RIEN exibe “Origem”

08/abr

A mulher é a origem da vida e do amor. Este é o principal mote da nova série de RIEN, artista multidisciplinar que tem mostra aberta na Galeria Crivo, Vila Madalena, São Paulo, SP. A exposição, intitulada “ORIGEM”, reúne dez peças inéditas que buscam discutir questões muito mais fundamentais do que simplesmente a sensualidade e o sexy.

 

De acordo com o curador, Douglas Negrisolli, na série produzida por RIEN é possível identificar aspectos que vão além do trivial. “Há tópicos importantes, como a violência à mulher, como elas são subjugadas, maltratadas, mutiladas e humilhadas. Por isso, ele as retrata também para contemplá-las, como se, com isso, pudesse livrá-las da dor”.

 

O artista, de apenas 24 anos, revela que se baseia muito no controverso artista francês Gustave Courbet (1819 – 1877), autor de “A origem do mundo” (1866), obra que causa ainda hoje sentimentos diversos mundo afora. “Todos nós viemos de um ventre. É algo natural e deveria ser encarado como tal”, completa.

 

“ORIGEM” traz, além das imagens- pinturas e gravuras digitais – com certo grau explícito, uma outra curiosidade: a captação de sons. Durante toda a mostra, os visitantes são convidados a uma imersão no assunto, já que terão a percepção e interpretação visual e serão acompanhados de áudios provocantes e inspiradores, como a música que o artista ouviu durante dias a fio para pintar alguns quadros da exposição.

 

Devido à composição dos trabalhos, o curador Douglas Negrisolli sugere classificação etária de 12 anos para a visitação, disponível até o próximo dia 22 de maio.

 

 

Parceria

 

RIEN é representado de forma exclusiva pela OMA | Galeria, que cede seus trabalhos para a Galeria Crivo, em forma de parceria, com intuito de ampliar a visibilidade e criar novas oportunidades para que seguidores de outras regiões possam acompanhar o artista.

 

 

De 07 de abril a 22 de maio.

Catunda no Galpão Fortes Vilaça

01/abr

A nova exposição de Leda Catunda no Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta pinturas, gravuras, aquarelas, colagens e esculturas, além de um papel de parede estampado desenvolvido especialmente para a mostra. Com o título “Leda Catunda e o gosto dos outros”, a artista traz para o corpo de suas obras um apanhado de referências pop em que questiona conceitos de beleza, exotismo, o bom e o mau gosto.

 

 
Catunda frequentemente analisa o poder exercido pela cultura pop de converter imagens e objetos em signos de status social e pertencimento. Debruça-se, portanto, sobre o gosto das pessoas e suas relações com conforto, identificação e consumo. Ela se apropria de objetos do cotidiano (em geral toalhas, cobertores e roupas), separando-os por temas ou semelhanças, e então realiza interferências que lhes atribuem novas cores, volumes e texturas. Não escapam ao seu olhar a morbidade das camisetas de rock (presentes nas pinturas Botão e Botão II), a objetificação da mulher na publicidade (em MG – Mulheres Gostosas), a profusão das selfies de férias (em Indonésia), os locais exóticos idealizados pelo universo do surfe (na série Ásia).

 

 
Os conceitos de bom gosto e de belo, tão rígidos outrora, são assumidos  pela artista como parâmetros dinâmicos na sociedade contemporânea, diluídos em valores que eventualmente englobam o kitsch e o cafona. Leda Catunda, sensível a essas mutações, procura reconhecer esse novo belo presente no gosto dos outros e assim identificar a ânsia desenfreada do indivíduo de ver-se representado em uma imagem.

 

 
Todas as obras da exposição foram realizadas tomando por base a estrutura dos desenhos no papel de parede. São padrões que, na prática da artista, geralmente surgem nas aquarelas, multiplicam-se nas gravuras e ganham corpo em pinturas e esculturas. O papel de parede, por sua vez, age como síntese do seu vocabulário particular, marcado por contornos arredondados e macios. A exposição contempla todos esses suportes, sendo possível observar, por exemplo, a gravura Drops transfigurar-se nas pinturas da série Borboleta. Com esse diálogo, Catunda explicita o sentido de unidade entre as diversas linguagens desenvolvidas ao longo de sua trajetória.

 

 

 

 
Sobre a artista

 

 
Leda Catunda nasceu em São Paulo em 1961, cidade onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destaca-se a mostra Pinturas Recentes, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013) e que itinerou também para o MAM Rio (Rio de Janeiro, 2013); além de Leda Catunda: 1983-2008, mostra retrospectiva realizada na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2009). Uma das expoentes da chamada Geração 80, a artista esteve nas antológicas Como Vai Você, Geração 80?, Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); e Pintura como Meio, MAC-USP (São Paulo, 1983). Sua carreira inclui ainda participações em três Bienais de São Paulo (1994, 1985 e 1983), além da Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2001) e da Bienal de Havana (Cuba, 1984). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, como: Instituto Inhotim (Brumadinho); MAM Rio de Janeiro; Fundação ARCO (Madrid, Espanha); Stedelijk Museum (Amsterdã, Holanda); além de Pinacoteca do Estado, MAC-USP, MASP, MAM (todas de São Paulo).

 

 

 

 

 
De 11 de abril a 23 de maio.

Cores na SIM galeria

31/mar

A dinâmica SIM galeria, Curitiba, PR, apresenta a exposição individual de pinturas de Rafael Alonso com “Calça de ginástica” e curadoria de Felipe Scovino.

 

 

A palavra do curador

 

Calça de ginástica: ontem e hoje

 

Nesse universo onde se mistura saúde e disciplina com o corpo, o artista expõe de forma crítica o consumo desmensurado da sociedade. Há um certo descarte e rapidez no uso desses tênis, calças e shorts. E essas características de certa forma são deslocadas para uma pincelada rápida e veloz que Alonso aplica sobre as telas. Se a indústria da moda vende seus produtos como algo que reflete um despojamento, um bem-estar consigo mesmo, as pinturas de Alonso convergem para um ponto distante: comportam-se de forma estranha a esse corpo disciplinado. São exageradamente coloridas e em alguns momentos ressaltam ou ampliam marcas ou símbolos que estavam camuflados, entre outros tantos, e que são encontrados em bermudas ou em tênis de corrida multicoloridos.

 

Estas pinturas repousam sobre um terreno em que são estimulados sentidos contraditórios, porque se há uma aversão por conta de um estímulo cromático que causa um certo choque no uso de cores muito díspares em seu conjunto, por outro lado esse mesmo sistema estimula um jogo óptico que possui um acento Pop e afirmo não apenas por uma trama de cores e formas que o aproxima desse universo mas substancialmente pelo caráter corrosivo do Pop e principalmente pelos acentos irônico e, como já dito, debochado.

 

O trabalho de Alonso oxigena o estado da pintura contemporânea, numa cena em que muitas vezes penso estar inchada de “novos” valores, métodos ou estratégias, todos eles, claro, bem questionáveis. Como um cronista contemporâneo, seu trabalho expõe as incongruências da sociedade, experimenta outros campos de atuação para a cor ao mesmo tempo em que não retira a pintura do seu modelo crítico de refletir sobre o seu tempo e lugar.  (Felipe Scovino).

 

 

De 31 de março a 02 de maio.

Paiva Brasil exibe Tangentes

25/mar

A Galeria Mercedes Viegas, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição de pinturas de Paiva Brasil intitulada “Tangentes”, com curadoria do colecionador Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho. A mostra é constituída de 12 quadros-objeto, recentes e inéditos, realizados em módulos de madeira, revestidos de tela e tinta acrílica. Estas obras ocuparão os espaços maiores da galeria. Na sala menor serão apresentadas cerca de sete obras datadas das décadas de 50, 70 e 80, com o objetivo de mostrar o percurso do artista e a coerência entre as suas diferentes fases.

 

 
Sobre o artista

 
Paiva Brasil iniciou seus estudos em arte no antigo Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro na década de 50, logo em seguida frequentou, no MAM RJ, o curso de Desenho Estrutural e Composição com Santa Rosa. Mais tarde, no mesmo museu foi aluno de pintura com Sansom Flexor.

 
Paiva Brasil faz parte de um importante grupo de artistas, como Ivan Serpa, Décio Vieira, Ubi Bava e Rubem Ludolf. Embora não tenha participado diretamente das manifestações concretistas da década de 50, está alinhado a este movimento.

 
Ao longo de seis décadas, Paiva Brasil vem desenvolvendo trabalhos enraizados na experiência construtivista, de caráter abstrato-geométrico, aliados ao lúdico, em que a estrutura formal se desenvolve na busca de envolver o olhar em uma leitura dinamizada da forma e da cor no espaço. Uma obra rica visualmente, que, mesmo sendo simples e sóbria, não elimina a intensidade e o encantamento silencioso do olhar.

 

 
Até 18 de abril.

Moreleida na Mama/Cadela

Situada no bairro Santa Teresa, em Belo Horizonte, MG, a  Galeria Mama/Cadela exibe uma mostra especial, com obras nunca expostas do artista plástico Pedro Moraleida. Com curadoria de Adriano Gomide, “Pedro Moraleida: Pinturas e Desenhos”, traz também trabalhos que fazem parte da “Imagine: Brazil”, que  estreiou em Oslo, Noruega, no Astrup Fearnley Museum of Modern Art e já passou pelo Musée d ‘Art Contemporain de Lyon, França. Embora curta, sua carreira artística foi muito intensa deixando um expressivo trabalho entre telas, desenhos, textos e músicas. A exposição conta com 14 obras de grande porte, 40 menores, entre pinturas sobre papel e desenhos.

 

 
A palavra do curador

 
“O Pedro tinha uma pintura em linhas viscerais, com muita criatividade. Em algumas obras os sentimentos afloram mais. Ele retrata temas como religião e sexualidade… Ele também é ligado à história da arte e tem um lado lírico. Pedro vai de um lado a outro e tem desenhos com letras bastante poéticos.”

 
“Estamos escolhendo tudo com o pai dele, o Luiz Bernardes, e também será exibido o vídeo feito por Sávio Leite em 2004 em uma de suas exposições em Belo Horizonte, que mostra bem seu processo criativo.”

 

 

Sobre o artista

 

 
Pedro Moraleida Bernardes nasceu em Belo Horizonte, em 10 de agosto de 1977, e faleceu em 1999. Seu pai, jornalista, e sua mãe, socióloga, deram-lhe uma base cultural na infância e, em 1996, classificou-se em primeiro lugar no vestibular para a Escola de Belas Artes da UFMG.

 
Em sua produção nas artes plásticas aparecem vestígios de seu interesse pelos quadrinhos, tendo realizado, na adolescência, muitas histórias completas, com personagem criativos e irônicos, como a “Escova de Dentes Assassina”, o “Vruum Incandescente”, o “Moraleida” – um híbrido de humano e passarinho, o “Caralho a Quatro” e muitos outros. Seu amor por bichos, grandes companheiros de sua infância, reaparece nas figuras antropomórficas que povoam seus desenhos e pinturas, bem como nos textos de reflexão e nos escritos poéticos.

 
Em sua breve, mas intensa, vida profissional produziu as imagens para os cartazes 1° e 2° Festivais de Cinema Antropológico (1997 e 1998) e entre as exposições coletivas que participou, destacam-se a “X – INTEGRARTE”, no Salão Anual dos Alunos da EBA/UFMG (1997) – exposição comemorativa dos 100 anos da cidade de Belo Horizonte; e “As Lembranças São Outras Distâncias” (1998), no Centro Cultural da UFMG – 10 Anos, comemorativa dos 10 anos de funcionamento do centro.

 
Participou ainda, a partir de 1999, do “Grande Círculo das Pequenas Coisas”, mostra itinerante do curador Marcio Sampaio. Sua exposição “Condoam-se F.D.P.”, em conjunto com Frederico Ernesto, foi considerada como um dos eventos culturais mais importantes da cidade em 1998.

 
Depois de sua morte, a revista Graffiti publicou em pôster seu políptico “Os sete pecados capitais” ou “Eu quero essa mulher assim mesmo”. E a XIII – INTEGRARTE, em 2000, dedicou-lhe uma sala especial com oito de seus trabalhos.

 

 
Até 30 de março.

Nova mostra de Maria Lynch

20/mar

A Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Aforismas, Rizomas e Selvageria”, individual de Maria Lynch. O chão do grande salão térreo da galeria, que tem 140 metros quadrados de área, será inteiramente coberto com pipoca, que será fabricada pela artista no próprio espaço de exibição. Neste espaço, serão apresentadas doze obras inéditas, produzidas este ano especialmente para a mostra – sete pinturas em grande formato e seis esculturas. A mostra será acompanhada de uma entrevista com a curadora Luisa Duarte.

 

“Um cenário, um ambiente, uma cena; pipoca vira adereço no chão, vira sonoplastia, o espectador pisa, não come. Participa ao entrar, o papel do entertainment é sensorialmente alterado”, diz Maria Lynch.

 

As pinturas em grande formato, com tamanhos que chegam a 2m X 3,45m, com cores fortes e vibrantes, características do trabalho da artista, serão colocadas na parede próxima ao chão e não na altura dos olhos, como é de costume nas exposições. A mostra terá, ainda, uma escultura de parede, de 180cm de diâmetro, em tecido e acrylon, e quatro esculturas de chão, intituladas “Dramatização Invertida”, feitas com brinquedos de plástico, e pintadas cada uma de uma cor: verde, branco, rosa e laranja. “Aqui utilizo brinquedos de plástico que brincamos na infância para projetarmos o ser adulto, aqui inverto essa ordem fazendo o adulto lidar com esta dissolução”, explica a artista.

 

Ao entrar, a mostra sugere elementos de cinema. “O filme está em proporção alterada, o que está dentro da tela não se mexe, falo da pintura, mas fazendo com que ela confronte o espectador de uma outra maneira. Nessa minha busca pelo que se expande da pintura, o que ativa o sensorial e o sensível do imaginário, pratico romper com este sistema, provocar a estranheza da ambiguidade do sentir, da memória, essa fragmentada para excluir a lógica”, afirma a artista.

 

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, e atualmente vive e trabalha em Nova York. É formada pela Chelsea College of Art and Design, Londres, onde concluiu pós- graduação e mestrado em 2008. Entre suas principais exposições estão “The Jerwood Drawing Prize”, em 2008, com itinerância a partir de Londres para outras cidades da Inglaterra. No mesmo ano participou de “Nova Arte Nova”, no CCBB, Rio e São Paulo, com curadoria de Paulo Venâncio Filho. Em 2010, ganhou o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantônio Vilaça. Em 2011, integrou a 6º Bienal de Curitiba Vento Sul, com curadoria de Alfons Hug. Em 2012, mostrou a instalação “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, Rio, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio. Foi convidada para expor durante as Olimpíadas de Londres, 2012, no Barbican Centre. Em 2013, fez exposição individual “Acontecimento Encarnado”, na Anita Schwartz Galeria de Arte e mostrou “Bordalianos do Brasil” na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal. Depois de realizar uma residência artística na Residence Unlimited, em Nova York, EUA, em 2014 foi contemplada com o Prêmio da Embaixada brasileira para uma exposição individual na Storefront For Art and Arquitecture, em Nova York , EUA, que será realizada em maio deste ano. Maria Lynch está presente em importantes coleções públicas como Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Centro Cultural Candido Mendes, no Rio, Brasil, Coleção Gilberto Chateubriand, Brasil/MAM Rio, Ministério das Relações Exteriores, Palácio do Itamaraty, e Committee for Olympic Fine Arts, em Londres.

 

 

De 26 de março a 09 de maio.

Proposta da OMA | Galeria

16/mar

 

Proposta da OMA | Galeria, primeiro espaço dedicado à arte contemporânea localizado no ABC – vem inovando ao proporcionar mostras e projetos que agregam à cultura da região. Confirmando esta premissa, a galeria acaba de lançar o Clube de Colecionadores. Idealizado para financiar projetos de inserção de artes nas grades curriculares de escolas do ABC, por meio do OMA | Educação, os membros participantes do clube são convidados a agirem como se fossem patronos da galeria. Para isso, seis artistas foram convidados a produzirem peças exclusivas, que serão entregues em eventos fechados para membros e convidados ao longo de 2015. “Conseguimos reunir nomes consolidados e que estão em ascensão no mercado. Ou seja, são artistas que possuem obras de relevância no circuito das artes plásticas. Assim, o valor simbólico injetado pelos que participarem do Clube vai ajudar  na ampliação de nossas atividades socioeducativas e eles  vão ganhar seis peças exclusivas. De fato é uma oportunidade única.”, ressalta Thomaz Pacheco, galerista na OMA| Galeria.

 

O investimento para tornar-se um membro do Clube é de R$200 mensais, por 12 meses. O que dá direito a uma peça exclusiva de cada um desses artistas: Daniel Melim, Cristina Suzuki, Guilherme Calegari, Pedro Saci, Andrey Rossi e Ellen Gruber. Além disso, fica garantida a participação exclusiva nos eventos promovidos pelo espaço, desconto em obras, e devido a iniciativa de apoio ao projeto também será feito a divulgação do nome como patrono e membro do Clube de Colecionadores.  “Ressaltamos que a identidade do integrante do Clube de Colecionadores também pode ser mantida em anonimato, caso o participante assim preferir. É uma escolha do membro do clube”, explica.

 

A primeira entrega está agendada para o dia 21 de março. Na data serão entregues as obras de Daniel Melim com a presença do artista.

Reflexões de Eduardo Fonseca

Caracterizado pelas cores e a crítica ácida e bem humorada ao comportamento social, Eduardo Fonseca apresentou seus trabalhos da série “Pára, por favor”, na Galeria de Arte do BDMG Cultural, Belo Horizonte, MG. A exposição, foi selecionada pelo programa de artes plásticas da instituição, Mostras BDMG, utiliza a linguagem metafórica para explorar a liberdade e desacelerar a rotina diária (“Pára, por favor!”) para uma reflexão da realidade do indivíduo na sociedade.

 

Para o artista plástico Eduardo Fonseca, assim que nascemos recebemos uma identificação numérica e, quando morremos, somos encerrados como esse mesmo número. O artista, então, questiona-se: “onde está o poder de decisão de participar ou não disso tudo?”.  Ao nascer, o indivíduo já está inserido em um acomodado processo, no qual se deve adaptar e respeitar. Dessa forma, onde está a liberdade que possuímos?

 

Para retratar este questionamento, o artista utiliza os pássaros em suas pinturas como a personificação de nossos sonhos e uma metáfora à realidade que, possivelmente, jamais será alcançada. O hoje é volátil o suficiente para desatualizar desejos antes de serem conquistados, materiais ou imateriais. Por isso, o título chama atenção do público para que ele se desloque do comodismo no qual vive e passe a enxergar uma liberdade sem estereótipos ou imposta pela sociedade.

 

 

Sobre o artista

 

Eduardo Fonseca é graduado em pintura, pela Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O artista fez mestrado, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal e participou de projetos coletivos e intervenções que renderam à sua carreira exposições no país e no exterior, como Portugal, China e Uruguai.

Inéditos de Fabio Innecco

13/mar

A Galeria Modernistas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Coleção Urbanidade”, assinada pelo pintor Fabio Innecco. Depois de passar pela Escola de Belas Artes, o artista recebeu o Prêmio Esso de Pintura, e outro concedido pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC, Isenção de Júri no Salão de Arte Moderna, além de ter participado de uma coletiva na Alemanha, entre outras individuais no Rio de Janeiro e São Paulo.

 

A exposição trata da idéia de renovação, misturando as linguagens visuais do moderno e contemporâneo. Na mostra atual, o artista apresenta doze trabalhos inéditos baseados em investigações gráficas de tintas e raspas de jornais. Sempre atento às questões referentes à forma, tamanho e geometria, Fabio costuma transparecer em seus trabalhos uma busca incessante da textura e superposição de cores. Fabio coloca seus temas de forma livre. O contexto urbano e ícones colhidos no cotidiano aparecem nesta exposição, que entre suas cores também agrega textos manuscritos, símbolos, signos, números e letras, causando a curiosidade de um discurso estético em uma tela plana.

 

Segundo Wilson Lázaro, diretor artístico da Galeria Modernistas, “…é possível fazer arte com todo e qualquer material, e Fabio consegue demonstrar isso na tela”, afirma.

 

 

De 14 de março a 26 de abril.

Gonçalo Ivo na Espanha

11/mar

O pintor Gonçalo Ivo, radicado há 15 anos em Paris, realiza exposição individual na Galeria Materna y Herencia, Calle Ruiz de Alarcon 27, em Madrid, Espanha. Para esta ocasião, o artista selecionou 20 obras distribuídas entre pinturas em diversas dimensões e um conjunto de objetos pintados. Durante o evento, será lançado um livro de autoria de Martin Lopez-Vega sobre o trabalho recente de Gonçalo Ivo, com o selo da editora Papeles Mínimos, de Madrid.

 

 
A palavra de Martin Lopez-Vega

 
“…há uma geografia em sua pintura, fragmentos de musica, sons da selva e das ruas de Paris, marcas da pintura de Zurbaran e Ribera como também todas as cores do mar grego. A obra de Gonçalo Ivo, apesar de abstrata, contém um ritmo interno sutil e dela emana uma partitura pictórica que sugere lugares, lembranças, fatos ligados ao inconsciente.”

 

 
Sobre o artista

 
Foi aluno do pintor  Aluísio Carvão no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro nos anos 70. Recentemente expos na prestigiosa Galerie Boulakia em Paris onde obteve grande repercussão na mídia, inclusive uma extensa matéria no jornal Libération. Baseado em Paris, Gonçalo Ivo desenvolve uma carreira com sólidos resultados na Europa.

 

 
Até 31 de março.