as obras criadas em suportes variados, normalmente expostas em galerias e adquiridas por colecionadores durante a trajetória do artista. São telas emolduradas, madeiras, metais, objetos de uso doméstico, latas de spray e outros itens. Entre as obras, há uma série de estêncil sobre bolsas falsificadas com marcas de luxo, compradas no mercado popular da Rua 25 de Março, em São Paulo.

 

Em “Matrizes”, será exibido pela primeira vez um conjunto de máscaras de estêncil dos trabalhos mais emblemáticos da carreira de Ozi, criados entre 1984 e 2015. São verdadeiras raridades que estarão disponíveis para a observação dos visitantes, como as obras da série “Museu de Rua”, com referências a artistas como Anita Malfatti, Van Gogh, Di Cavalcanti, Roy Lichtenstein e Picasso. Em “Bio”, dois vídeos reúnem depoimentos do artista e de parceiros de profissão, que percorrem a história da Arte Urbana no Brasil. Do acervo pessoal do artista, são exibidas imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções na cidade de São Paulo, materiais gráficos de época e recortes de jornal.

 

 

Origem da Arte Urbana

 

A Street Art no Brasil surgiu em 1978, em São Paulo, durante o período da ditadura militar, com Alex Vallauri, que reuniu outros artistas como Waldemar Zaidler e Carlos Matuck, e posteriormente Hudnilson Jr., John Howard, Julio Barreto, Ozi e Maurício Villaça. Este último abriu as portas de sua casa e transformou-a na galeria Art Brut, que se constituiu em um espaço da cena underground daquela época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes artistas, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do graffiti brasileiro.

 
Sobre o artista

 

Ozi é paulistano e faz parte da primeira geração do graffiti brasileiro, quando em 1985 iniciou suas primeiras intervenções urbanas, junto com Alex Vallauri e Maurício Villaça. Desde então, vem desenvolvendo sua pesquisa sobre a técnica de estêncil, criando suas obras a partir de uma estética Pop. Durante sua trajetória profissional, participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Atualmente é representado pelas galerias Espace-L, em Genebra (Suíça), e A7MA, em São Paulo. Seus trabalhos figuram em publicações nacionais e estrangeiras. O artista nunca parou de estudar e hoje é pós-graduado em História da Arte pela FAAP. Ozi viveu uma época em que a repressão sufocava e em que, segundo ele mesmo conta, fugir da polícia e das bombas de gás era costumeiro. “Lembro que o Alex Vallauri escrevia “Diretas já” e o Maurício Villaça chegou a pintar uma Salomé dançando com a cabeça do Sarney em suas mãos. O pensamento geral era que qualquer pessoa ligada à arte era subversiva ou comunista”, recorda. Ozi aprendeu a fazer estêncil com Villaça, que o instruiu tecnicamente a recortar as máscaras. Em 1985, registrou na rua a sua primeira arte com estêncil, técnica que acabou se tornando a sua marca registrada durante toda a carreira artística.

 

 

Sobre o curador

 

Marco Antonio Teobaldo é jornalista, curador e pesquisador. Mestre em Curadoria em Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, Espanha. Desde 2007, vem trabalhando como pesquisador e curador de Artes Visuais, com especial atenção à Arte Urbana. Atualmente, Teobaldo dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (Região Portuária do Rio de Janeiro), situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota dos Escravos (Unesco), onde realiza propostas curatoriais com artistas brasileiros e estrangeiros, reunindo mídias tradicionais (pintura, desenho e escultura), fotografia, novas tecnologias (vídeo, arte sonora e arte digital), arte urbana e performance. É curador residente da Casa da Tia Ciata, com exposição permanente sobre a memória de uma das maiores referências da história do samba. Junto com o artista visual Eduardo Denne, idealizou o Parede – Festival Internacional de Pôster Arte, em 2008 e 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu em sua última edição 175 artistas de diferentes partes do mundo.

 

 

Serviço

 

Ozi – 30 anos de Arte Urbana no Brasil Bate-papo com artista e curador e visita mediada; realização: Quimera Empreendimentos Culturais; patrocínio: Caixa Cultural / Governo Federal; curadoria: Marco Antonio Teobaldo; projeto gráfico: Fernando Sato e Murilo Thaveira; fotografia: Zeca Caldeira; expografia: Carlos Chapéu e Marco Antonio Teobaldo; produção executiva: Carlos Chapéu; produção local: Monica Monteiro Produções; iluminação: Dalton Camargos e Carlos Peukert; montagem: Manoel Oliveira; assessoria de imprensa: Objeto Sim

 

 

 

Vídeo

 

Direção: Marco Antonio Teobaldo
Fotografia: Tais Thaverna
Edição: Guta Pacheco
Imagens de acervo: Mel Duarte
Digitalização de acervo: Morena Calazans

 

 
Até 26 de fevereiro.

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