Obras inéditas de Joana Vasconcelos.

04/jun

A Casa Triângulo, Jardim América, São Paulo, SP,  apresenta até 26 de julho, “Joana Vasconcelos: Around the World”, terceira exposição individual da consagrada artista portuguesa na galeria. A mostra reúne obras inéditas no Brasil de uma das vozes mais influentes da arte contemporânea internacional, reafirmando sua capacidade única de transformar materiais cotidianos em esculturas de forte impacto visual e poético.

Numa colaboração inédita com a Maison Dior, Joana Vasconcelos criou para o desfile da coleção Outono-Inverno 2023/2024 uma escultura têxtil monumental intitulada “Valquíria Miss Dior”, a partir de 20 tecidos fornecidos pela marca. Explorando os mesmos materiais, Joana Vasconcelos desdobra agora seu universo em novas obras que dialogam entre o artesanal e o tecnológico, o simbólico e o sensorial. As obras em exibição na Casa Triângulo são um desenvolvimento desse projeto, utilizando os mesmos materiais transformados por meio de técnicas artesanais em esculturas imersivas e altamente sensoriais.

Sala Principal: Valkyrie Léonie

Com 3,51 metros de altura, 7,29 metros de largura e 7,52 metros de profundidade, “Valkyrie Léonie” é uma escultura monumental suspensa que integra a icônica “série das Valquírias”, desenvolvida por Joana Vasconcelos desde 2004. A série constitui uma reinterpretação profunda e contemporânea do mito nórdico das valquírias – virgens guerreiras encarregadas de conduzir os heróis caídos em batalha até o Valhalla. As esculturas, de contornos enigmáticos, fundem elementos têxteis e tecnológicos, revelando uma linguagem visual que transita entre o universo mitológico e a história contemporânea.

A manipulação magistral de tecidos, crochê, bordados e luzes por Joana Vasconcelos resulta em composições escultóricas de forte presença física e simbólica. Em “Valkyrie Léonie”, o uso dos tecidos Dior – com padrões florais e texturas sofisticadas – ganha força narrativa ao evocar a figura de Ginette Dior (também conhecida como Catherine ou Miss Dior), florista e resistente política durante a Segunda Guerra Mundial, cuja memória ressoa na obra através da matéria.

A escultura recebe ainda o nome de “Léonie La Fontaine”, feminista e pacifista belga, ampliando a homenagem às mulheres que marcaram a história por sua força e delicadeza. “Valkyrie Léonie” se desdobra no espaço como um organismo têxtil e vibrante, com braços tentaculares que envolvem o ambiente e convidam à imersão. É uma presença coreográfica e monumental, que transforma o espaço da galeria em um território de encontro entre corpo, memória e matéria.

Sala 2

Na sala 2 da galeria, três esculturas suspensas que exploram o potencial poético da suspensão, do gesto e da leveza. Compostas também por tecidos Dior trabalhados artesanalmente, as gotas têxteis evocam o movimento da água, instaurando uma atmosfera lírica e silenciosa. Menores em escala, mas igualmente ricas em detalhe, as obras prolongam a linguagem escultórica de Joana Vasconcelos, propondo um contraponto contemplativo à exuberância da sala principal.

“Joana Vasconcelos: Around the World” reafirma o lugar da artista como uma das mais relevantes da arte contemporânea, capaz de transformar materiais simbólicos e cotidianos em esculturas de forte impacto sensorial, poético e político. Entre o monumental e o íntimo, entre a mitologia e o presente, a exposição convida o público a uma experiência onde arte, história e imaginação se entrelaçam.

O conhecimento sobre o Caminho de Santiago.

A exposição “Iacobus gaudet”, do prestigiado fotógrafo galego Manuel Valcárcel, entra em cartaz no Museu de Arte do Paço, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

A ação multidisciplinar no exterior tem como objetivo promover o conhecimento sobre o Caminho de Santiago, suas diferentes rotas e a essência da peregrinação. Depois de visitar a Cidade do México, Buenos Aires e São Paulo em anos anteriores, desta vez o projeto chega a Porto Alegre, onde será realizada uma série de filmes e palestras sobre a peregrinação. Além disso, a exposição “Iacobus gaudet”, ficará em cartaz por quase um mês.

As atividades destacam o valor cultural e turístico de uma das mais importantes rotas de peregrinação da Europa. Para as palestras, será apresentada a experiência de membros de algumas das Associações de Amigos do Caminho de Santiago no Brasil. Serão quatro dias em que eles falarão sobre o que o Caminho traz para quem o faz, experiências, cultura, acolhimento e o que é necessário para enfrentá-lo.

O Mês do Caminho de Santiago em Porto Alegre será realizado de 04 a 27 de junho.

Organizadores: Axencia Turismo de Galicia, Xunta de Galicia; Colaboradores: Fundación Catedral de Santiago, Turespaña, Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela do Estado do Rio Grande do Sul ACASARGS, Cinemateca Capitólio e Coordenação de Artes Visuais – SMC/Prefeitura de Porto Alegre.

Exposição Brígida Baltar – A pele da planta.

O Instituto Ling, Três Figueiras, Porto Alegre, RS,  inaugura no dia 10 de junho a exposição individual “A pele da planta”, de Brígida Baltar. Com curadoria de Marcelo Campos, a mostra apresenta uma seleção de obras da artista produzidas especialmente para esta exposição, reunindo desenhos, fotografias, esculturas e bordados.

O projeto original, concebido por Brígida Baltar em 2020 para o espaço expositivo, evoca a atmosfera dos jardins do centro cultural. Após seu falecimento, em 2022, a proposta foi finalizada em diálogo com o Instituto Brígida Baltar, respeitando sua poética e memória.

A mostra fica em cartaz até o dia 09 de agosto, com visitação gratuita de segunda a sábado, das 10h30 às 20h. Também é possível agendar visitas mediadas para grupos, sem custo, pelo site do  Instituto Ling.

No dia da abertura, haverá uma conversa aberta ao público com a participação do curador Marcelo Campos; de Tiago Baltar, filho da artista e diretor-presidente do Instituto Brígida Baltar; de Jocelino Pessoa, gestor cultural e diretor artístico do Instituto; e do artista Ygor Landarin, que foi assistente de Brígida Baltar e hoje segue trabalhando no Instituto Brígida Baltar. Para participar, é necessário realizar inscrição prévia, também gratuita, pelo site do Instituto Ling.

Fusões entre corpos humanos e vegetação.

03/jun

 

A exposição “Nós Combinamos de Não Morrer”, estreia no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Gávea. Trata-se de mostra individual do artista plástico carioca Fessal. Com obras entre desenhos, pinturas, vídeos e instalações, a mostra propõe uma reflexão profunda sobre a relação do ser humano com o mundo natural e o espaço que habita. Entre todos os organismos vivos deste planeta, existe um acordo invisível – um combinado que ultrapassa crenças, culturas e fronteiras geográficas. A vida, sabe-se lá com quem ou o quê, está sempre se reconstruindo, seguindo adiante. E esse combinado fundamental é simples e poderoso: não morrer. A exposição apresenta fusões delicadas entre corpos humanos e vegetação, explorando o diálogo entre a individualidade e o todo natural de maneira sutil e instigante. Longe de oferecer respostas prontas, as obras convidam o público a uma experiência reflexiva, despertando questionamentos sobre comportamento, consumo e a conexão com o meio ambiente. A curadoria é de Ananda Banhatto.

Além da mostra principal, o projeto inclui um audiovisual exclusivo que contextualiza a produção artística e uma extensa programação paralela durante os três meses de exibição. Oficinas, rodas de conversa, intervenções artísticas e ações educativas irão envolver a comunidade local, os visitantes do museu e os frequentadores do Parque da Cidade, fortalecendo o diálogo entre arte, meio ambiente, política e cultura comunitária.

“Nós Combinamos de Não Morrer” reforça o compromisso com a arte contemporânea e a promoção da consciência socioambiental, ampliando o acesso do público a discussões relevantes para a cidade do Rio de Janeiro.

Até 15 de setembro.

Alair Gomes: o erotismo no belo.

Exposição no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, pela primeira vez, parte de acervo de fotos arquivado por mais de 25 anos, sob curadoria de Luiz Pizarro. Fruto do recorte de uma das séries da coleção reunida por Klaus Werner, jornalista alemão e grande amigo do artista, a exposição “Alair Gomes: o erotismo no belo” será inaugurada no dia 14 de junho.

Ao longo de anos, Klaus Werner comprou fotografias de diferentes séries de Alair Gomes, além de outras tantas adquiridas através de permuta por materiais que ele trazia da Alemanha, tais como papel fotográfico, filmes, entre outros itens. Agora, parte deste acervo de fotos sai da gaveta para ser exibido ao público, que terá acesso a um material inédito, com cerca de 60 registros em preto e branco.

Considerado até então, inédito e único no Brasil, seu trabalho conquistou reconhecimento internacional e nacional em 2001. Além disso, um conjunto de suas fotografias foi selecionado para a Bienal de São Paulo em 2012, e algumas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), do MAM/Rio e do Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand. Sua obra foi tema do filme-documentário “A morte de Narciso” (2003), de Luiz Carlos Lacerda, que será exibido em uma das salas da exposição. A expografia e design são assinados pela Dupla Design.

“A série erótica aqui apresentada – toda ela originalmente manipulada, revelada e ampliada pelo próprio Alair, no laboratório em seu apartamento, que também servia como estúdio para fotografar os modelos – faz parte de um trabalho inovador e provocativo do artista, considerando, em especial, o período em que foram criadas: as décadas de 1970 e 1980. Ao capturar a beleza e a vulnerabilidade do corpo masculino, ele explorava a sensualidade, a intimidade e a relação do homem com seu próprio corpo, numa época em que a nudez masculina era bastante censurada, principalmente quando remetia à ideia de homossexualidade. Vale destacar também a importância da realização desta exposição em um espaço público (o museu do Paço Imperial, que celebra seus 40 anos), confrontando a beleza e o rigor estético da obra de Alair Gomes com o contexto sociocultural retrógrado e muitas vezes reacionário que temos vivenciado nos últimos anos”.

Luiz Pizarro

Sobre o artista.

Alair de Oliveira Gomes (1921-1992) nasceu em Valença, município do Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia civil e Eletrônica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A partir de 1965 passou a se dedicar à fotografia, produzindo ao longo de 26 anos mais de 170 mil negativos. Alair Gomes também foi criador e coordenador do setor de Fotografia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos 1970. Entre 1976 e 1984, participou de mostras coletivas em Nova York, Paris, Rio de Janeiro e Toronto. Seu trabalho conquistou reconhecimento internacional e nacional em 2001, em uma grande mostra retrospectiva na Fundação Cartier de Arte Contemporânea em Paris, com imagens que integram o acervo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

Em cartaz até 10 de agosto.

Endereço: Praça XV de Novembro, 48 – Centro – RJ

Lançamento de catálogo e visita guiada.

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, e o Instituto Pintora Djanira convidam para o lançamento do catálogo “Djanira – 110 anos” e visita guiada à exposição com os curadores Max Perlingeiro e Fernanda Lopes no dia 24 de junho de 2025, às 19h. O livro bilíngue (port/ingl), com 128 páginas e formato de 21cm x 27cm, traz textos de Max Perlingeiro, Fernanda Lopes – curadores da exposição – e Eduardo Taulois, diretor-geral do Instituto Pintora Djanira, além de uma cronologia da artista e imagens das obras presentes na exposição.

A exposição “Djanira – 110 anos”, com 50 trabalhos da grande pintora que retratou o Brasil e seu povo, ficará em cartaz até 19 de julho.

Max Perlingeiro afirma sobre Djanira: “Sua vida era pintar”. “No decorrer de sua vida, participou ativamente do meio cultural e social no Rio de Janeiro. Seu reconhecimento e sua contribuição para a arte moderna brasileira se traduzem nas inúmeras exposições internacionais recentes”.  Max Perlingeiro destaca ainda que atualmente, realiza uma parceria com o Instituto Pintora Djanira, que tem como missão “…preservar, pesquisar e disseminar a obra e a memória desta importante artista brasileira, assim como o contexto histórico-cultural do modernismo brasileiro, no qual a sua produção se insere”.

Nova artista representada e mostra individual.

A Galatea, Jardins, apresenta Dani Cavalier: pinturas sólidas, primeira exposição individual artista carioca Dani Cavalier (Rio de Janeiro, 1993), com abertura no dia 10 de junho, das 18h às 21h, na unidade da galeria na rua Oscar Freire.

A mostra inaugura a representação de Dani Cavalier pela Galatea e reúne trabalhos que integram sua pesquisa em torno do que a artista denomina pinturas sólidas – obras que tensionam os limites entre pintura, escultura e instalação por meio da justaposição de blocos de cor em tecidos reaproveitados da indústria da moda.

Ao mesmo tempo que as chamadas pinturas sólidas partem de elementos estruturais da pintura convencional, como tela, chassi, cor e composição, elas os subvertem. No lugar de tinta e pincel, Dani Cavalier utiliza retalhos coloridos de Lycra, formando composições entrelaçadas que envolvem o chassi e propõem uma nova leitura da superfície pictórica. As pinturas sólidas se revelam, então, como uma espécie de dispositivo para discutir as tipologias de pintura na história da arte, especialmente no domínio da paisagem e da abstração tanto de matriz concreta quanto informal.

Em 2024, Dani Cavalier passou a integrar o acervo do Pérez Art Museum Miami (PAMM), em Miami, nos Estados Unidos. Entre as exposições das quais participou, destacam-se: Carvões acesos (Galatea, São Paulo, 2025); Geometria crepuscular (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2024), Bronze noturno (Galeria Refresco, Rio de Janeiro, 2024), Ecos da intimidade (Vórtice Cultural, São Paulo, 2024), Do desenho (Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, 2024) e Acordes (Largo das Artes, Rio de Janeiro, 2022).

As imagens de Alécio de Andrade.

02/jun

A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, convida para a exposição “Luz de Abril, Portugal, 1974″, com 38 fotografias de Alécio de Andrade (1938-2003) que registram a Revolução dos Cravos em curso no país europeu. O grande fotógrafo, radicado em Paris desde 1964, percorre Portugal “com sua Leica pendurada no pescoço”, como descreve o historiador francês Yves Léonard (1961), no livro homônimo que será lançado na exposição. “Passeando seu olhar sobre o Portugal da Revolução dos Cravos, Alécio de Andrade captou instintivamente a imagem de um povo há muito habituado às maiores misérias, infinitamente resiliente, exemplar à sua maneira. Um povo cujos olhares e sorrisos são ainda mais desarmantes por se oferecerem com reserva. Um Portugal à altura dessas mulheres e desses homens captados com empatia em seu cotidiano, na esquina de uma rua, num campo ou num desfile”, escreve o historiador. A idealização do projeto é de Patricia Newcomer, viúva de Alécio de Andrade. A impressão das fotografias é de Toros Lab, que sempre trabalhou com o fotógrafo. A exposição ficará em cartaz de 02 de junho a 19 de julho.

Um dos grandes nomes da fotografia, primeiro brasileiro a se associar à lendária Magnum Photos, agência francesa criada por Henri Cartier-Bresson (1908-2004), o carioca Alécio Andrade (1938-2003), também poeta e pianista, foi para Paris em 1964, onde viveu até sua morte. Amigo de Carlos Drummond de Andrade, James Baldwin e Júlio Cortázar – com quem fez o livro “Paris ou la vocation de l’image” (1981) – Alécio de Andrade colaborou com diversas publicações: “Manchete”, “Elle”, “Figaro Madame”, “Le Nouvel Observateur”, “Stern”, “Fortune”, “Newsweek”, entre muitas outras. No verão europeu de 1974 foi enviado a Portugal, onde registra a Revolução dos Cravos, iniciada em 25 de abril daquele ano. Com sua Leica, percorre o país, e 38 dessas fotos, em p&b e cor, estão na exposição, que lança a versão em português do livro “Luz de Abril, Portugal, 1974″ (Edições Pinakotheke, 2025), com texto do historiador francês Yves Léonard, especialista em Portugal. A publicação, com tradução de Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe, tem 140 páginas e formato 16 x 23 cm, com 55 fotografias de Alécio de Andrade.

A Pinakotheke transformará a sala da exposição em um Cineclube, aos sábados, sempre às 15h, a partir de 28 de junho, também com entrada gratuita.

Os símbolos mágicos de Antonio Maia.

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, anuncia “Antonio Maia: símbolos mágicos”, individual de Antonio Maia (Carmópolis, SE, 1928 – Rio de Janeiro, RJ, 2008) com pinturas nas quais o artista reinterpreta os Arcanos Maiores do tarô. A abertura acontecerá no dia 10 de junho, das 18h às 21h, na unidade da galeria na Rua Padre João Manuel.

Na ocasião da abertura, entre 18h e 19h, o curador e crítico de arte Lucas Dilacerda, que assina o texto crítico que acompanha a exposição, conduz uma “visita mediada pelo tarô”, uma atividade de leitura coletiva, propondo um mergulho sensível e interpretativo nas obras.

Natural da zona rural de Carmópolis, no interior sergipano, Antonio Maia cresceu em um contexto de forte religiosidade popular, que marcaria profundamente sua trajetória pessoal e artística. Desde o início de sua carreira, demonstrou interesse pelos elementos simbólicos da cultura nordestina, em especial os ex-votos. Entre 1986 e 1992, Antonio Maia dedicou-se à criação de sua série sobre o tarô, um dos núcleos menos conhecidos de sua produção.

O interesse pelo tema ganhou corpo após um curso com o tarólogo Namur Gopalla, quando o artista percebeu que, intuitivamente, já utilizava de muitos dos arquétipos presentes nos 22 Arcanos Maiores. Inspirado pela leitura clássica do tarô como uma jornada espiritual, ele passou a criar obras densas em simbologia, repletas de signos astrológicos, referências à cabala, alquimia e outros elementos do universo esotérico.

“Buscamos o tarot quando estamos passando por algum momento de crise, dúvida ou incerteza. Nessa conjuntura atual de tantas crises – climática, social, econômica e afetiva – principalmente após uma pandemia que deixou sequelas invisíveis que nem conseguimos nomear ainda, a ciência moderna ocidental tem se mostrado insuficiente. Diante dessa falta de respostas, muitas vezes buscamos alternativas nos saberes ancestrais, esotéricos, místicos e mágicos. O tarot nos força a olhar para certas esferas da nossa vida que estão sendo ignoradas, ele nos convoca à vida”, comenta Lucas Dilacerda.

Até 02 de agosto.

Território simbólico e político da memória.

30/mai

A mostra “Ventar o tempo” em cartaz – até 05 de julho – na Galeria Anita Schwartz, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, reúne 12 pinturas inéditas do artista Bruno Lyfe, produzidas em 2025, nas quais o artista tensiona a memória como território simbólico e político, subvertendo referências da história para reescrever narrativas silenciadas.

“Esse projeto busca o encontro com a autoimagem e a reescrita de nossas histórias, abrangendo um legado imagético que desejamos conjurar”, resume Bruno Lyfe. A dinâmica da memória, a pintura equestre e a azulejaria barroca portuguesa são os três eixos da atual pesquisa do artista, que pautam o conjunto de pinturas selecionado para a exposição. As obras exploram um repertório iconográfico com narrativas de vida e corpos sub-representados no decorrer de uma história da arte eurocentrada e embranquecida.

“Bruno Lyfe destacou-se entre os mais de 700 artistas brasileiros e estrangeiros inscritos na edição 2024 do GAS, projeto realizado pela galeria com a intenção de promover novas vozes da arte contemporânea. Seu trabalho conquistou reconhecimento internacional, com aquisição pelo Pérez Art Museum Miami, e representa com força poética e rigor formal as narrativas periféricas brasileiras. É um artista que projeta o futuro”, afirma Anita Schwartz.