Paulo Climachauska exibe Natureza Econômica na Lurix

25/ago

 

A LURIXS: Arte Contemporânea, exibe “Natureza Econômica”, a segunda exposição individual de Paulo Climachauska na galeria. Em uma surpreendente manifestação de cores vivazes, a exposição reúne dez obras da nova série homônima do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Paulo Climachauska nasceu em São Paulo, SP, 1962. Formado em História e Arqueologia da Universidade de São Paulo, Climachauska teve sua primeira exposição em 1991 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Suas obras são profundamente enraizadas em sua fascinação com as inter-relações entre a economia, a sociedade e as artes, examinando assim a ideia da arte como um elemento socioeconômico e sua associação à abstração econômica e derivativos financeiros. Após a sua participação na 26 ª Internacional Bienal de São Paulo, na 8 ª Bienal de Cuenca, e na 14 º Bienal de San Juan, seus trabalhos foram apresentados em exposições individuais no Moderna Musset (Estocolmo, Suécia), Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, Brasil), o Projeto 01 (Park Gauflstrafle, Alemanha) e Paço Imperial (Rio de Janeiro, Brasil), entre outras importantes galerias e instituições. O artista também participou de exposições coletivas no Museu da Escultura Brasileira (São Paulo), Chateau de Fermelmont (Fermelmont, Bélgica), Vancouver Biennale (Vancouver, Canadá), Fundacíon Pedro Barrié de la Maza (Vigo, Espanha), Henry Moore Institute (Leeds, Inglaterra), e no Toyota Contemporary Art Museum (Tóquio, Japão), para citar alguns. As obras de Climachauska também estão presentes em coleções de arte importantes, tanto no Brasil quanto no exterior, como na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, Lhoist Collection e Colección Patricia Phelps de Cisneros. Paulo Climachauska vive e trabalha em São Paulo.

 

 

Sobre a galeria

 

O cronograma de exposições da LURIXS: Arte Contemporânea mantém a galeria na vanguarda da cena artística do Rio de Janeiro. Em exposições recentes, a galeria apresentou as obras distintas e sólidas de Valdirlei Dias Nunes, os jovens artistas emergentes do Coletivo MUDA, e os mais novos estudos de base tridimensional e arquitetônica de Manuel Caeiro. Exposições anteriores de artistas como Hélio Oiticica, Geraldo de Barros, Luciano Figueiredo, José Bechara, Elizabeth Jobim e Raul Mourão se destacam entre as mostras realizadas na cidade.
A galeria trabalha incessantemente ao lado de curadores, colecionadores e consultores de arte, buscando o posicionamento de obras de arte em coleções e exposições, sempre em harmonia com seu perfil curatorial. Seu acervo, composto de obras de qualidade e renome mundial também se destaca no setor do mercado secundário. Respeitando as necessidades de colecionadores em adquirir ou tratar obras de arte, a galeria mantém os mais elevados padrões de profissionalismo e discrição.

 

 

Até 03 de outubro.

 

Papéis Avulsos na Galeria Movimento

21/ago

Quem conhece a obra de Paulo Vieira, sabe da paixão do artista pelo desenho. São muitos os cadernos onde ele inventa seu universo, sempre experimentando os limites do traço.  A linha como o tema principal. Os materiais variam de acordo com as intenções do artista: Paulo trabalha com grafite, guache, lápis de cor, carvão e aquarela. Esta é a sua terceira individual na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de janeiro, RJ, que tem a frente o galerista Ricardo Kimaid e também representa os artistas Toz, Tinho,  Arthur Arnaud, Thais Beltrame entre outros.

 

A exposição intitulada “Papéis Avulsos” é composta por 12 desenhos onde o artista apresenta seus personagens, por vezes em grupo, ou desgarrados e isolados. A narrativa foge da linearidade e surpreende pela atmosfera própria do grafite aliada a economia no uso da cor, o resultado são desenhos com uma densidade surpreendente. O “Autorretrato de gravata” e “O Inquilino”, sozinhos em seus pensamentos, ocupam o primeiro plano e parecem avulsos, interagem apenas com os seus medos, seus fantasmas, suas fantasias.

 

As padronagens presentes em alguns trabalhos, criam um ritmo dinâmico.  Em  “A menina com fio de ouro”, elas surpreendem  pela beleza do traço em conjunto com a figura. São muitas, as possibilidades diante de imagens tão instigantes. Quem observa certamente se perderá pelos diversos caminhos que os desenhos podem levar.

 

Paulo vieira nos fala sutilmente de solidão, de vida interior, de se reinventar quando o equilíbrio muitas vezes desequilibra o olhar. Sua intuição, submetida à experiência evita as armadilhas da imagem. Ao espectador, depois da fruição, permanecerá uma história interior, às vezes, perturbadora como um conto de fadas. A curadoria é de Isabel Portella.

 

 

Sobre o artista

 

Mineiro de Manhuaçu-MG, 1966, morou em  Caratinga-MG desde a infância, época em que começou seu envolvimento com arte. Na década de 80 fez sua primeira individual na cidade e frequentou os ateliês de Gian Carlo Laghi e Josias Moreira. Também  participa do segundo salão de artes plásticas de Governador Valadares-MG neste período. Em 1991, frequenta a Escola de Belas Artes da UFRJ, onde estuda com Celeida Tostes e Lygia Pape e frequenta curso de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com Beatriz Milhazes. Em 2007, a convite do cartunista Ziraldo participa  do projeto Zeróis – Ziraldo na Tela Grande e retorna a EAV para o curso de desenho com Gianguido Bonfanti. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 04 a 27 de setembro.

Adriana Varejão e as múltiplas influências de sua obra

18/ago

Adriana Varejão é uma das maiores expressões da arte contemporânea brasileira e entre as mais bem sucedidas no circuito mundial, nascida no Rio de Janeiro, cidade onde vive, a premiada artista já participou de mais de 70 exposições em diversos países. Tem presença marcante em inúmeras bienais e seu trabalho já foi mostrado em grandes instituições internacionais como MoMA, Nova York; Fundação Cartier, Paris; Centro Cultural de Belém, Lisboa; Hara Museum, Tóquio e The Institute of Contemporary Art, Boston. Um pavilhão dedicado à sua obra pode ser visto no Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Faz parte de acervos, como os da Tate Modern, Fundação Cartier e Guggenheim, entre outros. Adriana Varejão apresenta, no Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, a sua primeira vídeo instalação, “Transbarroco”. A artista mostra no Oi Futuro sua primeira video instalação, “Transbarroco”. Filmada no Rio de Janeiro, Ouro Preto, Mariana e Salvador, apresenta referências do Barroco que foram importantes em sua obra. A curadoria é de Alberto Saraiva.

 

OF. O que significa para você o processo de criação?

 

AV. Toda criança é um ser extremamente criativo. Com o tempo e a educação, ela vai se moldando, seu pensamento, sua percepção, seu olhar. O primeiro passo para criar é resgatar essa percepção não formatada, livre e sem preconceitos que é a percepção infantil. No meu caso, o processo de criação vem junto a um processo de estudo e disciplina. Eu costumo me interessar por assuntos diversos. Nesse sentido, a curiosidade é uma grande aliada. Quando estou entre uma série e outra costumo folhear livros, ver imagens, absorver o máximo possível de informação. Isso estimula a minha criatividade. Também acho que viajar é muito bom, pois te arranca da sua rotina, faz com que você perceba as coisas de outra maneira. Também costumo arriscar muito. Quando já conheço previamente o resultado que o trabalho pode oferecer, tendo a mudar minha pesquisa para outros campos mais desafiadores.

 

OF. Qual a função da arte para o ser humano?

 
AV. Arte não é algo ligado à função. Na verdade, a arte é completamente inútil, senão não seria arte. Quando Duchamp pega a roda da bicicleta e a coloca num banco como num pedestal, ou pega o mictório e o pendura de cabeça para baixo, ele cria um estranhamento fazendo com que esses objetos sejam percebidos em sua integridade em forma e corpo pela primeira vez. Eles não pertencem mais ao mundo da função, onde nós não os percebemos, onde eles são invisíveis. A arte cria essa narrativa paralela que areja a linguagem, como as minhocas arejam a terra.

 

OF. Você tem uma trajetória de muitos anos com obras que remetem ao Barroco. Como isso aconteceu?

 

AV. Eu costumava pintar com uma camada muito espessa de tinta. Quando eu entrei pela primeira vez em uma igreja barroca em Ouro Preto me identifiquei com o excesso e com a volúpia da materialidade barroca. Até hoje me lembro dessa igreja, era a Igreja de Santa Efigênia ou Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, uma irmandade negra. A partir dessa primeira epifânia pesquisei profundamente o barroco presente no Brasil e no México.

 

OF. Quais as principais referências que aparecem em suas obras?

 

AV. Meu trabalho tem um caráter polifônico. As referências são inúmeras. O barroco quando chega à America se molda às culturas locais e absorve muitas influências. Esse caráter miscigenado é o que mais me atrai no estilo barroco. No Brasil vemos, por exemplo, forte influência chinesa vinda através da Companhia das Índias nas sedas, nas lacas e porcelanas. Temos também gênios como Aleijadinho e Ataíde que têm traços extremamente pessoais.

 

OF. O que o público poderá esperar desta exposição no Oi Futuro?

 

AV. Os filmes foram feitos em três igrejas – de São Francisco, em Salvador, no Rio e em Ouro Preto. Além de detalhes chineses da Sé de Mariana. Essas igrejas foram escolhidas por serem fortes referências na minha obra. Procurei me aproximar dessas imagens com um olhar mais detalhado, que é como eu olho para elas. A Igreja de São Francisco no Rio (Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência) é carregada em ouro e tem uma talha rica em estilo português. A câmera seguiu um percurso do perímetro completo dessa igreja. A Igreja de São Francisco em Salvador, com seu rico painel de azulejaria do claustro, me serviu de inspiração para diversos trabalhos. A câmera procurou completar todo o perímetro do claustro seguindo um percurso que eu indiquei. Em Ouro Preto gravamos a Igreja de São Francisco feita por Aleijadinho com a nave pintada por Ataíde. Dessa vez percorremos o Perímetro vertical da igreja, indo do chão ao teto. O som tem um caráter polifônico misturando sons locais, ritmos afros do Olodum, além do órgão da Sé de Mariana, etc.

 

OF. Quais os planos para 2014?

 

AV. Minha primeira individual numa importante instituição americana, o ICA Boston, em novembro.

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Fonte: oifuturo.org.br/noticias – Foto: Murilo Meirelles

 

 

Até 26 de outubro.

Arthur Arnold na Galeria Movimento

08/ago

Arthur Arnold, artista conhecido pela sua arte como protesto, abre a mostra “Estado de Sítio”, na Galeria Movimento, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, com obras inéditas. O artista já teve seu trabalho premiado no III Concurso de Arte Contemporânea do Itamaraty, foi indicado ao Novíssimos – IBEU 2011 e fará residência no Red Bull Station, em São Paulo, além de ter participado de exposições coletivas na Alemanha, onde estudou, na Bauhaus Universität.

 

Utilizar a arte como protesto é um movimento que não é de hoje. Em 1928, o “Abapuru”, de Tarsila do Amaral, inspirou o Manifesto Antropofágico, escrito no mesmo ano por Oswald de Andrade e que guiou e foi guiado por muitos artistas da época que tinham um envolvimento político e propunham uma revolta a favor de uma maior independência brasileira. Em 1965, com a obra “Não há vagas”, Rubens Gerchman abordou o tema do desemprego no país e, no ano seguinte, através da instalação “Objeto Popular”, Pedro Geraldo Escosteguy, criticou a política do momento.

 

Muitos artistas, até hoje, se manifestam através da arte. Sebastião Salgado e as fotos de Serra Pelada, que denunciam a exploração dos mineradores e Os Gêmeos, que criticam a ação policial nos protestos, são dois exemplos. Com o tema totalmente em voga, Arthur Arnold, conhecido pela sua pintura que aborda questões e situações que vivencia, com uma dose de humor, sarcasmo e até perversidade, onde observações e preocupações são transformadas em narrativas, abre sua exposição individual denominada “Estado de Sítio”, na Galeria Movimento.

 

São dez telas que, segundo o artista, retratam imagens de protesto, violência, desigualdade, discriminação, mutações simbólicas, opressão e criminalidade. Trata-se de uma mostra de pintura e sobre pintura (óleo e acrílica sobre tela), de um artista que vive e trabalha no mesmo contexto de suas imagens. Para a curadora que assina a mostra, Paula Borgui, Arnold nos apresenta uma produção que explora com intensidade tanto as camadas políticas como pictóricas da arte. São trabalhos que incitam o espectador a refletir e que atraem através de sua excelência formal (composição, cor e gesto), para então incitar a uma meditação conceitual e brutal do que é visto dentro e fora da galeria de arte.

 

 

Sobre o artista:

 

Arthur Arnold estudou pintura no Parque Lage, com João Magalhães, e é Bacharel em escultura pela Escola de Belas Artes da UFMG – Belo Horizonte, MG. Estudou um ano na Bauhaus Universität – Weimar, Alemanha, foi indicado ao Novíssimos, prêmio do IBEU, em 2012, e teve sua obra premiada no III Concurso de Arte Contemporânea do Itamaraty, Brasília, DF, 2013. O artista também foi convidado para participar de residência artística no Red Bull Station, em São Paulo, que promete abrigar, além de exposições, residências de artistas plásticos e estúdio de música, e os mais badalados happenings da cidade. O artista já participou de duas exposições individuais no Rio de Janeiro (Galeria Movimento e Centro Cultural Cândido Mendes) e outras duas em Belo Horizonte (Galeria de Arte Beatriz Abi-Acl e no BDMG Cultural). Entre as coletivas estão  a Abre Alas 8 – A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2012;  Spuren suchen –  Neues Museum Weimar – Weimar, Alemanha, 2007;  Art on the Edge –  Kunsthalle Weimar – Weimar, Alemanha – 2007.

 

 

De 12 a 31 de agosto.

Diálogos, mostra de artistas representados

Com o objetivo de mostrar ao público as produções mais recentes de seus principais artistas representados, Filipe Masini, à frente da Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de janeiro, RJ, abre, dia 12 de agosto, a exposição “Diálogos”. A coletiva apresenta 12 trabalhos de artistas que vem chamando a atenção no cenário da arte contemporânea como o irreverente Alexandre Mury e suas produções, Yuri Firmeza, Joana Cesar e seu dialeto, Eduardo Masini, André Griffo e o artista urbano Zezão, um dos expoentes da urban art brasileira, distribuídos nas técnicas de fotografia, pintura, escultura e instalação.

 

 

De 12 de agosto a 05 de setembro.

Marcos Chaves – Academia

07/ago

A Galeria Nara Roesler, instala filial em Ipanema, Rio de janeiro, RJ. E, para marcar a abertura do novo espaço no Rio, o carioca Marcos Chaves concebeu duas instalações que homenageiam a sua cidade natal. A primeira – inspirada nas academias de ginástica construídas ao ar livre, criadas de forma espontânea e gerenciadas em modelo de cooperativa – traz esculturas construídas com cimento, tubos de ferros, madeira e tirantes.

 

Batizada de “Academia” – terminologia utilizada em todo o mundo para definir as instituições dedicadas à cultura e ao pensamento, mas que no Brasil é mais comumente usada para designar ginásios de educação física -, a obra reverencia os habitantes que, com criatividade e senso de coletividade, usufruem da paisagem e da vida ao livre da cidade, dividindo de maneira saudável o bem estar físico. Na abertura da mostra, sediada no térreo da casa, o artista apresentará uma performance¸ em que personagens cariocas farão séries de treino físico com os objetos da instalação.

 

“As duas instituições mais respeitadas no Rio de Janeiro são as escolas e as academias… de samba e de ginástica, respectivamente”, brinca o artista.
O artista também apresenta a série inédita de fotografias “Sugar Loafer”, uma espécie de crônica concebida a partir de cenas cotidianas da cidade que dividem sempre um “personagem” em comum: o Pão de Açúcar. Como um flâneur contemporâneo, aparelhado com uma câmera e uma bicicleta, o artista capturou em seus percursos imagens bem humoradas, ora surreais, ora com rigor geométrico, de situações tipicamente cariocas.

 

 

De 07 de agosto a 07 de setembro.

Sergio Gonçalves apresenta “Outros Olhares”

06/ago

A Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra de fotografias “Outros Olhares”, na qual serão expostas 23 obras de seis artistas com diferentes pontos de vista: Carlos Vergara, Carmo Dalla Vecchia, EneGoes, Fabio Cançado, Renan Cepeda e Valdir Cruz.

 

Carmo Dalla Vecchia vai apresentar fotos de suas andanças em que retrata tanto o lixo deixado pelos cariocas nas praias quanto o simpático e solitário sitiante na janela de sua casa no interior do país. Já Carlos Vergara vai expor três obras dos anos 1970 retratando o Cacique de Ramos em seu auge, em pleno Carnaval carioca, que fizeram parte da sala especial dedicada ao artista na Bienal de São Paulo em 2010. Renan Cepeda apresentará a inédita série feita pelo artista este ano em viagem pela Toscana, na Itália. O olhar particular da natureza de Valdir Cruz, radicado em Nova York, traz três trabalhos que retratam a exuberância de nossas paisagens. Já o fotógrafo paulista EneGóes, em sua primeira exposição no Rio de Janeiro, mostra sua visão do cotidiano em que cada momento se torna especial sob as lentes do artista, além do mineiro Fábio Cançado e seus elementos velados que estabelecem um diálogo misterioso com o espectador.

 

 

De 09 a 30 de agosto.

Lançamento no Centro de Arte Hélio Oiticica

Será lançado, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, o livro “Nós, o outro, o distante na arte contemporânea brasileira”, da crítica de arte e pesquisadora Marisa Flórido Cesar, publicação selecionada no Edital Pro Artes Visuais 2012, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. O livro aborda questões de fundamental importância para a reflexão sobre a arte e o mundo contemporâneo, a partir do contexto brasileiro. Seu tema certamente preencherá uma lacuna existente nos estudos e reflexões sobre a história da arte contemporânea brasileira.  O texto atualiza a tese de doutorado da autora, realizada sob orientação da Prof. Dra. Glória Ferreira e defendida em 2006 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro -EBA/UFRJ.

 

No livro, encontram-se reunidas e analisadas práticas artísticas que, desde o final dos anos 90, eclodiram de norte a sul do Brasil. Ao cruzar espaço urbano e ciberespaço, comunicando-se pelas redes eletrônicas, expandia-se uma produção que se fazia muitas vezes fora do espaço expositivo convencional: das ruas das cidades aos espaços gerenciados por artistas. Operando em rede, em projetos coletivos ou individuais, os artistas buscaram redesenhar a geografia das artes colocando as periferias em contato, descentralizando seu circuito, criando outros paralelos.

 

Na contaminação entre arte, política, pensamento e afeto, indagando o esgotamento de seus repertórios, ensaiando meios de rearticular os domínios da estética, da ética e da política, eles enfrentavam as fraturas do mundo, a fluidez e o conflito das fronteiras, as esquivas de seus horizontes – não sem equívocos e ambiguidades de fundo; não sem receberem críticas contundentes e aclamadas celebrações. Mas se sentiram urgência em ir às ruas foi antes para ir ao encontro desse outro a quem a arte se endereça, para rever os modos desse endereçamento e as projeções de sua alteridade. Para interrogar esse nós obscuro e indistinto, para entender a frágil trama que liga as diferenças, o complexo aprendizado das vizinhanças. Nós, o outro e a distância que os intermediava perdem desenhos precisos e encaram seus estranhamentos: do outro distante e próximo, de uma dimensão do comum problemática e difícil, talvez impossível, talvez impensada. Pois algo se passa nos limites do que conhecíamos como homem e mundo: é preciso reinventá-los. Como fazê-lo? Eis a difícil, exaustiva e incessante interrogação. A humanidade é também a incógnita destes tempos em que se debatem fundamentalismos e dúvidas, eleições e desastres.

 

Essa produção possui diversas faces e frentes: são intervenções na paisagem, ou nos circuitos condicionados das sinalizações urbanas e na publicidade, questionando a familiaridade do mundo. São inserções nas mídias (como jornal, televisão, internet), utilizando-se tanto de um link, uma esquina, um outdoor ou a página de um periódico. São interferências nas pequenas táticas do habitat , a instauração de situações rápidas e perturbadoras, pequenos ruídos na entropia urbana, que afetam, ainda que momentaneamente, as práticas e os hábitos culturais de grupos sociais distintos que dominam ou se deslocam por determinado território.

 

Por vezes, os artistas adotam como tarefa dar visibilidade àqueles condenados à inexistência estética e política, buscando ajudá-los a fazer sua aparição como nos fazer responder a essa aparição. Em outras, se torna um mediador social que ativa temporariamente o convívio, ou um etnógrafo de microestratégias de territorialização. Ou, então, é um agenciador de campos de experiências e saberes antes especializados. Como um vírus na web, eles invadem sistemas codificados, desregulam o funcionamento e o controle dos espaços e dos tempos, tentam reconfigurar os modos e as relações entre o sentir, o agir e o pensar. Sob os nomes de intervenção urbana, arte participativa, colaborativa, documentário expandido, coletivos de arte, artistas em residências, entre outros, tais práticas, que ocorrem hoje no mundo contemporâneo, estão no foco de um debate teórico iniciado em meados da década de 1990.

Além de atualizar e aprofundar o debate ainda em aberto, o livro traz ainda um repertório de imagens cedidas pelos artistas, constituindo importante fonte de consulta e referência da arte brasileira contemporânea deste milênio.

 

 

Quando: 06 de julho –  das 16h às 18h – Mesa redonda com a participação da autora e os curadores e críticos de arte Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos e das 18 às 19h: Noite de autógrafos

Milton Machado no CCBB-Rio

05/ago

No ano em que comemora 25 anos de atividade, o Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, homenageia o artista brasileiro Milton Machado com a realização da primeira retrospectiva de sua obra, marcando 45 anos de trabalho. A exposição “Cabeça” reunirá mais de 100 trabalhos – entre desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e esculturas – produzidos entre 1969 e 2014, muitos deles inéditos.

 

Durante a exposição será lançado o livro-catálogo “Cabeça”, que contemplará parte significativa da obra de Milton Machado, com imagens de seus principais trabalhos, acompanhadas e comentadas por uma seleção de textos críticos e analíticos, históricos e inéditos. Serão realizadas, também, visitas guiadas pelo artista e três debates com convidados. O CCBB-Rio é um dos centros culturais mais visitados do mundo (em 2011 teve a exposição com mais público do mundo) e raramente oferece um destaque dessa proporção a um artista brasileiro.

 

Milton Machado pertence a uma geração de artistas atuantes a partir dos anos 1970, cujas produções são fortemente marcadas pela investigação conceitual e pela experimentação. Sua produção, iniciada naquela década e continuada ao longo dos anos em paralelo à exploração de outros gêneros e meios, acaba por constituir uma “teoria” do fazer artístico, conjugando a universalidade conceitual e a singularidade do discurso autoral, a dimensão política e a poética. Sua formação multidisciplinar – de arquiteto, com mestrado em planejamento urbano e doutorado em artes visuais, longos anos de dedicação ao estudo e à prática amadora da música, sua atividade de escritor, palestrante e pesquisador – resulta em um trabalho com múltiplas facetas e de grande complexidade.

 

Com um trabalho caracterizado pela organização de elementos em séries, fazendo com que os espaços de exposição tendam a ter o caráter de instalações, o artista exibe nesta mostra importantes obras, como a escultura “Módulo de Destruição”, em nova versão (1990-2010-2014), que será instalada na rotunda.

 

Outro destaque da mostra é a série de desenhos “Conspiração Arquitetura”, com temas relacionados à arquitetura e ao urbanismo, exposta pela primeira vez na Galeria Sergio Milliet, Funarte, Rio de Janeiro, em 1981. A maior parte dos trabalhos da série pertence à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM-RJ e raramente é mostrada ao público.

 

 

A exposição

 

A mostra “Cabeça” dará a oportunidade ao público de conhecer – pelos olhos do próprio artista, que assina a curadoria e o projeto expográfico – uma seleção de obras pertencentes a diferentes coleções, agora reunidas.

 

A exposição ocupará as quatro salas do segundo andar do CCBB e a rotunda, onde serão instaladas as esculturas “Módulo de Destruição” (um cubo em perfis metálicos, com 380 cm de lado, em nova versão) e Nômade (2010), ambos elementos do trabalho-em-progresso “História do Futuro”, iniciado em 1978. Inédito no Rio de Janeiro, foi mostrado pela primeira em Gibellina, na Itália, em 1990, e, no Brasil, na 29ª Bienal de São Paulo, em 2010. Também na rotunda, será instalada uma nova versão das esculturas “Heavy Metal”, de 1986, e “HI-FI”, de 1987 (19ª Bienal de São Paulo), um empilhamento de seis mapotecas de aço sobre estruturas tubulares.

 

A primeira sala incluirá desenhos dos anos 1970 e 1980, desenhos da série “Conspiração Arquitetura” – tais como “Cidade Fictícia Invadida Por um Mar de Ignorância Real”, “Cidade Real em Chamas” e “Hotel Tropical na Baía de Guanabara” – além de desenhos recentes, produzidos nos últimos 3 anos, e a instalação “21 Formas de Amnésia”, de 1989, um dos trabalhos mais relevantes da produção do artista.

 

A segunda sala reunirá esculturas, pinturas, objetos e desenhos de diferentes épocas. Dentre os destaques, a escultura “Semáforo”, exposta na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987.

 

Na terceira sala serão mostrados fotografias e vídeos, de diversas épocas. Entre as mais recentes, as inéditas “Michelangelo com Faróis” (Nova York, 2010) e “Two Weddings” (San Francisco, 2012), produzidas especialmente para a exposição no CCBB.

 

A quarta sala receberá “História do Futuro”, com desenhos,  fotografias, estudos preliminares, o livro de mesmo título e o vídeo produzido para a 29ª Bienal de São Paulo.

 

 

Sobre o artista

 

Carioca, 67 anos, é arquiteto pela FAU / UFRJ, 970), mestre em Planejamento Urbano pelo IPPUR / UFRJ (1985) e doutor em Artes Visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000). Realizou 26 exposições individuais, participou de coletivas relevantes, no Brasil e no exterior, tais como o Panorama, no MAM São Paulo (em que recebeu o prêmio de desenho em 1991); as 10ª, 19ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo; a 7ª Bienal do Mercosul; Europalia, em Bruxelas; Imagine Brazil, em Oslo e Lyon, entre dezenas de outras. Tem trabalhos em coleções emblemáticas de arte brasileira e latino-americana, tais como Gilberto Chateaubriand/MAM-RJ, João Sattamini/MAC-Niterói, MALI/Lima-Peru, ESCALA/Colchester-UK e Daros Latinamerica/Zurique-Suíça. Tem textos publicados em livros, revistas, jornais e na internet. É professor associado do Departamento de História e Teoria da Arte e do PPGAV-Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes EBA / UFRJ. Dedica-se ao estudo e à prática amadora da música, é escritor, poeta, palestrante e pesquisador. Milton Machado é representado pela Galeria Nara Roesler.

 

 

De 05 de agosto a 29 de setembro.

Ascânio MMM na Marcia Barrozo do Amaral

Após a mostra de “Flexos e Qualas”, no MAM em 2008, o escultor Ascânio MMM exibe na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, espaço que o representa no Rio de Janeiro desde 2006. Esta nova série de trabalhos intitula-se “Quasos” e estes trabalhos são resultado dos estudos que Ascânio tem desenvolvido com o alumínio, material que é a base da sua pesquisa há cerca de vinte anos.

 

Nesta mostra, a torção permanece como movimento original do seu trabalho, porém as torções rígidas dos trabalhos de madeira brancos dão vez às torções flexíveis de tramas de alumínio. Um dos trabalhos evoca a fita de Moebius, com sua torção contínua. As formas exibidas são resultado de uma longa experimentação com alumínio e parafusos, estes agora de vários comprimentos e com diferentes níveis de aperto, para unir as peças de alumínio. O artista conta que deixou de apertar totalmente os parafusos, o que possibilitou que o alumínio se movimente e se expanda, promovendo a alternância entre a solidez e a leveza do material, através de um espaçamento controlado. “São folgas variáveis que apresentam novas formas e novas questões na minha pesquisa”, afirma. O nome desta série tem origem na combinação das palavras “quadrados” e “parafusos”.

 

Outra questão presente nos trabalhos da mostra é a exploração da cor e do brilho do próprio material. O uso da cor também tem sido objeto de estudo do artista e agora aparece de forma sutil, de acordo com a movimentação do espectador e da incidência de luz, gerando resultados surpreendentes.

 

 

Sobre o artista

 

Ascânio MMM nasceu em Fão, Portugal, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro desde os 17 anos de idade. Sua formação inclui passagem pela Escola Nacional de Belas Artes entre 1963 e 1964, e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, FAU/UFRJ, entre 1965 e 1969, onde se formou. Atuou como arquiteto até 1976, mas já a partir de 1966 começou a desenvolver seu trabalho artístico a partir do uso da madeira pintada de branco e, logo em seguida, da organização de ripas de madeira em progressões verticais e horizontais, e criando as caixas lúdicas, espécie de bases de madeira, sobre as quais o espectador pode deslocar quadrados vazados, de tamanhos decrescentes. Neste mesmo ano exibiu pela primeira vez seus trabalhos ao público, incluído na seleção de artistas do I Salão de Abril no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

 

Desde 1966 e durante os anos 1970, explorou a relação entre escultura e arquitetura em seus trabalhos pelo uso da madeira pintada de branco e, logo em seguida, da organização de ripas de madeira em progressões verticais e horizontais. São deste período as caixas lúdicas, cubos de madeira, sobre os quais o espectador pode deslocar quadrados vazados, de tamanhos decrescentes, formando diferentes composições. Na década de 1980 realizou os “Fitangulares” – relevos e esculturas, quando deixou de usar o branco, e a questão da luz e sombra foi abandonada, para explorar a madeira crua de diferentes espécies (cedro, mogno, pau marfim, ipê, freijó, etc.) e tonalidades. Já no final dos anos 80 surgiram as primeiras Piramidais de madeira.

 

Nos anos 1990, a questão das grandes dimensões tornou-se uma preocupação central para Ascânio e os estudos com alumínio se intensificaram. O alumínio tornou-se então a base para a pesquisa de novos trabalhos. As esculturas desta fase caracterizam-se pelos tubos retangulares de alumínio cortados, que geram esculturas de grandes dimensões com vazios internos e sucessões de transparências e sólidos, tornando-as quase imateriais conforme a posição do espectador. Nos anos 2000, desenvolve os Flexos – quando os parafusos que eram usados nas Piramidais foram substituídos por arames de aço inoxidável amarrando os tubos quadrados cortados com 1cm, e gerando tramas tensionadas. Posteriormente, surgiram as Qualas – onde a amarração de arame foi substituída por argolas, conferindo ainda mais plasticidade à trama, permitindo ao artista uma nova relação com o espaço e a luz ambiente.

 

Com exposições individuais no Brasil e no exterior, além de participações em Bienais, Ascânio possui obras instaladas em espaços públicos no Rio de Janeiro, São Paulo, Japão e Portugal. Apenas cidade do Rio são oito esculturas de grandes dimensões, como a do Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova e a do Centro Empresarial Rio, em Botafogo, esta última escolhida por “vinte nomes ligados às artes plásticas” como um dos dez trabalhos que não podem deixar de ser vistos na cidade (Revista Rio Show, O Globo, 20/04/2007). A produção artística de Ascânio foi objeto de estudo e análise crítica por Paulo Herkenhoff no livro Ascânio MMM: Poética da Razão (BEĨ Editora, 2012). Em 2005 foi publicado o livro Ascânio MMM (Editora Andrea Jakobsson, 2005), com textos de Paulo Sergio Duarte, Lauro Cavalcanti, Fernando Cocchiarale e Marcio Doctors.

 

 

De 21 de agosto a 19  de setembro.