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AGENDA CULTURAL

Fotolivro na São Paulo Flutuante

 


“Noite Insular: Jardins Invisíveis” é resultado de uma imersão de cinco meses em Cuba, e apresenta fotografias analógicas que tomam como ponto de referência o imaginário marítimo e exploram um conceito subjetivo de “insularidade”, evocando tensões entre o senso de isolamento e o anseio por cruzar os limites da ilha. Lançamento na galeria São Paulo Flutuante, Rua estados Unidos, 2186, Jardim América, São Paulo, SP, dia 20 de maio de 2019, ás 19h. O fotógrafo baiano Rodrigo Sombra lança seu fotolivro “Noite Insular: Jardins Invisíveis”, editado por Patricia Karallis e publicado pela prestigiada editora britânica Paper Journal. O evento de apresentação do fotolivro acontece simultaneamente em São Paulo, onde está com exposição homônima em cartaz, e em Londres, na Tate Modern. A publicação é resultado de uma imersão de cinco meses em Cuba e tem por referência o imaginário marítimo da ilha, explorando uma concepção subjetiva de “insularidade”. Traço decisivo da cultura cubana, a insularidade se faz sentir na obra de Sombra para além do seu sentido meramente geográfico. Neste projeto – composto por exposição na Galeria São Paulo Flutuante, sob curadoria de Regina Boni, e pelo presente fotolivro -, o conceito serve como chave para explorar as dinâmicas do desejo na Cuba contemporânea, evocando tensões entre o senso de isolamento e o anseio por cruzar os limites da ilha.
Ao tomar conhecimento de uma convocatória de projetos a serem editados como fotolivro pela Paper Journal, em 2018, Rodrigo Sombra inscreveu “Noite Insular: Jardins Invisíveis” e, entre 421 projetos enviados, foi um dos três selecionados. “A Paper Journal foi sempre uma referência, um norte para mim. Devo muitas descobertas à Paper Journal, ela foi sempre uma clareira à qual eu podia recorrer, um espaço aberto ao risco no mundo fotográfico. Ter sido selecionado para editar meu primeiro fotolivro com eles foi como uma confirmação de que os caminhos que eu intuía no meu trabalho poderiam encontrar ressonância com as coisas que eu mais me identifico na fotografia contemporânea”, comenta o fotógrafo.

A edição do livro ocorreu ao longo de vários meses, a partir de um diálogo frequente com a editora da Paper Journal, Patricia Karallis. Nos dizeres de Sombra: “Sinto que as rimas visuais, a força narrativa, o sentido de conjunto, cresceu muito a partir do olhar de Patricia. Ela é uma editora engenhosa. Consegue não apenas extrair um sentido narrativo, um efeito dramático, da combinação de imagens, como é atenta às variações de cor e atmosfera no sequenciamento das fotos”. Em 2018, fotógrafo e editora fizeram uma prévia do fotolivro, apresentada na feira de livros de arte do MoMA, em Nova Iorque. Após colherem várias respostas e a partir desses comentários sobre a prévia, foram realizadas seguidas revisões na edição. No início de 2019, Sombra retornou a Cuba para fotografar uma última vez, e assim foi fechada a edição final com alguns acréscimos.

Acerca do projeto, Rodrigo Sombra destaca que fotolivro e exposição são similares sob diversos aspectos, uma vez que várias das imagens que estão expostas na Galeria São Paulo Flutuante aparecem no livro. Além disso, o fotógrafo ainda comenta: “As relações contraditórias com o estrangeiro em Cuba; a questão da insularidade, o imaginário marítimo; a iconografia popular urbana; a estética construtiva: todos esses dados perpassam as fotos que compõem a série nas duas plataformas, livro e galeria. Por outro lado, sinto que o livro alterna a presença usual dos retratos com mais imagens de paisagens e naturezas mortas. Sondar os espaços vazios, tentar entender como como os dilemas da vida em Cuba se exprimem em vestígios dispersos pela paisagem, era algo importante para mim, e isso aparece com força no livro”.

 

Mais sobre o projeto “Noite Insular: Jardins Invisíveis”:

“Sua ida a Cuba é o encontro com um nó histórico, cultural, geopolítico e existencial”, afirma Caetano Veloso, a respeito da obra de Sombra, no texto de apresentação. “Ao invés de esconder ou congelar as figuras humanas e seus entornos em formalismo frio, tais composições sublinham-lhes o mistério, a sensualidade, o desamparo e o prazer de ser. Sombra revela-se um artista verdadeiro e um observador sensível. A beleza de suas fotos reside na aventura humana de quem capta e de quem é captado. Isso leva quem as vê a pensar mais longe e sentir mais fundo”, diz o compositor sobre “Noite Insular: Jardins Invisíveis”. O título da série é inspirado num poema do escritor cubano José Lezama Lima. Para o fotógrafo Rodrigo Sombra, “Noite Insular: Jardins Invisíveis” explora os estímulos da presença estrangeira em Cuba, cada vez mais intensos desde a recente abertura cultural e econômica da ilha. Ao abordar as relações contraditórias entre os cubanos e a influência estrangeira, Sombra esboça uma estética de forte apelo geométrico. Com frequência, a base documental de suas imagens se perde em jogos de linhas e sombras que aspiram à abstração. Descortina-se assim a de visão uma Cuba insuspeitada, em tudo avessa às imagens exóticas do turismo ou à grandiloquência da propaganda revolucionária. À diferença das multidões celebradas nas fotografias oficiais cubanas, em suas fotos Sombra privilegia o indivíduo. Nelas, veem-se corpos esquivos, frequentemente sombreados, que nos interrogam sobre o que vemos, e também sobre aquilo que é ocultado. Sua câmera se abre ainda aos signos da cultura popular: símbolos religiosos, tatuagens, logomarcas esportivas e bandeiras estrangeiras, rastros dos novos imaginários a povoar a ilha interior dos cubanos.

 

Sobre o artista

Rodrigo Sombra. Fotógrafo baiano, nasceu em Ipiaú, em 1986. Em 2012, integrou a exposição coletiva “Uma visita ao Benin – Fotografias de uma Viagem”, no Museu Afro Brasil, em São Paulo, com curadoria de Emanoel Araújo. Também participou de coletivas no Rayko Photo Center e Dryansky Gallery, em San Francisco, Califórnia, onde viveu por três anos. Em 2018, “Noite Insular: Jardins Invisíveis”, sua série sobre a Cuba contemporânea, foi selecionada para ser editada como livro pela revista e editora britânica Paper Journal. Foi um dos 3 artistas selecionados pela Paper Journal em uma convocatória que recebeu mais de 400 projetos de todo o mundo. O livro será lançado em maio de 2019, em Londres e em São Paulo.

 

Sobre a editora Paper Journal

Lançada em 2013, a revista impressa e on-line Paper Journal é atualizada regularmente com entrevistas, reportagens, visitas a estúdios e resenhas de fotolivros. Tem como objetivo oferecer o que há de melhor em artes visuais contemporâneas. É única e apresenta tipos diferentes de fotografia, de fotógrafos desconhecidos ou novos e de nomes estabelecidos. Nossos colaboradores variam entre jornalistas, editores de moda, estilistas, fotógrafos e profissionais do setor. Em 2018, passamos de on-line para off-line, com nossa primeira edição impressa. Esta edição foi lançada em Londres, na Webber Gallery, bem como na New York Art Book Fair, e foi nomeada para o Lucie Award na categoria Revista de Fotografia do Ano. Paper Journal 01 é vendida em todo o mundo, em livrarias e lojas especializadas. Com sede em Melbourne, Londres e em Nova York, e com colaboradores de todo o mundo, a Paper Journal continua a crescer com uma série de exposições independentes, publicações impressas, palestras e eventos.

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