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AGENDA CULTURAL

Carlos Bevilacqua na Fortes Vilaça

Em sua nova exposição na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, Carlos Bevilacqua apresenta três novos trabalhos que refletem sobre o exercício do fazer artístico, do conhecimento e da memória. As esculturas em madeira e aço possuem uma escala maior, inédita em sua trajetória, e revelam um imbricado sistema de relações simbólicas.

 

Carlos Bevilacqua articula aspectos elementares da escultura através de sínteses onde tensão, equilíbrio e espacialidade tornam-se questões latentes. Sua pesquisa, porém, não é puramente formalista; trata-se de uma plataforma para discutir temas fora do espectro racional, indo em direção ao existencialismo e à metafísica. Nesse sentido, o título da mostra, “Let it Go”, torna-se uma declaração de leveza, ao passo que indica o caminho da percepção poética.

O trabalho central, “O Inexorável Caminho do Saber”, é composto por três peças de madeira sobre rodas, cada qual com um arco de aço carbono sobre si, que o artista denomina de “veículos de transcendência”. Eles são alinhados sobre um rastro de papéis em branco, dispostos aleatoriamente no chão. O artista esboça aí relações entre a escrita e a memória, partindo das considerações que Freud descreveu no artigo “Uma nota sobre o bloco mágico” (1924).

 

Na parede ao fundo da galeria, a obra “Geometria Muda” lida com formas geométricas rudimentares – ponto, linha, circunferência e triângulo. Bevilacqua ordena esses elementos no espaço vazio fazendo com que, apesar de estática, a obra possa sugerir movimento. Trata-se de um estado permanente de porvir, uma tensão enigmática sobre a matéria inerte da escultura.

 

Em “Ponte do Isolamento”, uma complexa estrutura de madeira e aço configura uma ponte sem fim que, por não ligar um lugar a outro, conecta apenas a si mesma. Duas vigas são suspensas entre duas colunas, tensionadas no meio por uma peça de madeira e aço; essa armação é repetida transversalmente em duas outras pontes de menor escala que, por sua vez, se ligam por uma outra em redução. Ao mesmo tempo que sugere um eterno recomeço, o trabalho atua como metáfora da solidão.

 

 

Sobre o artista

 

Carlos Bevilacqua nasceu no Rio de Janeiro em 1965, cidade onde vive e trabalha. Dentre suas exposições individuais, destacam-se as mostras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2000, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1992. Suas mostras coletivas incluem participações em: “Desejo da forma”, Akademie der Künste ,Berlim, Alemanha, 2010; “Um Mundo Sem Molduras”, MAC-USP, São Paulo, 2009. Sua obra está presente em importantes coleções, como: Instituto Inhotim, Brumadinho, MG; MAM Rio de Janeiro, MAC-USP, São Paulo, entre outras. Um catálogo da exposição será lançado neste ano com texto da curadora holandesa Carolyn Drake.

 

 
De 21 de maio a 20 de junho.

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