PERCURSO POÉTICO DE DACOSTA

14/mai

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta, a exposição “Milton Dacosta, a Construção da Forma”. A mostra mapeia a produção de um dos ícones da arte moderna no Brasil, através de um conjunto de 45 obras, provenientes de coleções públicas e particulares, além do acervo familiar, realizadas desde a década de 1930 até 1980.

A exposição inicia com suas primeiras produções, retratos e paisagens impressionistas, nos quais já ficam evidentes as características que o acompanhariam por toda a vida: o senso de construção formal, o desinteresse por temas regionais e a capacidade de captar a essência dos assuntos escolhidos. Em seguida, estão obras da década de 1940: figuras de pescoço longo e cabeças ovaladas, nas quais percebe-se a influencia da escola de Paris, especialmente de Cézanne, Modigliani e De Chirico. Os anos 1950 estão representados por trabalhos construtivistas, considerados os mais importantes de sua obra. Foi nesse período que o artista representou o Brasil na XXV Bienal de Veneza e recebeu o prêmio Melhor Pintor na II Bienal Internacional de São Paulo, com a obra “Construção”. No final da década de 1960, e até seus últimos anos, o artista realizou suas sensuais “Vênus”, um sucesso de vendas, mas rejeitado por parte da crítica da época.

A mostra, sob a curadoria de Denise Mattar, também apresenta uma cronologia ilustrada sobre o artista, com exibição de fotos e o vídeo realizado por Mário Carneiro sobre sua vida e obra, com depoimentos e recortes históricos. Para DeniseMattar, a exposição não pretende ser uma simples retrospectiva, mas sim traçar o percurso poético do trabalho de Dacosta. “A exposição busca estabelecer a ligação que esses trabalhos têm com sua produção anterior, enfatizando a coerência que permeou a trajetória do artista”, explica a curadora. Milton Dacosta é um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e em museus do Brasil e do mundo.

Até 01 de julho.

BOLTANSKI NO RIO

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, exibe a primeira mostra de Christian Boltanski no país. Trata-se de “CHANCE”, exposição que o artista apresentou no Pavilhão Francês da Bienal de Veneza de 2011. Boltanski é um dos mais conceituados artistas da atualidade. Artista plástico francês, autodidata, nascido em 1944, combina a pintura, a mail-arte, o cinema, o vídeo, a performance, a instalação e a fotografia. Artista emblemático da arte experimental das últimas décadas, pondo constantemente em causa os parâmetros tradicionais da obra de arte. O artista utiliza como tema a sua vida pessoal (verdadeira ou reinventada), a memória, a identidade, a ausência, a perda e a morte. Boltanski utiliza acontecimentos e fatos históricos para compor o que ele considera o embate entre o bem o mal, o certo e o errado, o moral e o imoral. A atmosfera ambígua de “Chance” evidencia-se desde o título da exposição. “Chance”, em francês, tem uma conotação claramente positiva, de sorte e fortuna; na língua inglesa, porém, a palavra vem lembrar ao espectador que o acaso não pode existir sem a dimensão do risco. Em português, o título devolve à obra o seu sentido original – de oportunidade, de convite à reflexão sobre a existência, de um ponto de vista menos sombrio que seus trabalhos habituais. Esta readaptação do título no contexto lusófono é altamente simbólica para uma obra que tem por natureza a capacidade de se reinventar em cada nova montagem. Como destaca Jean-Hubert Martin, curador de sua primeira versão no pavilhão francês na 54ª Bienal de Veneza, ” a ambiguidade é a marca desse trabalho”.

Até 08 de julho.

ANTONY GORMLEY NO BRASIL

13/mai

O CCBB, Centro, São Paulo, SP, exibe 11 esculturas, vídeos, maquetes e fotografias de Antony Gormley, um dos mais fascinantes nomes da cena contemporânea internacional. O escultor britânico Antony Gormley esculpiu figuras humanas a partir da modelagem do próprio corpo. Agora, elas serão instaladas no Vale do Anhangabaú, São Paulo, como parte integrante de “Corpos Presentes – Still Being”, a primeira exposição individual do artista no Brasil. Antony Gormley é um dos mais célebres e conceituados escultores em atividade. Seus trabalhos exploram a relação do corpo humano com os espaços que ele habita, criando desde esculturas intimistas até megainstalações em escala monumental. A curadoria é de Marcello Dantas. Em concreto, aço inoxidável, alumínio, borracha, arame, terracota, ou até pão e cera, os supercorpos construídos por Antony Gormley são maneiras diversas de pensar as relações do homem com a Arquitetura. Depois, a exposição seguirá para o Rio de Janeiro e Brasília. Na capital paulista, estará aberta no mesmo período, “Fatos e Sistemas – Facts and Systems”, à rua Rua Agostinho Rodrigues Filho, 550, Vila Clementino, para a qual o artista desenvolveu 8 trabalhos inéditos.

Até 15 de julho.

RICARDO BECKER NA LAURA ALVIM

10/mai

Ricardo Becker, com a exposição “Projeto cisco”, abre a programação 2012 da Galeria Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra agrupa  esculturas e vídeo inéditos e a curadoria é de Fernando Cocchiarale. “Projeto cisco” baseia-se no mais invisível dos elementos: o ar. O artista se propõe a ultrapassar a fronteira de tornar visível o vento. O curador considera o título sugestivo e argumenta: “- Ciscos estão à solta e o vento pronto para levá-los aos nossos olhos. Talvez eles sejam uma das poucas maneiras de ver o vento – ainda assim, por meio de seu efeito mais incômodo, posto que compromete o ato indicial que negativamente evoca….”. A exposição começa com o vídeo de um areal, sobre o qual o vento produz desenhos. Ainda na mesma sala, um espelho gira em alta velocidade, de forma que, a imagem do espectador sofre a deformação como se ele estivesse em uma situação de ventania ou descendo de paraquedas. O próximo trabalho é uma grande escultura penetrável, de 10 metros de comprimento, que serpenteia entre duas salas da galeria. Mais duas esculturas completam a exposição. Ricardo Becker é professor do Núcleo de Escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Até 17 de junho.

SP Arte 2012

08/mai

Sob o comando dinâmico de Fernanda Feitosa, a SP Arte, volta a ocupar o prédio da Bienal de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. Sua primeira edição foi em 2005 e desde então tornou-se cada vez mais internacional atraindo em volume participações de importantes galerias estrangeiras.

 

A edição atual marca a consolidação do processo de internacionalização do evento e do mercado de arte brasileiro. De acordo com a organizadora, “…Marca também uma expansão e uma aproximação do evento junto aos museus paulistas, através da parceria inédita de troca de ingressos. Isso nunca foi feito e nem é feito no exterior. Outra coisa inédita é o nosso Laboratório Curatorial, que não existe nada igual em nenhuma feira. É quase uma oficina de curadoria promovida pela feira. Esse é um projeto educativo e profissional criado e organizado pelo curador Adriano Pedrosa”.

 

Participam nesta 8ª edição da SP-Arte, 49 galerias de São Paulo, 23 do Rio de Janeiro, 4 de Minas Gerais, 1 de Brasília,  3 do Paraná, :1 do Rio Grande do Sul, 1 de Pernambuco e 1 da Bahia; do exterior participam 8 da Espanha, 3 dos Estados Unidos, 3 da Alemanha, 3 da Argentina, 2 da Colômbia, 1 da França, 2 da Inglaterra, 1 do Peru, 2 de Portugal, 1 do Japão e 1 do Uruguai.

 

Vale conferir a nossa parceira Galeria Bergamin, São Paulo, que divide espaço com a Galeria Jean Boghicci, Rio de Janeiro.

 

Abertura no dia 09 para convidados.

Até 13 de maio.

NARA ROESLER MOSTRA JOSÉ PATRICIO

Em “A espiral e o labirinto”, exposição individual de José Patricio na Galeria Nara Roesler, Jardim Europa, São Paulo, SP, “…o artista trabalha digitalmente uma fotografia de um crânio feita em uma parede de Veneza, transformando-a em uma composição modular em tons de cinza, branco e preto”. A curadora Cristiana Tejo afirma ser esta obra um “extravasamento de sua pesquisa sobre possibilidades técnicas de exploração da lógica das combinações”. José Patricio tem utilizado o jogo de combinações, em especial os jogos de dominó, como mola mestra de numerosas obras de sua autoria, desde que em 1999 criou uma instalação para o convento de São Francisco, em João Pessoa, PB. Anteriormente, a apropriação de objetos do cotidiano já lhe interessa, como em trabalhos de 1997 e 1998 que utilizam bebês de plástico pintados de preto. “Investindo exclusivamente em pedras de dominós e confundindo o público com seus quiproquós visuais, José Patrício demonstra que a matéria mínima aliada a gestos discretos é suficiente para o fabrico de labirintos”, assinalou o crítico e curador Agnaldo Farias, em 2003. O artista tem obras suas em acervos importantes do Brasil, como o Museu Nacional de Belas-Artes, Rio, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, e prestigiadas instituições no exterior, como a Fundação Cartier, Paris. No destacado Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, José Patrício integrou a mostra coletiva “Os cinéticos”, em 2007.

Até 09 de junho.

MOSTRA CARIOCA

O MAM Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a “Mostra Carioca”, com 47 obras pertencentes ao acervo do museu. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, são apresentados trabalhos dos artistas Abraham Palatnik, Alair Gomes, Antonio Manuel, Brigida Baltar, Cabelo, Djanira, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Lygia Clark, Marcos Chaves, Oswaldo Goeldi, Paula Trope, Raul Mourão e Raymundo Colares. Em comum, o fato de pertencerem à coleção do MAM Rio e também de serem artistas que vivem ou viveram no Rio de Janeiro.  O acervo apresentado consta de obras em diferentes técnicas e suportes, como esculturas, instalações, pinturas, desenhos, fotografias e xilogravuras, dentre os quais destacam-se obras emblemáticas, como “Metaesquemas” e “Parangolés”, de Hélio Oiticica, e uma série de trabalhos de Lygia Clark, feitos em tinta automotiva sobre madeira, de 1959/1986, que foram doadas pela artista ao museu. Também em exposição nesse conjunto um desenho e duas pinturas, óleo sobre tela de Djanira, de 1944 e 1961, e duas xilogravuras de Oswaldo Goeldi. A obra mais antiga da exposição é a pintura “O Violoncelista”, de Djanira, de 1944, e as mais recentes são o objeto “Enxame de consciência”, de Cabelo, e a fotografia “Marcos Vinícios Clemente Ferreira (Negão), aos 16 anos / Começo do Baile”, da série “Os meninos do morrinho”, de Paula Trope, ambas de 2004. “A mostra não pretende “tematizar” o Rio, mas revelar o quanto a cidade foi e permanece sendo um espaço ao mesmo tempo caótico e criativo que alimentou uma vontade de arte que combina improvisação e rigor”, diz Luiz Camillo Osorio. Do final do modernismo (Djanira, Saldanha e Goeldi), passando pela transição experimental do concretismo-cinético (Serpa e Palatnik), do neoconcretismo (Oiticica, Clark) da experimentação pós 68 (Antonio Manuel, Colares e Gomes) e chegando ao momento contemporâneo (Mourão, Cabelo, Baltar, Chaves e Trope) uma espécie de espírito carioca perpassou – consciente ou inconscientemente – a criação artística local, potencializando sua articulação e penetração global.

Até 20 de maio

BARSOTTI NO RIO

07/mai

 

A Galeria 1 da Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Hércules Barsotti Além do Olhar”, breve retrospecto da obra do artista neoconcreto. Sob curadoria de Cláudia Lopes e contando com o apoio do crítico de arte Enock Sacramento, foram reunidas trinta serigrafias, doze coloridas e dezoito em preto e branco, nas quais destacam-se as formas geométricas e linhas angulosas características do movimento concretista. Nenhuma das obras em exposição possui indicação de título ou data, as impressões, foram feitas pelo editor de gravuras Pedro Paulo Mendes, amigo de Barsotti, todas produzidas nos cinco últimos anos da vida do artista. Grande parte das criações escolhidas foi desenvolvida a partir de pinturas assinadas por ele ao longo da carreira, as produzidas em preto e branco pertencem aos anos 50 e 70 e as coloridas às décadas de 80 e 90. Nos anos 30, o artista formou-se em Química Industrial, porém já havia iniciado sua formação artística e seu primeiro mestre foi o pintor ítalo-brasileiro Enrico Vio. Barsotti tornou-se um dos maiores expoentes do concretismo brasileiro e mesmo sendo paulista de nascimento, acabou aliando-se ao Grupo Neoconcreto, no Rio, a convite do poeta Ferreira Gullar, na década de 60.

Até 17 de junho.

MÓVEL MODERNO BRASILEIRO

05/mai

Capa

Organizado por Marcelo Vasconcellos e Maria Lucia Braga, com apoio da FGV Projetos e editado pela Aeroplano, o livro  “Móvel Moderno Brasileiro”, busca manter vivo o registro de um período do design moderno brasileiro, hoje reconhecido  internacionalmente. A publicação, com texto bilíngue português / inglês, apresenta o registro de mais de 250 imagens de móveis e seus criadores, mostrando a contribuição dos precursores do design brasileiro através de nomes como Lucio Costa, Gregori Warchavchic, Flávio de Carvalho, Giuseppe Scapinelli, Jean Gilon, Geraldo de Barros, Branco& Preto, Abraham Palatnik, Martin Eisler, Carlo Hauner, Sergio Rodrigues, Anna Maria e Oscar Niemeyer, Sérgio Bernardes, Bernardo Figueiredo e Zanini de Zanine. A edição é uma narrativa sobre a história desse período.

Lançamento: 09 de maio, 19h, Books Livraria (Galeria UNIBANCO ARTEPLEX), Praia de Botafogo, 316, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ.

REUNIÃO DE CONCRETOS E POP

30/abr

A Galeria Berenice Arvani, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a exposição coletiva temática sob o título “Do Concretismo ao Pop – anos 50, 60 e 70″ organizada por Celso Fioravante. A mostra passa em revista, de maneira informal, três décadas que são referência para diferentes matrizes da arte brasileira, os anos 1950, 60 e 70, reunindo pinturas em acrílica e óleo, serigrafia, guaches, aquarelas, fotografias e desenhos. A mostra apresenta trabalhos assinados por Arnaldo Ferrari, Alberto Teixeira, Antonio Maluf, Danilo Di Prete, German Lorca, Hércules Barsotti, Günter Schroeder, Hermelindo Fiaminghi, Irmgard Longman, Ivan Serpa, João José Costa, Judith Lauand, Lothar Charoux, Lygia Pape, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto, Raymundo Colares, Rubem Ludolf, Rubem Valentim e Rubens Gerchman. “Essa reunião de obras evidencia não somente as tendências do período, mas suas rupturas internas e continuidades também observadas na produção das gerações seguintes”, enfatiza o curador Fioravante. A realização dessa mostra na Galeria Berenice Arvani se inscreve no trabalho contínuo de promoção e também de resgate de diferentes produções de matriz construtiva de artistas brasileiros. Desde 2006, a galeria vem sistematicamente trabalhando artistas de importante expressão como Alberto Ferrari, Antonio Maluf, João José da Costa, Judith Lauand e Rubem Ludolf através de mostras individuais, coletivas e também em feiras nacionais e internacionais.

De 06 de maio a 08 de junho.