Formas de Maria Vasco

06/out

Maria Vasco é uma artista multimídia. Passeia pela poesia e música, mas é nas artes plásticas que sua criatividade transborda, há 49 anos. No dia 13 de outubro, às 19h, numa celebração do seu aniversário, ela apresenta a exposição “INCONES”, na HRocha Galeria, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Os cones, forma geométrica que desde 2002 é peça de resistência em seu trabalho, já deram origem a obras lúdicas de planeta e bichos. Desta vez, confeccionados em tecido pintado e imantados, os cones caminham sobre 13 esculturas geométricas em ferro, produzindo uma obra dinâmica que permite total interatividade do público com as peças.

 

“A obra não é estática. Ela convida o espectador a participar da criação, instiga o olhar. “Volpiniando”, no lugar das bandeirinhas, pirei no cone e criei uma brincadeira que pode agradar crianças de 1 a 100 anos”, explica, com muito humor, a artista. Maria Vasco, que foi a primeira porta-estandarte da Banda de Ipanema, compôs com Luiz Brasil e Ary Dias a música “Tandan” que embala a performance que será apresentada no dia da vernissage, numa interação da atriz Renata Matos com uma instalação de fios elétricos e cone de tecido e já compôs com Paulinho da Viola, Paulo Moura, Armandinho, Moraes Moreira, além de ter lançado um livro de poemas eróticos com capa de Chico Caruso.

 

A mostra é composta por 13 esculturas que permitem uma interatividade do público com as obras. Na vernissage haverá uma performance na qual a atriz Renata Matos irá interagir com uma instalação de fios elétricos e cone de tecido. E a música que embala a performance foi idealizada pela própria artista, em parceria com Luiz Brasil e Ary Dias.

 

 

Sobre a artista

 

Maria Vasco começou sua carreira há 49 anos, pelas mãos de Djanira e estudou composição e desenho com Frank Sheaffer. Seu primeiro trabalho com cones aconteceu por acaso, a partir de um coador de pano, transformado em uma grande escultura. Sua exposição individual mais recente aconteceu no ano passado, na Galeria Cândido Mendes, em Ipanema. Como compositora, é parceira de Paulinho da Viola, Paulo Moura, Armandinho, Moraes Moreira, Luiz Brasil, Ary Dias e Toni Costa, além de já ter lançado um livro de poemas eróticos com capa do amigo Chico Caruso, que, aliás, se intitula “freguês” antigo e escreve sobre a nova exposição: “Maria Vasco, escultora, cada vez melhor.

 

 

De 13 de outubro a 19 de novembro.

Individual de JulioVillani

A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abriu ao público sua segunda exposição individual de Julio Villani com a mostra intitulada “Collapsible Structures”. Nela, o artista apresenta cerca de 20 obras inéditas de sua produção mais recente (2015- 2016), entre elas pinturas em técnica mista (carvão, acrílica e caulim sobre tela), colagens sobre papel e duas esculturas em alumínio com diversas dimensões.

 

Sua escolha deliberada por esse desdobramento, e a forma construtiva que lhe imprimiu, confere na sua obra uma dimensão dinâmica, que se determina paradoxalmente, pela unidade. Fio, linha, risco, laço, rede, nó, a arte de Julio Villani é habitada pela ideia de vínculo. Ela estrutura todos os trabalhos do artista, lhe é consubstancial. Seu trabalho se caracteriza a partir de polos e contrapontos, se construindo a partir da organização de um ir e vir. É entre os dois – no entre-dois, como diz o artista – que tudo se dá.

 

 

Até 29 de outubro.

Escapando do Caos

Após inúmeras exposições individuais em diferentes galerias e museus de cidades do mundo, a holandesa radicada no Rio de Janeiro, Thera Regouin, realiza sua primeira exposição individual na cidade na Galeria Cor Movimento, no Leblon. A artista apresenta nove pinturas inéditas, em azul, com grandes superfícies brancas em seu interior, da nova série “Escapando do caos”, e outras com obras de diversos períodos, todos em óleo sobre tela. A curadoria é da respeitada escritora, crítica e historiadora de arte Gloria Ferreira, que também escreveu o texto do novo catálogo de Thera Regouin.

 

“As transparências desses brancos deixam aparecer camadas carregadas de tintas azuis ou de outras cores como vermelho e amarelo, frutos do processo de preparação da tela e de uma pintura, características da artista. Em toda sua pintura estão presentes linhas, qual sulcos, contornando ou criando espaços.”, explica a curadora Glória Ferreira.

 

TheraRegouin deixou a pintura figurativa no curso de seus estudos para abraçar o universo do abstrato. Nestas composições abstratas, às vezes, planos urbanos ou paisagens parecem esconder-se. “Meu desejo é expor, através da expressão abstrata, uma realidade que é para mim mais pura e mais real do que qualquer resultado ao qual eu possa chegar através da representação figurativa”, analisa.

 

Nessas pinturas azuis, as linhas contornam quase por inteiro essas superfícies interiores, deixando, no entanto, espaços para a respiração; delimitam espaços e se misturam com o próprio campo pictórico como matéria.”Tal como a crosta da terra a explodir, a tinta cobre a tela e não raro o espectador tem a impressão que a história geológica das pinturas seria guardada num registro momentâneo que está longe de acabar”, analisa Moritz Wullen, historiador de arte e diretor da Biblioteca de Arte dos museus de Berlim.

 

Segundo Gloria Ferreira, no trabalho de TheraRegouin, as bordas parecem tentativas de incorporar a moldura à própria pintura, em diálogo com a longa tradição de ruptura que podemos remontar aos impressionistas; ou a Seurat, com suas molduras pintadas de acordo com a luz desejada. Ou ainda ao início do século XX, em especial em Mondrian, mas também em Lygia Clark e outros. Nas telas de Thera, as “molduras” são igualmente constituídas pelas finas camadas de tinta colocadas sobre outras finas camadas, com as pinceladas visíveis em suas pinturas azuis. Molduras que, ao mesmo tempo, expandem a pintura para o espaço, sem deixar, contudo, de servir de proteção para as grandes áreas brancas do seu interior.

 

“Já nas pinturas quase monocromáticas, as texturas fazem as composições em cores telúricas emitirem energias luminosas”, analisa Gloria Ferreira.

 

O Dr. Axel Rüger, diretor do Museu Van Gogh de Amsterdam, no seu discurso de abertura da exposição de TheraRegouin na galeria da Sotheby’s de Amsterdam, em 2010, analisou: “E por fim, algo que me toca – sendo o diretor do Museu Van Gogh e lembrando que Vincent van Gogh foi um dos artistas que também lidou com a textura da tinta – eu acho que nas pinturas de Thera, possivelmente, de uma maneira mais tímida, nós podemos também ver – este é uma palavra grandiosa – aquela qualidade táctil, aquela linda estrutura de superfície que é tão instigante e que acrescenta uma dimensão adicional à experiência (…de mergulhar nestas obras)”.

 

 

Até 12 de novembro.

Os Muitos e o Um

21/set

O título “Os muitos e o um” pauta o fundamento desta primeira exposição organizada a partir de uma das maiores e mais importantes coleções de arte no Brasil: “Andrea e José Olympio Pereira”. Na condução da curadoria, o consagrado crítico norte-americano Robert Storr, com o apoio de Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, optou por privilegiar obras individualmente vigorosas, com potência própria, independentemente de possíveis diálogos que possam estabelecer com os demais trabalhos e produções reunidos.

 

“Cada uma destas decisões foi tomada após exame das qualidades especiais e pontos fortes de uma obra exclusiva, mesmo quando se considera seu lugar em um contexto mais amplo composto por outras obras do mesmo artista, conjuntos de obras de outros artistas de orientação semelhante e a obra completa de artistas de estilos e convicções evidentemente diferentes e possivelmente contrários”, afirma Storr.
 

Para a exposição, que ocupa todos os espaços expositivos do Instituto Tomie Ohtake, o curador selecionou cerca de trezentas peças – pintura, desenho, escultura, instalação e vídeo – de mais de cem artistas brasileiros, entre as mais de duas mil obras nacionais e internacionais pertencentes ao acervo particular. Segundo ele, trata-se de um conjunto que, além de sua monumentalidade, dispõe de trabalhos icônicos da produção de muitos artistas. A mostra, portanto, proporciona um olhar afinado sobre o panorama artístico contemporâneo brasileiro e seu momento anterior, ao focalizar a produção dos anos 1950 até hoje. “Estamos vivendo uma era pluralista e também um momento de excepcional diversidade e hibridez […] Em lugar algum este pluralismo é mais rico, heterogêneo e fecundo do que nas Américas; em nenhum lugar das Américas há maior efervescência artística de todos os tipos do que no Brasil”.
 

No elenco, integram um núcleo histórico nomes como Alfredo Volpi, Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape, Mira Schendel, Willys de Castro, Helio Oiticica, Amilcar de Castro e Geraldo de Barros. Já no eixo central da exposição, que engloba os anos 1970 a 1990, há artistas que se destacam pela importância que desempenham na coleção, seja pelo volume de trabalhos, seja pelo papel que assumem na narrativa da arte contemporânea ou ainda pela variedade de suportes e linguagens que exploram, como Waltercio Caldas, Iran Espírito Santo, Anna Maria Maiolino, Paulo Bruscky, Miguel Rio Branco, Adriana Varejão, Tunga, Carmela Gross, Claudia Andujar, Luiz Braga, Leonilson, Jac Leirner, José Resende, Daniel Senise, Sandra Cinto, Ernesto Neto, Paulo Monteiro, Marcos Chaves, Rivane Neuenschwander, Rosangela Rennó, entre outros. Por fim, completa a mostra uma seleção de artistas que despontaram mais recentemente, indicando os desdobramentos e caminhos possíveis da arte contemporânea, como Erika Verzutti, Marina Rheingantz, Daniel Steegman, André Komatsu, Eduardo Berliner, Tatiana Blass e Bruno Dunley.

 

 

 

Sobre o curador

 

 

Robert Storr, artista, crítico e curador, foi o primeiro americano a ser nomeado diretor de artes visuais da Bienal de Veneza (2004 e 2007).  Foi curador do departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna – MoMA, em Nova Iorque (1990 e 2002), onde organizou exposições temáticas como Dislocations and Modern Art Despite Modernism, e individuais de importantes artistas, como Elizabeth Muray, Gerhard Richter, Max Beckmann, Tony Smith e Robert Ryman. Foi professor de História da Arte Moderna no Institute at Fine Arts, na New York University. Atualmente é professor de pintura na Yale University.

 

 

 

Até 23 de outubro.

Rubem Valentim – A Pintura Pulsa

19/set

A Galeria Berenice Arvani, Jardins, São Paulo, SP, exibe série de trabalhos de Rubem Valentim com curadoria assinada por Celso Fioravante. Rubem Valentim é considerado um dos maiores artistas representantes da cultura afro-brasileira. Movido por questões ideológicas, buscou na cultura popular africana as características que norteariam seu trabalho até o final da vida, em suas pinturas, esculturas e objetos. Ele sintetizou os elementos presentes nos cultos de candomblé, como os oxês de Xangô em objetos
geométricos, em linearidade.

 

 
Rubem Valentim criou uma espécie de escrita para esses elementos, uma nova signografia, uma arte semiótica, que promove uma leitura profunda, sintética e habilidosamente cromatizada da identidade afro-brasileira.

 

 

Até 21 de outubro.

 “Ponto Transição”, na Fundição Progresso

A exposição “Ponto Transição” do Centro de Artes Visuais da Funarte / MinC, na Fundição Progresso, foi prorrogada até o próximo dia 25 de setembro, domingo. Para marcar o encerramento haverá a palestra “Câmera inversa”, de Paula Trope, na Sala Multiuso, a performance “Atos escultóricos”, do artista Franklin Cassaro, e diversas outras ações performáticas da Galeria Transparente, no foyer do primeiro andar.

 

A mostra reúne trabalhos de mais de trinta artistas e coletivos contemporâneos de diversas linguagens e tendências, com intervenções, poemas visuais, instalações, vídeos, e outras formas de múltipla expressão artística, além de uma intensa programação de performances e conversas abertas ao público. A curadoria artística é de Luiza Interlenghi, Sonia Salcedo del Castillo e Xico Chaves, do Centro de Artes Visuais da Funarte/MinC, e a entrada é gratuita. A exposição está aberta diariamente, das 13h às 22h, transformou a Fundição Progresso no ponto das artes visuais durante os Jogos Paralímpicos. Estarão disponíveis ao público um folder e legendas das obras também com versão em braile.

Pequenas pinturas

 A artista Gabriela Machado passou 20 dias em uma residência artística nos Hamptons, em Nova York, em junho deste ano, onde se propôs a produzir uma pequena pintura a cada dia, inspirada na paisagem ao redor. O resultado deste trabalho será apresentado na exposição “Gabriela Machado – Pequenas Pinturas”, a ser inaugurada no dia 24 de setembro, na Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Junto com os trabalhos produzidos em Nova York, estarão também dez obras da mesma série, feitas no Rio de Janeiro após a residência, mostrando como o lugar influencia no fazer artístico.

 
“As cores mudaram completamente. A luz aqui é mais estourada, então as pinturas possuem cores mais fortes, como o vermelho. Lá, os tons são mais pasteis, a luz é menos intensa e é possível ver mais os detalhes”, explica a artista. Todos os trabalhos são inéditos. Conhecida por suas pinturas em grandes formatos, em que coloca painéis no chão e pinta com movimentos rápidos, andando sobre a tela, em um forte trabalho corporal, Gabriela Machado sempre produziu pequenas pinturas, mas estas foram poucas vezes mostradas ao público. 
 
“A pintura grande é uma projeção do corpo, entender aquela área e ocupá-la. A pintura pequena é mais de observação, de pulso, onde a pincelada define a pintura. A tinta, o fazer, te levam para outro lugar, definem como será aquele trabalho”, explica a artista. 
 
Até 05 de novembro

 

Ozi, 30 anos de Arte Urbana

 

CAIXA Cultural Recife, Praça do Marco Zero – Bairro do Recife Antigo,

PE, apresenta a exposição “Ozi – 30 anos de Arte Urbana no Brasil” em temporada até 20 de novembro de 2016. Ozi é o nome artístico do paulistano Ozéas Duarte, um dos ícones da primeira geração da arte urbana brasileira, que celebra três décadas de trabalho com esta mostra, que tem curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Ozi se destaca no Brasil e no exterior pela pesquisa sobre a técnica de estêncil com estética Pop e reúne na CAIXA um raro material sobre o grafitti nacional.

 

São 85 peças de tamanhos variados que representam um inventário desta importante parte da Street Art brasileira: documentos, registros fotográficos, depoimentos e obras do artista em diferentes tipos de suportes, que datam desde 1984 até o período atual. Para o curador Marco Antonio Teobaldo, é um material raro sobre a história do grafitti no Brasil. “Durante a pesquisa para realização da mostra, foram entrevistados artistas que fizeram parte daquela cena urbana inicial e novos artistas, que traçaram um panorama sobre a Arte Urbana no Brasil e a importância da obra de Ozi neste contexto”, explica.

 

A exposição está dividida em quatro segmentos: “Rua”, “Arte fina”, “Matrizes” e “Bio”. No segmento “Rua” são expostas obras em grandes dimensões, trazendo a linguagem utilizada por Ozi nos espaços públicos dos centros urbanos. As paredes da galeria recebem intervenções com os grafites do artista formando um imenso mural multicolorido.

 

Em “Arte Fina” estão obras criadas em suportes variados, normalmente expostas em galerias e adquiridas por colecionadores durante a trajetória do artista. São telas emolduradas, madeiras, metais, objetos de uso doméstico, latas de spray e outros itens, que formam uma coleção de pinturas, esculturas e assemblages. Entre as obras, há uma série de estêncil sobre bolsas falsificadas com marcas de luxo, compradas no mercado popular da Rua 25 de Março, em São Paulo.

 

Em “Matrizes” será exibido pela primeira vez um conjunto de máscaras de estêncil dos trabalhos mais emblemáticos da sua carreira, criados durante o período de 1984 até 2015. São verdadeiras raridades que estarão disponíveis para a observação dos visitantes, como as obras da série “Museu de Rua”, com referências a artistas como Anita Malfati, Van Gogh, Di Cavalcanti, Roy Lichtenstein e Picasso. Em Bio, dois vídeos reúnem depoimentos do artista e de parceiros de profissão, que remontam a história da Arte Urbana no Brasil. Do acervo pessoal do artista, são exibidas imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções na cidade de São Paulo, materiais gráficos de época e recortes de jornal.

 

 

Origem da Cena Urbana

 

A “Street Art” no Brasil surgiu em 1978, em São Paulo, durante o período de ditadura militar, com Alex Vallauri, que reuniu outros artistas como Waldemar Zaidler e Carlos Matuck, e posteriormente Hudnilson Jr., John Howard, Julio Barreto, Ozi e Maurício Villaça.  Este último, abriu as portas de sua casa e transformou-a na galeria Art Brut, que se constituiu em um espaço da cena underground daquela época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes artistas, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do grafitti brasileiro.

 

 

Sobre o artista

 

Ozi é paulistano e faz parte da primeira geração do grafitti brasileiro, quando em 1985 iniciou suas primeiras intervenções urbanas, junto com Alex Vallauri e Maurício Villaça. Desde então, desenvolve pesquisa sobre a técnica de estêncil, criando suas obras a partir de uma estética Pop. Durante sua trajetória profissional, participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Atualmente é representado pelas galerias Espace-L, em Genebra (Suíça), e A7MA, em São Paulo. Seus trabalhos figuram em publicações nacionais e estrangeiras. Ozi viveu uma época em que a repressão sufocava, segundo ele mesmo, fugir da polícia e das bombas de gás era costumeiro. “Lembro que o Alex Vallauri escrevia “Diretas já” e o Maurício Villaça chegou a pintar uma Salomé dançando com a cabeça do Sarney em suas mãos. O pensamento geral era que qualquer pessoa ligada à arte era subversiva ou comunista”, recorda. Ozi aprendeu a fazer estêncil com Villaça, que o instruiu tecnicamente como recortar as máscaras. Em 1985, registrou na rua a sua primeira arte com estêncil, técnica que acabou se tornando a sua marca registrada durante toda carreira artística.

 

 

Sobre o curador

 

Marco Antonio Teobaldo é jornalista, curador e pesquisador. Mestre em Curadoria em Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, Espanha. Desde 2007, vem trabalhando como pesquisador e curador de Artes Visuais, com especial atenção à Arte Urbana. Atualmente, Teobaldo dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (Região Portuária do Rio de Janeiro), situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota do Escravos (Unesco), onde realiza propostas curatoriais com artistas brasileiros e estrangeiros, reunindo mídias tradicionais (pintura, desenho e escultura), fotografia, novas tecnologias (vídeo, arte sonora e arte digital), arte urbana e performance. É curador residente da Casa da Tia Ciata, com exposição permanente sobre a memória de uma das maiores referências da história do samba. Junto com o artista visual Eduardo Denne, idealizou o Parede – Festival Internacional de Pôster Arte, em 2008 e 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu em sua última edição 175 artistas de diferentes partes do mundo.

 

 

Até 20 de novembro.

David Magila na OMA galeria

14/set

“Frequentes Conclusões Falsas” é nome de seis das 11 obras (pinturas, gravuras e desenhos) que David Magila apresenta na exposição “Meio-Fio”, na OMA Galeria. Peças que integram uma série com mais quadros e questionam as interpretações que damos às cenas cotidianas. O texto curatorial é assinado por Sarah Rogieri.

 

Com traços bidimensionais e uma paleta de cores opacas que saltam aos olhos, o artista não utiliza de muitos truques para instigar o público a reconhecer lugares que mostram-se comuns e, ao mesmo tempo, apenas guardados na memória, em que não se sabe ao certo o quanto ainda há de movimentação e intervenção humana, mas em suas telas é possível sentir que naqueles traços há uma história presente no local retratado.

 

Segundo o galerista do espaço, Thomaz Pacheco, que conheceu a arte de Magila há mais de um ano – desde então foi iniciado um diálogo para a realização de ações na galeria –, as nomenclaturas escolhidas por ele dizem um tanto sobre o que o espectador vai encontrar. “Meio-fio (que denomina a exposição) é um lugar define limites. Muito se passa nessa linha de concreto denominada Meio-fio, e talvez essa seja uma pista, um convite para adentrar em sua poesia. Afinal, qual limite é esse que o David quer mostrar? Há um sarcasmo nas construções retratadas, e a meu ver, essa brincadeira de sobrepor as partes que compõem a imagem, criando formatos únicos e ao mesmo tempo reconhecíveis, acaba por aproximar o espectador”, comenta.

 

 

A palavra do artista

 

“Estas obras falam das coisas que passam. Chamo atenção para cenas corriqueiras, que representam um vazio comum e que a primeira vista não têm um foco de atenção expressivo. É um jeito de dar valor para estes momentos que passam desapercebidos”, finaliza.

 

 

Sobre o artista

 

Com 37 anos, nascido no ABC Paulista, em São Caetano do Sul, porém morador da capital paulista desde a infância, David Magila retorna à região com um currículo de peso. Ele já recebeu alguns prêmios importantes, como no 40º Salão de Arte de Ribeirão Preto; SP e o 3º Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea, Palácio do Itamaraty, Brasília-DF; possui obras nas coleções públicas do Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ministério das Relações Exteriores, Casa do Olhar, Santo André-SP; Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Santos – SP.

 

 

Até 22 de outubro.

 

os gêmeos em NY

13/set

Mais de mil pessoas lotaram a abertura da exposição “Silence of the Music” na galeria Lehmann Maupin, 536 West 22nd Street, em Nova York, USA, no último dia 08.A exposição foi concebida como uma instalação site-specific, em que cada uma das cinco salas da galeria contém uma seleção única de pinturas e objetos que cobrem as paredes, do chão ao teto.

 

Na primeira sala, há telas com o estilo já conhecido dos artistas,com referência ao imaginário da cultura brasileira e suas tradições, e também sinais de um novo momento artístico, mais geométrico e limpo.

 

Em outra sala, os irmãos cobriram as paredes com referências à cultura hip hop, incluindo ícones do bboy como Ken Swift, uma colaboração com o artista Doze Green a partir de uma fotografia de Martha Cooper além de pinturas em formato de  boomboxes com alto-falantes embutidos.

 

Em outra sala, a escultura “O Beijo” transporta o espectador para outros universos através de sua música produzida 100% de forma automática através de elementos mecânicos e elétricos, como uma grande caixa de música.

Fotos: Max Yawney

 

 

Até 22 de outubro.