A brasilidade de Djanira.

28/mai

A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, e o Instituto Pintora Djanira apresentam a partir de 02 de junho a exposição “Djanira – 110 anos”, com 50 trabalhos da grande pintora que retratou o Brasil e seu povo. A mostra tem  curadoria de Max Perlingeiro e Fernanda Lopes. No dia 10 de junho, às 19h, haverá o lançamento do catálogo e visita guiada à exposição com os curadores.

A artista que expressou em sua pintura o profundo amor pelo povo brasileiro e sua terra é celebrada nesta mostra, que percorre seus trinta e sete anos de trajetória com 50 obras – grande parte delas nunca mostradas ao público – em núcleos temáticos que marcaram sua produção: retratos, religiosidade, ritos, mitos e sonhos, paisagem, trabalho e cotidiano, registros do Brasil e os desenhos, inéditos,”Aventuras de Procopinho”, que fez em 1948 para ilustrar o livro da peça infantil escrita por Lúcia Benedetti, a ser encenada pelo ator Procópio Ferreira. Além das pinturas de Djanira, o público verá documentos, fotografias, recortes de jornais sobre a artista, e ouvirá áudios, distribuídos pelas salas de exposição, com trechos do depoimento que Djanira deu para o Museu da Imagem e do Som, em 1967. Acompanha a exposição um livro bilíngue (port/ingl), com 128 páginas, com textos de Max Perlingeiro, Fernanda Lopes e Eduardo Taulois, diretor-geral do Instituto Pintora Djanira, além de uma cronologia da artista e imagens das obras presentes na exposição.

O curador Max Perlingeiro afirma sobre Djanira: “Sua vida era pintar”. “No decorrer de sua vida, participou ativamente do meio cultural e social no Rio de Janeiro. Seu reconhecimento e sua contribuição para a arte moderna brasileira se traduzem nas inúmeras exposições internacionais recentes”. Max Perlingeiro destaca ainda que “a Pinakotheke, ao longo dos seus 45 anos, tem apoiado as iniciativas de preservação da memória e do legado de artistas. Nossa primeira ação foi com o Projeto Portinari, em 1979. Atualmente, realiza uma parceria com o Instituto Pintora Djanira”, que tem como missão “preservar, pesquisar e disseminar a obra e a memória desta importante artista brasileira, assim como o contexto histórico-cultural do modernismo brasileiro, no qual a sua produção se insere”.

Fernanda Lopes assinala que a exposição é “uma celebração histórica da vida e da produção da artista, além do seu olhar afetuoso e interessado para o Brasil e da sua fundamental contribuição para a nossa história da arte”. “Ver sua obra agora é também constatar a atualidade das suas imagens e da sua maneira de enxergar o mundo à sua volta, além de uma importante contribuição para o pensamento sobre o Brasil e a arte brasileira de hoje. “Falo o brasileiro simples, uma linguagem que muita gente só entende quando é falada com sotaque de academia”, resumiu certa vez a artista”.

Até 19 de julho.

Ancestral Afro-Américas no CCBB RJ.

27/mai

Mostra apresenta até 01 de setembro, obras de renomados artistas afrodescendentes do Brasil e dos EUA, como Emanoel Araújo, Abdias Nascimento, Simone Leigh, Leonardo Drew, Rosana Paulino e outros.

Reunindo cerca de 160 obras de renomados artistas negros do Brasil e dos Estados Unidos, a exposição “Ancestral: Afro-Américas” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro a partir do dia 04 de junho. Com direção artística de Marcello Dantas e curadoria de Ana Beatriz Almeida, a mostra celebra as heranças e os vínculos compartilhados entre os povos afrodescendentes brasileiros e norte-americanos no campo das artes visuais, promovendo uma reflexão crítica sobre a diáspora africana. A mostra conta também com um conjunto de adornos comumente chamado de “joias de crioula”, indumentária usada por mulheres negras que alcançavam a liberdade no período colonial brasileiro, especialmente na Bahia, como forma de expressar sua ancestralidade, e uma seleção de arte africana da Coleção Ivani e Jorge Yunes, com curadoria de Renato Araújo da Silva. Os segmentos buscam localizar, por um lado, as brechas em que a ancestralidade africana se fez presente durante o Brasil colonial, e, por outro, seus elementos na arte produzida em seu território de origem.

A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ com obras de artistas como Emanuel Araújo, Abdias Nascimento, Simone Leigh, Sonia Gomes, Leonardo Drew, Mestre Didi, Melvin Edwards, Lorna Simpson, Kara Walker, Arthur Bispo do Rosário, Carrie Mae Weems, Monica Venturi, Julie Mehretu, entre outros.

Faz parte da exibição a obra de Abdias Nascimento, ícone do ativismo cultural no Brasil, amplamente reconhecido por suas contribuições à valorização da cultura afro-brasileira e por ter recebido o Prêmio Zumbi dos Palmares. Entre os artistas norte-americanos, Kara Walker se destaca com sua arte provocativa, que examina questões históricas e sociais, que lhe rendeu o prestigiado Prêmio MacArthur. Julie Mehretu é outra presença significativa, reconhecida por suas complexas pinturas que estabelecem um diálogo com a geopolítica atual. Complementando esse panorama, a destacada artista brasileira Rosana Paulino traz um olhar crítico sobre raça e identidade, ressaltando a diversidade e a profundidade das vozes representadas na mostra. Ainda se somam a eles nomes como o da jovem artista Mayara Ferrão, que utiliza a inteligência artificial para repensar cenas de afeto entre pessoas negras e indígenas não contadas pela “história tradicional”; e Arthur Bispo do Rosário, com seus mantos bordados e objetos que transcenderam o tempo e subverteram o conceito de beleza e loucura. Reforçando o diálogo poderoso sobre identidade, cultura e história, e refletindo a complexidade da experiência humana, há obras de Kerry James Marshall, Carrie Mae Weems e Betye Saar.

Núcleo de Arte Africana.

A exposição celebra as conexões entre a herança africana e a arte contemporânea no Brasil e nas Américas, destacando a ancestralidade como uma grande fonte de criatividade artística. Desta forma, para ampliar o conceito, a mostra terá um núcleo de Arte Africana Tradicional, com curadoria de Renato Araújo da Silva, trazendo obras de povos de países como Nigéria, Benim, Guiné, Guiné-Bissau, Angola e República Democrática do Congo. A seção homenageia o continente de origem da humanidade, evidenciando a força das tradições e inovações culturais transmitidas ao longo do tempo.

Sobre os curadores.

Ana Beatriz Almeida é artista visual, curadora e historiadora da arte, com foco em manifestações africanas e na diáspora africana. Nascida em Niterói (Brasil), em 1987, é mestre em História da Arte e Estética pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente é doutoranda em Estudos de Museus na University of Leicester, no Reino Unido. Almeida é também cofundadora e curadora da plataforma de arte 01.01, consultora curatorial do MAC-Niterói e foi curadora convidada do Glasgow International 2020/2021. Participou de residências curatoriais em Gana, Togo, Benim e Nigéria, durante as quais pôde se reconectar com parte de sua família que retornou ao Benim durante o período da escravidão. Como artista, desenvolveu ritos em homenagem àqueles que não conseguiram sobreviver à travessia atlântica durante o tráfico de escravizados. Sua técnica N’Gomku foi desenvolvida ao longo de cinco anos de pesquisa para a UNESCO sobre as tradições das comunidades afro-brasileiras do Baba Egum e da Irmandade da Boa Morte. Apresentou performances no Centro Cultural São Paulo, Itaú Cultural, SESC Ipiranga e Casa de Cultura da Brasilândia, em São Paulo; e na Bienal do Recôncavo, na Bahia. Ministrou um curso de verão sobre sua técnica de performance na Goldsmiths University, em Londres, Inglaterra, e participou da residência artística Can Serrat, em Barcelona, Espanha. O trabalho de Almeida integra a coleção permanente do Instituto Inhotim, em Brumadinho.

Renato Araújo da Silva graduou-se em filosofia em 2002 pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador e curador, atua como consultor em arte africana das Coleções Ivani e Jorge Yunes desde 2018, Cerqueira Leite e Tomás Alvim, desde 2021. Assina exposições como curador de arte africana e asiática. Foi curador da exposição trilogia África, Mãe de Todos Nos (MON-Curitiba 2019) e da exposição “A Outra África trabalho e religiosidade” (Museu de Arte Sacra de São Paulo 2020), Crenças da Ásia – Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa de Olímpia (2024). Além de ser autor de dezenas de catálogos de exposições, foi coautor do livro África em Artes (Museu Afro Brasil, 2015), é autor dos livros Arte Africana Máscaras e Esculturas 2 vols. (Beï 2024-225), Legados Arte Africana da Col. Cerqueira Leite (Unicamp-PUC-Campinas 2023), 5 mil anos de Arte Chinesa. (Instituto Confúcio 2024) e coautor de Sol Nascente a Col. de arte Japonesa Cerqueira Leite (PUC-Campinas 2024) e dos e-books Arte Afro-Brasileira altos e baixos de um conceito (Ferreavox 2016), “Temas de Arte Africana” (Ferreavox 2018), entre outros.

Sobre o diretor artístico.

Marcello Dantas é um premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e múltiplos projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Nos últimos anos esteve por trás da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes e influentes nomes da arte contemporânea como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Bill Viola, Christian Boltanski, Jenny Holzer, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Studio Drift, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Foi curador da Bienal do Mercosul, realizada em 2022, em Porto Alegre, e é atualmente curador do SFER IK Museo em Tulum, no México. Formado pela New York University, Marcello Dantas é membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.

Entre a memória e a fantasia.

O artista Leo Stuckert estreia – dia 04 de junho – em exibição individual com a exposição “Luz e Sombra no meu Jardim” na Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A cultura efervescente das décadas de 1970 e 1980, especialmente a trilha sonora icônica da época, é o ponto de partida da exposição. Com curadoria de Denise Araripe, texto crítico do historiador de arte André Sheik e produção da Monnerat Editorial, a mostra reúne 19 pinturas inéditas do artista, resultado de uma trajetória de mais de uma década de imersão sensorial e nostálgica.

A individual provoca uma ambiência híbrida entre memória e fantasia após quase quinze anos de dedicada pesquisa artística. O artista apresenta obras realizadas com tinta acrílica e transferência de imagens sobre tela e papel que evocam paisagens oníricas e psicodélicas, inspiradas em referências visuais da cultura pop, brinquedos, parques de diversão, histórias em quadrinhos, arquitetura urbana e música, fruto de suas memórias de infância. Cada tela é pintada ouvindo uma música diferente, usualmente rock brasileiro, inglês ou estadunidense, como também a MPB das décadas de 1970 e 80, e que definiram uma geração. Este universo particular é o que torna a mostra individual de Leo Stuckert um evento singular no calendário artístico.

“O trabalho de Leo implica reflexão, não apenas na escolha e captura do motivo, mas também nas escolhas de imagens que serão manualmente transferidas para a tela. Na entrega do seu fazer, sua prática estabelece uma conversa entre o olho, seu senso crítico e sua ação. Camadas de significados e gestos constroem um cenário ordinário, mas mesmo assim capaz de um lirismo profundo. Em tempos de vidas “sem tempo”, sua pintura é uma janela para momentos de quietude na correria urbana. Leo é um narrador de “não acontecimentos” que nos traz lembranças do que jamais vivemos.”

Denise Araripe.

A exposição vai além da exibição das telas. A programação inclui o lançamento do catálogo no dia 21 de junho, a partir das 14h, seguido de uma conversa com o artista, a curadora e o crítico. O encerramento, no dia 28 de junho, contará com uma celebração multissensorial com a apresentação musical dos artistas Luiz Badia, Osvaldo Carvalho e André Sheik, além da projeção de outras obras de Leo Stuckert.

Sobre o artista.

Leo Stuckert é artista visual graduado em Design pela ESDI/UERJ (1991). Desde 2017, participa de exposições coletivas e faz cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Rio de Janeiro/RJ, onde estudou com Luiz Ernesto, Bruno Miguel, Chico Cunha, Orlando Molica, Pedro Varela, Fabia Schnoor, Bernardo Magina e André Sheik. Em 2017, participou da residência artística Menorca Pulsar, na Espanha. Em 2018, integrou a 2ª edição da Bienal das Artes do SESC-DF, com curadoria de Jacob Klintowitz. Em 2019, expôs com o coletivo Entreoito na exposição homônima no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, Rio de Janeiro/RJ. Participou, em 2021, do 1º Salão de Artes Visuais Galeria Ibeu Online. Em 2022, expôs no 27º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande, Palácio das Artes, SP. Com o artista Pedro Mandarino, fez a exposição “Pessoas e Espaços”, no Espaço Cultural Correios Niterói/RJ, em 2023. No ano seguinte, a exposição seguiu para a Casa Amarela, dentro do Circuito Oriente em Santa Teresa, Rio de Janeiro/RJ, ambas com curadoria de Osvaldo Carvalho.

MATCH!

21/mai

Exposição de desenhos reflete sobre performatividade masculina em plataformas do tipo Tinder. Com humor e ironia, mostra de Júnia Azevedo abraça temas como identidade, corpos, afetos e subjetividades no Centro de Arte UFF, Icaraí, Niterói. A curadoria é de Renato Rezende. A abertura acontece no dia 21 de maio

Júnia Azevedo apresenta de 10 retratos com textos, feitos em grafite sobre papel algodão. Como em plataformas de namoro virtual tipo Tinder, homens distintos apresentam seus perfis conforme seus interesses – sexo, amizade, uma parceira amorosa ou a busca da alma gêmea. “Há algo de machista e patético na forma como esses homens nos olham (olham para as mulheres) e se descrevem. Ao mesmo tempo, eles nos comovem. São pessoas solitárias, que carregam em seus rostos as marcas do tempo, e buscam ser felizes, como é de seu direito, a partir de seus princípios e conceitos de amor e sexo. As obras de Júnia nos provocam, desestabilizando-nos entre o repúdio e o terno, entre o estético e o ético, entre o trágico e o risível”, diz o curador Renato Rezende. Os desenhos apresentam com ironia e humor a maneira como homens heterossexuais de meia-idade se expõem e se posicionam em aplicativos de relacionamento. “Com traço preciso e sutileza crítica, a artista revela os discursos afetivo-sexuais e políticos que esses homens – em sua maioria brancos e urbanos – mobilizam ao se apresentarem nessas plataformas. Ao provocar o riso, suas obras também abrem um espaço de crítica sobre a performatividade masculina em contextos digitais”, explica Fernando Lima, diretor da Galeria de Arte UFF.

No mesmo dia e horário, abrem também no Centro de Artes UFF as exposições “Abismo”, de Rodrigo Pedrosa; “Afiyé”, da dupla Jão&Jota; e “É no silêncio que meu corpo grita”, de Nawi da Mata. As mostras são produzidas pela Divisão de Artes Visuais do Centro de Artes UFF, que tem como objetivo a promoção e divulgação de arte contemporânea, com vistas a fomentar a pesquisa, estimular novos processos investigativos e experimentações de linguagens, além de fortalecer as dinâmicas sociais.

Até 13 de julho.

Mostra individual de Manfredo de Souzanetto.

A exposição “da terra, o que vem…”, individual de Manfredo de Souzanetto na Simões de Assis, Jardins, São Paulo, apresenta obras produzidas entre 1976 e 2025, reunindo vários momentos de sua produção ao longo de quase seis décadas, mas que reafirmam seu vínculo com o entorno natural. A paisagem de Minas Gerais atravessa a trajetória do artista, reaparecendo como forma, relevo e superfície. Em sua prática artística, Manfredo de Souzanetto tenciona os limites entre pintura e escultura, desenvolvendo uma linguagem que evoca o território e os efeitos do tempo sobre a matéria.

O trabalho de Manfredo de Souzanetto é um contínuo diálogo entre pintura e escultura, transitando entre o bidimensional e o tridimensional originando relevos orgânicos/geométricos que questionam o comportamento da forma no plano e seu desenvolvimento no espaço. Além disso, utiliza pigmentos naturais extraídos das terras de Minas Gerais em um movimento de ativismo ecológico, tornando a terra, na condição de pigmento, matéria do trabalho. Em boa parte de sua produção, as formas criadas pelas cores estão diretamente relacionadas com os formatos das próprias telas, incorporando a cor ao objeto e as pinturas com formatos mais tradicionais que passa a produzir a partir dos anos 2000.

O artista possui obras em importantes instituições como MASP-Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; MAM-São Paulo, Brasil; MAC-USP, São Paulo, Brasil; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil; MAM-Rio, Brasil; IMS-Rio, Brasil; Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil; MAC-Niterói, Brasil; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Museu de Arte Moderna da Bahia, Brasil; Museu de Arte Brasileira FAAP, São Paulo, Brasil; Musée de l’Abbaye Sainte-Croix, Les Sables d’Olonne, França; Fond National d’Art Contemporain, França; Brazilian American Cultural Center of Washington, EUA; Coleção Statoil, Stavanger, Noruega; e Tel Aviv Museum of Art, Israel.

Até 26 de julho.

Encontro de outono no Instituto Brando Barbosa.

15/mai

Os artistas Anna Bella Geiger, Carlos Vergara, Jeane Terra, Heberth Sobral, Marcos Corrêa, Diana Gondim, Márcia Martins, Dani Justus, Volnei Malaquias, Hélio Vianna, Fessal, Carolina Kasting, Beto Gatti, Coletivo MUDA e SAFE Art será o time de peso presente na exposição “Encontro de outono”, com curadoria de Elis Valadares, que celebra a terceira edição da versão PopUp da Casa70Rio de 19 a 23 de maio, das 10h às 16h.

O evento conta também com participações especiais de Tatiana Bertrand, Vintage Brasil com curadoria da arquiteta Giulia Borborema, ensaio de moda de Dani Lacerda, Sabrina Cuiligotti e Victor Niskier. Este ano, a Casa70Rio – projeto criado por Elis Valadares no Rio e que cruzou o oceano por cinco anos, até Lisboa – volta à cidade na versão PopUp, realizado em parceria com galerias nacionais e internacionais (nesta edição com as galeristas Anita Schwartz e Gaby Índio da Costa).

Um modo de fazer e pensar.

13/mai

O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro exibe até 28 de junho, na Galeria C, a exposição individual Denso e Sutil, da artista visual Stella Mariz.

Dois adjetivos à primeira vista contraditórios dão nome à mostra com curadoria de Shannon Botelho. Denso e Sutil aponta para a tensão entre extremos justamente onde reside a essência do trabalho de Stella Mariz. A exposição reúne cerca de 30 obras que exploram os limites entre bidimensionalidade e tridimensionalidade em três séries de trabalhos que atravessam a escultura, a pintura, a fotografia, a costura e o bordado, propondo uma reflexão sobre o desenho e a paisagem na contemporaneidade.

“O escultórico é o eixo em torno do qual orbitam as demais linguagens da artista”, aponta o curador. A tridimensionalidade é um traço que acompanha toda a trajetória de Stella Mariz.

A paisagem como tensão entre plano e espaço.

Na exposição, o público se depara com a série de foto-pinturas em alto-relevo. Iniciada a partir de registros fotográficos de ruínas feitos durante uma viagem a Portugal. “Ao espessar as camadas, ao sobrepor superfícies, Stella rompe a bidimensionalidade da fotografia, criando uma zona ambígua, quase tátil, onde a imagem se desestabiliza e nos convoca ao estranhamento”, escreve Shannon Botelho no texto de apresentação da mostra. “Denso e Sutil é, afinal, um modo de fazer e de pensar”, diz o curador. Na tensão entre opostos – peso e leveza, presença e apagamento – a artista constrói um espaço ambíguo de contemplação e sentido. Um campo em que olhar e pensamento são continuamente convocados a permanecer.

Sobre a artista.

Stella Mariz nasceu no Porto, Portugal. Vive e trabalha no Rio de Janeiro onde desenvolve trabalhos tridimensionais transitando pela escultura figurativa, desenho, foto-pinturas em alto relevo, fotografia, videoinstalações e é cirurgiã plástica. Possui pós-graduação em História da Arte, PUC/Rio, e pós-graduação em Arte e Filosofia, PUC/Rio. Fez residência artística no Art Students Leage, em Nova Iorque e no Atelier Charles Watson, RJ, cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ, recebeu prêmio no Salão Nacional de Arte em Cuba e fez inúmeras exposições coletivas e individuais. Em sua trajetória, criou várias séries com técnicas elaboradas especialmente para diversos resultados formais.

As múltiplas dimensões da temporalidade.

07/mai

“Em busca do tempo roubado” é o atual cartaz da Galeria de Arte Flexa, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Luisa Duarte, tendo Daniela Avellar e Lucas Alberto como curadores assistentes. A mostra reúne cerca de 80 obras que buscam abordar as múltiplas dimensões da temporalidade. Os três núcleos que compõem a coletiva se apresentam como capítulos de uma espécie de pedagogia do tempo: “O herói como garrafa”, “Frequência dos hábitos” e “A pele do tempo”.

Em busca do tempo roubado

Secularmente, a passagem do dia foi medida pelo lento deslocamento dos astros. Hoje, a interface do mundo clareia e anoitece regida pela modulação do brilho das telas, simbolizada por um pequeno sol nos aparelhos de celular. Em um estranho paradoxo, temos o dia disposto na palma da mão, enquanto a experiência do seu desdobrar escorre entre os dedos.

Em busca do tempo roubado se dedica a abordar distintas formas de temporalidade em contraposição ao mundo 24/7 – aquele no qual nos distanciamos da realidade sensível à medida que habitamos, grande parte das horas, zonas digitais cujas telas, sempre lisas e limpas, simulam uma temporalidade para a qual as marcas do tempo nunca chegam. Ou ainda: aquele que se descortina a partir de dinâmicas ininterruptas de estímulos, que acabam por nos fazer reféns de uma constante atenção distraída.

Os três núcleos que compõem a exposição se apresentam como capítulos de uma espécie de pedagogia do tempo. O herói como garrafa propõe um deslocamento da centralidade do imaginário heroico ao privilegiar o ordinário. Em A teoria da bolsa de ficção, Ursula K. Le Guin (1929-2018) faz menção a um glossário inventado por Virginia Woolf (1882-1941) no qual a palavra “herói” é substituída pelo termo “garrafa”. Tal operação encena um gesto crítico à reincidência da tônica heroica nos modos de contar histórias. Assim, a atenção ao ordinário recolhe, no tecido dos dias, as narrativas mínimas e as possíveis surpresas que habitam as malhas do comum.

Em Frequência dos hábitos recordamos que, na repetição dos gestos mais banais – escovar os dentes, riscar um fósforo, cortar uma fruta – podem habitar desvios inauditos. Assim, a repetição surge como recurso poético que aponta para o cotidiano como campo de invenção e subversão.

Já em A pele do tempo, o tempo se revela por sua densidade, menos como medida homogênea cronometrada e antes como matéria sensível. E se a pedra fosse uma metáfora para o relógio? Como mediríamos as horas? Tal pergunta parece sugerir a existência de fusos horários próprios a cada matéria, desobedientes às cronologias já catalogadas.

Luisa Duarte – curadora

Daniela Avellar – curadora assistente

Lucas Alberto – curador assistente

Iole de Freitas lança livro no Paço Imperial.

05/mai

Neste sábado, dia 10 de maio, às 15h30, será lançado o livro da exposição “Fazer o Ar”, da artista Iole de Freitas, na Sala dos Archeiros, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Para marcar o lançamento, será realizada, às 16h30, uma conversa gratuita e aberta ao público com a artista, o curador e poeta Eucanaã Ferraz e o artista visual e poeta João Bandeira, que assinam textos inéditos no livro. A mostra foi prorrogada e poderá ser visitada até o dia 18 de maio.

Com 120 páginas, o livro, organizado por Eucanaã Ferraz e Rara Dias, traz imagens inéditas da exposição, em um ensaio fotográfico feito por Vicente de Mello, e também fotos de Ricardo Miyada, Maria Camargo, Sérgio Zalis, Jaime Acioli, Iole de Freitas e Helena Makun. Além de textos do curador e poeta Eucanaã Ferraz e do artista visual e poeta João Bandeira, a publicação também terá a transcrição de uma conversa inédita entre eles e Iole de Freitas, realizada no ateliê da artista. No Paço Imperial, o livro será vendido pelo valor promocional de R$ 90,00 e após o lançamento estará disponível na livraria Blooks.

Lançamento do Catálogo Casa Própria.

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta no dia 08 de maio o lançamento do catálogo Casa Própria, da artista Ana Hortides.  Mais do que um simples registro visual, a publicação oferece um levantamento crítico sobre a obra de Ana Hortides, aprofundando-se nas questões materiais e simbólicas que permeiam sua produção artística. Com contribuições dos curadores Daniela Avellar, Lucas Albuquerque e Renato Menezes, o catálogo traz ensaios que discutem a relevância da pesquisa de Ana Hortides no contexto da arte contemporânea brasileira. Além disso, uma entrevista exclusiva de Pollyana Quintella com a artista oferece uma visão íntima de seu processo criativo e de sua trajetória.