Processos criativos

23/fev

O Wesley Duke Lee Art Institute, São Paulo, SP, abre na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, a exposição coletiva Proces/sos Cri/ativos –  Ex/periência  com 15 jovens artistas convidados a vivenciar uma experiência única: produzir a partir de uma imersão no universo de Wesley Duke Lee. Com obras em suportes diversos como pintura, colagem, fotografia, gravura, serigrafia e projeção em slide, e curadoria de Patricia Lee, concretiza-se mais um dos sonhos do artista de poder transmitir às novas gerações seu conhecimento e influências.

 

Por um período de dois meses, com encontros semanais, os artistas frequentaram a instituição – uma casa/museu – e tiveram acesso aos livros, textos diversos, fotografias, filmes, desenhos, livros, objetos e obras, podendo assim captar o artista em sua  essência. Como comentava Wesley Duke Lee, sua casa era ele mesmo virado de dentro para fora. Muitos artistas utilizaram referências do Grupo Rex, do qual Wesley Duke Lee foi um dos fundadores, que oferecia um contraponto combativo e bem-humorado ao mercado de artes, na década de 1960. Essas referências estão agora disponíveis na biblioteca do WDLAI.

 

A possibilidade de imersão no universo de Wesley Duke Lee é um dos objetivos do Instituto e um dos sonhos do artista, coordenado por sua sobrinha, Patrícia Lee: fazer circular seu conteúdo cultural e informativo na sociedade. Grande parte dos materiais já está à disposição de estudantes, pesquisadores e público. “Queremos, com iniciativas como esta, provocar o pensamento artístico e criativo, reinventar a didática à maneira de Wesley Duke Lee e estimular o autoconhecimento”, diz Patrícia Lee, diretora cultural do Instituto.

 

“PROCES/SOS CRI/ATIVOS” é o resultado do resgate da memória de Wesley Duke Lee através das mentes jovens do nosso tempo.  Artistas participantes: Adriana Moreno, Bruna Meyer, Claudia Di, Coletivo Quatro Patas, Felipe Ferraro, Gustavo Prata, Ile Sartuzi, Julia Kavazzini, Julia Milaré, Karina Ferro, Leandro Muniz, Margarita Jaime, Pedro Ermel, Wal Braz, Yuli Yamagata.

 

 

 

De 29 de fevereiro a 05 de março.

“Quem viver, Verão!”

01/fev

 

A terceira edição da mostra “Quem viver, Verão!” abriu o calendário 2016 da Sergio Gonçalves Galeria, na Rua do Rosário no Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, reunindo obras de 46 artistas homenageando a estação que bem expressa o Rio de Janeiro.

 

 

“Neste ano a galeria abriu uma convocatória através do Facebook, lançando mão da rede social para poder alcançar o mais diverso número de artistas. Essa é a proposta da Mostra atual”, diz o marchand Sergio Gonçalves, proprietário da galeria que leva seu nome, “Assim como o verão é uma estação democrática e que as praias cariocas misturam todos os níveis sociais e toda nossa diversidade de raças e credos, a Sergio Gonçalves Galeria resolveu abrir o ano acolhendo artistas que nunca haviam exposto na galeria. Claro que tivemos que fazer uma triagem pois o número de inscrições foi bem superior ao que poderíamos mostrar, mas até isso foi uma surpresa agradável.”

 

 

A mostra deste ano conta com obras de artistas representados pela galeria e de nomes, até então, pouco conhecidos. Como é o caso de Ariadne Rigas, que expõe pela primeira vez no Brasil em “Quem viver, Verão!”. Americana de apenas 18 anos, Ariadne graduou-se no ano passado pelo International Center of Photography em New York.

 

 

“Me senti muito honrada em poder participar dessa mostra junto a tantos artistas conhecidos. Eu nunca havia imaginado que com apenas 18 anos eu já estaria expondo ao lado desses artistas no meu início de carreira.  A obra apresentada foi feita no Rio de Janeiro como parte de um projeto em que eu discuto a dicotomia entre riqueza e pobreza no Brasil. Esse projeto significa muito para mim e eu estou muito feliz em poder mostrar um pouco dessa série para um público como o da galeria, afirma Ariadne Rigas, que inicia no segundo semestre a Universidade de Artes Visuais em Nova Iorque.

 

 

Construindo suas obras a partir da apropriação de elementos do cotidiano, como bolas de futebol, tampas de garrafa, notas de dinheiro e mesas de sinuca, Felipe Barbosa também estará presente na mostra com a obra “Densidade”. Para o artista fluminense que é um dos representados pela Sergio Gonçalves Galeria, é sempre um prazer poder participar de mostras em que pode conhecer a obra de novos artistas e a interação com os novos talentos é sempre bem-vinda, sendo ele mesmo prova disso ao despontar para o mercado com apenas 22 anos de idade. Felipe abre paralelamente a mostra “Geodésia e Gelosia” na Galeria do Lago no Museu da República e em fevereiro terá uma mostra de suas obras no Museu Olímpico de Lausanne, Suíça.

 

 

Participam da coletiva os artistas: Ana Biolchini, Ana Tavares, Andréa Facchini, Ariadne Rigas, Cecilia Ribas, Claudia Hirszman, Cristina Sá, Deneir, Denise Campinho, Denize Torbes, Eda Miranda, Eduardo Ventura, Elmo Martins, EneGóes, Fabio Cançado, Fabio Carvalho, Felipe Barbosa, Gian Shimada, João Moura, Jorge Calfo, Jorge Fonseca, Karla Gravina, Leonardo Etero, Ligia Teixeira, Lourdes Barreto, Lucia de Bom, Luiz Carlos de Carvalho, Marcela Lanna, Marcelo Oliveira, Marcio Zardo, Marco Cavalcanti, Maria Cherman, Maria Lucia Paixão Maluf, Newman Schutze, Norma Mieko Okamura, Paulo Jorge Gonçalves, Paulo Mendes Faria, Rafael Bezerra, Raimundo Rodriguez, Renan Cepeda, Rita Manhães, Roberto Tavares, Rosana Ricalde, Sandra Passos, Virna Santolia e Wladimyr Jung

 

 

 

Até 27 de fevereiro.

“da banalidade” Volume 1

29/jan

Criado pelo Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, em 2013, o Programa Arte Atual se consolida como plataforma para pesquisas e trabalhos inéditos de jovens artistas e como um espaço de mostras coletivas construídas a partir de perspectivas múltiplas e heterogêneas sobre uma mesma questão. De início concebido para realizar-se anualmente, apresentou em suas três primeiras edições 10 artistas em distintas configurações e motes e, em 2015, gerou um novo programa associado: o Festival Arte Atual, no qual artistas ainda mais jovens são convidados para um processo dinâmico e experimental de exposição.

 

Neste ano, o Arte Atual ganha novo fôlego, apresentando-se como um programa que ao longo do ano realiza diversas mostras pensadas a partir de um tema central que funciona como denominador comum, lido por diferentes horizontes a cada nova montagem. “O conjunto da Banalidade (volumes 1, 2, 3 e 4) pode ser entendido como um livro e seus vários capítulos, organizados intermitentemente com diferentes artistas, abordagens e leituras”, explica Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake.

 

Tomando emprestado seu nome da clássica tratadística renascentista do século XV, da Banalidade funciona, diz Miyada, como um ensaio sobre o senso comum, a superfície das coisas, as coisas pequenas, a delicadeza, a banalidade do mal e a banalização do político. Segundo o curador, a cada leitura novos jeitos de lidar com este grande tema se desdobram nos projetos dos artistas convidados a integrar essa proposta.

 

Neste primeiro volume, Ana Elisa Egreja, Julia Kater e Cabelo – por meio de pinturas, serigrafias, instalações e vídeos– associam e discutem a frivolidade, a futilidade, o mau gosto, a tolice, o que passa despercebido, a delicadeza, o pequeno e o ordinário, numa tentativa inicial de refletir sobre a muitas formas da banalidade. “O que interessa aqui não é demonstrar como os artistas podem fazer algo especial valendo-se de coisas materiais banais, ao contrário, é acompanhá-los no manuseio do banal enquanto banal, aproveitando sua suposta falta de especificidade, aura e valor na tentativa de pensar seus significados mais desconcertantes”, explica Miyada.

 
O Programa Arte Atual é realizado por meio de parcerias entre o do Instituto Tomie Ohtake e galerias de arte, que apoiam a realização do projeto e das obras de seus artistas representados.  Nesta edição, contou com a colaboração das galerias Leme, Marília Razuk e SIM.

 

Até 06 de março.

Frida Kahlo na Caixa Cultural-Rio 

26/jan

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, apresenta a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, que reúne 30 obras da grande artista nascida no México. Em torno desses trabalhos de Frida Kahlo – 20 óleos sobre tela e dez em papel, entre desenhos, colagens e litografias – estão cerca de cem obras de outras quatorze artistas, principalmente mulheres nascidas ou radicadas no México, autoras de potentes produções, como María Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordélia Urueta, Olga Costa e Sylvia Fein.  Quando esteve em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo,a mostra atraiu 600 mil pessoas. Integrará a exposição uma mostra de filmes, dedicados às artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo, além de Frida Kahlo.

 

Com curadoria da pesquisadora Teresa Arcq, “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México” proporciona ao público brasileiro um amplo panorama do pensamento plástico da artista, e revela a intrincada rede e o potente imaginário que se formaram tendo como eixo sua figura. A exposição, que abrange pinturas, esculturas e fotografias – além de vestimentas, acessórios, documentos, registros fotográficos, catálogos e reportagens – ocupará todo o espaço expositivo do segundo andar da Caixa Cultural.

 

A exposição foi idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, e tem o patrocínio da Caixa, com apoio da Secretaria de Relaciones Exteriores do México (SER), Embaixada do México no Brasil, do Instituto Nacional de Bellas Artes (INBA), do Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (Conaculta) e do Conselho de Promoção Turística do México (CPTM).

 

Durante toda a sua vida, Frida Kahlo, nascida em 06 de julho de 1907, em Coyoacán, México, onde morreu em 13 de julho de 1954, pintou apenas 143 telas. Dentre as 20 pinturas de Frida na exposição, seis são autorretratos. Há ainda mais duas de suas telas que trazem a sua presença, como em “El abrazo de amor del Universo, la terra (México). Diego, yo y el senõr Xóloti” (1933), e “Diego em mi Pensamiento” (1943), além de uma litografia, “Frida y el aborto” (1932). Imagens de Frida Kahlo estão presentes ainda nas fotografias de Nickolas Muray, Bernard Silberstein, Hector Garcia, Martim Munkácsi, e na litografia “Nu (Frida Kahlo)” (1930), de Diego Rivera.

 

Teresa Arqc destaca que os autorretratos e os retratos simbólicos marcam “uma provocativa ruptura que separa o âmbito do público do estritamente privado”. “Em alguns de seus autorretratos Frida Kahlo, Maria Izquierdo e Rosa Rolanda elegeram cuidadosamente a identificação com o passado pré-hispânico e as culturas indígenas do México, utilizando ornamentos e acessórios que remetem a mulheres poderosas, como deusas ou tehuanas, apropriando-se das identidades destas matriarcas amazonas”, afirma. “Impressiona constatar como estas artistas subvertem o cânone para realizar uma exploração de sua psique carregada de símbolos e mitos pessoais”, observa a curadora. A presença vigorosa de Frida Kahlo perpassa ainda a exposição pelas obras de outras artistas que retrataram a sua figura icônica, como Cordélia Urueta. Por meio da fotografia, destacam-se os trabalhos de Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch e Kati Horna.

 

 

Mostra de filmes

 

A Galeria 1, no térreo da Caixa Cultural, também com entrada gratuita, será transformada em espaço de exibição de filmes sobre as artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo e Frida Kahlo. A programação se repetirá nos mesmos horários, ao longo da exposição, com os filmes:

 

10h30 – Alice Rahon (2012), 64’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção: Seven Doc)

12h – Rara Avis – Bridget Tichenor (1985), 21’, de Tufic Makhlouf

12h30 – Jacqueline Lamba (2005), 120’, de Fabrice Maze (Produção: Seven Doc)

15h – The Life and Times of Frida Kahlo (2005), 90’, de Amy Stechler (Produção: Daylight

Films e WETA, Washington DC, in association with Latino)

17h – Leonora Carrington (2011), 107’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção:

Seven Doc)

19h – Remedios Varo (2013), 64’, de Tufic Makhlouf (Produção: Seven Doc)

 

 

Atmosfera criativa

 

A confluência dos grupos de exiladas europeias, como a inglesa Leonora Carrington, a francesa Alice Rahon, a espanhola Remedios Varo, a alemã Olga Costa (nascida Kostakovski) e a fotógrafa húngara Kati Horna, e das artistas que vieram dos Estados Unidos, como Bridget Tichenor e Rosa Rolanda, permanecendo no México o resto de suas vidas, além de outras visitantes vinculadas ao surrealismo, atraídas pelas culturas ancestrais mexicanas, como as francesas Jacqueline Lamba e Bona de Mandiargues, e a norte-americana Sylvia Fein, favoreceu a atmosfera criativa intelectual e uma completa rede de relações e influências com Kahlo e demais artistas mexicanas. “A multiplicidade cultural, rica em mitos, rituais e uma diversidades de sistemas e crenças espirituais influenciaram na transformação de suas criações. A estratégia surrealista da máscara e da fantasia, que no México forma parte dos rituais cotidianos em torno da vida, a morte no âmbito do sagrado, funcionava também como um recurso para abordar o tema da identidade e de gênero”, explica Teresa Arcq.

 

Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, observa que a mostra permite confrontar uma face desafiadora do surrealismo, em que “a intensidade, dramaticidade e subjetividade das obras dessas artistas tornam este conjunto inquietante até para aqueles mais familiarizados com o movimento, que originalmente surgiu na França na década de 1920, tendo como maior predicado a tentativa de escapar do império do realismo e da racionalidade, acenando para o inconsciente, o acaso e o onírico”. “Na produção das artistas conectadas ao surrealismo que passaram pelo México, os tópicos já consagrados na discussão do surrealismo se multiplicam e extravasam muitas fronteiras, o que se reflete em imagens pungentes e inesquecíveis por suas cores e traços impositivos, pelos elementos da cultura nativa mexicana, pelos gestos confrontadores e pelo desprezo por qualquer convenção do que seja o bom gosto burguês tradicional”, completa.

 

Sobre a curadora

 

Teresa Arcq, historiadora de arte, Mestre em Museologia e Gestão em Arte e em Arte Cinematográfica pela Universidade de Casa Lamm na Cidade do México, trabalhou como curadora chefe do Museu de Arte Moderna da Cidade do México entre 2003 e 2006. Foi co-curadora da exposição A Arte de Mark Rothko – Coleção da The National Gallery of Art, e de várias exposições do acervo permanente, destacando-se a de Remedios Varo. A partir de 2007, como curadora independente produziu para o Museu de Arte Moderna da Cidade do México Remedios Varo – Cinco Chaves, uma retrospectiva em comemoração ao centenário do nascimento da artista inspirada em seu livro homólogo; e Alice Rahon – Uma surrealista no México, que também foi apresentada no El Cubo, em Tijuana. Arcq é Professora de História da Arte no Centro de Cultura Casa Lamm. Publicou vários ensaios e faz palestras sobre arte moderna mexicana, movimento avant-garde europeu e mulheres surrealistas no México, Estados Unidos, Europa e Ásia.

 

 

 

De 29 de janeiro a 27 de março.

Goldfarb em retrospecto

As duas décadas de carreira do artista carioca Walter Goldfarb estão sendo celebradas em “Walter Goldfarb – Retrospectiva 1995-2015: Ela não gostava de Monet”, sob curadoria de Vanda Klabin no Centro Cultural Correios, Centro, Rio e Janeiro, RJ, ocupando 1.000m2 de espaço expositivo. A mostra é um projeto da Graphos Brasil com produção da Artepadilla.  Essa panorâmica da produção de Goldfarb reúne cerca de 40 trabalhos pontuais, selecionados pela curadora, vindos de coleções institucionais e particulares do Brasil e do exterior, entre elas obras nunca exibidas, guardadas por Goldfarb, e telas de 2015.

 

Sobre as pinturas como um todo, Vanda Klabin assinala que “registram o desenvolvimento peculiar do seu laborioso exercício de ateliê e visa contemplar também as suas estruturas seriadas, que proporcionam articulações infinitas, dando espessura aos trabalhos e fornecendo consistência plástica ao olhar.”

 

A opção curatorial é a de privilegiar o enfrentamento visual e simbólico das obras, independentemente de datas, escolhidas entre as séries Teatros Bíblicos, Branca, Negra, Teatros do Corpo, Lisérgica e a mais recente Brinquedo de Roda, a partir de Heitor Villa-Lobos.

 

Nas telas de Teatros Bíblicos, de escala monumental, o artista discute a relação da escrita com a geometria e a figuração através das sagradas escrituras e da arquitetura bíblica. Entre as técnicas empregadas estão a impressão a fogo, o bordado e a costura em cânhamo, piche e couro de vaca sobre aninhagem e lona. Como exemplo dessa série, a pintura “Mezuzá” possui formato de pergaminho com seis metros de comprimento, com escrituras judaicas gravadas sobre lona crua, e estará ao lado do primeiro trabalho de Goldfarb com figuras humanas, quase esboços, pintadas com piche.

 

Na série Branca, a pintura de escassez, trata das relações entre o Cristianismo, Islamismo e Judaísmo através da ópera de Wagner, dos poemas de Teresa de Ávila e de mitos literários, como Fausto. O branco da têmpera toma conta da tela e a obra é feita com esboços de carvão, sem truques de sedução do olhar. O trabalho “Ela não Gostava de Monet”, que dá o título à exposição, reúne técnicas criadas pelo artista, como a pintura com esmerilhadeira no lugar do pincel, e bordados com fio retirado da própria lona do suporte.

 

Na Negra, a pintura sem luz, alude a Rembrandt, Goya, Velázquez, Da Vinci e Vermeer. Goldfarb substitui as áreas brancas da lona crua pelo preto das camadas com milhares de bastões de carvão (fusain). Submetidos a lavagens a cloro, os trabalhos revelam nuances alaranjadas e magentas, de acordo com a árvore que produziu o carvão.

 

Em Teatros do Corpo, as telas abordam a sexualidade na arte, o fetiche e a construção do corpo contemporâneo, espelhado no arquétipo greco-romano, partindo de uma pesquisa feita por Goldfarb em academias de ginástica da zona sul do Rio de Janeiro e na orla carioca. O artista anamorfoseia imagens de corpos de obras de Michelangelo, Caravaggio, Gustav Klimt e Egon Schiele com corpos de cartões postais de mulheres de fio dental na praia de Ipanema e Copacabana, revistas pornográficas femininas e masculinas, carnaval e lutas marciais.

 

Em reação às fases Branca e Negra, os trabalhos de Lisérgica buscam na solaridade do Rio de Janeiro a cor e a luz para uma reflexão sobre a possibilidade de uma pintura neo-impressionista, mesclada ao Barroco tão presente na obra de Goldfarb. A paleta lisérgica é feita da mistura de nanquim com anilinas alcoólicas, que mudam de acordo com a luminosidade e se alterarão infinitamente através da irradiação e temperatura da luz.

 

A série mais recente, Brinquedo de roda, é baseada nas cantigas de roda de Heitor Villa-Lobos. A pesquisa e a construção física das peças começaram em 2012. O conjunto é  formado por seis dípticos de grandes dimensões, em tons pastéis. Cada díptico é formado por duas telas: uma com detalhes de ornamentos arquitetônicos do Brasil Império em laca injetada na lona crua e bordados em Gobelin à mão e a outra com partituras das cantigas de Villa-Lobos, onde notas musicais aleatórias dançam como crianças rebeldes sobre as linhas dos pentagramas.

 

Walter Goldfarb é reconhecido por sua linguagem peculiar que mescla o fazer artesanal no exercício diário de ateliê, nos moldes dos mestres da Renascença e dos tecelões da Idade Média, com as vanguardas modernistas, impregnando os trabalhos de histórias e conceitos para além da arte pela arte, em telas de dimensões monumentais e técnicas incomuns, que quase nunca utilizam pincéis. É um artista contemporâneo mergulhado no curso da História da Arte no Ocidente e Oriente.
A curadora descreve, no texto do folder da mostra, características da fatura de Goldfarb: “[…] é uma  arte feita de construções e raspagens, onde aos fios de algodão são retirados da própria lona da tela, num procedimento de combinação e sobreposição das peças análogo ao modo com que aplica a tinta em seus quadros, seja pelos elementos fragmentários que se superpõem, num movimento realizado do fundo para a superfície, bem como o gosto pela composição cuidadosa e quase artesanal, como  se “tatuasse’ a realidade que habita o seu imaginário.”]

 

 

Sobre o artista

 

Foi no Centro Cultural Correios que Walter mostrou seu trabalho pela primeira vez, em 1995. No início da carreira, participou de salões e coletivas importantes como o Salão Carioca, Projeto Macunaíma [Funarte], Antárctica Artes com a Folha, selecionado pelos críticos Reynaldo Roels Jr., Fernando Cocchiarale e Lisette Lagnado, respectivamente. A partir de então, realiza regularmente individuais e expõe em feiras internacionais através de seus galeristas brasileiros e estrangeiros. Em 2010, Goldfarb foi escolhido, pela Academia Latina de Gravação de Hollywood, o Artista Visual do 11º Grammy, em Las Vegas. Sua obra ilustrou o catálogo dos indicados, milhares de ingressos e o pôster oficial do evento. Em sua lista de mostras, destacam-se as do Museu Nacional de Belas Artes, RJ, sob curadoria de Paulo Herkenhoff, atual diretor do MAR – Museu de Arte do Rio; no Museum of Latin American Art, Los Angeles, curada por Agustín, atual diretor do Museo Nacional de Arte do México, Jeu de Paume, Paris; no Domus Artium – Salamanca, Espanha; no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; no Culturgest/Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; no Museo di Arte Moderna e Contemporanea di Trento e Rovereto, Itália, e no Museu Nacional de Belas Artes do Chile, entre outras. Walter Goldfarb tem obras nos acervos do MAR – Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (coleção Gilberto Chateaubriand), Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (coleção João Satamini), Museu de Arte de Miami (coleção Jorge Perez), da Fundacíon Golinelli, Bolonha-Veneza (Paolo e Marino Golinelli) e do Museu de Arte Moderna e Contemporânea, Lisboa (Colecção Comendador Joe Berardo), entre outros.

 

 

Até 28 de fevereiro.

Pocket exhibition na Milan

A Galeria Millan, Vila Madalena, Rio de Janeiro, RJ, apresenta uma pocket exhibition com novos trabalhos de Ana Prata. A pintura é o meio escolhido pela artista. Em sua superfície ela faz com que diversos assuntos sejam manipulados, forjados e torcidos. Para isto, Ana Prata utiliza vários materiais como o linho cru, barbante e tecidos estampados.

 

O que instiga a artista, é justamente ver seu trabalho transitando entre o figurativo e o abstrato,  sempre rumo a um novo lugar. A dispersão causada pelos diferentes temas e técnicas fortalece a autonomia de cada tela, tornando cada uma delas, ao mesmo tempo, dependente e repelente da pintura que se encontra ao lado.

 

 

Até 30 de janeiro.

Afrodescendentes na Pinacoteca

18/jan

A Estação Pinacoteca, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, exibe a exposição “Territórios: Artistas Afrodescendentes no Acervo da Pinacoteca”, que celebra os 110 anos da instituição e apresenta ao público importantes obras assinadas por artistas brasileiros afrodescendentes. A mostra apresenta um olhar singular que pretende dar visibilidade a essa coleção ao mesmo tempo em que valoriza o legado destes artistas.
A proposta do curador é retomar as grandes contribuições da Pinacoteca para a historiografia da arte brasileira introduzida na gestão de Emanoel Araújo (1992 – 2002), primeiro diretor negro da Pinacoteca do Estado, por isso apresenta parte do núcleo de artistas afrodescendentes da Instituição, acrescida de novas aquisições.
São 106 obras entre pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e instalações que traçam perfis diferentes da produção artística de afrodescendentes no Brasil do século XVIII até hoje. As obras estão divididas em três conjuntos e dispostas de acordo com a familiaridade dos temas ou territórios: Matrizes Ocidentais, Matrizes Africanas e Matrizes Contemporâneas. Sem preocupação cronológica, a exposição aventa a possibilidade de compreender a produção e a inserção destes artistas na coleção da Pinacoteca assim como no circuito estabelecido em seu contexto.
Entre os trabalhos em exposição está o “Autorretrato” produzido em 1908 por Arthur Timótheo da Costa, doado em 1956, ou seja, 51 anos após a inauguração da Pinacoteca – a primeira obra de um artista negro. Mestre Valentim, Antonio Bandeira, Rubem Valentim, Jaime Lauriano e Rosana Paulino também estão entre os artistas que compõem a mostra. Destaque ainda para a obra de Rommulo Vieira Conceição adquirida em novembro pelo Programa de Patronos da Pinacoteca, que começou em 2012 e hoje já soma 72 casais apoiadores.
“Com a entrada para o acervo da Pinacoteca dos primeiros trabalhos de jovens artistas brasileiros afrodescendentes, surgiu a ideia de formular uma exposição que os articulassem em relação àqueles já existentes no acervo. Seria uma estratégia para a Instituição refletir sobre parte de sua história e, ao mesmo tempo, rever obras produzidas por artistas afrodescendentes já existentes no acervo, à luz dos recém-chegados”, explica Chiarelli.
A mostra segue em cartaz até 17 de abril de 2016 no quarto andar da Estação Pinacoteca – Largo General Osório, 66.

Quatro artistas na Hathi

14/jan

Instalada na galeria Ipanema 2000, Rio de Janeiro, RJ, a Hathi Galeria, abre sua primeira exposição prometendo periodicidade. Márcio Niemeyer, Ani Cuenca, Poe e Maíra Allemand expõem telas e fotografias, com técnicas, temas e propostas diferentes. Em comum, a “Simplicidade no olhar”, que não por acaso dá nome à mostra.

 

Márcio Niemeyer atribui à vocação da família a atração pela arte da imagem através das lentes, que o levou a fotografar desde pequeno. Ele expõe trabalhos da série “Skandinaviska”. Arquiteta por formação, Ani Cuenca, que se se define essencialmente como uma desenhista, assina telas monocromáticas sempre inspiradas em recortes da natureza. Maíra Allemand teve seus primeiros contatos com a fotografia na Faculdade de Desenho Industrial. Poe se define como um artista visual. Na série “Fine Line”, a busca pela essência na obra é levada ao rigor máximo do minimalismo. Apenas uma linha corta o espaço pictórico, ora contra uma cor sólida, ora contra a tela crua.

 

 

Sobre os artistas

 

Ani Cuenca

 

Arquiteta formada, com passagem em vários escritórios badalados da cidade, Ani Cuenca se define essencialmente como uma desenhista. Desde a época da faculdade, cursada na UFRJ, ela admite que adorava as aulas em que os trabalhos eram feitos em pranchas de nanquim sobre papel vegetal. Simples e essencial. O tempo passou, Ani se formou, e, o computador se tornou a principal ferramenta na sua vida profissional, mas a vontade de retomar os pincéis e canetas continuava forte. “Percebi o quanto o traço a mão era importante quando via os registros depois das reuniões. Sem perceber, os cadernos ficavam sempre cheios de rabiscos”, conta ela. Seus cadernos eram verdadeiras obras de arte e suas composições orgânicas inspiradas na natureza compensavam os excessos de linhas retas de seus projetos. Há cerca de um ano, Ani resolveu investir na carreira artística. Montou um atelier e passou a assinar telas monocromáticas sempre inspiradas em recortes da natureza.

 

 

 

Márcio Niemeyer

 

Márcio Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro. Sua atração pela arte da imagem através das lentes o levou a fotografar desde pequeno, talvez pela influência de seu avô. Começou a clicar a beleza natural do Rio de Janeiro com as câmeras mecânicas de seus pais. Atraído por paisagens, cenários naturais, e pelo cotidiano no mundo, é cativado pela simplicidade no olhar. A série apresentada por ele na Hathi, “Skandinaviska” apresenta fotos clicadas na Dinamarca, Noruega e Suécia. Ele destaca, entre outros detalhes, as excêntrica Copenhagen, a pitoresca e chuvosa Bergen, a energizante Honningsvåg – onde se encontra a 15 km Nordkapp, o ponto continental mais ao norte no Círculo Polar Ártico do planeta -, e a encantadora Estocolmo, que contrasta o lado histórico de seu “reino” com o arrojado desenvolvimento tecnológico.

 

 

 

Maíra Allemand

 

Maíra Allemand nasceu em Florianópolis, onde reside atualmente. Conheceu a fotografia na faculdade de desenho industrial em 2000, e graças às influências dentro de casa desde pequena na área de decoração de interiores, fez com que sua verdadeira paixão despontasse através desse segmento. Formada em Fotografia pela UNIVALI em 2013, atualmente a artista segue clicando exclusivamente para uma fábrica de móveis, onde também atua como designer gráfica, profissional de marketing, na curadoria de projetos e na organização de eventos e conceito das novas coleções. Profissionais da área de decoração estão entre os clientes que compram seu trabalho.

 

 

 

Poe

 

O olhar saturado por informações encontra o conforto no horizonte. A linha da vida e os segredos decifrados pelas cartomantes. O caminhar de uma existência visto de fora como uma estrada. Na série “FINE LINE”, do artista visual Poe, a busca pela essência na obra é levada ao rigor máximo do minimalismo. Apenas uma linha corta o espaço pictórico. Ora contra uma cor sólida, ora contra a tela crua. A jornada começa no Leste em direção ao Oeste, sai do excesso indo ao encontro do essencial. BIO Poe Ramon, 40 anos, trabalha no Rio de Janeiro. Formado em Comunicação Social PUC e estudos nos cursos de fundamentação na EAV. Os movimentos de vanguarda do século XX, como o dadaísmo, cubismo, a pop art, expressionismo abstrato são as inspirações dos seus trabalhos.

 

 

A partir 14 de janeiro.

Goldfarb e Vanda Klabin

06/jan


Surge um novo espaço no CasaShopping, Barra, Rio de Janeiro, RJ, especialmente dedicado às artes, uma galeria dentro do maior polo de decoração da América Latina, e o primeiro convidado a estrear o ambiente é o artista plástico carioca Walter Goldfarb. O local, com 600 metros de área sob a Onda Carioca, receberá uma seleção de obras do artista. A mostra intitulada “Teatros do Corpo na Onda Carioca”, tem curadoria de Vanda Klabin e reúne telas produzidas ao longo dos vinte anos de carreira de Walter Goldfarb.

 

 

As duas décadas de carreira de Walter Goldfarb serão celebradas neste início de ano com duas mostras paralelas. Na primeira, “Walter Goldfarb Retrospectiva 1995 – 2015, Ela não gostava de Monet” que acontece até o final de fevereiro, no Centro Cultural Correios. A segunda, “Teatros do corpo na Onda Carioca”, que inaugura no novo espaço de artes no CasaShopping. É uma seleção de obras em grandes dimensões do artista, que estarão em exposição na nova área de expansão. Em ambas as mostras, a curadoria é de Vanda Klabin e a produção é de Jorge Saldanha.
A mostra do CasaShopping, intitulada “Teatros do Corpo na Onda Carioca”, ocupará 600 metros de área sob a Onda Carioca. Vanda Klabin tira partido da brutalidade do cimento e do concreto do espaço ainda cru, mesclando a estética das paredes levantadas em madeira natural para conceber a “expografia” da individual, buscando o enfrentamento entre a magnitude do espaço arquitetônico e a voltagem “matérica” e simbólica das 18 obras de diferentes fases produzidas por Walter Goldfarb ao longo de seus 20 anos de trabalho.

 

 

Walter Goldfarb é reconhecido por sua linguagem peculiar que mescla dois processos geralmente antagônicos na produção contemporânea: o fazer artesanal, no exercício diário de ateliê, nos moldes dos mestres da Renascença e dos tecelões da Idade Média, e por outro lado o das vanguardas contemporâneas, que enchem as obras de histórias e conceitos. Para além do vasto repertório cultural e imagético do artista, a produção de Goldfarb é marcada pelas telas de grandes dimensões e pelas técnicas incomuns, a maioria delas longe dos pincéis. Suas pinturas são construídas com lavagens e raspagens químicas de centenas de bastões de carvão, tingimentos em tie-dye, diversas técnicas de bordado realizadas pelo próprio artista sobre a lona espessa da pintura com o fio retirado da própria lona, e o uso de esculturas-objetos em pedras e metais preciosos, peles de animais, espelhos, madeiras e sementes dentre outros.

 

 

“É um artista contemporâneo mergulhado no curso da História da Arte no Ocidente e Oriente”, diz Vanda. Para ela, a proposta conceitual da mostra é apresentar a produção de Goldfarb nos últimos 20 anos. “Focamos principalmente em uma seleção de um conjunto significativo de suas telas em diferentes formatos, realizadas nos primeiros cinco anos de trabalho, que registram o desenvolvimento peculiar da fatura de seu exercício de ateliê, explica a curadora, completando com peças chaves dos anos seguintes”.

 

 

Nessa esteira, a obra de Walter Goldfarb é certamente uma composição de pinceladas sem pincéis. Walter se utiliza da ação do fogo, do piche injetado com seringas, alvejamentos em tanques e baldes de tinta produzidos no próprio ateliê. Nos últimos anos, o trabalho do artista se transformou em um campo fértil de pesquisa e inovações de técnicas que resultam numa linguagem visual ímpar. A formação do seu olhar tem referências culturais na pintura, na literatura, na música e na sua forma de estar no mundo. Seu vocabulário expressivo através da matéria da pintura e do que transborda sobre as lonas cruas, ultrapassa as fronteiras da Arte Latino Americana.

 

 

Na individual “Teatros do Corpo na Onda Carioca” no CasaShopping poderão ser contempladas obras pontuais da produção do artista como a pintura da série “Teatros Bíblicos – MILAGRE” de três metros de altura por seis de comprimento, com bordados em cânhamos, piche e objetos presos a lona crua apresentada na primeira mostra de Goldfarb no Centro Cultural Correios em 1995.

 

 

Walter Goldfarb tem obras nos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Coleção Gilberto Chateaubriand), Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Coleção João Sattamini), MAR – Museu de Arte do Rio. Lá fora, Goldfarb se destaca nas paredes do Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Lisboa (Coleção Berardo), Museu de Arte Moderna de Miami (PAMM, Perez Art Miami Museum) e Culturgest (Coleção da Caixa Geral de Depósitos de Portugal) dentre inúmeras instituições e coleções particulares. Em 2010, Goldfarb foi escolhido, pela Academia Latina de Gravação de Hollywood, o Artista Visual do 11º Grammy. Sua obra ilustrou o catálogo dos nomináveis, milhares de ingressos e o pôster oficial do evento no Mandalay Bay em Las Vegas.

 

 

Na curadoria da exposição, Vanda Klabin incluiu ainda pinturas do artista que integraram exposições internacionais como “El Hombre al Desnudo”, uma parceira do Musée D’Orsay de Paris e o Museu Nacional de Arte do México, os sensuais tigres em laca sobre fundo preto expostos na individual de Walter no Museum of Latin American Art, na Califórnia, e exemplares da série “Lisérgica”, que participaram recentemente da abertura do Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, Portugal, vindas da Coleção Berardo, de Lisboa.

 

 

 

De 07 de janeiro a 28 de fevereiro.

Pedras de Paquetá

18/dez

O artista José Monleón, está radicado no Brasil desde o ano de 1956. Natural de Valência, Espanha, autodidata, dedicou incialmente muito tempo de sua vida profissional ao vitrinismo, uma atividade pioneira desempenhada com grande empenho.  A partir dos anos 1960 descobre os pincéis e passa a expor no Rio de Janeiro com alguma regularidade. Atualmente sua mais recente produção dos últimos dois anos pode ser apreciada através da exposição “As pedras de Paquetá – Paisagens”, no Quintal da Regina, na original ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, RJ.

 

 
A palavra do artista

 

“Ao chegar a Ilha de Paquetá, observamos pedras arredondadas de diversos tamanhos que circundam, praticamente, todo seu litoral. Qual o significado desta aglomeração de pedras? Pode, simplesmente, nada significar, mas a imaginação não deixa de atribuir significados a esta bela manifestação da natureza. Serão guardiões contra a violência que tanto assombra os habitantes do Rio? Seja como for, elas guardam um tipo de vida tranquila e bucólica, como não existe mais…”

 

 

Até 10 de janeiro de 2016.