Na fachada do Oi Futuro

29/out

O “Grande Campo”, projeto de arte pública do Oi Futuro no Centro Cultural do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, ganhará uma obra de Suzana Queiroga, artista conhecida por seus guaches acompanhados de versos que formam poemas visuais. No que a artista chama de “gigantesca folha de papel”, foram desenhados os versos “Me apequeno/ Voo/ Me separo/ Vento” sobre uma imagem do mar, dos ventos e do ar. O projeto tem relação direta com a série de desenhos “Livro do AR”, apresentada em 2013, no MAC, em Niterói, onde Suzana Queiroga reflete sobre o último voo do pai, morto em um desastre aéreo quando a mãe estava grávida da artista. A curadoria é de Alberto Saraiva.

 

 

A palavra da artista

 

“Foi como dar um salto radical do intimismo da pequena folha de papel para a escala urbana”, resume a artista sobre este trabalho.

 

 

A partir de 04 de novembro.

Joana Cesar na Athena

23/out

Joana Cesar abre mostra na Galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. A artista tornou-se conhecida pelas inscrições ilegíveis, ou seja, seu alfabeto particular de símbolos, e agora apresenta nova série de (dez trabalhos) inéditos na exposição “Nome”, cuja curadoria traz a assinatura de Ivair Reinaldim.

 

Trazendo novidades em seu processo de criação, Joana conta que os suportes se parecem cada vez mais com caixas do que com quadros. As laterais estão ficando mais altas e essa mudança acontece por conta da relação de Joana com a construção do próprio trabalho, cada vez mais afastado da pintura e caminhando na direção da escultura em seu processo de colagem e pintura sobre madeira. Outro momento é que a artista não usa mais pincéis e trabalha apenas com as mãos, panos, algumas trinchas, rodos e lixas. “Sigo em busca de trazer à tona uma memória – que não vem; mas parece querer chegar”, diz ela.

 

Joana Cesar já conquistou colecionadores, participa de feiras como a Art Rio, SP Arte, Art Miami e será lembrada por ter produzido seu dialeto na perimetral do Rio, antes de ter sido historicamente derrubada. A mostra reúne um conjunto de trabalhos recentes e inéditos, concebidos a partir de sobreposições de camadas de papeis retirados de outdoors e muros da cidade, assim como de imagens pessoais ou ligadas ao universo íntimo da artista. No espaço da tela, memórias reais e inventadas, claras e imprecisas, atravessam-se, aproximam e se afastam, através da ação intermitente de Joana.

 

Ao nos depararmos com esses objetos, podemos concluir: aquilo que é visível aos olhos encontra-se apenas na superfície da tela. Para o curador da exposição, Ivair Reinaldim, o  gesto da artista é o de uma arqueóloga à avessas, que, ao invés de cavar, provoca o soterramento dessas imagens, histórias e memórias. No entanto, ao promover o apagamento literal das camadas subjacentes de cada trabalho, a artista metaforicamente as escava em busca dos significados mais profundos contidos nesses elementos e em seu processo.

 

O ato de nomear está relacionado ao processo de construção de sentido. Pensar em um nome não é apenas definir como designar algo, mas dar significado a certos significantes – imagens, traços, lapsos, memórias –, a partir da importância que estes passam adquirir no momento em que aparecem e desaparecem. O processo de produção dos trabalhos de Joana Cesar guarda uma relação simbólica com a gestação, com a formação de algo que procura vir ao mundo à procura de um nome.

 

 

Como tudo começou:

 

Um trecho da mureta da via expressa que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca apareceu coberto de inscrições ilegíveis numa manhã do ano passado. Era uma sequência de símbolos, pintados em tinta branca, que ocupava toda a altura do muro. Estendia-se por mais de 100 metros e tinha quase 400 sinais compridos e estreitos. Vários deles eram repetidos, o que sugeria tratar-se de um alfabeto. As letras tinham ângulos retos e poucas curvas. Algumas lembravam a escrita latina – era possível identificar um I, um X, um Y espelhado, um U de ponta-cabeça. Não havia espaço que delimitasse as palavras. Se aquilo fosse mesmo uma mensagem, era incompreensível. Inscrições semelhantes haviam sido deixadas em muros e viadutos da Gávea, da Lagoa, do Leblon e bairros adjacentes. Há mensagens escritas no alfabeto enigmático num acesso ao túnel Rebouças, no muro de uma escola e na frente do Jardim Botânico. Entre grafites e pichações, os escritos de Joana costumam ficar na parte de cima de muros altos e outros lugares improváveis.

 

No início eram inscrições pequenas.  À medida em que Joana ganhava confiança, aumentou a frequência das saídas para escrever os relatos cifrados. Ela produz suas próprias tintas. Mistura pigmento em pó, cola e água na proporção adequada à superfície que escolhe. Sai para pintar de carro ou bicicleta, e leva galões, rolos e cabos extensores de tamanhos variados. Hoje, prefere ficar nas proximidades da sua casa, na Gávea, “porque sou mulher e pinto sozinha”, afirma. A artista começou a escrever quando era adolescente, por conta da dificuldade de se expressar. “Foi nessa época que inventei o código. Ele servia apenas para eu poder manter um diário sem o risco de o meu irmão mais velho ler, onde eu relatava meus sonhos e minhas paixões”, diz Joana.

 

Quando começou a produzir seus códigos através da arte, no ateliê, que dividia com sua mãe, também artista plástica, ficou com vontade de ir para a rua e mostrar seus textos. Mas não venceu a timidez: preferiu se expor de modo incompreensível, recorrendo ao alfabeto secreto que concebera na puberdade.

 

 

De 06 de novembro a 13 de dezembro.

O pop Ron English no Brasil

21/out

A exposição denominada “Ron English – Do estúdio para a rua” apresenta 110 obras do polêmico artista contemporâneo, que definiu seu estilo como POPaganda, na Caixa Cultural, Galerias 2 e 3, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Misturando referências do cenário pop, da história da arte, da propaganda, dos quadrinhos e da música, a mostra expõe pôsteres, quadros, murais e fotografias do americano, além de um documentário.

 

Conhecido por suas intervenções em outdoors e suas obras provocativas que misturam publicidade com cultura pop americana, Ron é um dos três grandes nomes do Surrealismo Pop, ao lado de Robert Williams e Mark Ryden, e um dos mais importantes da arte contemporânea. É considerado um dos criadores da street art e das intervenções urbanas.

 

O artista criou uma obra especialmente para a exposição brasileira. Trata-se da imagem de uma borboleta sul-americana, que expressa sua admiração pelos valores e belezas do ecossistema do continente e como ele afeta todo o planeta. O trabalho faz referência ao “efeito borboleta”, fenômeno sobre grandes consequências causadas por pequenas mudanças.

 

Em paralelo à mostra, será exibido o documentário “POPaganda: The Art and Crimes of Ron English”, dirigido pelo espanhol Pedro Carvajal. O filme exibe o processo criativo do artista e mostra como são instaladas suas obras em outdoors não autorizados. O documentário explora, também, a paixão de Ron English em fazer com que as pessoas pensem mais sobre a relação entre a sociedade e o consumo.

 

 

De 21 de outubro a 21 de dezembro.

Toz no Art Rua

10/set

A terceira edição da Art Rua acontece no Centro Cultural Ação da Cidadania, na região portuária do Rio de Janeiro, ocupando uma área total de 14.000 m². Com trabalhos inéditos de diversos artistas brasileiros e estrangeiros, estimando receber cerca de 30 mil pessoas durante os três dias de programação, a feira, comandada por André Bretas, tem como objetivo apresentar ao público carioca as galerias que trafegam neste meio, e neste ano conta com a participação de 20 galerias nacionais e internacionais.

 

Entre os artistas estão sete grafiteiros que pintarão sete murais gigantes (os maiores já feitos pelo Art Rua) A curadoria foi feita pelo Instagrafite, uma das maiores redes colaborativas de arte urbana do mundo, que acaba de alcançar a marca de um milhão de seguidores. Entre esses grafiteiros estão apenas dois brasileiros, os dois representados pela carioca Galeria Movimento, no Rio, que tem à frente o marchand Ricardo Kimaid. Ricardo desde 2006 aposta na arte urbana e lançou artistas como o darling Toz e Ramon Martins, os selecionados para esta mostra. Ricardo terá o maior estande da feira, com 45 m2, e ainda lançará uma linha assinada por Toz, especialmente para a ocasião: “Vamos levar múltiplos com tiragens limitadas dos chamados prints, que são impressões produzidas por Toz com valores bem mais enxutos do que os vendidos na galeria”, afirma Ricardo. A intenção é que todos possam levar para casa uma obra do artista que começou com a arte de rua e hoje estampa grandes coleções de arte.

 

 

 

De 11 a 14 de setembro.

Diálogos, mostra de artistas representados

08/ago

Com o objetivo de mostrar ao público as produções mais recentes de seus principais artistas representados, Filipe Masini, à frente da Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de janeiro, RJ, abre, dia 12 de agosto, a exposição “Diálogos”. A coletiva apresenta 12 trabalhos de artistas que vem chamando a atenção no cenário da arte contemporânea como o irreverente Alexandre Mury e suas produções, Yuri Firmeza, Joana Cesar e seu dialeto, Eduardo Masini, André Griffo e o artista urbano Zezão, um dos expoentes da urban art brasileira, distribuídos nas técnicas de fotografia, pintura, escultura e instalação.

 

 

De 12 de agosto a 05 de setembro.

Cultura visual urbana

18/jul

Grafite e intervenção urbana são dois dos mais badalados fenômenos de cultura e de contracultura mundial. Este dois fatores têm encontro marcado na Onda Carioca, CasaShopping, Barra da Tijuca, RJ. São obras inéditas de seis artistas contemporâneos – Antonio Bokel, Joana Cesar, Mario Brands, Marcelo Macêdo, Pedro Sanchez e Piá (Marcio Ribeiro). Todos eles, de relação muito próxima com a arte urbana do Rio de Janeiro, criarão suas obras diretamente no local.

 

A mostra tem curadoria da Vanda Klabin. Cada artista terá liberdade para trazer as suas diversas soluções visuais, as técnicas que usam e suas múltiplas observações estéticas. “Eles vão reproduzir aquilo que os consagrou no cenário nacional: as suas trajetórias, registradas nos muros da cidade, que mostraram, ao longo dos últimos anos, uma natureza efêmera e transitória, com associações, afinidades, ou oposições entre as suas mais diversas formas de linguagem e de técnicas”, diz Vanda Klabin.

 

“A arte de rua e o grafite questionam o espaço público e exercem um papel importante no ambiente visual cultural no cenário urbano”, diz Francisco Grabowsky, diretor geral do CasaShopping. Para ele, a criação desse espaço no CasaShopping é uma marca poética na memória pública da cidade. “É uma forma de demonstrar a importância da iniciativa privada no circuito cultural e no incentivo da produção da arte contemporânea”, explica.

 

 

A partir de 19 de julho.