Reabertura no MNBA

10/jan

 

Depois de passar por reformas estruturais em meados deste ano, reabre uma das principais mostras permanentes do Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Situada no 3º Piso a Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea do MNBA abriga uma das raras mostras no Brasil onde se pode descortinar, num mesmo espaço, todo um percurso artístico que vai do inicio do século XX até o contemporâneo.

 

Na nova exposição da Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea foram incluídas obras, a maior parte doações, como “Retrato de Yedda Schmidt” (esposa do falecido empresário Augusto Frederico Schmidt, poeta e dono do supermercado Disco, ghost-writter de Juscelino Kubitchek, etc), de Candido Portinari; telas de Willys de Castro, Décio Vieira, João Fahrion, Timóteo da Costa, Alex Flemming, gravuras de Maria Bonomi, Fayga Ostrower, e Gilvan Samico; e esculturas de Celso Antonio, entre vários outros.

 

Superando a mostra anterior, antes o espaço abrigava 180 trabalhos, agora serão 205 obras em exposição. Possuindo 1.800 metros quadrados, divididos em dois andares, a Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea apresentará no primeiro andar o movimento da “Abstração na gravura”, com destaque para obras de Fayga Ostrower, Anna Bella Geiger, Rossini Perez, Artur Luiz Piza, Dora Basílio, Edith Behring, Anna Letycia, entre outros. No segundo andar artistas como Gilvan Samico, Maria Bonomi, Leonilson, Carlos Martins, Adir Botelho, Rubem Grilo, Claudio Mubarac e Fernando Vilela, se reunirão aos outros artistas representando a importância da gravura na produção artística brasileira das décadas de 1980 a contemporaneidade.
Na tocante às esculturas, novas peças também serão apresentadas, de artistas como Farnese de Andrade, Celso Antonio, Rubens Gerchman, Zelia Salgado, Abraham Palatnik e um bronze de Paulo Mazzucchelli.

 

Os novos trabalhos completam a coleção anterior que volta a exibir autores como: Manabu Mabe, Iberê Camargo, Beatriz Milhazes, Eliseu Visconti, Di Cavalcanti, Jorge Guinle Filho, Tarsila do Amaral, Carlos Oswald, Gonçalo Ivo, Mauricio Bentes, Amílcar de Castro, Pancetti, Guignard, Tomie Ohtake, Marcos Coelho Benjamin e Antonio Henrique Amaral.

 

A partir de 10 de janeiro (em exibição permanente).

Abre Alas 9

23/dez

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a 9ª edição do “Abre Alas”. O projeto nasceu ao final do primeiro ano de vida da galeria quando Marcio Botner, Laura Lima e Ernesto Neto, diretores do espaço, perceberam que tinham um tesouro em mãos: cerca de 200 portfólios recebidos de artistas de toda parte. Resolveram então aproveitar todo esse material em uma exposição que acontece desde 2005, próxima ao carnaval. Assim como o nome “Abre Alas” remete ao carro que inaugura o desfile das escolas de Samba, o projeto “Abre Alas” é uma exposição que abre espaço para jovens artistas de todo o Brasil. Com o tempo, a exposição passou a ser internacional. Ao longo desses 9 anos, mais de 100 novos nomes participaram do projeto que acaba funcionando como uma vitrine.

 

Sabendo da importância de dar continuidade ao projeto para sedimentar seu pensamento, Marcio Botner, Laura Lima e Ernesto Neto buscam incentivar a produção desses jovens artistas, abrindo oportunidades e contribuindo para uma potencialização das redes e trocas entre artistas, galerias, colecionadores e público. Desde 2010 dois curadores e um artista são convidados para realizar a seleção dos expositores,  esse ano fizeram parte do comitê de seleção, Daniela Castro e os artistas e professores João Modé e Alexandre Sá.

 

Participam da 9ª edição os artistas Bet Katona, Bruno Baptistelli, Bruno Senise, Camila Soato, Fábia Schnoor, Frederico Filippi, Gabriel Secchin, Gustavo Torezan, Ícaro Lira, Jaime Lauriano, Juan Parada, Leonardo Akio, Oscar Barbery, Patricio Gil Flood, Rafael Perpétuo, RG Faleiros e Silvio de Camilis Borges

 

Em 2011 foi realizado o primeiro concurso de fantasia durante abertura do Abre-Alas. Dando continuidade a essa ideia, o 3° concurso será na abertura do Abre-Alas, pois é quando a galeria convida a todos a se fantasiarem e desfilarem na encruzilhada em frente A Gentil Carioca. A melhor fantasia ganha o prêmio e a saudação de todos os artistas foliões.

 

De 26 de janeiro  a 16 de março.

No Cofre da Casa França-Brasil

20/dez

Efrain Almeida

Em todas as exposições que acontecem na Casa França-Brasil, o espaço do Cofre é ocupado por um artista diferente do que expõe nos demais espaços. Na exposição “Ulysses”, de José Rufino, não foi diferente. O detalhe especial é que foi o próprio José Rufino que fez o convite a Efrain Almeida, artista cearense radicado no Rio e que utiliza a madeira em suas obras. “O Sozinho” é uma escultura em madeira – um autorretrato – que mede, aproximadamente, 6 x 26 x 28 cm, apresentada sobre uma base de MDF em cor natural.

 

Efrain Almeida explica que “a base da escultura é proporcionalmente desproporcional à obra…O objetivo é justamente enfatizar a diminuta escala do corpo da escultura, em relação ao espaço expositivo. Para mim, a situação espacial e o local onde a peça está colocada se referem a questões recorrentes em meu trabalho, como as relações da obra com o espaço arquitetônico, e também uma certa atmosfera melancólica…Neste projeto, que intitulei O Sozinho, o enclausuramento, a solidão e o abandono se fazem presentes”.

 

Na opinião de José Rufino, as duas obras tratam do corpo, em escalas completamente distintas: “Essa relação entre o gigantismo e a miniatura vai criar uma tensão entre as duas obras…Ulysses é um corpo histórico, social, todo feito de fragmentos dos outros, uma verdadeira quimera gigante de partes esquecidas da cidade, enquanto o pequeno corpo de Efrain é íntimo, tem uma poesia e uma força contida, é quase a carne encolhida dele mesmo. No entanto, ambos podem se encontrar na inversão das escalas, pois Ulysses também pode ser investigado nos detalhes, nas reentrâncias – e o corpo de Efrain vai ocupar o pequeno volume do cofre como se aquele espaço fosse imenso”.

 

Sobre o artista

 

Efrain Almeida nasceu em 1964, em Boa Viagem, Ceará, onde morou durante a infância e a adolescência. Depois, seguiu com a família para o Rio de Janeiro, cidade onde reside. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro e fez um curso no Museu de Arte Moderna, onde iniciou também uma pesquisa de materiais, acabando por privilegiar a madeira. Sua obra se baseia na apropriação do imaginário e da religiosidade popular, através dos ex-votos. Apesar de todas as referências da história da arte universal que recebeu nos cursos de Pintura e Escultura da Escola do Parque Lage, o artista nunca abandonou as influências visuais que marcaram a sua infância. Interessado pelos fenômenos da fé, registra em seus trabalhos as marcas físicas que certos tipos de religiosidade deixam no corpo humano. Por isso, os entalhes dos artesãos populares e as peças de ex-votos são um traço comum da sua obra, que ganham uma conotação levemente subversiva, quando deslocadas de seu contexto original. Suas peças são, em geral, de pequena dimensão – mas propõem uma ocupação global do espaço que as acolhe, convidando o observador a aproximar-se, a fim de desvendar os pequenos pormenores. São peças que evocam a harmonia entre o popular e o erudito, o instintivo e o calculado, o simples e o sofisticado. Entre as exposições em que participou destacam-se Infância Perversa (1995), no Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna, Salvador. Efrain Almeida começou a expor em 1987, no Rio, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, ganhou o Brasil e o mundo, expondo em centenas de cidades brasileiras, na Europa e nos EUA. Tem obras em importantes coleções públicas, como o Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela, Espanha); no Museum of Modern Art – MoMa (Nova Iorque, EUA); no Toyota Municipal Museum of Art, Japão; no ASU Art Museu, na Universidade do Arizona, EUA; no Museu de Arte Moderna de São Paulo; no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM (Recife); e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

 

No dia 06 de janeiro, o artista vai receber a crítica de arte do jornal O Globo, Marisa Flórido, e o curador Marcelo Campos na mesa redonda às 18h30, na instituição.

Thiago Toes na Reserva+

18/dez

Thiago Toes

O artista plástico Thiago Toes realiza sua primeira exposição individual em terras cariocas. A mostra “Uma Luz que Nunca se Apaga” reúne cinco telas e três desenhos, e está em cartaz na galeria Reserva +, Copacabana, Rio de janeiro, RJ.

 

Entre as obras expostas e inéditas, está a pintura “Desejando Milagres”, uma tela geométrica com tinta acrílica e aquarela, que compõem grande parte de seus trabalhos. “Essa pintura tem tudo a ver com o título. Um milagre é uma forma de luz, de fazer isso acontecer. Quero despertar a fé nas pessoas, fazer com que elas acreditem em um bem maior”, afirma o artista.

 

É deste conceito que surgiu o nome da exposição, com a premissa de que deve sempre existir uma luz que nunca se apaga, que representa nossas esperanças. As cores presentes nas telas também transmitem essa ideia e falam por si só, como, por exemplo, as cores claras que representam espasmos de sonhos; as escuras refletem o universo interior; enquanto as quentes demonstram sentimentos. A paleta de cores estimula esse desejo de conforto, luz e busca por calmaria e reflexão interior.

 

Seus desenhos são marcados pelos traços geométricos, a arte abstrata, o cubismo e o surrealismo. Além de tudo, os trabalhos refletem poesias, como um salto no vazio, nos sonhos, no universo paralelo e particular do artista. Em grande parte dos desenhos, um personagem surge em meio às cores e cria então seu próprio habitat íntimo e excepcional. Mistérios e inquietudes são retratados através de cores gélidas, que em algumas ocasiões ganham um toque forte de vida, com tons de magenta, laranja, lilás, azul, branco e cinza.

 

Sobre o artista

 

Thiago Henrique, ou Toes, como é conhecido, descobriu o graffiti na adolescência e fez as primeiras experimentações aos 15 anos. Hoje faz parte da nova geração de grafiteiros de São Paulo, estado onde cresceu e mora.

 

O artista já realizou trabalhos em Miami (Projeto Wynwood Walls), Los Angeles e, junto com a dupla Osgemeos, realizou alguns trabalhos, como um mural para o festival Indie Hip Hop (Sesc). Em outubro de 2010 ganhou patrocínio da marca de roupas RVCA e foi o único artista da empresa a expor seu trabalho para o projeto Design For Humanity (Billabong). Em março de 2011, recebeu o convite para ser um dos artistas do festival Risadaria, com curadoria d’Osgemeos, e expos seu trabalho na Bienal de São Paulo.

 

A percepção de arte e a naturalidade com que lida com os tons e contrastes se encarregaram, com o tempo e com a sua vontade, de transpor os aspectos visuais do graffiti. Hoje e cada vez mais Thiago se dedica à pintura de telas com o uso de pincel, aquarela, pastel, óleo e até mesmo spray e látex.

 

Até 04 de janeiro de 2013.

Vieira da Silva no MAM-Rio

Uma das mais importantes artistas plásticas do século XX, Maria Helena Vieira da Silva, ganha sua primeira mostra de peso no Rio de Janeiro. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, exibe a exposição “Vieira da Silva – Agora”. No âmbito dos eventos do pleno ano Portugal no Brasil/Brasil em Portugal, em que os países reafirmam sua proximidade, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e a Espírito Santo Cultura apresentam 51 obras inéditas ou pouco vistas no Brasil da artista portuguesa. A mostra tem curadoria de Marina Bairrão Ruivo, da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), e de Luiz Camillo Osorio, do MAM-Rio, e integra as comemorações do Ano de Portugal no Brasil.

 

Os desenhos e pinturas da mostra foram produzidos entre 1934 e 1986, e traçam um arco praticamente completo do trabalho de Vieira da Silva – um conjunto de obras vindas de colecionadores particulares e institucionais do Brasil e de Portugal. “Reunir trabalhos que cobrem cinco décadas de produção nos permitiu apresentar ao público carioca o desenvolvimento de sua trajetória e a constante renovação de sua linguagem pictórica”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio. “O embate entre figuração e abstração acompanhou a construção de sua poética, colocando dentro de um universo muito pessoal, às vezes lírico, às vezes trágico, aspectos relevantes da pintura do pós-guerra – momento de maturidade de sua linguagem”, conclui.

 

A curadora Marina Bairrão Ruivo, lembra que “…sua pintura é um testemunho da inteligente associação de um passado – em que Lisboa permanece como um referente cultural – a um presente de renovação e modernidade, simbolizado por Paris”.

 

Além das 51 obras, a exposição “Vieira da Silva, Agora” apresenta uma fotobiografia da artista; e o Museu de Arte Moderna preparou a mostra “Diálogos com Vieira da Silva”, reunindo 28 obras de artistas brasileiros que efetivamente dialogaram com a criadora franco-portuguesa. Volpi, Guignard, Antônio Bandeira, Lygia Clark, Carlos Scliar, Guignard, Arpad Szenes, Fernando Lemos, Ione Saldanha, Pancetti, Maria Leontina, Maria Martins, Sergio Camargo e Willys de Castro, entre outros, são alguns dos 21 artistas que integram esta mostra complementar e essencial à compreensão desta troca artística.

 

Sobre a artista

 

Nascida em 1908 em Lisboa, Portugal, a artista faleceu em 1992, em Paris. Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa. Em 1928 foi residir em Paris, onde estudou com Fernand Léger e trabalhou com Henri de Waroquier e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o também pintor Arpad Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930. Realizou numerosas viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil. Devido ao fato de seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. O casal decidiu residir no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra, onde entraram em contato com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira e exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.

 

Vieira da Silva criou uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. “Kô et Kô, les deux esquimaux”, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches. Mais tarde a artista viveu e trabalhou em Paris. A partir de 1948 o Estado Francês começa a adquirir as suas pinturas. Em 1956 ela e o marido obtém a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts e em 1979 torna-se cavaleira da Legião de Honra francesa. Participou da Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano. Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa, e a Escola Vieira da Silva, em Carnaxide.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

Marcelo Moscheta | “Norte”

17/dez

Também no Paço Imperial, encontra-se em exibição “Norte”, individual do paulista Marcelo Moscheta, no térreo do prédio, sob curadoria de Daniela Name. São dez instalações, feitas a partir de sua viagem de três semanas ao Ártico, em 2011. Desde 2000, o artista cria instalações, desenhos e fotografias, identificando e recolhendo elementos da natureza de lugares remotos, para construir pensamentos sobre paisagem e memória.

 

Moscheta destaca a instalação “Atlântida”, pela associação com o continente perdido. O trabalho é inspirado na cidade-fantasma de Pyramiden, antigo polo soviético de mineração, onde só moram duas pessoas, que sobrevivem das expedições turísticas.

 

“Maré Vers.1.3” se compõe de uma máquina, criada por Moscheta, em que um motorredutor aciona o movimento vertical de três projetores, reproduzindo o vaivém das marés, enquanto a projeção na parede tenta, em vão, conciliar as três imagens em uma única linha do horizonte. É a vitória da natureza sobre as tentativas de apreensão e controle feitas tanto pela ciência quanto pela arte.

 

Em “A line in the Arctic #4”, dá-se outro duelo entre paisagem e natureza. Moscheta tentou traçar, com fita adesiva amarela, no chão coberto de gelo, as linhas do meridiano e do paralelo que passam por ali, nas direções norte, leste, sul e oeste.

 

As “Fotocromáticas” do Ártico têm origem na constatação de que há muito mais tons de branco na neve do que se pode supor. Outra relação imediata é o esforço que o olho faz para verter uma foto em preto e branco, imaginando uma paleta que possa colorir a paisagem.

 

“Miragem” fragmenta em 35 partes uma única imagem, em que o Moscheta retrata uma montanha gelada. A escala da natureza e a perda da noção de profundidade fazem com que a paisagem do Ártico pregue peças e iluda o viajante. As demais instalações são intituladas “Ilha Elephant”, “Notes from the cold”, “NY Alesund”, Driftwood” e “À deriva”.

 

Marcelo Moscheta é Mestre pela Universidade Estadual de Campinas. Participou de coletivas e individuais no Brasil e na Europa e tem obras incluídas nas coleções de museus brasileiros e belgas, além de coleções particulares nos EUA, na Itália, Rússia e em países latino-americanos. Suas últimas residências artísticas, antes do Ártico, foram o deserto de Atacama (Chile), a fronteira entre o Brasil e o Uruguai, as regiões de Galiza (Espanha) e Bretagne (França) e a floresta amazônica.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

Exposição-Homenagem

A conhecida arquiteta, artista e galerista cariosa Anna Maria Niemeyer, falecida em junho deste ano, ganha exposição-homenagem, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Lauro Cavalcanti, diretor do Paço.

 

A exposição “Anna Maria Niemeyer, um caminho” ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estarão cerca de 300 ítens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado por AMN em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e o pai da homenageada, Oscar Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea e|ou os que tiveram contato mais estreito com Anna Maria.

 

Os trabalhos reunidos nessa exposição pertenceram, em sua maioria, à coleção pessoal da galerista, outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios artistas. Esta é a única oportunidade de apreciar o caminho visual de AMN em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos.

 

Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estarão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a ítens documentais da história da galerista.

 

Obras de Oscar Niemeyer (falecido em 06 de dezembro) abrem o segundo andar, que termina com a instalação de Fatima Villarin. Esse trabalho teria sido exibido, caso o funcionamento da galeria não tivesse sido interrompido.

 

Sobre Anna Maria Niemeyer

 

Como conselheira de programação do Paço, Anna Maria Niemeyer concebeu e realizou a mostra  “A caminho de Niterói”, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi essencial na mudança de patamar do centro cultural no início dos anos noventa, e para alavancar o processo de construção do MAC-Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

 

Entre outros projetos realizados, está o de consolidar Oscar Niemeyer também como artista plástico: Anna Maria editou séries de serigrafias, desenvolveu e mostrou suas peças de mobiliário, algumas assinadas por pai e filha, e também realizou os projetos e exibição de esculturas e de desenhos não arquitetônicos de ON. Junto com a filha mais velha, Ana Lucia Niemeyer, a galerista criou a Fundação Oscar Niemeyer para preservar obra e pensamentos do arquiteto.

 

Autores de obras da exposição: Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes, Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João Magalhães, Jorge Duarte, Jorge Guinle, José Patrício, Katie Van Scherpenberg, Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo, Mauricio Bentes, Monica Barki, Mônica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota e Victor Arruda.

 

O curador contou com a consultoria de Helio Portocarrero e Leonor Azevedo, assessora de longa data da galerista, para este evento.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

Gerchman em Duque de Caxias

12/dez

 

A exposição “Rubens Gerchman – O garimpeiro do asfalto”, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, será exibida no SESC Duque de Caxias, Rio de Janeiro, RJ. De acordo com o curador, a mostra apresenta algumas séries do artista (“Beijo”, “Automóvel”, “Bicicleta”, “Multidão” e “Futebol”), um vídeo instalação e um dispositivo interativo chamado “Graffiti Digital”, em que o visitante poderá manipular digitalmente algumas imagens de obras do artista, fazer algumas intervenções e projetá-las na parede da galeria.

 

Do lado de fora, na fachada da sede do SESC, surgem sete murais criados por seis artistas e um coletivo artístico, inspirados na vida e na obra de Rubens Gerchman. O resultado foi possível graças a uma visita de sensibilização no Instituto Rubens Gerchman, dirigido por Clara Gerchman que afirma ser um dos propósitos principais do instituto promover o acesso às obras de seu pai, a um maior número de pessoas.

 

O nome da exposição surgiu a partir de uma entrevista do artista encontrada durante o período de pesquisa de produção, no qual ele mesmo se autoproclama “garimpeiro do asfalto”.  É numa atmosfera urbana e popular que o visitante encontrará alguns dos caminhos percorridos por Rubens Gerchman, como se estivesse entrando no ateliê do artista. Os artistas Carlos Bobi, Eduardo Denne, Fuso Coletivo, Geléia da Rocinha, Kajaman, Ozi e Wilson Domingues participam como convidados.

 

Até 01 de fevereiro de 2013.

10 anos de Zanini na MEMO

08/dez

 

A MEMO, Rua do Lavradio, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, abre retrospectiva da primeira década de trabalho de Zanini de Zanine, apresentando sua produção como designer. Na mesma ocasião, lança um múltiplo em parceria com o artista plástico Walton Hoffmann, além de gravuras em serigrafia. A exposição, organizada por Marcelo Vasconcellos e Alberto Vicente – sócios, coincidentemente há dez anos do MEMO, loja de mobiliário brasileiro e agora também galeria de arte -, tem a curadoria do jornalista Sergio Zobaran, curador ainda da Mostra “Black” em SP, e do artista plástico Walton Hoffmann, que assina a sua montagem.

 

Mesas, cadeiras, poltronas, bancos, pufes, luminárias, cabideiros e vasos, criados a partir de materiais inusitados – como placas de moedas de 10 centavos, reaproveitando as chapas descartadas pela Casa da Moeda, ou “pranchas” de coloridos skates – compõem a coleção com linguagem urbana e inspiração cotidiana a ser apresentada aos cariocas e outros visitantes. Peças lúdicas, criadas por esse skatista e surfista, como o cavalinho de balanço em metacrilato e as lamparinas de bujões de gás, darão cor à exposição. Os trabalhos de Zanini têm plasticidade, organicidade e até humor rasgado, como no banco Cê senta (60), feito com placas de sinalização de trânsito.

 

Zanini se divide entre sua marcenaria em Jacarepaguá, que ele chama de atelier – onde tem como assistente, entre outros, um antigo e importante colaborador de seu pai, Reduzino – e o Studio Zanini localizado em um grande galpão em Santo Cristo. Recentemente, participou da ArtRio com alguns de seus móveis e antes de sua mostra na MEMO, irá expor seu trabalho na prestigiada feira ArtBasel em Miami, EUA . Em 2013 a mostra parte para São Paulo e outros estados brasileiros.

 

Sobre o artista

 

Zanini, 34 anos, filho de José Zanine Caldas (daí o nome Zanini de Zanine), seguiu os caminhos do pai na criação e execução de móveis. Formado em Desenho Industrial na PUC/RJ em 2002 e ex-estagiário de Sergio Rodrigues. De 2003 a 2012 participou das principais bienais de design da Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos e acumulou mais de 15 prêmios no Brasil e no exterior. Hoje, ele integra o primeiro time dos mais importantes artistas brasileiros que criam e trabalham para o mercado internacional. Como o pai, Zanini tem uma linha de mobiliário em madeira em edições com número de peças limitado, como as que acaba de criar para a celebrada indústria italiana Capellini. Além disso, Zanini desenvolve diversas outras linhas de criação voltadas para a execução através da indústria em diversos materiais, da madeira com resíduo florestal ao plástico, sobras de insumos e grades antigas.

 

Zanine/Hoffmann

 

Para a exposição de Zanini de Zanine no MEMO, o artista plástico Walton Hoffmann e Zanini planejaram um múltiplo onde o trabalho dos dois pudesse fluir e manter suas características. Zanini selecionou a poltrona “Trez”, que foi utilizada por Hoffmann em duas diferentes formas. Seu desenho e ela própria, miniaturizada, no interior de uma caixa de acrilico, em formato de casa, constituida de quebras cabeças e espelhos. Os jogos e as impossibilidades são temas de investigação do trabalho de Hoffmann. O acrílico nos deixa ver as entranhas desse trabalho mas não nos revela automaticamente seus inúmeros sentidos.

 

Para a exposição comemorativa de 10 anos de trabalho de Zanini, foram feitos 10 exemplares, todos em cores distintas, tornando cada peça dessa série uma obra única. E o MEMO produziu, junto com os artistas, uma série de  10 serigrafias a partir dos desenhos de seus trabalhos, numeradas e assinadas pelo designer. Elas têm relação com seus móveis e foram impressas nas cores  correspondentes em que eles foram produzidos.

 

Sobre a Memo Brasil

 

A MEMO publicou recentemente o livro “Móvel Brasileiro Moderno” (Aeroplano Editora em parceria com a Fundação Getúlio Vargas – FGV Projetos), uma obra completa sobre o mobiliário brasileiro modernista com ênfase no trabalho de José Zanine Caldas, Sérgio Rodrigues, Oscar Niemeyer, Joaquim Tenreiro, Ricardo Fasanello, Geraldo de Barros, Lina Bo Bardi, entre outros nomes importantes do século 20. A mostra de Zanini dá continuidade à transformação da ME|MO em espaço plural, ampliando assim sua vocação mantendo o primeiro e o segundo andares exclusivos para exposições de arte. Tudo isso em um prédio do século 19 fincado no coração da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. A região, é hoje o trecho do cenário carioca com maior vocação para as artes, dos ateliês de artistas a galerias e lojas.

 

Até 11 de fevereiro de 2013.

Livros na Cosmocopa

A Cosmocopa + Apicuri lançam dia 13 de dezembro no Shopping dos Antiquários, na Galeria Cosmocopa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, livros individuais sobre a obra dos artistas Felipe Barbosa e Leila Danziger.

 

O livro “Estranha economia” traça uma panorâmica da obra de Felipe Barbosa, com imagens de seus trabalhos no ateliê e em espaços expositivos. A edição, com foco no processo criativo do artista, apresenta textos críticos de Alvaro Seixas, Luciano Vinhosa e Sheila Cabo Geraldo. Estranha economia é também o título da série de trabalhos em que o artista usa objetos do cotidiano recobertos de picotes de papel-moeda e os agrupa em instalações que revelam ambientes familiares porém cheios de estranheza. Outras séries de trabalhos do artista mostram bolas de futebol desconstruídas em seus gomos e remontadas em planos ou outros formatos, palitos de fósforo agrupados para formar esferas orgânicas, casas de cachorro montadas em “condomínios”, martelos totalmente recobertos por pregos.

 

Já o livro “Todos os nomes da melancolia, de Leila Danziger, apresenta imagens de trabalhos reunidos sob o traço da melancolia o que para Luciano Vinhosa “… Leila nos prepara uma finíssima tessitura de narrativas visuais que retomam o tempo contemplativo da reflexão e da apreciação estética. É notável o cuidado artístico com que trata a presença ordinária das coisas que a cercam, transformando-as em um mundo extraordinário para os olhos e a imaginação, seja por meio de fotografias com referências ao mundo doméstico ou por meio de gravuras retomadas da história da arte, ou ainda pelo próprio ato de reconstruir novas imagens a partir de imagens já desgastadas. Por exemplo, quando trabalha com as folhas de jornais, escalpelando-as, Leila extrai delas todo o excesso para fixar apenas aquilo que interessa: uma imagem surpreendentemente bela de uma romã partida e/ou reinserindo em suas páginas linóleo-gravuras e versos, um balbuciar quase eloquente daqueles que tiveram suas vozes caladas à força”.  E Luciano Vinhosa prossegue afirmando que “… A melancolia, sentimento normalmente vivido na intimidade, ganha em seus trabalhos uma dimensão social e coletiva quando a artista a faz deslizar da experiência particular, centrada em seu universo familiar, para experiências mais amplas da humanidade: o massacre dos judeus na Segunda Guerra, a diáspora palestina, o sofrimento do negro desterrado tomado pela saudade de sua terra natal, o drama dos desabrigados…”.