Novo espaço na Simone Cadinelli

13/mar

Quando abriu a exposição “A vulnerabilidade da solidez”, com uma instalação inédita da artista carioca Isabela Sá Roriz, em uma edificação que estava desocupada ao lado, Simone Cadinelli Arte Contemporânea passa a ocupar mais um espaço – o terceiro – na vila situada na Rua Aníbal de Mendonça, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

 

Apostando na relação entre arte/arquitetura/urbanismo, e assim reverberando as discussões provocadas pela escolha da UNESCO de o Rio de Janeiro, este ano, ser a Capital Mundial da Arquitetura – por conta da realização em julho do Congresso Mundial de Arquitetura – Simone Cadinelli convidou Isabela Sá Roriz para fazer esta intervenção. Com materiais compostos por polímeros (macromoléculas) de diferentes densidades, como cera – principalmente de abelha – látex e silicone, a artista investiga estratégias de potência e intensidade dos corpos, diante das tentativas de controle das percepções.

 

“Já que nossa sociedade é uma construção disforme, e que passamos por vários processos autoritários de formatação, quis apresentar distorções de corpos, fluxos, insubordinações de materiais, o disforme enquanto potência, em contraposição e tensão, às contenções geométricas e aos processos de formatação”, explica Isabela Sá Roriz. A artista quis propor uma diferente relação do corpo e a espacialidade, “com potência e intensidade”. “A cera, com uma densidade diferente, um sólido maleável, geométrico, apresenta uma estrutura de formatação, mas ao mesmo tempo é um material que está contido, na imanência de derreter, de sair, escorrer. É, portanto, uma solidez temporária, capaz de ser transformada”, diz.

 

O trabalho parte de um questionamento da artista: “Como resistir à autoridade das formas?” Ela se interessa em discutir “a borda entre corpo e espaço e a permanente troca e produção de conhecimento entre eles”. “Portamos os espaços que habitamos no corpo, na carne, assim seus processos de formação seguem conosco”.

 

O crítico João Paulo Quintela, no texto que acompanha a exposição, afirma que “a melhor das pretensões é a instabilidade”. “A escultura não funciona aqui como categoria mas como um estado. Desimpedido, solto e escorrido. A reiteração de um estado frugal dos sólidos. O molde não serve à artista como ferramenta de compressão mas sim de transbordamento. Se por um lado o molde oferece ao material um lugar para acoplar-se, por outro a dinâmica proposta pela artista favorece a superação do espaço ofertado. A forma se dá em relação com o molde e não por determinação dele”, observa.

 

Para Simone Cadinelli, “as intervenções urbanas e a arquitetura proporcionam mudanças significativas e renovação de espaços em diversas escalas nas ruas, bairros e cidades”. Com a iniciativa, ela pretende “dar um novo sentido, experimentar algo que proporcione uma mudança positiva, assim como a arte tem o poder de se manifestar”.

 

Sobre a artista

 

Isabela Sá Roriz nasceu em 1982, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Artista visual, mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ (2012), onde por quatro anos foi professora temporária no curso de Artes Visuais/Escultura da Escola de Belas Artes. Ganhou o primeiro lugar na XX Bienal de Santa Cruz de La Sierra, em 2016, e foi finalista do III Prêmio Reynaldo Roels Jr., em 2018, e selecionada para o programa de imersões artísticas, ambos na EAV Parque Lage, em 2019. Participou do Programa Incubadora Furnas Sociocultural, que abrigou e investiu em artistas plásticos emergentes. A artista participou de mostras no Brasil e no exterior em importantes espaços culturais, como: Fundação Eugênio de Almeida, em Évora, Portugal, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Solar dos Abacaxis, Museo de Arte Contemporáneo de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A construção de alguns de seus trabalhos evoca instabilidades físicas para desestabilizações ideológicas, propõem uma ação confrontadora diante de perspectivas dominantes e resignações pessoais, construindo pequenos “ataques” subjetivos, apontamentos poéticos, entendendo também a impermanência de sua temporalidade. Assim, “a instância política é poética, e entendo o espaço como uma categoria produtiva, um acontecimento, o local das transformações sociais e não um fundo à priori homogêneo ou heterogêneo, onde as ações se estabelecem”. Ganhou as bolsas de pesquisa Formação Deformação – Qualquer Direção fora do centro, na EAV Parque Lage, 2018; Capes (Mestrado), 2011; e Iniciação Artística e Cultural, UFRJ (Graduação), 2006 e 2007.

 

A exposição fica em cartaz até o dia 04 de abril.

 

Como olhar para trás”, na Z42 Arte

A exposição – coletiva temática – “Como olhar para trás”, com obras inéditas das artistas Ilana Zisman, Maria Amélia Raeder, Mariana Sussekind e Priscila Rocha, ocupam todo o espaço expositivo da Z42 Arte, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Fernanda Lopes, a mostra traz o tema da memória, em diferentes aspectos, através de obras produzidas em diversos suportes, como fotografia, instalação, desenho, pintura e objeto. “A exposição apresenta possibilidades de estudo sobre a memória: memória como invenção, como tornar presente algo que está ausente, como reconstrução de algo que ficou, que é presença, e também o que sobrou da memória de algo que não se conhece. Muitas vezes a memória aparece como rastro, como pista, como insinuação”, diz a curadora Fernanda Lopes. A ideia da mostra surgiu a partir de um grupo de estudo das artistas com a curadora. Ao longo de seis meses, elas se encontraram para discutir seus trabalhos e questões relacionadas a eles e identificaram que todas vinham, mesmo que de formas diferentes, tratando sobre o tema da memória em suas produções.

 

Percurso da exposição

 

No hall de entrada do casarão de 1930 que abriga a Z42 Arte estará uma única obra: “Museu de História (Des)natural” (2019), da artista Priscila Rocha, composta por uma mesa de mármore com peças em gesso dispostas como se estivessem em uma vitrine de museu, inclusive com legendas descritivas. “A ideia da construção da memória está presente nesse trabalho, onde faço uma brincadeira entre a ficção e a realidade”, diz a artista. Nesta vitrine, estará um pedestal construído com imagens de soldadinhos, um brinquedo comum da infância, fundidos, quase irreconhecíveis; um retângulo de gesso que lembra um campo de batalha e pequenas peças, também com a imagem dos soldadinhos, muitas delas em pedaços, com a legenda “flashes”, como se fossem flashes de memória. “Pelo fato de serem facilmente reconhecidos e reproduzidos em diversas culturas, localidades e épocas, pensei nas imagens e significados destes brinquedos como memória de infância e a relação desta com o espaço. Inevitavelmente pensei na banalização da guerra, nas condecorações, nos motivos levianos, na relação com o consumo, nas indústrias que ela alimenta e é alimentada, chegando novamente na indústria do brinquedo e nos brinquedos de guerra e como a questão da memória e do esquecimento é articulada neste ciclo no qual a brincadeira se insere”, conta Priscila Rocha.

 

As quatro salas seguintes serão ocupadas cada uma por uma artista. Na primeira delas, à direita, estarão obras de Ilana Zisman, como “Arquivo 1”, da série Lavagem ou Taharah (ritual judaico pelo qual o corpo passa antes de ser enterrado, que respeita e dignifica o corpo), que mede 170cm X350cm e é composta por vários pedaços de papel de seda tingidos de tons de vermelho, colocados uns sobre os outros. “As unidades podem remeter à vida ou à morte”, explica a artista, que tinge cada um dos papéis manualmente. A curadora Fernanda Lopes ressalta que “os trabalhos têm uma forte presença física, mas, ao mesmo tempo, são feitos com materiais frágeis que nos remetem à ideia de sofrimento, por estarem amontoados e terem a cor vermelha, que nos lembra o sangue, a carne”. A pesquisa da artista parte de uma busca sobre a história de sua família, que viveu o holocausto, mas cujos registros são poucos, e seu trabalho fala sobre “aqueles que foram privados da sua história, que a tiveram eliminada pela violência e pelo esquecimento”. “Apesar do tema, a obra pode ser enquadrada no sofrimento de muitas minorias”, acrescenta a curadora.

 

Na parede oposta a essa grande obra estarão três pinturas feitas sobre camadas de papéis vegetais, que são transparentes. “Esses trabalhos trazem outro aspecto da minha pesquisa, que fala que o passado não pode ser olhado como foi. Ele é nebuloso e sua opacidade traz a não certeza ou evidência do que aconteceu. Utilizando um papel translucido e colocando-os sobrepostos, tento falar de como não se consegue ver as capas do tempo, porque parece uma coisa só. Coloco as formas em diálogo. Não se pode mudar o passado- no meu processo, recolho os restos e experimento como eles podem chegar no presente”, explica a artista.

 

Com trabalhos voltados, nos últimos anos, para o jornal como objeto central de investigação, Maria Amélia Raeder apresentará, na sala seguinte, a grande instalação “Estratégia para permanecer” (2019), com 320 desenhos feitos em nanquim sobre papel vegetal, “reproduzindo” uma imagem que foi publicada no jornal The New York Times. Os desenhos são feitos a partir de um método desenvolvido por ela que permite a criação de infinitos percursos dentro da mesma imagem. “Parece o percorrer de um labirinto, só que ao invés do objetivo do percurso ser encontrar uma saída, a intenção é manter-se nele o maior tempo possível”, explica a artista, que ressalta, ainda, que “o resultado desse exercício de permanência não pretende ampliar a visualidade da imagem nem sua comunicação; acaba, talvez, apenas por reforçar a invisibilidade das imagens jornalísticas – sua vocação ao esquecimento”, afirma a artista.

 

A folha de jornal onde a imagem foi publicada orginalmente estará exposta, mas com as imagens e os textos recortados, apenas deixando visível a legenda da foto. “Os desenhos resultantes deste processo contêm, cada um, o rastro de um percurso diferente. O mistério que há no rastro instiga um olhar mais atento e investigativo. Não mostro a imagem original porque a intenção é proporcionar ao espectador uma pausa investigativa, um alargamento do tempo de permanência no trabalho”, diz Maria Amélia Raeder. No corredor ao lado, a mesma pagina de jornal estará reproduzida quatro vezes, mas com as imagens cobertas pelas cores utilizadas na padronização da reprodução da imagem pelo jornal.

 

Seguindo o percurso da exposição, chega-se na sala com as obras de Priscila Rocha, que além da vitrine no hall de entrada da Z42, apresentará pinturas, objetos e instalações também partindo da imagem dos soldadinhos de brinquedo. Marcas de pegadas desses soldados aparecem na pintura “Valsa ensaiada” (2019) e bonecos e pedaços de mármore fragmentados estão em “Favor não brincar” (2019). Em sua pesquisa sobre os soldadinhos, Priscila Rocha chegou na folha de acanto e na memória histórica que ela carrega. “Há diversos significados ao longo do tempo, como se entrelaçou com o militarismo e como se disseminou como estética ornamental apagando seus significados históricos”, afirma. Com isso, serão expostos desenhos em que a folha de acanto aparece, além de um livro de artista com o contexto histórico, além de uma linha do tempo explicativa (como normalmente há em museus históricos). Por coincidência, as grades de ferro das portas de sala que será ocupada pela artista possuem folhas de acanto, assim como as sancas em gesso. A artista instalará, ainda, um papel de parede com imagens dessas folhas na sala.

 

No último salão expositivo, estarão os trabalhos de Mariana Sussekind que acompanhou, ao longo de nove meses, o desmonte de um apartamento após a morte de sua proprietária. Sessenta fotografias desse processo irão compor a instalação “No dia que tiraram os lustres”, uma “pesquisa sobre o processo de olhar para trás, reolhar, descartar e preservar”, conta a artista. “Mariana fotografou o apartamento compulsivamente, com luz natural, sem interferência. As fotos, de tomadas diferentes e até algumas repetidas, serão montadas de forma instalativa, como se estivesse montando um filme, destacando como a memória é montada”, afirma a curadora Fernanda Lopes.

 

A instalação conta com um áudio ambiente, que ajuda a construir a ideia de memória e de passado. “São tempos distintos e desorganizados que criam uma narrativa lacunar onde o espectador é convidado a construir sua própria montagem. Uma grande história em andamento, mas que nunca dará conta de traduzir o que foi”, afirma Mariana Sussekind.

 

Sobre as artistas

 

Ilana Zisman Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Psicologia na Universidade Santa Úrsula-RJ, fez cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Filosofia e Arte Contemporânea na PUC-Rio, Processo Criativo com Charles Watson e curso de Especialização em saúde mental no Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Desenvolve, desde 2015, uma pesquisa artística através do que chama “tecnologia do fragmento”, na tentativa de reconstruir uma memória do inenarrável e do silêncio. Investiga como materiais que remetem às histórias podem ser utilizados para acessar um passado fraturado no tempo.

 

Maria Amélia Raeder Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Possui Pós-graduação em Arte e Filosofia pela PUC-Rio, especialização em artes pelo The Art Institute of Houston-USA e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Bennett-RJ. Fez cursos livres na The Glassell School of Art (Houston-USA), na Associacion Estimulo de Bellas Artes (Buenos Aires-AR), na EAV-Parque Lage, na Escola Sem Sitio, no Paço Imperial, no Ateliê Mundo Novo, de Charles Watson, e participou do Laboratório de Estudos em Arte Contemporânea de Frederico Carvalho – UFRJ (RJ-Brasil). Pesquisa as camadas de significação das imagens, em especial na produção de sentido das imagens nas mídias de comunicação.

 

Mariana Sussekind Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Comunicação Visual pela PUC-Rio, pós-graduada em Fotografia na UCAM e em Cinema Documentário na FGV, com mestrado em Comunicação e Estética na ECO-UFRJ. Desde 2001 trabalha com montagem de cinema e vídeo se aprofundando em vídeoarte e documentário e leciona teoria e prática de montagem em cursos de cinema. Através da experimentação, do descontrole das imagens, e de uma angustiante observância do tempo, a artista mergulha no território feminino, onde seu corpo é a medida, a forma justa de suas possibilidades no agora.

 

Priscila Rocha Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Pós-graduada em história da arte e da arquitetura pela PUC-Rio, frequentou durante sua formação cursos do Parque Lage, no Rio de Janeiro, no Instituto Tomie Othake e na FAAP, em São Paulo. Pesquisa as relações dos vestígios do tempo no espaço e como o homem se relaciona com eles. Busca encontrar nessa memória espacial, elementos que possam ser apreendidos e ressignificados artisticamente por técnicas distintas, sublimando a experiência desapropriada.

 

Sobre a curadora

 

Fernanda Lopes vive e trabalha no Rio de Janeiro. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da UFRJ, Fernanda Lopes atua como Curadora Assistente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É organizadora, ao lado de Aristóteles A. Predebon, do livro Francisco Bittencourt: Arte-Dinamite (Tamanduá-Arte, 2016), e autora dos livros Área Experimental: Lugar, Espaço e Dimensão do Experimental na Arte Brasileira dos Anos 1970 (Bolsa de Estímulo à Produção Crítica, Minc/Funarte, 2012) e “Éramos o time do Rei” – A Experiência Rex (Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, Funarte, 2006). Entre as curadorias que vem realizando desde 2008 está a Sala Especial do Grupo Rex na 29ª Bienal de São Paulo (2010). Em 2017 recebeu, ao lado de Fernando Cocchiarale, o Prêmio Maria Eugênia Franco da Associação Brasileira dos Críticos de Arte 2016 pela curadoria de exposição Em Polvorosa – Um panorama das coleções MAM-Rio.

 

De 12 de março a 11 de abril.

 

Josafá Neves e a Mitologia afro

10/mar

Exposição de Josafá Neves encontra-se em exibição no Museu Nacional da República, em Brasília, DF, trazendo reflexões sobre arte, religião e origens. Mostra inédita na capital do país, a exposição “Orixás” provoca o olhar do público em relação à História da Cultura Africana Brasileira, um convite para mergulhar na história do negro em nosso país, transformada em obra de arte através de esculturas, pinturas e instalações. O trabalho do artista transcende às últimas duas décadas e tem inspirado gerações, agregando grande valor à arte contemporânea. “Orixás: geometria, símbolos e cores” alude à última fase em que se encontra o trabalho do brasiliense Josafá Neves. Pesquisando a mitologia iorubana ele busca soluções estéticas, símbolos e cores pertinentes a cada um dos 16 orixás estudados à exercícios geométricos que permitam aproximações com uma dimensão simbólica. A curadoria da exposição é assinada por Marcus de Lontra Costa, crítico de arte e curador.

 

Segundo Nelson Inocêncio, professor de artes visuais da Universidade de Brasília, “…o trabalho de Josafá Neves nos remete às poéticas de outros artistas afro-brasileiros que produziram suas obras com base nas mitologias africanas”. Ele mesmo admite a influência de Rubem Valentim na elaboração de seus emblemas alusivos a várias divindades do panteão iorubano. A arte de Josafá não se restringe a este diálogo com o mestre, mas também se espraia, permitindo que estabeleçamos aproximações com as poéticas de outros de artistas como Emanoel Araújo, do mineiro Jorge dos Anjos e do carioca-brasiliense Olumello. Sua pintura tem como peculiaridade as pinceladas negras, as quais expressam com firmeza seus sentimentos em traços distintos. A prática da pintura para o artista é de um valor incontestável e efetivo. Preparando as telas de forma paternal e zelosa, peculiarmente pinceladas na cor preta, atinge as mais íntimas emoções dos expectadores em seus 24 anos de dedicação integral ao ofício das artes.

 

A palavra do curador

 

As obras produzidas por Josafá Neves para essa exposição revelam a potência de imagens desprezadas pelo discurso oficial. Aqui não há espaço para acomodações, discursos conciliatórios, não há a busca em criar uma falsa ideia de harmonia e integração social num país majoritariamente formado por mestiços, filhos do estupro de mulheres negras por parte do homem branco, afirma Marcus de Lontra Costa.

 

Sobre o artista

 

Artista autodidata nascido em Gama, Brasília – DF, em 1971. Josafá Neves começou a desenhar aos cinco anos de idade nas calçadas e ruas onde morava. Mudou-se para Goiânia com sua família aos sete anos e foi nesta cidade, desde 1996, que Josafá Neves passou a se dedicar integralmente às artes plásticas. Artista com trajetória e reconhecimento internacional, participou de diversas exposições individuais e coletivas, em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Goiânia, Havana/Cuba, Caracas/Venezuela, Paris /França e USA.

Até 29 de março.

 

 

Acontece no MAR

18/fev

O Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, conquistou, – em seis anos de existência -, um lugar ímpar na programação cultural carioca.

 

O Rio dos Navegantes

 

A exposição faz uma abordagem transversal da história do Rio de Janeiro como cidade portuária, apresentando as diversas vozes dos povos que desde o século XVI passaram, aportaram e aqui viveram. A mostra apresenta cerca de 550 obras de artista como Ailton Krenak, Antonio Dias, Arjan Martins, Carybé, Floriano Romano, Guignard, Kurt Klagsbrunn, Rosana Paulino e Virginia de Medeiros. Evandro Salles é o idealizador e curador e Francisco Carlos Teixeira, o consultor histórico. Também assinam a curadoria e a pesquisa Fernanda Terra, Marcelo Campos e Pollyana Quintella.

Até março de 2020

 

Pardo é Papel

 

A individual do artista Maxwell Alexandre reafirma a vocação que o Museu de Arte do Rio conquistou em seis anos de existência: enfrentar o espelho, se reconhecer, escutar, afirmar o que interessa e prosseguir. Aos 29 anos, o jovem carioca retrata em sua obra uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir de sua vivência cotidiana pela cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside. Com obras no acervo do MAR, Pinacoteca de São Paulo, MASP, MAM-RJ e Perez Museu, Maxwell apresenta “Pardo é Papel” no Brasil após levar sua primeira exposição ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França.
Até maio de 2020

 

UÓHOL, de RAFAEL BQUEER

 

Interessado em questões que perpassam o corpo e as discussões de decolonialidade, gênero e sexualidade, o jovem artista transita entre linguagens como a performance, o vídeo e a fotografia. A mostra, em cartaz na Biblioteca MAR, joga com o sobrenome do ícone pop norte-americano Andy Warhol (1928-1987) e o termo “Uó” – gíria queer e popular para designar algo ou alguém irritante ou de mau gosto.
Até abril de 2020.

Encontro com Yuko Mohri

17/fev

Construída por meio de conversas e relações, a 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, busca se expandir no espaço e no tempo por meio de exposições e eventos em curso até setembro de 2020 – muitos em colaboração com outras instituições da cidade. Na Oficina Cultural Oswald de Andrade serão realizados encontros públicos com artistas e curadores convidados, onde será possível conhecer suas pesquisas, discursos e práticas artísticas em proximidade e diálogo.

 

Sobre a artista

 

Yuko Mohri nasceu em 980, Kanagawa, Japão. A artista produz instalações compostas por elementos mecânicos vindos de utensílios domésticos e de outros objetos cotidianos. Muitas vezes, se pauta pela filosofia japonesa do You-no-bi, ressignificando esses objetos com um olhar apurado, observando o belo no ordinário. Dentre suas individuais, destacam-se as apresentadas no Camden Arts Centre (Londres, Inglaterra, 2018); Mori Art Museum (Tóquio, 2016). Seu trabalho foi incluído em diversas exposições coletivas, dentre elas: a 5ª Bienal de Arte Contemporânea de Ural (Rússia, 2019); Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam (Havana, Cuba, 2018); 14ª Bienal de Lyon (França, 2017); Kochi-Muziris Biennale 2016 (Índia, 2016); Yokohama Triennale 2014 (Kanagawa, Japão, 2014). Vive em Tóquio. A conversa com o público na Oficina Cultural Oswald de Andrade acontece na quarta, 19 de fevereiro, às 19h30.

 

Entrada gratuita / 50 vagas (participação por ordem de chegada).

 

Milanesa na Anita Schwartz

10/fev

Será aberta no dia 12 de fevereiro, às 19h, no segundo andar da galeria Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Milanesa”, composta de seis pinturas de Felipe Barsuglia, artista nascido em 1989, Rio de Janeiro, RJ. Felipe Barsuglia é um jovem artista conhecido por transitar por várias mídias. O texto que acompanhará a mostra é de Germano Dushá. A mostra integra o “Projeto Verão#1”, que segue até o dia 14 de março de 2020, com entrada gratuita, e uma programação intensa: performances diversas, com música, poesia, acrobacia, instalações sonoras, exposições-cápsulas, cinema, aula de modelo vivo e bar temático. A exposição permanecerá em exibição até 14 de março.

Filme no Instituto Ling

06/fev

A artista Romy Pocztaaruk exibe até 21 de março o filme “Antes do Azul” no Instituto Ling, Porto Alegre, RS. O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

Ar do tempo

 

Em um ambiente que nos transporta para uma sala de cinema de outros tempos, Romy Pocztaruk nos apresenta seu novo filme, “Antes do Azul”. Durante pouco mais de dez minutos, seremos submetidos a uma sequência de cenas sutilmente narrativas e radicalmente sensoriais, um jorro de imagens-pensamento sobre a existência e a violência, sobre a passagem do tempo, sobre tecnologias de morte, sobre a potência de corpos animais e minerais, sobre a arte como possível rastro a ser deixado pela humanidade quando ela mesma não sobreviver à sua onipotência.

 

Logo no início, em uma das primeiras cenas da projeção, o estranhamento que iremos experimentar já se anuncia na presença de um elemento incomum, uma luva com unhas vermelhas. A mão que veste essa luva busca por cristais reunidos em uma pequena mesa. São substâncias minerais e seu mistério que a também misteriosa mão tateia. Uma mulher negra, vivida pela atriz e cantora Valéria (ex-Houston), ocupa o centro energético do curta. Agora, é ela mesma quem recolhe fragmentos rochosos e os deposita dentro de sua roupa, como se buscando uma fusão entre seus corpos, cindidos há muito tempo. Já aí, nosso olhar não enxerga somente união, mas conflito, impasse áspero, desejo – sentimentos que perpassam todas as imagens.

 

A partir dos gestos dessa personagem, de suas expressões, seus movimentos, sua voz, seus olhares e os olhares a ela dirigidos, o filme se estrutura, construindo um ambiente em que passado, presente e futuro se confundem. Uma boate do século XXI, a guerra nuclear e a era das cavernas. Tudo ao mesmo tempo agora. Cronologias estilhaçadas entre movimentos de dança, fotos estáticas da ciência sedenta de poder, e uma volta à natureza, uma fuga da ideia de ser humano. A cobra morde o próprio rabo.

 

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência; o impasse do filme é também o nosso: quem sobreviverá à destruição contínua a qual a terra é submetida

 

Gabriela Motta / Proposição curatorial

 

Sobre a artista

 

A artista nasceu em 1983, Porto Alegre, RS, Brasil. Em diversos suportes, Romy Pocztaruk lida com simulações, refletindo sobre a posição a partir da qual a artista interage com diferentes lugares e com as relações entre os múltiplos campos e disciplinas da arte. Diversas vezes premiado, o trabalho da artista está presente em coleções como as da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte do Rio. Ela participou da 31ª Bienal de São Paulo com a série “A Última Aventura”, em que investiga vestígios materiais e simbólicos remanescentes da construção da rodovia Transamazônica, um projeto faraônico, utópico e ufanista relegado ao abandono e ao esquecimento. Suas principais exposições individuais foram “Geologia Euclidiana”, Centro de Fotografia de Montevideo (Uruguai, 2016), e “Feira de ciências”, Centro Cultural São Paulo (2015). Entre as principais exposições coletivas, estão “Convite à viagem: Rumos Itaú Cultural”, Itaú Cultural (São Paulo, 2012); Region 0. The Latino Video Art Festival of New York (Nova York, 2013); a 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013); a 31ª Bienal de São Paulo (2014); “BRICS”, Oi Futuro (Rio de Janeiro, 2014); “POROROCA”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (2014); “Uma coleção Particular: Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca”, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015); “Télon de Fondo”, Backroom Caracas (Venezuela, 2015).

 

Exibição do filme Antes do Azul 

 

Duração: 13 minutos

 

O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

FICHA TÉCNICA

 

Direção: Romy Pocztaruk / Estrelando: Valéria / Texto: Daniel Galera

Direção de Produção: Larissa Ely / Assistente de Produção: Paula Ramos

Direção de Fotografia: Lívia Pasqual / Trilha Original e Desenho de Som: Caio Amon

Ilustração: Matheus Heinz / Figurino: Alice Floriano, Larissa Ely, Romy Pocztaruk, Humans and Aliens

Figurantes: Renata de Lélis, Camila Vergara, Thais Hagermann

Cenografia: Lívia Pasqual e Romy Pocztaruk / Cabelo e Maquiagem: Juliane Senna

Diretor de Elenco: João Madureira / Motorista: Cássio Bulgari

Montagem: Caio Amon, Leonardo Michelon, Romy Pocztaruk

Primeiro assistente de câmera e operador: Deivis Horbach

Elétrica: Daniel Tavares / Finalização & Cor: Rafael Duarte

Design gráfico: Guss Paludo e Romy Pocztaruk

 

Música Original

 

“Fim dos Tempos”  (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria  / “Blue Echoes” (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria

Agradecimentos: Luisa Kiefer, Linha, Prefeitura de Santa Tereza, Casio / Arquivos: NASA, Preelinger Archive, USA Atomic Energy Comission / A exposição tem patrocínio da Crown Embalagens e financiamento do Ministério da Cidadania / Governo Federal.

 

Até 21 de março.

 

 

 

Claudia Andujar em Paris

29/jan

A Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, França, apresenta até 30 de maio a exposição “Claudia Andujar: La Lutte Yanomami”. Esta é a maior retrospectiva da consagrada fotógrafa brasileira Claudia Andujar. Desde os anos 1970 a artista dedica sua vida à fotografia e à defesa do povo Yanomami, etnia ameríndia cuja cultura se destaca no país.

 

Fruto de vários anos de pesquisa nos arquivos da fotógrafa, esta mostra – que tem curadoria de Thyago Nogueira, realizada originalmente para o Instituto Moreira Salles -, apresenta o trabalho de Claudia Andujar por meio de mais de 300 fotografias em preto e branco ou coloridas, incluindo um grande número de imagens inéditas, além de uma instalação audiovisual, bem como desenhos feitos por artistas Yanomami e documentos históricos. Refletindo os dois lados inseparáveis de sua abordagem, da estética e da política, a exposição revela a maior contribuição de Claudia Andujar à arte fotográfica e o papel essencial que ela desempenha na defesa dos direitos dos índios Yanomami e da floresta em que habitam.

 

29 artistas na Luciana Caravello

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 20 de fevereiro, a exposição “Artistas GLC”, que reúne cerca de 50 obras, recentes e inéditas, dos 29 artistas representados pela galeria: Adrianna Eu, Afonso Tostes, Alan Fontes, Alexandre Mazza, Alexandre Serqueira, Almandrade, Armando Queiroz, Bruno Miguel, Daniel Escobar, Daniel Lannes, Delson Uchôa, Eduardo Kac, Élle de Bernardini, Fernando Lindote, Gê Orthof, Gisele Camargo, Güler Ates, Igor Vidor, Ivan Grilo, Jeanete Musatti, João Louro, Lucas Simões, Marcelo Macedo, Marcelo Solá, Marina Camargo, Nazareno, Pedro Varela, Ricardo Villa e Sergio Allevato.

 

A exposição reúne trabalhos em diversos suportes, como pintura, colagem, desenho, fotografia, vídeo, escultura e instalação. Muitas obras são inéditas e estão sendo apresentadas pela primeira vez na mostra, como é o caso da pintura “Sundae Ilusões”, de Daniel Lannes, que, de acordo com o artista, mostra que “o amor colado às costas da musa garante ou não a ilusão da promessa afetiva”.

 

Outras obras nunca vista antes são “Todos os nossos desejos”, de Daniel Escobar, uma série de colagens onde confetes recortados de cartazes publicitários proporcionam uma paisagem pictórica de ilusórios fogos de artificio, e uma nova obra da série “Pseudônimo”, de Bruno Miguel, uma pintura onde o artista questiona os dogmas da linguagem a partir da substituição dos elementos tradicionais e históricos da pintura por processos, materiais e ferramentas de um mundo pós-industrializado, globalizado e conectado.

 

Projeto Verão #1

23/jan

Anita Schwartz Galeria, Baixo Gávea, Rio de Janeiro, RJ, realiza o “Projeto Verão #1”, com uma programação intensa desde 22 de janeiro a 14 de março, das 19h às 22h: performances diversas, com música, poesia, acrobacia, instalações sonoras, exposições-cápsulas, cinema, aula de modelo vivo e bar temático, com entrada gratuita.

 

Participarão do projeto mais de 20 artistas, como Alexandre Vogler e Cadu, representados pela galeria, Botika, Paulo Tiefenthaler, Amora Pera, Guga Ferraz, e outros artistas visuais, bailarinos, músicos, poetas e cineastas. O escritor Nilton Bonder fará uma conversa aberta após a exibição do documentário “A Alma Imoral”, de Silvio Tendler, e durante todas as noites do período funcionará no terraço o Bar Pinkontolgy, de Gabriela Davies, curadora da Vila Aymoré, com drinques criados especialmente para o Projeto Verão #1,

 

Enquanto o “cubão branco” no térreo, com seus sete metros de altura, receberá às quartas-feiras uma programação de performances, o último andar abrigará duas exposições: “Bebendo Água no Saara”, com trabalhos de Laís Amaral (até 08 de fevereiro), e “Milanesa”, de Felipe Barsuglia.

 

As performances no grande espaço térreo são:

 

22 de janeiro, das 19h às 21h – “Onda (sonata de|s|encontro)”, com Jéssica Senra. Nesta instalação-performance, o corpo é o centro de uma experiência que busca em sonhos a construção de múltiplas temporalidades, em que a “onda” é vista como água, estado utópico, caminho de abertura, para uma construção – imagética e sonora – em expansão, em que cria sua própria realidade.

 

29 de janeiro, das 19h às 21h – Encontrão de poetas, com curadoria de Ítalo Diblasi, e coordenação de Bianca Madruga e Letícia Tandeta, do coletivo MESA. A ação busca transformar a palavra falada em obra de arte, deixar que a poesia encontre o espaço em branco e o ocupe. Criada pelas artistas em 2015, no Morro da Conceição, a MESA é integrada também pela curadora Pollyana Quintella e a pesquisadora e doutoranda em filosofia Jessica Di Chiara. Participarão os poetas Guilherme Zarvos, Julia de Souza, Laura Liuzzi, Marcelo Reis de Mello, Mariano Marovatto, Nina Zur e Rita Isadora Pessoa.

 

5 de fevereiro, das 19h às 21h – Aplique de Carne, de Alexandre Vogler, Botika e Paulo Tiefenthaler. Projeto multidisciplinar que reúne artes plásticas, cinema, performance e rock and roll, construído sob estrutura literária – a fábula de Aplique de Carne.

 

Elenco: Aplique de Carne – Nana Carneiro da Cunha; Apliquete – Amora Pera; Apliquete – Botika; Apliquete – Flavia Belchior; Namorado – Guga Ferraz

 

Músicos: Bernardo Botkay, Emiliano 7, Flavia Belchior, Nana Carneiro

 

12 de fevereiro, das 19h às 20h-– “Repertório N.1”, com Davi Pontes e Wallace Ferreira – Indicação etária: 18 anos – A obra nomeia uma trilogia de práticas coreográficas que investem na ideia de dança como um treino de autodefesa. O movimento pode ativar a memória dos corpos subalternos que foram enterrados sob códigos hegemônicos? O movimento visto como um dilema da modernidade, de que maneira se pode reivindicar uma outra temporalidade dançada, menos contaminada pelos cacos da “história da dança”? A assistência de dramaturgia é de Bruno Reis.

 

19 de fevereiro, das 19h às 21h – Aula aberta de modelo vivo, com Cadu. Material sugerido: bloco de papel e lápis. Inscrições prévias pelo email: galeria@anitaschwartz.com.br ou pelo telefone: 2540.6446.

 

7 de março (sábado), “Mão – translação da casa sobre a paisagem” (75’), com os bailarinos Adelly Costantini, Camila Moura, Carolina Cony, Fernando Nicolini, Daniel Poittevin e Fábio Freitas. Performance de rua em que se construirá na frente do público uma estrutura de sete metros de altura, em ferro e madeira. Movimentos ordinários de uma construção, tais como aparafusar, carregar e encaixar, se misturam aos equilíbrios em pêndulo, às escorregadas acrobáticas em uma enorme rampa de madeira, aos saltos e giros durante a edificação da própria estrutura. Inspirado na mão de obra de construções no espaço público e na força de trabalho que ergue lonas e estruturas de circo, “Mão” é a sua própria construção.

 

Músicos: Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado

Direção: Renato Linhares

Direção técnica: Daniel Elias

Cenografia: Estúdio Chão (Adriano Carneiro de Mendonça e Antonio Pedro Coutinho)

Trilha sonora: Ricardo Dias Gomes

 

11 de março, das 19h às 21h – Exibição do documentário “A Alma Imoral” (1h58’), de Silvio Tendler, seguida de conversa aberta com Nilton Bonder, autor do livro homônimo – Indicação etária: maiores de 14 anos – Silvio Tendler aborda questões sobre a possibilidade de se impulsionar a própria vida; as diferenças entre a concepção científica e a concepção bíblica na interpretação da vida; o que é alma e corpo? Apoio: LZ Studio (móveis) – Para Nilton Bonder, a “transgressão é o elemento capaz de renovar a vida, de impulsioná-la a um novo horizonte de possibilidades”. “Essa transgressão está localizada na alma”. “Alma Imoral” é um projeto instigador, poético e filosófico, com a direção de Silvio Tendler, trazendo o best-seller do Rabino Nilton Bonder para as telas. Bonder, personagem condutor, partirá numa jornada na busca da Alma Imoral pelo Brasil, EUA e Israel, entrevistando destacados transgressores do pensamento e da atualidade em sua própria “tribo”. Tratando o particular como modelo para o universal, como o fez no sucesso da obra teatral, Bonder parte de seu próprio mundo e tribo para abordar adultério, ateísmo, homossexualidade, traição, rompimento e inovação na diversidade da política, religião, arte e ciência. As entrevistas são entremeadas por coreografias da Cia de Danças Debora Colker. Passagens e mitos bíblicos revelam a arte de transitar no território da interdição e da transgressão e trazem uma nova reflexão sobre o que é lícito e apropriado, sobre o tabu e sua quebra. Um filme sobre a importância da transgressão para impulsionar a vida. Entre os entrevistados estão: Frans Krajcberg, Michael Lerner, Rebbeca Goldstein, Etgar Keret, Uri Avneri, Reb Zalman Schachter, Rabino Steven Greenberg, Noam Chomsky, e os irmãos Rosenberg.

 

Exposições-Cápsulas

 

No espaço expositivo do segundo andar, ao lado do terraço, foi inaugurada no dia 22 de janeiro “Bebendo Água no Saara”, com seis pinturas de Laís Amaral, que ficará em cartaz até 08 de fevereiro. O texto que acompanha a exposição é de Agrippina Manhattan. A artista parte de processos de desertificação e embranquecimento da natureza para fazer um paralelo com o ser humano, “dada a imposição de um sistema de organização de mundo moderno-colonial”. Para ela, “Bebendo água no Saara” se revela como uma busca de expandir possibilidades de existir e comunicar, um processo de fertilização subjetiva, onde umedecer acontece pelo gesto da manifestação plástica”. “Tal experiência está diretamente conectada a mistérios de uma realidade sensível que permeia a memória e o agora”, afirma.

 

No dia 12 de fevereiro, será aberta no segundo andar a exposição “Milanesa”, com seis pinturas de Felipe Barsuglia, artista conhecido por transitar por várias mídias. O texto que acompanhará a mostra é de Germano Dushá, e a exposição permanecerá em cartaz até 14 de março.