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AGENDA CULTURAL

Focalizando a preservação da memória negra.

A primeira exposição individual de Lázaro Roberto, um dos grandes nomes da fotografia afro-brasileira, encontra-se em exibição até 31 de maio na galeria Nonada, Praça da Bandeira, Centro, São Paulo, SP. “O Lente Negra” apresenta, pela primeira vez, o trabalho autoral do fotógrafo baiano sob sua própria assinatura.

Poucos nomes na fotografia brasileira carregam o peso histórico e a relevância de Lázaro Roberto. Aos quase 70 anos, o fotógrafo que dedicou sua vida a documentar a história do povo negro no Brasil inaugura, enfim, sua primeira exposição individual. Sua presença em exposições sempre se deu através do Zumvi Arquivo Fotográfico, coletivo que ajudou a fundar e que se tornou referência na documentação e preservação da memória negra no Brasil.

Desde os anos 1990, Lázaro Roberto se consolidou como um dos grandes protagonistas da fotografia afro-brasileira. Com um olhar que une fotografia documental e experimental, seu trabalho se transforma em ato político, preservando histórias e expandindo narrativas que o Brasil não pode esquecer. O reconhecimento de sua obra vai muito além do território nacional. Suas fotografias fazem parte de importantes coleções, como as do Instituto Moreira Salles, do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e do Itaú Cultural, além da prestigiada coleção do The Institute of Chicago. Esses acervos atestam o impacto de sua visão artística, que dialoga com a complexidade da identidade afro-brasileira e sua inserção no patrimônio cultural global.

Para o crítico britânico Oliver Basciano – colaborador de publicações como ArtReview, Frieze, The Guardian e The New York Times -, Lázaro Roberto “é um caso que muda a história”. Seu ensaio crítico reforça a grandiosidade do fotógrafo, destacando como sua trajetória representa um divisor de águas na construção da memória negra no Brasil. Esta exposição não é apenas um marco na trajetória de Lázaro Roberto, mas um momento decisivo em seu reconhecimento enquanto artista autoral. Mais do que um compromisso com a memória coletiva, seu trabalho ganha agora uma nova dimensão, que o coloca no centro da cena artística e lhe restitui o lugar que sempre lhe pertenceu – o de um artista de renome internacional, cujo legado se impõe com a força e a relevância que lhe são devidas.

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