“TRANS” mostra de Victor Arruda

10/nov

Na exposição “TRANS”, individual de Victor Arruda na Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, serão exibidas onze pinturas realizadas entre 2014 e 2015. Victor Arruda retrabalha algumas das imagens mais recorrentes em sua produção desde a década de 70, motivado por seu interesse pela psicanálise.

 

Segundo o artista: “Escolhi o título “TRANS” porque tem tudo a ver com minha ATITUDE e com palavras e/ou CONCEITOS que muito me interessam no momento: TRANSVALORAÇÃO, TRANSVIAR. TRANSVERSAL, TRANSPOR, TRANSPARÊNCIA, TRANSMISSÃO, e – last but not least – TRANSVANGUARDA & TRANSGÊNERO…”.

 

 

A palavra do artista

 

Venho há algum tempo refletindo a respeito das imagens recorrentes em meu trabalho. Objetos, (revólver, chave, buraco de fechadura, cigarro, faca, sapatos, maços de dinheiro, etc) partes de corpos que surgem, muitas vezes desconectados, decepados (olho, seio, pênis, cabeça, mão, braço, o coração “anatômico”…), situações envolvendo sexo e abuso de poder financeiro (como nas pinturas “Salário Mais Justo”, “Dr. Jorginho”, “As Vítimas (que se fodam)” ou atitudes hipócritas (tanto nas questões pessoais “O Anjo de Irajá”, “O homófobo Ingênuo”, como sociais ” Cena Carioca”). Sem falar dos “abismos”, série em que as repetições reafirmam o sentido das obras. Tenho pensado muito a respeito de como e por que razão volto aos mesmos signos, às mesmas cenas, situações… Seriam fixações neurótica e/ou tentativas – inconscientes – de escapar delas?   Há uma teoria – freudiana – sobre sonhos recorrentes em pessoas que sofreram grandes traumas. Talvez algo semelhante ocorra na arte (pelo menos no caso de alguns artistas, como eu…). Mesmo que em situações muito menos graves – mas sérias o suficiente para causar perturbações.

 

Sou um artista contemporâneo e minha produção está ligada não apenas ao conhecimento da história da arte, que é o meu principal interesse intelectual, mas também à psicanálise. Faço análise psicanalítica há muitos, muitos anos, e também leio bastante a respeito. Tenho assistido, como ouvinte, a muitos cursos e palestras, e alguns psicanalistas têm escrito textos sobre minhas pinturas, etc.

 

Essa PERMEABILIDADE tem sido importante e fértil para mim, e é nela que me apoio para aprofundar minha curiosidade a respeito das repetições obsessivas que percebo em meu trabalho. É por acreditar profundamente que esse constante retorno tem influenciado no meu processo de amadurecimento e de transformação que resolvi criar esta nova série de pinturas, onde as imagens se repetem, mais uma e outra vez, iguais ou como se vistas em seu próprio espelho. No meu próprio espelho (de Alice, obviamente). E, espero, se reflitam no espelho próprio de cada um que as olhe.

 

 

De 11 de novembro a 11 de dezembro.

O hobby em Fernando Ribeiro

A Galeria Mônica Filgueiras, Jardins, São Paulo, SP, expõe “Meu Hobby na Arte”, do artista plástico Fernando Ribeiro, com curadoria de Marcello Hirsch e Felipe Giaffone. Autointitulado um “piloto frustrado”, o artista recria nas telas alguns modelos de carros que gostaria de ter pilotado, utilizando a mesma técnica de outros trabalhos para buscar resultados inéditos.

 

Em uma tentativa de unir a arte que domina com uma paixão pessoal, Fernando Ribeiro apresenta sua nova série de pinturas, as quais abordam o universo automobilístico. Pintados em tinta acrílica sobre papel algodão, alguns modelos icônicos de carros são reproduzidos nas obras inéditas do artista. “Busquei colocar minha visão nas tonalidades, mas mantive a base das cores, ressalvando o critério iconográfico de cada modelo de carro”, comenta. Neste sentido, citando alguns dos trabalhos que perfazem a mostra, Fernando recria a famosa McLaren de Ayrton Senna, que tinha como patrocinadora uma grande marca de cigarros; o Porsche esportivo que carregava a logomarca do famoso vermute italiano; o lendário modelo de corridas Elf-Tyrrell, entre muitos outros.

 

Em “Meu Hobby na Arte”, Fernando Ribeiro constrói uma relação cronológica e histórica com o automobilismo, por meio de suas pinturas realistas, e fala sobre uma paixão que nunca havia sido abordada em sua obra. Imagens tradicionais, familiares principalmente aos aficionados pelo tema, porém impressas com a visão do artista, “(…) em ângulos distorcidos, grandes oculares de minha ótica”, como define o próprio.

 

 

De 12 a 28 de novembro.

A História da Imagem

04/nov

Os artistas Ana Elisa Egreja, Bruno Dunley, Mirian Alfonso, Pedro Caetano, Ricardo Alcaide, Tiago Tebet e Tony Camargo integram o grupo de expositores da mostra “A História da Imagem”, uma produção da SIM Galeria, Curitiba, Paraná. A curadoria traz a assinatura da artista plástica Leda Catunda.

 

 

A palavra da curadora

A História da Imagem

 

A exposição foi pensada para evidenciar a completa guinada que artistas de todas as partes puderam dar, e agora desfrutar, sobre a natureza da criação em pintura. Dizer que, no retorno da pintura nos anos 80, depois de sua suposta morte nos anos 70, todas as vertentes modernas foram pulverizadas em suas certezas e seus “ismos” já não é suficiente para compreender a complexidade das modificações, bem como a ampliação da possibilidade de alcance de novos sentidos, que vem sendo possível verificar nesse campo hoje.

 

Criar é extrair do nada, algo que não existia antes. Interessa a criação em si. Seja ela resultado de um poder inerente da espécie, ou ainda, resultado de um poder especial, autoatribuído pelo sujeito denominado artista. Em cada caso, poderá envolver tanto sonho como pesadelo, desejo, devaneio, lembrança, sublimação, redenção, purificação, resgate ou mesmo salvação, dependendo do histórico psíquico ou emocional gerador da necessidade de criar. De toda forma, não importa o motivo, sempre caberá ao artista a tarefa de realizar síntese, concentrar conteúdo e transformar, alterando, assim, as noções comuns para além dos valores padronizados.

 

Uma vez soltas das paredes do ateliê, inicia-se a etapa final, que é a da comunicação. As pinturas saem para o mundo, onde serão relacionadas, possivelmente contextualizadas, encontrando maior ou menor grau de aderência. Passando, desse modo, a pertencer ao imaginário das pessoas e a fazer parte do singular universo das coisas inventadas.  Leda Catunda, São Paulo, 2015.

 

 

De 10 de novembro a 23 de dezembro.

Antropofagia no Santander

30/out

Com o título “Mensagens de Uma Nova América” a 10ª Bienal do Mercosul retoma sua vocação histórica ao priorizar novamente a arte produzida nos países da América Latina. No Santander Cultural, Grande Hall e Galerias superiores, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, está a mostra “Antropofagia Neobarroca”.

 

Esta exposição se estrutura a partir do conceito de antropofagia de Oswald de Andrade em conjunção com o neobarroco. Por meio desta mostra a 10ª Bienal do Mercosul buscará explorar como estratégias que remontam a formas de caráter indígena que confrontaram e modificaram sistemas europeus de colonização cultural em uma espécie de antropofagia cultural que se mostra atual ainda hoje.

 

 

Até 06 de dezembro.

Brasil Naïf no MIAN

27/out

“Brasil Naïf, Uma aventura na Alma Brasileira” é um convite do curador, Jacques Ardies, franco-belga radicado no Brasil há 40 anos (35 deles dedicados à arte naïf), a uma incursão pela alma de cada artista. Ele apresenta, no Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), Cosme Velho, 561, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, obras de alguns dos pintores mais representativos do estilo, trazidas do acervo que mantém na galeria em São Paulo, que leva seu nome. São ao todo 60 telas de mais de 50 artistas, entre eles nomes históricos que participaram do movimento naïf nacional, pintores atuantes até hoje. Na ocasião da abertura da mostra, o curador, Jacques Ardies, lança seu livro “Arte Naif no Brasil II”.

 

Segundo Jacqueline Finkelstein, diretora, do MIAN, é uma honra receber esta exposição: “Conhecendo o trabalho da Galeria Jacques Ardies com os artistas naïfs há mais de 30 anos, o MIAN acredita que ao realizar esta exposição estará somando forças em prol da divulgação e valorização da arte naïf brasileira”.

 

A estrutura da exposição segue a ordem cronológica do desenvolvimento da arte naïf no Brasil. Iniciando nos anos 40, quando os primeiros artistas são acolhidos em salões oficiais tais como a carioca Silvia Chalreo e o mundo fantástico de Chico da Silva. Seguida por José Antonio da Silva, apontado como o maior e mais autêntico artista naif brasileiro, cuja carreira foi intensa e polêmica. No começo dos anos 60, descobre-se um grupo de artistas que desperta atenção pela excepcional capacidade de se expressar de forma diferenciada. Aparecem então as primeiras obras da piauiense Elisa Martins da Silveira, os cenários narrativos do ator de teatro José de Freitas, a pintura intimista de Rosina Becker do Valle, com seu colorido quente e aconchegante. E assim vão surgindo as cenas paulistanas de Agostinho Batista de Freitas, o esplendor nordestino descrito com maestria por Ivonaldo Veloso de Melo, as histórias picantes do rio-grandense Iaponí Araújo, as pinturas encantadoras em madeira da goiana Mirian e a incrível mineira Maria Auxiliadora, com sua técnica em relevo e suas cenas tão brasileiras, as delicadas cenas de namoro de Julio Martins da Silva. O trabalho rude no Campo de Miranda, as festas folclóricas de Goiás de Antonio Poteiro,  o frevo e o samba da festeira Alba Cavalcanti, as evocações divinas com o degradé sofisticado de Crisaldo Morais, a delicada postura das moças de Elza O.S, os personagens universais e expressivos de Gerson, o mundo imaginário e encantado de Grauben e de Iracema, as baianas em trajes a rigor de Ivan Moraes, o legado iconográfico saboroso da cidade do Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, a visão do Brasil pelo olhar do grande nome da tapeçaria brasileira Madeleine Colaço,  a arte sincera da alogoana Mirian e os casamento em carro de boi de Neuton de Andrade.

 

O grupo dos artistas atuantes é constituído de 27 nomes, alguns são cariocas, como Helena Coelho e Bebeth, outros são da cidade de São Paulo, como Rodolpho Tamanini Netto e Cristiano Sidoti ou do interior do Estado como Edivaldo, Malu Delibo, Edna de Araraquara, Luiz Cassemiro, Constância Nery, Ana Maria Dias, Edgar Calhado; diversos artistas de origem mineira como Isabel de Jesus, Lucia Buccini, Maria Guadalupe, Vanice Ayres, Ernani Pavaneli e Francisco Severino. Do sul, temos a riograndense Mara Toledo e os catarinenses Doval e Sônia Furtado. A Bahia está representada pelo casal Waldomiro de Deus e Lourdes de Deus e também pelo jovem Raimundo Bida. Participam duas artistas de origem polonesa que se transformaram em artistas brasileiras como Barbara Rochltiz e Magdalena Zawadzka e Dila, do Maranhão.

 

 

A palavra do curador

 

“Acompanho estes artistas há anos e posso afirmar que são dotados de um talento indiscutível. Constroem suas carreiras de maneira lenta, séria e consistente. Cada qual, imbuído de sua própria missão estética, transborda comumente a esperança por uma convivência mais harmoniosa das raças e crenças. Convencido de que sua arte está a serviço de um mundo melhor, cada artista nos convida para uma viagem na sua alma”.

 

 

Sobre o curador

 

O Brasil desperta paixões inexplicáveis em certas pessoas que vêm nos visitar e acabam ficando. Este é o caso de Jacques Ardies, há 35 anos no Brasil. Ardies, quando acabou seu curso de Administração em Bruxelas, teve vontade de conhecer o mundo, descobrir novas formas de cultura, abrir seus horizontes. Chegando a São Paulo conseguiu um estágio numa empresa e, consequentemente, seu visto permanente. O ano de 1979 foi um marco na sua vida. Jacques, sem emprego, estava em uma encruzilhada: ou arranjava outro emprego na administração ou partia para um negócio próprio. Ele escolheu a segunda opção, mas não na área de administração, seu novo negócio agora era a arte. Mais precisamente a arte Naif. Nascia, em agosto de 79, a Galeria Cravo Canela. Hoje, com 36 anos de trabalho dedicados à arte, Jacques é um respeitado especialista em arte naif, com um acervo de mais de 1.000 obras.

 

 

 

A arte naïf na visão de Jacques Ardies

 

Arte naïf define a produção de um grupo de pintores que expressa livremente suas memórias e emoções. Sem qualquer educação artística formal, conseguem superar suas dificuldades técnicas e criam uma linguagem inédita e pessoal, singular. A palavra francesa naif significa ingênuo e foi associada ao estilo apresentado por Henri Rousseau que se juntou aos revolucionários da arte moderna. Rousseau era uma pessoa sensível que vivia um pouco fora do seu tempo. Ele tinha o seu lado realmente ingênuo e sua pintura espontânea encantava pelo talento criativo e inédito.

 

 

De 29 de outubro a 24 de janeiro de 2016.

Cotidiano Radical CaixaRio

A Caixa Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição inédita “Cotidiano radical”, do artista mineiro Marco Paulo Rolla. Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra reúne múltiplas linguagens artísticas, que buscam radicalizar a percepção do público sobre a relação com objetos e rotinas. Na abertura, o artista fará a performance “Café da manhã”.

 

“Cotidiano radical” revela um amplo espectro do trabalho de Marco Paulo Rolla. São objetos, pinturas e instalações que desafiam o público. Ambientes e situações familiares ao espectador surgem de maneira surpreendente, subvertendo ordens e questionando a dependência moderna de ferramentas, dispositivos, equipamentos e tecnologia.

 

Além da performance da abertura, serão apresentadas mais duas em vídeo durante toda a mostra: “Confortável” e “Canibal”. Nelas, o artista utiliza os limites do corpo para fazer uma constante provocação, buscando quebrar noções cristalizadas daquilo que é vivenciado no dia a dia.

 

Destaques ainda para a obra “Picnic”, de 2000, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e já foi exposta na Bienal do Barro, em Caracas, e na Feira Arco, em Madri, e para a série de pinturas “Eletrodomésticos”, produzidas entre 1990 e 1992.

 

 

A palavra da curadora

 

“Toda a ambiência da obra de Marco Paulo Rolla é inspirada no barroco: cores quentes, dramaticidade e luz”, explica Cristiana Tejo. “E neste contexto, que remete ao clássico, ao erudito, é evidenciada a relação contemporânea do homem com os objetos, o desejo de possuí-los, a expectativa de felicidade contida neles. É ao mesmo tempo uma ironia e uma crítica ao fetiche capitalista do consumo”, finaliza a curadora.

 

 

Sobre a curadora

 

Cristiana Tejo fez a curadoria e cocuradoria de vários projetos no Brasil e no exterior, entre eles o Made in mirrors, que envolveu intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros. Autora de Paulo Bruscky – a Arte em todos os sentidos (2009) e Panorama do pensamento emergente (2011), hoje vive e trabalha entre Recife e Lisboa.

 

 

Sobre o artista

 

Marco Paulo Rolla é natural de São Domingos do Prata, MG, 1967. Vive e trabalha em Belo Horizonte, é criador, coordenador e editor do CEIA (Centro de Experimentação e Informação de Arte). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil, Alemanha, Argentina, Holanda, Finlândia e Itália. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, é professor da escola Guignard UEMG desde 2009, onde criou e implementou a disciplina de Performance. Seus trabalhos encontram-se em coleções no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, no Museu de Arte da Pampulha, de Belo Horizonte, no Centro Cultural Inhotim, em Brumadinho, MG, e na Funarte, no Rio de Janeiro.

 

 

Até 20 de dezembro.

Centenário de Milton Dacosta

23/out

O Espaço Cultural Correios, Niterói, RJ, apresenta a exposição “Milton Dacosta, 1915–2015”. A mostra, com curadoria de Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos e produção executiva da Artepadilla, traça um panorama sucinto da obra do pintor, com ênfase em inter-relações que podem ser tecidas com base nos diferentes momentos de sua trajetória artística e marca o centenário de nascimento do artista niteroiense.

 

Entre as 100 obras exibidas, destacam-se um pequeno núcleo de paisagens urbanas do Rio de Janeiro dos anos 1930; diversos autorretratos, entre os quais Interior de ateliê, com o qual ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior em1944, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC; naturezas-mortas; figuras e cabeças; construções dos anos 1950; guaches da série Variações de formas lunares, da mesma década; pinturas e gravuras da série Vênus; e mais de uma dezena de desenhos e estudos inéditos. Completam o conjunto apresentado ao público o curta-metragem “Milton Dacosta: íntimas construções”, de Mário Carneiro, e uma série de pinturas e gravuras que pertenciam ao casal Milton Dacosta e Maria Leontina, entre as quais obras de Alfredo Volpi, José Pancetti, Giorgio Morandi, Maria Helena Vieira da Silva e Jacques Villon.

 

 
Sobre o artista

 

Milton Dacosta nasceu em Niteroi, RJ, em 1915. Após iniciar seus estudos em 1929 e participar da fundação do Grupo Bernardelli em 1931, Milton Dacosta começa a traçar um percurso singular e rigoroso, no qual pouco a pouco mostra seu trabalho em galerias e museus. Passa alguns anos nos Estados Unidos e na Europa, e participa de diversas exposições importantes, entre as quais o Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1961, a edição da VI Bienal Internacional de São Paulo dedica-lhe uma Sala Especial. Duas décadas depois, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo organizar uma exposição retrospectiva de sua obra. Após a morte de Maria Leontina em 1984, o artista deixa de pintar. Falece em setembro de 1988.

 

 

Até 19 de novembro.

Singularidades/ Anotações

Depois de apoiar a produção de mais de mil artistas e pesquisadores de todas as regiões do Brasil, o Itaú Cultural, por meio do Rumos Itaú Cultural, plataforma de fomento do Itaú Cultural à produção artística brasileira, faz uma homenagem aos selecionados desde o primeiro edital até a 16ª edição, quando o programa passou por uma reformulação. O resultado é a mostra “Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998-2013”, em cartaz no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com equipe curatorial formada por Aracy Amaral, Regina Silveira e Paulo Miyada, a exposição, apresentada ano passado em São Paulo, reúne cerca de 50 trabalhos de 35 artistas contemplados de 1998 a 2013 nos editais de Artes Visuais, Arte e Tecnologia, Transmídia e Novas Mídias. O público poderá conferir um conjunto bastante heterogêneo de obras, parte delas inédita, entre pinturas, gravuras, fotografias, instalações, vídeos, performances e projetos interativos. “É uma mostra muito rica em termos de linguagens e abordagens, dispositivos e recursos”, explica Regina Silveira. A expografia é do escritório Álvaro Razuk Arquitetura. Entre os artistas selecionados estão representantes de todas as regiões do país. “Focamos naqueles que construíram um lugar próprio para a sua obra. A arte contemporânea pode qualquer coisa, é verossímil que tenha qualquer formato. É a trajetória de cada artista que vai delimitar o que o trabalho dele pode ser”, diz Paulo Miyada.

 

A mostra conta com nomes de carreira internacional já consolidada, como a paraense Berna Reale, que representa o Brasil na Bienal de Veneza deste ano. A artista apresenta a série “MMXIII”, produzida durante as manifestações de rua de 2013. São cinco fotografias sobre
alumínio em que ela aparece vestida com a farda da Tropa de Choque e elementos do cotidiano. O manauaense Rodrigo Braga, que já expôs em lugares como a Maison Européenne de La Photography, em Paris, mostra fotos da natureza densa do litoral de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Já o artista paulistano Laerte Ramos apresenta o trabalho “Acesso Negado & Acesso Negrado”, série de 46 esculturas de cerâmica (23 em branco e 23 em negro).

 

Caio Reisewitz, de São Paulo, utiliza fotos que mesclam realidade com subjetividade na obra Autoridade. A paulistana Raquel Kogan apresenta “O.lhar”, de 2012, instalação interativa com três câmeras em forma de monóculo dispostas em pedestais pretos de diferentes alturas. O mineiro João Castilho aposta na videoinstalação “Emboscada”. Na obra, quatro TVs passam imagens de estradas de terra bucólicas no sertão de Minas, mas a quietude e o silêncio são quebrados por tiros e explosões. O trabalho cria a ilusão de um tiroteio alternando momentos de calma e tensão.

 

Graças ao Rumos Itaú Cultural, inúmeros artistas conseguiram divulgar seus trabalhos nacionalmente. “A importância do programa e sua vigência por tantos anos reside sobretudo na acolhida desse projeto por artistas de regiões distantes de grandes centros do Brasil. A aceitação de seus trabalhos traz a possibilidade de sua visibilidade em outras regiões” diz Aracy Amaral.

 

Artistas participantes: Alexandre Vogler, André Komatsu, Bárbara Wagner, Berna Reale, Cadu, Caio Reisewitz, Carla Zaccagnini, Cinthia Marcelle, Ducha, Fabrício Lopez, Gilbertto Prado, Gisela Motta e Leandro Lima, Grupo EmpreZa, João Castilho, Katia Maciel, Laerte Ramos, Lucas Bambozzi, Luiz Roque, Marcellvs L., Marcelo Moscheta, Marcius Galan, Marcone Moreira, Nicolás Robbio, Paulo Vivacqua, Raquel Kogan, Raquel Stolf, Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, Rodrigo Braga, Rodrigo Paglieri, Rommulo Conceição, Sara Ramo, Sofia Borges, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo e Vitor Cesar.

 

 

Até 29 de novembro.

Ozi, primeira individual

Comemorando os 30 anos de atuação na cena cultural, o artista plástico Ozi inaugura sua primeira exposição individual, “Ozi Pop Up Show”, na galeria A7MA, Vila Madalena, São Paulo, SP. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. O artista exibe um recorte dessa longa trajetória, através de uma combinação de 47 trabalhos nos quais utiliza, prioritariamente, a técnica do stencil.

 

Para a “festa”, Ozi expõe 17 remixagens do ícone pop Mickey Mouse, de quem é um fãn de longa data, e que também está presente em algumas séries de trabalhos: latas de spray costumizadas – “OZICANS 30 latas”. As “OZICANS” foram produzidas em comemoração aos 30 anos de arte e graffiti, e representam um pequeno recorte da produção com trabalhos antigos, atuais e algumas releituras divertidas de ícones de consumo.

 

Na inédita “MixMickey”, Ozi apresenta uma mixagem do Mickey Mouse com vários personagens de HQ, criando os “Mickeys híbridos”. Já em “Arte Ordinária”, os trabalhos são uma crítica bem humorada ao modo como uma cultura nos é imposta, sem que pensemos antecipadamente nas consequências que isso trará para nossa vida diária.Para o artista, sério e responsável em seu compromisso criativo e educacional, é importante não perder o viés da diversão. Sempre atento, sua inspiração vem do cotidiano.

 

Ozi atua nas ruas desde 1985, imprimindo suas ideias nos muros e paredes da cidade de São Paulo. Com seus trabalhos de stencil bem humorados, por vezes irônicos, questiona o capitalismo, a sociedade de consumo e religião, de forma divertida e descompromissada, sempre com um tom de crítica às mazelas humanas.

 

 

O conceito do artista

 

– “Notícias dos meios de comunicação, alguma frase ou algo que vejo pelas ruas. Alguns assuntos que me incomodam também tem minha atenção. Uso ícones bem conhecidos e de fácil aceitação pelo público, que coloco em situações incomuns. A ideia sempre é causar algum estranhamento para que as pessoas parem para refletir.”.

 

 

Sobre o artista

 

Ozi, artista plástico paulistano, iniciou suas atividades no graffiti em 1985, por incentivo e apoio de dois importantes artistas paulistas: Alex Vallauri (precursor do graffiti em São Paulo) e Maurício Villaça. Desde então, vem ocupando os muros da cidade com seu trabalho, tornando-se parte da primeira geração de artistas envolvidos com o graffiti. Tem participado ativamente da cena street art de São Paulo e de várias exposições no Brasil e exterior, sejam elas em galerias, museus, instituições culturais ou espaços ao ar livre.

 

 

Sobre a galeria

 

A7MA criada em 2012, por Enivo, Jerry Batista, Tché Ruggi, Cristiano Kana e Alexandre Enokawa. Do indivíduo ao coletivo, muito além de um nome – athima (alma em hindu), a ‘A7MA’ é a representação da união de duas casas artísticas: o ‘Coletivo 132’ e a ‘Fullhouse’. Com mais de 100 m² de arte, o repertório cultural da galeria possui mais de 30 exposições em seu catálogo e um acervo variado obras sendo considerada um dos principais espaços na cidade, interessado exclusivamente pela arte de rua.

 

Composta por pessoas cultivadas pelos anos de produção artística e outra dos passantes da Vila Madalena, uma coisa é rápido sacar sobre esse espaço. Ele é amigável e nada opressor – parece uma extensão da rua. A7MA representa a arte que nasceu nas ruas e permanece ganhando visibilidade e reconhecimento no mercado. A cada dia, a cada nova exposição, é como se renovassem na união e no propósito de aproximar a arte de quem quiser ser envolvido por ela.

 

 

De 29 de outubro a 14 de novembro.

Exposição de Cinthia Marcelle

22/out

A terceira mostra individual de Cinthia Marcelle, “em-entre-para-perante”, próximo cartaz da galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abriga uma instalação com pinturas e objetos.

 

Nas paredes, uma série de tecidos listrados, cujas linhas pretas foram pintadas de branco, ficam pendurados bem ao alto, remetendo à imagem de um pátio central de um presídio.

 

No chão, um conjunto de objetos encobertos por cadarço negro, instrumentos que sugerem, em sua maioria, ferramentas utilizadas em situações de fuga. O público caminha em um estreito corredor, em um jogo de oposições entre o que está em cima e o que está embaixo, o que está descoberto e encoberto, solto e atado.

 

 

O conceito da artista

 

Interessa à artista pensar os conceitos de cárcere e fuga, investigando o espaço simbólico (e histórico) dos presídios brasileiros de um ponto de vista de quem vê de fora, de quem experimenta os confinamentos (econômico-sociais e psicológicos) do fora, os limites do dia-a-dia, projetando, ao mesmo tempo, de dentro de seu exercício estético, uma linha de fuga.

 

 

Sobre a artista

 

Cinthia Marcelle nasceu em 1974, Belo Horizonte, Brasil. Graduada em Belas Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (1997-1999). Seu trabalho tem circulado em significantes exposições incluindo Bienal de Havana, Cuba (2006), Bienal de Lyon, França (2007), Panorama da Arte Brasileira, São Paulo e Madri (2007 – 2008), Bienal de São Paulo, Brasil (2010), No Lone Zone, Tate Modern, Londres (2012), Triennial of New Museum, Nova York (2012), Sala de Arte Publico Siqueiros, Cidade do México (2012), Dundee Contemporary Art, Escócia (2012), Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2013), Bienal de Istambul, Turquia (2013), Bienal de Sharjah, Emirados Árabes (2013 e 2015), Secession, Viena (2014). Vencedora de prêmios como o International Prize for Performance, Trento, Italy (2006), Annual TrAIN Artist in Residency award at Gasworks, Londres (2009) e The Future Generation Art Prize, Kiev (2010). Vive e trabalha em São Paulo.

 

 

Até 28 de novembro.